domingo, 9 de junho de 2013

Músicas protestantes nos meios católicos


Este é um dos temas mais polêmicos internamente nos meios católicos: é lícito ou não cantar músicas protestantes? Veja que não quero nem dizer somente nos grupos e movimentos católicos, mas mesmo um católico ouvir e propagar individualmente estas músicas. De antemão quero dizer que sou radicalmente contra a utilização de músicas protestantes nos meios católicos, principalmente na Liturgia da Santa Missa. Mas tentarei ser imparcial. Na realidade, tentarei expor o porquê de eu ser radicalmente contra.

Primeiramente devemos lembrar que somos Católicos, e não protestantes. Não é a mesma coisa. O primeiro ponto do perigo de usar as músicas protestantes, principalmente do neopentecostalismo protestante, é a confusão de fé que pode causar. Santo Agostinho vai dizer que “um homem Cristão é Católico enquanto vive no corpo; decepado deste, torna-se um herege. O Espírito não segue um membro amputado.” Seguindo essa linha de pensamento de Santo Agostinho, podemos ver que facilmente pode haver confusão e heresia nas músicas protestantes. Para quem não sabe, o protestantismo é tido como HERESIA. E, como afirma Santo Agostinho, separado do corpo – este corpo que é o corpo da Igreja Católica Apostólica Romana, Corpo Místico de Cristo – o Espírito não o segue. E o protestantismo é heresia, justamente porque se separa deste corpo. E até mesmo pregadores católicos como o Moisés Rocha fala o seguinte: “eu não acredito em derramamento do Espírito Santo fora da Igreja Católica.”


Quando se faz uma composição, ainda mais de cunho religioso, se compõe de acordo com sua fé e com a vivência desta fé. A fé protestante é totalmente diferente da fé Católica. Não somente em doutrina, mas em essência. Os protestantes não creem na presença real de Jesus na Santíssima Eucaristia, portanto, desprezam a Santa Missa; não creem na Virgem Maria e nas grandezas desta mulher que abala o inferno; não creem na intercessão dos santos; não creem nem mesmo na Igreja de Cristo visível (apesar de cada um fundar a sua); não creem no derramamento de sangue de Jesus no confessionário perdoando-nos dos nossos pecados, através do sacerdote, que age na pessoa de Cristo; na realidade não creem em praticamente nada do catolicismo. Não alonguemos no que cada um creem ou deixam de crer, até porque o foco é outro. Mas, queria saber dos católicos que ouvem essas músicas, o porque ouvem se não está de acordo com a fé que vivem? Talvez não vivam... Falo isso pelo fato de que os próprios autores protestantes reclamam dizendo que não gostam de ver os católicos cantando suas músicas para “adorar pão”; e nós sabemos que não é para adorar pão, mas sim o próprio Senhor que está presente no Santíssimo Sacramento! É tanta música e pregação pra “aceitar Jesus” que acabam negando o próprio Jesus que se dá na Comunhão. Devemos ser realistas: quando se ouve música protestante é mais por sentimentalismo. Então, se o dono da música não quer que cantemos para o nosso Deus, então que tal realizarmos seus desejos?

A música protestante causa grande confusão no meio católico. Afinal, se canto uma música protestante, posso ouvir pregações, aí posteriormente poderei ir em um culto protestante (que a Igreja proíbe), aí eu começo a ver a Santa Missa que é o Sacrossanto Sacrifício de Cristo como um mero teatro, como uma ceia protestante, e quando menos espera, já está na assembleia, universal, ou qualquer “boteco de esquina, fundo de garagem” que se diz “igreja”. E quase sempre começa pela música. Os católicos que defendem a música protestante dizem que é mais algo “ecumênico”, que une, já que ambos –segundo eles – servimos o mesmo Deus. No entanto, a gente deveria lutar mais pela unidade dos movimentos católicos, e acabamos usando coisas protestantes que é a grande causa de grande divisão no meio dos católicos (no caso movimentos de leigos). Ou vai me dizer que a bronca maior com a RCC não é a desgraça que ela está fazendo, no Brasil, de transformar os grupos de oração semelhantes a cultos protestantes? Transformando a Santa Missa em ceia... E por aí vai.

O ecumenismo é válido quando abrimos as portas para que quem está fora possa entrar, e não arregaçar pra quem está dentro sair. Os santos da Igreja não tinham essa mentalidade de falso ecumenismo que se tem hoje. Vou citar um santo até recente: São Padre Pio. Este grande santo da Igreja Católica era ecumênico pelo fato de que quem ia se confessar com ele, ou mesmo ver a Santa Missa celebrada por ele, acaba se convertendo. Até os ateus se tornavam católicos, quanto mais vários protestantes... E ele dizia algo muito sério: dizia ele que como o Catolicismo tem um fundador (Jesus Cristo) o protestantismo também tem um fundador, que é um anjo: Lúcifer. São Pio, um místico de grande importância para nós, que era estigmatizado, dizia que o criador do protestantismo foi o demônio. E deve de ser mesmo, afinal temos a visão da Beata Serafina de Lutero no inferno. E nós, que nos intitulamos católicos, ouvimos a música do meio criado pelo demônio.

