Este é um dos temas mais polêmicos internamente nos meios católicos: é lícito ou não cantar músicas protestantes? Veja que não quero nem dizer somente nos grupos e movimentos católicos, mas mesmo um católico ouvir e propagar individualmente estas músicas. De antemão quero dizer que sou radicalmente contra a utilização de músicas protestantes nos meios católicos, principalmente na Liturgia da Santa Missa. Mas tentarei ser imparcial. Na realidade, tentarei expor o porquê de eu ser radicalmente contra.
Primeiramente devemos lembrar que somos Católicos, e não protestantes. Não é a mesma coisa. O primeiro ponto do perigo de usar as músicas protestantes, principalmente do neopentecostalismo protestante, é a confusão de fé que pode causar. Santo Agostinho vai dizer que “um homem Cristão é Católico enquanto vive no corpo; decepado deste, torna-se um herege. O Espírito não segue um membro amputado.” Seguindo essa linha de pensamento de Santo Agostinho, podemos ver que facilmente pode haver confusão e heresia nas músicas protestantes. Para quem não sabe, o protestantismo é tido como HERESIA. E, como afirma Santo Agostinho, separado do corpo – este corpo que é o corpo da Igreja Católica Apostólica Romana, Corpo Místico de Cristo – o Espírito não o segue. E o protestantismo é heresia, justamente porque se separa deste corpo. E até mesmo pregadores católicos como o Moisés Rocha fala o seguinte: “eu não acredito em derramamento do Espírito Santo fora da Igreja Católica.”
Quando se faz uma composição, ainda mais de cunho religioso, se compõe de acordo com sua fé e com a vivência desta fé. A fé protestante é totalmente diferente da fé Católica. Não somente em doutrina, mas em essência. Os protestantes não creem na presença real de Jesus na Santíssima Eucaristia, portanto, desprezam a Santa Missa; não creem na Virgem Maria e nas grandezas desta mulher que abala o inferno; não creem na intercessão dos santos; não creem nem mesmo na Igreja de Cristo visível (apesar de cada um fundar a sua); não creem no derramamento de sangue de Jesus no confessionário perdoando-nos dos nossos pecados, através do sacerdote, que age na pessoa de Cristo; na realidade não creem em praticamente nada do catolicismo. Não alonguemos no que cada um creem ou deixam de crer, até porque o foco é outro. Mas, queria saber dos católicos que ouvem essas músicas, o porque ouvem se não está de acordo com a fé que vivem? Talvez não vivam... Falo isso pelo fato de que os próprios autores protestantes reclamam dizendo que não gostam de ver os católicos cantando suas músicas para “adorar pão”; e nós sabemos que não é para adorar pão, mas sim o próprio Senhor que está presente no Santíssimo Sacramento! É tanta música e pregação pra “aceitar Jesus” que acabam negando o próprio Jesus que se dá na Comunhão. Devemos ser realistas: quando se ouve música protestante é mais por sentimentalismo. Então, se o dono da música não quer que cantemos para o nosso Deus, então que tal realizarmos seus desejos?
A música protestante causa grande confusão no meio católico. Afinal, se canto uma música protestante, posso ouvir pregações, aí posteriormente poderei ir em um culto protestante (que a Igreja proíbe), aí eu começo a ver a Santa Missa que é o Sacrossanto Sacrifício de Cristo como um mero teatro, como uma ceia protestante, e quando menos espera, já está na assembleia, universal, ou qualquer “boteco de esquina, fundo de garagem” que se diz “igreja”. E quase sempre começa pela música. Os católicos que defendem a música protestante dizem que é mais algo “ecumênico”, que une, já que ambos –segundo eles – servimos o mesmo Deus. No entanto, a gente deveria lutar mais pela unidade dos movimentos católicos, e acabamos usando coisas protestantes que é a grande causa de grande divisão no meio dos católicos (no caso movimentos de leigos). Ou vai me dizer que a bronca maior com a RCC não é a desgraça que ela está fazendo, no Brasil, de transformar os grupos de oração semelhantes a cultos protestantes? Transformando a Santa Missa em ceia... E por aí vai.
