quarta-feira, 3 de julho de 2013

Falta apenas a assinatura do Papa para a Canonização de João Paulo II

É possível que o Papa Francisco faça a canonização de João Paulo II junto com a de João XXIII

A reunião plenária dos cardeais e bispos da Congregação para a Causa dos Santos aprovou nesta manhã o segundo milagre de João Paulo II, que abre as portas para sua canonização, ou seja, a proclamação oficial que o nomeará santo. Agora, falta apenas a assinatura do Papa Francisco.

Em abril deste ano, a comissão médica considerou por unanimidade a cura realizada por intercessão do beato como inexplicável para a ciência. Em Junho, a comissão de teólogos aceitou o segundo milagre, e hoje a comissão de cardeais e bispos da Congregação certificou que a cura foi por intercessão do papa polonês.


O milagre foi realizado por Wojtyla no mesmo dia da canonização, em 1 de maio de 2011. O Vaticano ainda não divulgou a natureza do milagre, mas o jornal italiano Il Giornale diz que a cura inexplicável é de uma mulher da Costa Rica atingida por uma lesão cerebral grave.

Entretanto, o milagre seria duplo, uma vez que a família do paciente tinha perdido a fé por causa da dor do infortúnio, e teria recuperado ao ver a cura inexplicável.

A aprovação de hoje é o último passo antes da assinatura do decreto do Papa Francisco, que deverá convocar um Consistório em que anunciará oficialmente a data da canonização.


Quanto à data da canonização, os cardeais e bispos da Congregação, durante a reunião hodierna, mostraram certa preferência para o mês de dezembro, após a conclusão do Ano da Fé. E devemos ter em mente também que está pendente a data da canonização de João XXIII.
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Fonte: Zenit/pt

Abaixo a corrupção!


Certa vez, um rei perguntou aos seus ministros a causa de o dinheiro público não chegar ao seu destino como quando saiu da sua fonte. Um ministro mais velho, sentado na outra cabeceira da mesa, tomou uma grande pedra de gelo e pediu que a passassem de mão em mão até o Rei. Quando a pedra lá chegou estava bem menor. O ministro então disse: é essa a explicação: “passa por muitas mãos e sempre deixa alguma coisa”.

A corrupção é considerada pela ONU o crime mais dispendioso de todos, causa de muitos outros. A corrupção propicia a ocupação de cargos por pessoas indignas, as manobras políticas, a compra de votos, as licitações desonestas, o desvio, a malversação e o desperdício do dinheiro público, a impunidade, o tráfico de drogas, a sua veiculação nos presídios etc.


“Aquele que ama o ouro não estará isento de pecado; aquele que busca a corrupção será por ela cumulado. O ouro abateu a muitos... Bem-aventurado o rico que foi achado sem mácula... Quem é esse homem para que o felicitemos? Àquele que foi tentado pelo ouro e foi encontrado perfeito está reservada uma glória eterna:... ele podia fazer o mal e não o fez” (Eclo 31, 5-10). São palavras de Deus para todos nós.

Ao ler o título desse artigo, se pensa logo nos políticos. Mas há muita gente, fora da política, que se enquadra nesse título: quantos exploradores da coisa pública, quantos sugadores do Estado, que não são políticos! Aí se enquadram todos os profissionais ou amadores que se corrompem pelo dinheiro.  Quem vota por dinheiro é corrupto. Quem vota apenas por emprego próprio é corrupto. Quem corre atrás dos políticos para conseguir benesses espúrias é corrupto.

O Papa Francisco tem insistido sobre a diferença entre pecado e corrupção, entre o pecador e o corrupto. Segundo ele, pecadores somos todos nós, mas o corrupto é aquele que deu um passo a mais: perdeu a noção do bem e do mal. Já não tem mais o senso do pecado. Os corruptos fazem de si mesmos o único bem, o único sentido; negando-se a reconhecer a Deus, o sumo Bem, fazem para si um Deus especial: são Deus eles mesmos.

O Papa lembrou que São Pedro foi pecador, mas não corrupto, ao passo que Judas, de pecador avarento, acabou na corrupção. “Que o Senhor nos livre de escorregar neste caminho da corrupção. Pecadores sim, corruptos, não.” (Homilia, 4/6/2013).

A Igreja proclamou padroeiro dos Governantes e dos Políticos São Tomás More, “o homem que não vendeu sua alma”, exatamente porque soube ser coerente com os princípios morais e cristãos até ao martírio. Advogado, Lorde Chanceler do Reino da Inglaterra, preferiu perder o cargo com todas as suas regalias e a própria vida a trair sua consciência.