Muitas comunidades estão perdendo vocações verdadeiras por causa disso. Um jovem que sente o chamado de viver uma vocação nas novas comunidades, e que talvez não tenha uma maturidade para separar o joio do trigo, acaba por se afastar, porque quer viver a radicalidade evangélica, a Tradição da Igreja, e a comunidade que ele se identifica parece um covil de protestantes. Fora outras práticas que falaremos em outros posts (algumas já até faladas aqui).

Mas, por outro lado, eu nem chego a criticar tanto quem canta música protestante por causa de um pequeno detalhe: alguns não tem escolha. A culpa de muitos, na ignorância, usar músicas protestantes nos meios católicos é dos próprios músicos católicos. Já ouviu falar de algo chamado testemunho? Tem cantor “católico” famoso que vive com pastores protestantes, indo pra culto ecumênico com pessoal da Batista. Aliás, chegou a mim que este cantor, em seus shows, tem até pedido para tirar a imagem de Nossa Senhora para poder fazer show ecumênico, afinal, ele não quer ofender os protesta. Só não citarei quem é, porque não sou testemunha ocular do ocorrido. Vamos cantar músicas genuinamente católicas? Mas quais? Bom, temos Padre Marcelo Rossi. Só que canta muita música protestante. Reflitamos: muitos defensores do uso de músicas protestantes citam músicas do Padre Marcelo, dentre outros, que são de autoria protestante. Só que se esquecem de uma coisa: a 20, 30 anos atrás não existia música católica praticamente. Somente o excelente canto gregoriano. As músicas protestantes eram mais textos bíblicos, sem tanta heresia... E o povo simples, principalmente no nordeste, cantava juntamente com os “benditos” e músicas marianas. Querer comparar a realidade fechada de 30 anos atrás com a de hoje é no mínimo safadeza para querer infiltrar o protestantismo no seio católico. Ouve música cantada pelo Padre Marcelo Rossi (não estou criticando ele, afinal escuto desde criança) ou de qualquer outro intérprete católico, que é de autoria protestante, ai vai no google pesquisar, e vê o verdadeiro autor. Aí começa a ouvir as músicas deste autor, ai vê seu depoimento de vida, sua “igreja”, suas pregações, “kabum” foi contaminado pela heresia protestante. Ainda mais se for da Ana Paula Valadão: ou verá vídeo dela falando bem da Igreja Católica à respeito da Patrística, ou verá a cômica profecia do término da Igreja Católica. Isso causa confusão.

Sabe o que me causa irritação? Músico católico que sabe compor um discurso para promover a música protestante, mas não sabe compor música católica, da fé católica, dos mistérios da música católica. Por mais que achem lícito usar cantos protestantes, ao verem os mesmos serem cantados nos templos protestantes, ou seus compositores cantando, a música que você usou para adorar o Santíssimo Sacramento, usa para puxar do Santíssimo. Como já disse aqui: autores protestantes dizem que não gostam de ver os católicos adorando pão com suas músicas. Aí me irrito, porque muita gente de talento musical, ungida, que cantava muito, para de cantar música de louvor, adoração, genuinamente católica, para ir cantar forró, axé, rock... Por isso vejo a sede dos meios protestantes: os católicos só fazem música pra dançar, pular e suar nos grupos de oração; já as músicas pra louvar, rezar, honrar a Virgem Maria, pedir o Espírito Santo de Deus e não o de divisão, não tem. Aí ou fica nas mesmas músicas, ou aderem ao protestantismo. A segunda opção é a menos recomendada, porque fará o povo sair da Igreja. A solução é: “morar” na Capela do Santíssimo Sacramento, e compor músicas de verdadeira adoração Eucarística, músicas ungidas mesmo. Se não tem música católica de verdade no mercado (aliás no mercado tem neh, afinal é só show, dinheiro e hotel de luxo), vamos compor, e através da música resgatar o que o lobo tem devorado.

Se em grupos de oração isso é um câncer, imagina na Santa Missa. E isso nem é algo da RCC, é um câncer geral aqui no Brasil. Participei de uma Santa Missa em São Miguel-RN em que o próprio padre, talvez por ignorância mesmo, puxava o canto “entra na minha casa...” Óh Céus! Sei que este não é o principal motivo, mas na hora da comunhão o povo parecia que estava indo receber pedaço de bolo de festas de aniversário das cidades, aquele quase “empurra-empurra”. Não se fala do Santíssimo Sacramento, param de dizer que a Missa é Sacrifício, não se compõe nem cantam mais músicas de adoração Eucarísticas, aí cantam a referida música, e já trata Jesus Eucarístico como algo qualquer... Triste realidade.

Não adentrarei muito na bomba infernal que é a música protestante na Santa Missa porque o Padre Paulo Ricardo fala muito bem a respeito disso. Mas, para os modernistas de plantão, que usam o Concílio Vaticano II para aprovar tais heresias, o Concílio afirma que em primeiro lugar a música para a Santa Missa continua sendo o Canto Gregoriano. Tirando Missas Tridentinas, você tem ouvido músicas em Latim na sua diocese? Graças a Deus, em algumas comunidades, carismáticas até, o Espírito Santo tem suscitado a importância do latim, e se vê ao menos o ato penitencial, o Santo, e o “Cordeiro de Deus...” em Latim. Já é alguma coisa, em uma realidade em que é comum ver “entra na minha casa” e afins.