O ecumenismo é válido quando abrimos as portas para que quem está fora possa entrar, e não arregaçar pra quem está dentro sair. Os santos da Igreja não tinham essa mentalidade de falso ecumenismo que se tem hoje. Vou citar um santo até recente: São Padre Pio. Este grande santo da Igreja Católica era ecumênico pelo fato de que quem ia se confessar com ele, ou mesmo ver a Santa Missa celebrada por ele, acaba se convertendo. Até os ateus se tornavam católicos, quanto mais vários protestantes... E ele dizia algo muito sério: dizia ele que como o Catolicismo tem um fundador (Jesus Cristo) o protestantismo também tem um fundador, que é um anjo: Lúcifer. São Pio, um místico de grande importância para nós, que era estigmatizado, dizia que o criador do protestantismo foi o demônio. E deve de ser mesmo, afinal temos a visão da Beata Serafina de Lutero no inferno. E nós, que nos intitulamos católicos, ouvimos a música do meio criado pelo demônio.
Muitas comunidades estão perdendo vocações verdadeiras por causa disso. Um jovem que sente o chamado de viver uma vocação nas novas comunidades, e que talvez não tenha uma maturidade para separar o joio do trigo, acaba por se afastar, porque quer viver a radicalidade evangélica, a Tradição da Igreja, e a comunidade que ele se identifica parece um covil de protestantes. Fora outras práticas que falaremos em outros posts (algumas já até faladas aqui).
Mas, por outro lado, eu nem chego a criticar tanto quem canta música protestante por causa de um pequeno detalhe: alguns não tem escolha. A culpa de muitos, na ignorância, usar músicas protestantes nos meios católicos é dos próprios músicos católicos. Já ouviu falar de algo chamado testemunho? Tem cantor “católico” famoso que vive com pastores protestantes, indo pra culto ecumênico com pessoal da Batista. Aliás, chegou a mim que este cantor, em seus shows, tem até pedido para tirar a imagem de Nossa Senhora para poder fazer show ecumênico, afinal, ele não quer ofender os protesta. Só não citarei quem é, porque não sou testemunha ocular do ocorrido. Vamos cantar músicas genuinamente católicas? Mas quais? Bom, temos Padre Marcelo Rossi. Só que canta muita música protestante. Reflitamos: muitos defensores do uso de músicas protestantes citam músicas do Padre Marcelo, dentre outros, que são de autoria protestante. Só que se esquecem de uma coisa: a 20, 30 anos atrás não existia música católica praticamente. Somente o excelente canto gregoriano. As músicas protestantes eram mais textos bíblicos, sem tanta heresia... E o povo simples, principalmente no nordeste, cantava juntamente com os “benditos” e músicas marianas. Querer comparar a realidade fechada de 30 anos atrás com a de hoje é no mínimo safadeza para querer infiltrar o protestantismo no seio católico. Ouve música cantada pelo Padre Marcelo Rossi (não estou criticando ele, afinal escuto desde criança) ou de qualquer outro intérprete católico, que é de autoria protestante, ai vai no google pesquisar, e vê o verdadeiro autor. Aí começa a ouvir as músicas deste autor, ai vê seu depoimento de vida, sua “igreja”, suas pregações, “kabum” foi contaminado pela heresia protestante. Ainda mais se for da Ana Paula Valadão: ou verá vídeo dela falando bem da Igreja Católica à respeito da Patrística, ou verá a cômica profecia do término da Igreja Católica. Isso causa confusão.