Sei que acabei mais pegando os erros doutrinais protestantes do que o próprio fato da música em si. Mas falei assim, para que tenhais cuidado, a música ela é mais fácil de ficar gravado no psicológico. Cuidado! Vamos ouvir e cantar coisas genuinamente Católicas! As vezes você querendo unir os crentes em Cristo, acaba dividindo o Corpo Místico de Cristo.

Antes de finalizar: já perceberam que quase não existe mais música pedindo reparação? Nem se fala de Eucaristia, Nossa Senhora é quase sistema de cotas nos CDs católicos. Mas pedir milagre por cima de milagre e afins, o beleza heim amados? Saudades dos CDs da Toca de Assis, essas sim poderíamos tocar sem receio nas Missas. Aliás, Toca de Assis me lembra Padre Roberto Lettieri, que antes de ser afastado tanto combateu isso. Lembro de uma pregação, que citaram o Padre Roberto, que em uma missão fora do Brasil, colocaram no carro o CD do “Diante do Trono” – se não estou enganado -, e então, o Padre Roberto mandou parar, pegou o CD e pisou dizendo “não deixa isso cair nas mãos dos meus filhos”; será que Padre Roberto Lettieri não já via o perigo de tais cantos? O triste é saber que muitos falam com júbilo do Padre Roberto, mas quando ouvem isso, como a pregação do relativismo e do Rock, passam a não gostar tanto dele assim. Como disse, ouvi falar isso... Mas quase ninguém dá atenção aos profetas, a não ser que estes “profetas” te deem curas, e digam que tudo bem, tudo leva a Deus... Existem também tantos outros ministérios católicos, que nos shows se canta não só música protestante, mas também música secular mesmo. É, enfrentemos a apostasia.

"Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, ficariam certamente conosco. Mas isso se dá para que se conheça que nem todos são dos nossos"(1João 2,19).


Salve Maria Imaculada!
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sábado, 8 de junho de 2013

Ato do reconhecimento mútuo da administração do Sacramento do Batismo entre igrejas-membro do CONIC


Igreja Católica
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
Igreja Presbiteriana Unida do Brasil
Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia

Aos 15 de novembro de 2007, a Igreja Católica, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, a Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, na celebração dos 25 anos da fundação do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC, realizada em São Paulo, no templo do Mosteiro de São Bento, resolvem reconhecer mutuamente a validade do Batismo administrado nas respectivas Igrejas e tornar público este reconhecimento: 

- Aceitamos que o Batismo foi instituído por Jesus Cristo e é fundamentalmente dádiva gratuita de Deus ao batizando, vinculando-o com a morte e a ressurreição de Cristo (Rm 6,3-6), para perdão dos pecados e uma nova vida. Essa dádiva de Deus é recebida em Fé.

- Ensinamos que o Espírito Santo desceu sobre Jesus no seu Batismo, desceu e desce também hoje sobre a Igreja, tornando-a comunidade do Espírito Santo que, em testemunho, serviço e comunhão fraterna proclama o seu Reino.


- Aceitamos o Batismo como vínculo básico da unidade que nos é dada pela fé no mesmo Senhor.

- Aceitamos o Batismo na dimensão irrepetível da nossa consagração em Cristo para a edificação do seu Corpo, tendo em vista o nosso crescimento à perfeita maturidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4,13).

- Administramos o Batismo com água e em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo, para remissão dos pecados, de acordo com a intenção e a ordem de Cristo (Mt 28, 18-20). Com este mútuo reconhecimento excluímos a possibilidade de re-batismo, em caso de passagem de membros de uma Confissão para outra.

- Damos graças a Deus por este vínculo básico de unidade que nos é dado e pedimos a assistência do Espírito Santo para vencermos as divisões e nos comprometemos a prosseguir na jornada em prol da perfeita unidade cristã.

São Paulo, 15 de novembro de 2007.

Dom Geraldo Lyrio Rocha

Igreja Católica

Dom Maurício de Andrade
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil

Pr. Dr. Walter Altmann
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil

Pr. Manoel de Souza Miranda
Igreja Presbiteriana Unida do Brasil

Mons. Antônio Nakkoud

Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Imaculado Coração de Maria


A liturgia propõe esta memória para o dia seguinte ao da grande festa do Coração de Jesus. Assim, depois da solenidade com que se celebra o Coração do Salvador, fazemos uma memória mais discreta do Coração da Mãe, da toda santa, da obra prima do Espírito.

O coração humano

Foi dito que somente os homens têm coração; os animais, no máximo, têm músculo cardíaco. Por isso, ao falar do coração, nos deparamos com algo distinto e essencial para a nossa espécie humana. A palavra “coração” fica, em certas épocas, como que uma voz desgastada pelo uso e pelo abuso, talvez por um sentimentalismo decadente. Mas sempre renasce; porque é uma palavra chave da língua, uma “proto-palavra”, isto é, uma palavra de capital importância e de primeiríssima fila.


A Escritura nos apresenta toda uma gama de dimensões do coração. O coração é o centro da pessoa, sua interioridade mais profunda, a sede do conhecimento sapiencial, o lugar de onde brotam as decisões, a profundidade em que surgem o amor e a fidelidade, a fronteira onde homem se encontra com Deus e se encontra com ele mesmo, o espaço sagrado em que Deus faz ressoar sua palavra, exerce sua salvação, derrama seu amor e deposita o dom do seu Espírito. Vejamos os textos da Escritura sagrada:

O coração é o centro da pessoa e da sua interioridade mais profunda: “Eu porei minha lei no fundo do seu ser e a escreverei em seu coração” (Jer. 31, 33).

É o núcleo do qual surgem decisões: “Havia decidido em meu coração edificar uma casa onde descansasse a arca da aliança do Senhor” (1Cro 28, 2).

É a profundidade de onde nasce o amor e a fidelidade: “Amarás o Senhor, teu Deus, com todo teu coração, com toda tua alma, com toda tua mente, com todo teu ser” (Dt 6,5; Mt 22,37; Mc 12,30; cf Dt 13,4); “Eu vos darei um coração novo e vos infundirei meu espírito novo; vos arrancarei o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Infundirei meu espírito em vós e farei que vivais segundo meus mandamentos, observando e guardando minhas leis” (Ez 36,26-27).

É a fronteira onde o homem se encontra com Deus e o órgão da sua procura e do encontro:“Então procurarás ali (entre as nações) o Senhor teu Deus e o encontrarás, se o procuras com todo teu coração e com toda tua alma” (Dt 4, 29).
É o âmbito em que Deus faz ressoar sua palavra de amor, consolo, rejeição:“Levá-la-ei ao deserto e habitarei seu coração” (Os 2, 16); “falai ao coração de Jerusalém” (Is 40, 2); “a todo israelita que se entrega a seus ídolos, se logo consulta o profeta, lhe responderei eu mesmo, o Senhor... Assim chegarei até o coração dos israelitas que se distanciaram de mim... eu mesmo, o Senhor, lhe responderei” (Ez 14, 4-5.7).

É a profundidade onde Deus justifica, derrama seu amor e deposita seu Espírito: “quando se crê com o coração, age a força salvadora de Deus” (Rm 10, 10); “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 5; Gl 4, 6).

Percebemos assim como no coração, para a tradição bíblica e cristã, estão presentes, não só os sentimentos, mas todas as dimensões da pessoa: o conhecer, o querer, a decisão moral, o amor humano e teologal.

O Coração de Maria,

O símbolo “Coração de Maria” nos evoca o mundo de sentimentos da Mãe do Senhor: Ela conhece a alegria transbordante (cf Lc 1, 28.47), mas também a perturbação (cf Lc 1, 29), a perda (cf Lc 2, 35), as procuras e as angústias (cf Lc 22, 48). Maria é, mesmo assim, aquela que crê, que “guarda e medita em seu coração” as manifestações de Jesus, desde o nascimento (Lc 2, 19), ou de mais tarde, na primeira Páscoa do menino (2, 51); o coração de Maria aparece então como “o berço de toda meditação cristã sobre os mistérios de Cristo” (J. M. Alonso). Maria é, ainda, modelo do verdadeiro discípulo, que escuta a Palavra, a conserva no coração e dá fruto com perseverança (Lc 8, 11-15. 19-21 e 11, 27-28). Maria é, enfim, a mulher nova que vive sem reservas nem cálculos o dom e os afãs do amor: “o Coração de Maria é seu amor; seu coração é o centro do seu amor a Deus e aos homens” (Claret).

Desenvolvamos este último ponto, começando pelo amor a Deus. Se as veias de Maria tivessem sido abertas alguma vez, teria acontecido, e com razão, o que se conta de um místico: abriram-lhe as veias e o sangue, ao cair, em vez de formar uma poça, traçava letras, que iam compondo um nome, o nome de Deus. Pois, até este ponto O levava dentro de seu próprio sangue. Tão “perdidamente enamorado dele estava”.

Maria, sob o título do seu Coração, nos mostra que a vida cristã não se sujeita a uma lei, a um sistema doutrinal, a cumprir um ritual em que se honra a Deus com os lábios. Ser cristão é viver uma relação de acolhida, confiança e entrega a Deus vivo; é uma adesão pessoal a Cristo. Desde aí se viverá a obediência à vontade de Deus, se acolherá o ensinamento do evangelho, se adorará a Deus em espírito e verdade.

Sobre o amor de Maria aos homens nos fala o Papa João Paulo II. “Jesus, dizia o Papa na encíclica Dives in misericordia, n 9, manifestou seu amor ‘misericordioso’ antes de tudo no contato com o mal moral e físico. Neste amor participa de maneira particular e excepcional o coração da que foi Mãe do Crucificado e do Ressuscitado... Nela e por Ela, tal amor não cessa de revelar-se na história da Igreja e da humanidade. Tal revelação é especialmente frutuosa, porque se funda, por parte da Mãe de Deus, sobre o tato singular do seu coração materno, sobre sua sensibilidade particular, sobre sua especial aptidão para chegar a todos aqueles que aceitam mais facilmente o amor misericordioso da parte de uma mãe”.
Mas o Papa convida em outro lugar a destacar sobretudo o amor preferencial pelos pobres: “A Igreja, acudindo ao Coração de Maria, à profundidade da sua fé, expressa nas palavras do Magnificat, renova cada vez melhor em si a consciência de que não se pode separar a verdade sobre Deus que salva, sobre Deus que é fonte de todo dom, da manifestação do seu amor preferencial pelos pobres e humildes, que, cantado no Magnificat, se encontra expressado nas palavras e obras de Jesus” (Redemptoris Mater, 37).

O Coração de Maria se mostra assim como um coração grande e cheio de nomes, especialmente dos nomes dos últimos, dos mais pequeninos. Por isso a apresentarão alguns como a mulher toda coração.