Sabe o que me causa irritação? Músico católico que sabe compor um discurso para promover a música protestante, mas não sabe compor música católica, da fé católica, dos mistérios da música católica. Por mais que achem lícito usar cantos protestantes, ao verem os mesmos serem cantados nos templos protestantes, ou seus compositores cantando, a música que você usou para adorar o Santíssimo Sacramento, usa para puxar do Santíssimo. Como já disse aqui: autores protestantes dizem que não gostam de ver os católicos adorando pão com suas músicas. Aí me irrito, porque muita gente de talento musical, ungida, que cantava muito, para de cantar música de louvor, adoração, genuinamente católica, para ir cantar forró, axé, rock... Por isso vejo a sede dos meios protestantes: os católicos só fazem música pra dançar, pular e suar nos grupos de oração; já as músicas pra louvar, rezar, honrar a Virgem Maria, pedir o Espírito Santo de Deus e não o de divisão, não tem. Aí ou fica nas mesmas músicas, ou aderem ao protestantismo. A segunda opção é a menos recomendada, porque fará o povo sair da Igreja. A solução é: “morar” na Capela do Santíssimo Sacramento, e compor músicas de verdadeira adoração Eucarística, músicas ungidas mesmo. Se não tem música católica de verdade no mercado (aliás no mercado tem neh, afinal é só show, dinheiro e hotel de luxo), vamos compor, e através da música resgatar o que o lobo tem devorado.
Se em grupos de oração isso é um câncer, imagina na Santa Missa. E isso nem é algo da RCC, é um câncer geral aqui no Brasil. Participei de uma Santa Missa em São Miguel-RN em que o próprio padre, talvez por ignorância mesmo, puxava o canto “entra na minha casa...” Óh Céus! Sei que este não é o principal motivo, mas na hora da comunhão o povo parecia que estava indo receber pedaço de bolo de festas de aniversário das cidades, aquele quase “empurra-empurra”. Não se fala do Santíssimo Sacramento, param de dizer que a Missa é Sacrifício, não se compõe nem cantam mais músicas de adoração Eucarísticas, aí cantam a referida música, e já trata Jesus Eucarístico como algo qualquer... Triste realidade.
Não adentrarei muito na bomba infernal que é a música protestante na Santa Missa porque o Padre Paulo Ricardo fala muito bem a respeito disso. Mas, para os modernistas de plantão, que usam o Concílio Vaticano II para aprovar tais heresias, o Concílio afirma que em primeiro lugar a música para a Santa Missa continua sendo o Canto Gregoriano. Tirando Missas Tridentinas, você tem ouvido músicas em Latim na sua diocese? Graças a Deus, em algumas comunidades, carismáticas até, o Espírito Santo tem suscitado a importância do latim, e se vê ao menos o ato penitencial, o Santo, e o “Cordeiro de Deus...” em Latim. Já é alguma coisa, em uma realidade em que é comum ver “entra na minha casa” e afins.
Sei que acabei mais pegando os erros doutrinais protestantes do que o próprio fato da música em si. Mas falei assim, para que tenhais cuidado, a música ela é mais fácil de ficar gravado no psicológico. Cuidado! Vamos ouvir e cantar coisas genuinamente Católicas! As vezes você querendo unir os crentes em Cristo, acaba dividindo o Corpo Místico de Cristo.
Antes de finalizar: já perceberam que quase não existe mais música pedindo reparação? Nem se fala de Eucaristia, Nossa Senhora é quase sistema de cotas nos CDs católicos. Mas pedir milagre por cima de milagre e afins, o beleza heim amados? Saudades dos CDs da Toca de Assis, essas sim poderíamos tocar sem receio nas Missas. Aliás, Toca de Assis me lembra Padre Roberto Lettieri, que antes de ser afastado tanto combateu isso. Lembro de uma pregação, que citaram o Padre Roberto, que em uma missão fora do Brasil, colocaram no carro o CD do “Diante do Trono” – se não estou enganado -, e então, o Padre Roberto mandou parar, pegou o CD e pisou dizendo “não deixa isso cair nas mãos dos meus filhos”; será que Padre Roberto Lettieri não já via o perigo de tais cantos? O triste é saber que muitos falam com júbilo do Padre Roberto, mas quando ouvem isso, como a pregação do relativismo e do Rock, passam a não gostar tanto dele assim. Como disse, ouvi falar isso... Mas quase ninguém dá atenção aos profetas, a não ser que estes “profetas” te deem curas, e digam que tudo bem, tudo leva a Deus... Existem também tantos outros ministérios católicos, que nos shows se canta não só música protestante, mas também música secular mesmo. É, enfrentemos a apostasia.
"Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, ficariam certamente conosco. Mas isso se dá para que se conheça que nem todos são dos nossos"(1João 2,19).
Salve Maria Imaculada!
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