Os mistérios de Maria através do seu coração.

A tradição eclesial tem esclarecido cada vez mais a história teologal de Maria e a tem proclamado Mãe de Deus, Virgem, Imaculada, Assunta. Quando se olham por meio do seu coração, se percebe melhor a verdade destes mistérios, sem despojá-los da dimensão concreta e corporal que podem ter, ou que de fato têm. Desde Prudêncio e Santo Agostinho, na Igreja latina se contempla a maternidade de Maria desde esta realidade-chave do seu coração: dizem-nos que, pela fé, Maria concebeu Jesus antes em seu coração que em seu seio; e também que “de nada lhe valeria a Maria sua dignidade materna se não tivesse levado Cristo em seu coração antes que em sua carne”. Deste modo podemos contemplar em Maria um coração materno.

A virgindade de Maria não se reduz à sua integridade física e à concepção de Jesus por obra do Espírito Santo sem concurso de homem; remete-nos à virgindade como realidade religiosa, como amor indiviso a Deus e entrega às pessoas, talvez como pobreza corporal. Assim nos é mostrado na mãe do Senhor a presença de um coração virginal.

A concepção imaculada de Maria consiste neste mistério de graça redentora pelo qual seu coração foi habitado pela Trindade desde o primeiro momento. O de Maria foi sempre e desde sempre um coração imaculado.

História da piedade e da liturgia

Os Santos Padres tinham refletido já sobre o coração da Mãe do Salvador, mas somente mais tarde apareceu a devoção cordimariana. Os primeiros testemunhos procedem do século VIII. A partir de São Bernardo (séc. XII), vários deles expressarão uma vivência cordimariana impregnada de humanismo religioso. Depois da reforma protestante (séc. XVI), que acaba deixando de lado Maria, emerge uma piedade humanista ressaltando o coração de Maria, representada por São Pedro Canísio e São Francisco de Sales.

O jansenismo, no século XVII, apresentará uma imagem de Deus opressora das consciências. Deus era mostrado como santidade infinita que espanta e afasta, como origem de uma lei que só revela nossa fragilidade e pecado. Esta infeliz representação de Deus chegava ao povo por distintas vias: por certa pregação das verdades eternas, pelos devocionários e livros de meditação e, talvez mais ainda, pelos confessores rigoristas.

Naquele ambiente, São João Eudes (1601-1680) será o grande promotor da devoção aos sagrados corações de Jesus e Maria. Sobre o objeto da devoção a este último escrevia:“Desejamos honrar na Virgem Mãe de Jesus não somente um mistério ou uma ação, como o nascimento, a apresentação, a visitação, a purificação, não só algumas das suas prerrogativas, como o ser mãe de Deus, filha do Pai, esposa do Espírito Santo, templo da santíssima Trindade, rainha do céu e da terra; nem somente sua digníssima pessoa, mas desejamos honrar nela, antes de tudo, e principalmente a fonte e a origem da santidade e da dignidade de todos seus mistérios, de todas suas ações, de todas suas qualidades e da sua mesma pessoa, isto é, seu amor e sua caridade, já que, segundo todos os santos doutores, o amor e a caridade são a medida do mérito e o princípio de toda santidade”.

A partir de 1643, se começou a celebrar a festa do Coração de Maria, que foi aprovada, anos depois, por numerosos Bispos, apesar da oposição dos jansenistas e, em 1668, o cardeal legado da França a confirmou. Em Roma se negou o pedido de estabelecer a festa, por apresentar certas dificuldades doutrinais. Em 1805, foi concedida a celebração a todos os que solicitassem expressamente a Roma. Em 1855, a Congregação de Ritos aprovou novos textos, mas com a mesma restrição.

Esplendor e vicissitudes no século XX

No dia 31 de outubro de 1942, no aniversário das aparições de Fátima, Pio XII consagrou a Igreja e o gênero humano ao Imaculado Coração de Maria: “A Vós, ao vosso Coração Imaculado, nesta hora trágica da história humana, consagramos não só a santa Igreja..., mas também todo o mundo tomado por funestas discórdias”. No dia 4 de maio de 1944, o Papa estendeu a toda Igreja latina a festa litúrgica do Imaculado Coração de Maria, fixando a data para o dia 22 de agosto, oitava da Assunção.

A devoção tinha vingado em toda uma rede de expressões: a consagração pessoal ao Imaculado Coração, a Arquiconfraria instaurada em muitos povoados e cidades, graças às missões populares, a novena solene concluída com uma procissão grandiosa em que se levavam estandartes e a venerada imagem sentada em um trono, a devoção dos primeiros sábados do mês, promovida pelas aparições de Fátima, a peregrinação da capelinha do Coração de Maria pelas casas, os escapulários e insígnias que levavam os devotos, as práticas diárias, semanais e mensais de reparação ao Coração de Maria ofendido pelos pecadores.

E antes do Concílio Vaticano II se registraram notáveis mudanças na imagem de Maria: é reduzida certa retórica das grandezas e dos privilégios e se contempla Maria de Nazaré inserida na longa história do Povo de Deus. Destaca-se mais sua condição de serva que seu régio esplendor de soberana, mais sua exemplaridade que seu poder. Cai-se na conta que Ela também viveu a fé passando pelo desconcerto, pela obscuridade, inclusive, pela noite (cf Lc 2, 50); que seu amor a Deus conheceu a secura, a prova, quiçá abandono parecido ao do seu Filho; que teve de manter sua esperança apesar de aparências contrárias. Maria viveu deste modo, desde dentro, desde o coração, a peregrinação da fé, os caminhos árduos do amor, os combates da esperança.

Por um lado, as práticas assinaladas acima conheceram uma forte crise causada por distintos fatores: a renovação litúrgica e a celebração eucarística vespertina propiciaram o eclipse ou o desaparecimento das devoções. A linguagem sobrecarregada de epítetos, teologicamente fracos, talvez inclusive demasiadamente doces, não cabia mais nos costumes das novas gerações. Uma tendência iconoclasta rejeitava tudo o que era pré-conciliar e suas características triunfalistas. Uma nova estima pela Palavra de Deus deslocava o anterior interesse pelas mensagens das aparições. A secularização da sociedade, a busca por uma nova forma de presença cristã no mundo e quiçá também certo complexo de vergonha levou à supressão das manifestações religiosas massivas pelas ruas. Uma nova consciência eclesial terá como repercussão o abandono de devoções características dos Institutos religiosos, vistas como formas de capelismo.

No entanto, novas experiências e reflexões parecem contribuir para um novo renascer. Assinalamos, entre outras, a recuperação da riqueza teológica bíblica apontada mais acima e a renovada consideração do mistério de Maria: a gozosa mensagem que seu coração nos transmite sobre as profundidades a que chega a obra do Espírito, a rica interioridade deste coração sábio que guarda e medita a história de Jesus e compara esta obra nova de Deus com sua ação no passado de Israel, a força profética de seu canto (o Magnificat), a chamada com que este coração de mãe faz ao cultivo de um elemento materno nos evangelizadores.

Um coração harmonioso

Nas novas Missas da Virgem Maria aprovadas por João Paulo II em 1986 se oferece uma celebração do Coração de Maria. No prefácio se desenha uma bela imagem do coração novo da Mãe de Jesus. A comunidade, dirigindo-se a Deus, apresenta em oito notas, quatro acordes, seus motivos de ação de graças com estas palavras: “Deste à Virgem Maria um coração sábio e dócil, disposto sempre a agradar-te; um coração novo e humilde, para gravar nele a lei da nova Aliança; um coração simples e limpo, que a fez digna de conceber virginalmente teu Filho e a fez idônea para contemplar-te eternamente; um coração firme e disposto para suportar com fortaleza a espada de dor e esperar, cheia de fé, a ressurreição do seu Filho”.Esta realidade nova nós a celebramos com alegria na memória do Coração de Maria.



Pablo Largo Domínguez CMF

Pároco da Catedral de Guarulhos apela às autoridades contra “Marcha das Vadias”.


Diocese de Guarulhos
Catedral Nossa Senhora da Conceição
Praça Tereza Cristina, 01 – Centro – Guarulhos – SP
Tel 2409-2101

À Polícia Militar do Estado de São Paulo
À Polícia Civil do Estado de São Paulo
À Prefeitura Municipal de Guarulhos
À Secretaria Municipal de Segurança Pública de Guarulhos

À Imprensa

Guarulhos, 26 de maio de 2013.

Ref. “marcha das vadias”

Vimos, por esta, manifestar a nossa preocupação com o protesto anunciado na mídia (cfr. anexos) com o infeliz nome de “marcha das vadias”, o qual, segundo informações, é sempre eivado de crimes contra direitos de outras pessoas, tais como atentado violento ao pudor, violação de direitos religiosos, agressões físicas e outros que podem suceder.

Previsto para ocorrer no Marco Zero de Guarulhos, às 14h do dia 08 de junho, exatamente em frente à Catedral Nossa Senhora da Conceição, Igreja da Padroeira de Guarulhos, em torno da qual se formou a nossa cidade de Guarulhos há 452 anos.

É de se imaginar que o objetivo de realizar o protesto no Marco Zero, como aconteceu em outras localidades, é a invasão da Igreja Católica, lugar sagrado para os cristãos, por mulheres desnudas que proferem impropérios e ofensas, atos esses proibidos por lei (art.208 do Código Penal).


No dia referido, a Igreja Católica tem programação de missas ao meio-dia, como acontece diariamente, e às 15h, que não podem ser perturbadas, pois é direito inalienável do cidadão o exercício de sua fé.

Além disso, considerando que dia 08 de dezembro, data da fundação de nossa cidade é também o dia de Nossa Senhora da Conceição, nos dias 08 de cada mês comemoramos a Imaculada Conceição, inclusive com o canto da Ave-Maria, às 12 horas, na sacada da Catedral.

A Igreja Católica, seguindo os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, defende a dignidade da mulher. Jesus Cristo foi o primeiro defensor das mulheres (cfr. Jesus e a mulher adúltera – Jo 8, 3-11). A “marcha das vadias”, geralmente apoiada por partidos políticos a favor do aborto, é ofensiva às mulheres católicas e crianças que estarão transitando no local.

Diante de tal possibilidade, visando salvaguardar o direito das mulheres católicas e de todas as demais pessoas, solicitamos das autoridades constituídas:

·          - A transferência dessa famigerada “marcha das vadias” para outro local, por exemplo, o Paço Municipal do Bom Clima, ou no Coreto da Praça Getúlio Vargas, onde os riscos serão reduzidos para todas as pessoas,

      - O fornecimento de policiais em número adequado e de obstáculos para impedir a violação do solo sagrado da Catedral Nossa Senhora da Conceição e dos direitos de todas as pessoas católicas e para tomar as medidas cabíveis no âmbito penal, se necessárias.
·          
Atenciosamente,

Padre Antonio Bosco da Silva
Pároco da Catedral Nossa Senhora da Conceição e

Vigário Geral da Diocese de Guarulhos

As 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus


A devoção ao Sagrado Coração de Jesus tem sua origem na própria Sagrada Escritura. O coração é um dos modos para falar do infinito amor de Deus por cada um de nós. Este amor encontra seu ponto alto com a vinda de Jesus.

A devoção ao Sagrado Coração, de um modo visível, aparece em dois acontecimentos fortes do Evangelho: o gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a Última Ceia (cf. Jo 13,23); e, na cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34).

Em um acontecimento temos o consolo de Cristo pela dor na véspera de Sua morte. No outro, o sofrimento causado pelos pecados da humanidade.

Estes dois exemplos do Evangelho nos ajudam a entender o apelo de Jesus feito em 1675 a Santa Margarida Maria Alacoque: "Eis este Coração que tanto tem amado os homens... Não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios, indiferenças... Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpo de Deus) seja dedicada a uma festa especial para honrar o Meu Coração, comungando, neste dia, e dando-lhe a devida reparação por meio de um ato de desagravo para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares. Prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino Amor sobre os que tributem esta divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada."

O beato João Paulo II sempre cultivou esta devoção e sempre a incentivou a todos que desejam crescer na amizade com Jesus. Em 1980, no dia do Sagrado Coração, ele afirmou: "Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, em torno do mistério do Coração de Cristo. Quero, hoje, dirigir, juntamente convosco, o olhar dos nossos corações para o mistério desse Coração. Ele falou-me desde a minha juventude. Cada ano, volto a este mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja."


Conheça agora as 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque:

Tempo de renovação


Nos últimos meses, tenho insistido muito com os párocos, administradores paroquiais, vigários paroquiais e capelães de nossa Arquidiocese acerca da grandiosidade do Sacramento da Penitência. Como é importante que em nossas paróquias, capelas, comunidades sempre se tenha um horário fixo para o atendimento das confissões, de maneira auricular, para que os fiéis possam experimentar a grandeza da misericórdia de Deus.

O Papa Francisco, na sua grande lucidez, nas missas que tem celebrado diariamente na Capela da Casa Santa Marta, assim se expressou sobre o sacramento da penitência ou da reconciliação: a confissão é um encontro com Jesus. Ele explicou que a capacidade de se envergonhar dos próprios pecados é uma virtude do humilde, uma virtude cristã e humana. O Papa Francisco enfatizou que na confissão Jesus não espera o ser humano para repreendê-lo, mas o aguarda com ternura, para perdoá-lo. Disse assim o Santo Padre: "Envergonhar-se dos próprios pecados é a virtude do humilde que se prepara para acolher o perdão de Deus". Comentando a primeira Carta de São João, a qual diz que “Deus é luz e n’Ele não há trevas”, o Papa destacou que todos têm momentos de obscuridades na vida, mas isso não significa caminhar nas trevas. “Caminhar nas trevas significa estar satisfeito de si mesmo; estar convencido de que não precisa de salvação. Essas são as trevas! Olhem seus pecados, os nossos pecados: todos somos pecadores, todos. Este é o ponto de partida. Se confessamos nossos pecados, Ele é fiel, é justo a ponto de nos perdoar”. O Pontífice falou que isso acontece no Sacramento da Reconciliação. Acrescentou, ainda, que confessar-se não é como ir à tinturaria para limpar a sujeira das roupas. “O confessionário não é uma tinturaria, mas um encontro com Jesus, que nos espera como somos. Temos vergonha de dizer a verdade, ‘fiz isso, pensei aquilo’, mas a vergonha é uma virtude verdadeiramente cristã e também humana… A capacidade de envergonhar-se é uma virtude do humilde. “Jesus está sempre esperando para conceder o perdão”, lembrou Francisco. Ele disse que confessar não é como ir a uma ‘sessão de tortura’, mas louvar a Deus porque foi salvo por Ele. “E Ele nos espera para nos repreender? Não. Ele nos espera com ternura, para nos perdoar. E se amanhã cometermos o mesmo erro? Confessemo-nos mais uma vez. Ele sempre nos espera”.

Por isso mesmo a orientação para que todos os que irão trabalhar na JMJ em qualquer nível ou situação: procurem se confessar e aproximar-se ainda mais do Senhor, tem sido continuamente dada.

Também durante a JMJ uma das atitudes que faz parte do verdadeiro peregrino é aproximar-se do sacramento da reconciliação. O próprio Papa irá atender alguns jovens no confessionário da Quinta da Boa Vista.

Além dos confessionários na Feira Vocacional e no Largo da Carioca, em todos os locais de catequese haverá padres disponíveis para as confissões no idioma daqueles que estarão participando desse momento.

A JMJ é uma grande experiência de Deus e a celebração penitencial faz parte desse momento. Por isso, um incentivo a todos os jovens que estão se destinando ao Rio de Janeiro: venham com espírito de peregrinação para um grande momento de fé e reavivamento da vida cristã. Desejo que todos possam retornar renovados para suas casas em seus estados ou países.

Este é um tempo de renovação da vida cristã para todos, para os que trabalham, para os que recebem e para os que chegam! Que todos tenham o coração aberto para esta bela experiência de Deus!


Dom Orani João Tempesta 
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Sagrado Coração de Jesus


Iremos celebrar com grande alegria, na próxima sexta-feira, a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Com esta solenidade a Mãe Igreja, em todo o mundo, é convidada a fazer a sua jornada mundial de orações pelos sacerdotes.

O culto litúrgico ao Sagrado Coração de Jesus na sexta-feira seguinte ao Corpus Christi teve início no século XVII com São João Eudes († 1680) e Santa Margarida Alacoque († 1690), embora a devoção remonte aos séculos XIII e XIV, recebendo a primeira aprovação pontifícia um século mais tarde. Em 1856, o papa Pio IX estendeu a festa a toda a Igreja, e em 1928 Pio XI lhe deu a máxima categoria litúrgica. A reforma pós-conciliar renovou profundamente seus textos com base no formulário da missa composto por ordem de Pio XI. Sabemos, porém, que o que essa devoção nos anuncia vem da revelação: o amor de Deus anunciado a nós por Jesus Cristo Nosso Senhor, que deu sua vida por todos nós.

Para o Papa Bento XVI o culto ao Sagrado Coração de Jesus confunde-se com a história do Cristianismo. Ao compreendermos que o mistério do amor de Deus sobre nós é conhecido por meio da manifestação deste amor de forma mais profunda na Encarnação e também na Paixão e morte de Jesus na Cruz. Ensina o Papa Emérito: “Por outro lado, esse mistério do amor de Deus por nós não constitui só o conteúdo do culto e da devoção ao Coração de Jesus: é, ao mesmo tempo, o conteúdo de toda verdadeira espiritualidade e devoção cristã. Portanto, é importante sublinhar que o fundamento dessa devoção é tão antigo como o próprio cristianismo. De fato, só se pode ser cristão dirigindo o olhar à Cruz de nosso Redentor, “a quem transpassaram” (João 19, 37; cf. Zacarias 12, 10)”.

Assim, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus dá-se não só pelo mero cumprimento devocional, mas como um profundo mergulhar na vivência radical do Evangelho. Inserindo-se no coração aberto de Jesus, inseri-se na vida de Cristo e na união de vontades, e tem como fruto uma relação viva entre Deus e o homem.  Ensina o Papa emérito que: “A resposta ao mandamento do amor se faz possível só com a experiência de que este amor já nos foi dado antes por Deus (cf. encíclica «Deus caritas est», 14). O culto do amor que se faz visível no mistério da Cruz, representado em toda celebração eucarística, constitui, portanto, o fundamento para que possamos converter-nos em instrumentos nas mãos de Cristo: só assim podemos ser arautos críveis de seu amor. Esta abertura à vontade de Deus, contudo, deve renovar-se em todo momento: «O amor nunca se dá por “concluído” e completado» (cf. encíclica «Deus caritas est», 17).

Acho oportuno que neste mês de junho, em preparação para a festa do Sagrado Coração de Jesus, façamos um esforço de conhecer, ler, estudar e meditar a Carta Encíclica Haurietis Aquas, do Sumo Pontífice Papa Pio XII, sobre o culto do Sagrado Coração de Jesus.

Comunidade Shalom realiza festa de preparação para a JMJ


Com o objetivo de motivar e preparar os jovens de São Luís para a Jornada Mundial da Juventude, que acontece em julho, no Rio de Janeiro, a Comunidade Católica Shalom em São Luís realiza no próximo sábado (8), no espaço Top Saúde (Turu), o “Chega Logo JMJ”. A festa contará com a animação da banda maranhense Parresia, bastante conhecida no meio católico, e com o som contagiante do grupo de reggae Shalom Roots.

A proposta do evento é também tirar as dúvidas dos participantes sobre a Jornada Mundial da Juventude, que deverá promover, na capital carioca, o encontro de cerca de 2,5 milhões de pessoas com o Papa Francisco. Segundo Adriana Garros, membro da organização da Caravana local da JMJ, uma equipe estará pronta para prestar informações sobre os pacotes locais, programação da Jornada, promoções e procedimentos para inscrições.


O “Chega Logo JMJ” celebrará, ainda, o 24º aniversário do Projeto Juventude para Jesus (PJJ), que teve origem em Fortaleza com a proposta de evangelizar os jovens com ousadia e criatividade, proporcionando uma experiência pessoal com Jesus Cristo. “Decidimos realizar dois eventos em um só pois a finalidade de ambos é a evangelização”, explica Adriana Garros.

INGRESSOS

Os participantes do “Chega Logo JMJ” poderão adquirir os ingressos no local do evento (Top Saúde – Rua Caxias, quadra 34, nº 14, Jardim Eldorado, Turu), no valor de R$10. A aquisição do ingresso dá direito a um lanche.

SERVIÇO

“Chega Logo JMJ”, sábado (8 de junho), a partir das 20h
Espaço Top Saúde – Rua Caxias, quadra 34, nº 14, Jardim Eldorado, Turu
Atrações: Banda Parresia e Shalom Roots
Ingressos: R$10, com direito a um lanche


Maiores informações: fb.com/shalomslz
ou pelo fone (98) 8891-1400