No atual clima de corrupção e venalidade que invadiu o sistema social, político, eleitoral e governamental, possa o exemplo de Santo Tomás More ensinar aos políticos, atuais e futuros, e a todos nós, que o homem não pode se separar de Deus, nem a política da moral, e que a consciência não se vende por nenhum preço, mesmo que isto nos custe caro e até a própria vida.


Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

Reforma Política e Ética


As manifestações de rua de considerável parte da população, sobretudo jovem, revelam que nossa democracia está enferma. Que pensar de uma democracia representativa em que os representantes não representam de fato o povo que os elegeu? Esse divórcio está sendo sobejamente manifestado nas ruas de nossas cidades. Torna-se evidente a urgência de uma Reforma Política. É lamentável que os partidos políticos se tenham multiplicado excessivamente para atender interesses de pessoas e de grupos, sem a perspectiva do bem comum. Eis a lista dos atuais: PMDB, PTB, PDT, PT, DEM, PCdoB, PSB, PSDB,PTC, PSC, PRP, PV, PTdoB, PRTB, PP, PSTU,PCB, PHS, PSDC,PCO, PTN, PSL, PRB, PSOL, PR, PSD, PPL, PEN, MD. Não consigo traduzir as siglas desse enorme contingente de partidos.

As negociações do Poder Executivo com as lideranças partidárias para poder governar com maioria no Congresso Nacional constituem um espetáculo deprimente, submetendo com freqüência a nobre atividade política a um doentio jogo de interesses.


Uma assembléia constituinte específica para a Reforma Política, aventada pela Presidente da República, já foi descartada como inconstitucional e substituída pela proposta de um plebiscito, quando a sociedade será consultada sobre alguns itens fundamentais da questão.

Na última reunião do Conselho Permanente da CNBB, nos dias 19, 20 e 21 de junho,  assumimos, em parceria com a OAB e o MCC (Movimentode Combate à Corrupção), empenhar-nos na viabilização de um projeto de Reforma Política de iniciativa popular, centrado em dois pontos fundamentais: a) financiamento público exclusivo de campanhas; b) mudanças no sistema eleitoral onde se pudesse conjugar, de alguma forma, voto no partido e voto na pessoa do candidato. Mas é evidente que há outros aspectos que devem entrar no plebiscito.


Mas, além da Reforma Política, é necessária uma consistente formação política que possibilite a todos compreenderem a importância da Política como dimensão fundamental da vida em sociedade. As manifestações de rua, com o passar do tempo, cairão no vazio se não forem iluminadas por uma sólida filosofia política que permita aos cidadãos situarem sua vida e suas opções dentro do contexto mais amplo de uma compreensão de como deve ser a dinâmica da vida social em todos os seus aspectos. Falar em filosofia política significa buscar a compreensão da razão de ser da sociedade, da polis, tema sobre o qual os antigos refletiram com profundidade. Falar em filosofia política é abrir espaço para pensar e consolidar princípios morais que orientem, em todas as suas dimensões, a organização e a vida da Cidade.  A Política não pode ser refém da economia, sobretudo quando esta se organiza exclusivamente em função do lucro. Pelo contrário à Política compete a tarefa de regulamentar a atividade econômica de modo que esta se coloque a serviço da vida. A alma da Política é, - assim entendeu Aristóteles - , a ética donde devem brotar normas que regulamentem a vida em sociedade. Mais importante ainda: todos os cidadãos devem ser conscientes de que sem solidariedade não é possível construir uma Cidade onde todos possam ser felizes. Donde a necessidade de formar para a prática das virtudes, especialmente para a justiça. A Política é a ciência e a arte de construir o Bem Comum. Em sua primeira encíclica o Papa Bento XVI nos lembrava: “A justa ordem da sociedade e do Estado é dever central da Política. Um Estado, que não se regesse segundo a justiça, reduzir-se-ia a um grande bando de ladrões, como disse Agostinho uma vez: Remota itaque iustitia quid sunt regna nisi magna latrocinia?” Nossas escolas, em todos os níveis, deveriam ser o espaço principal de formação para a cidadania e não apenas para o mercado e muito menos para uma liberdade sem limites. A formação para a cidadania implica a consciência dos direitos com a noção e a prática correspondente dos deveres. Exige ainda a capacidade de conviver fraternalmente com a diversidade sempre na busca sincera por parte de todos do que é melhor para todos. Como faria bem o ensino de Filosofia Política em todos os cursos de nossas universidades na linha do pensamento de Michael Sandel! Este esteve recentemente no Brasil e “defende um resgate dos princípios e das convicções morais diante da lógica de mercado, em contraponto aos que pregam soluções técnicas e ênfase apenas nos resultados”. Faria bem a todos nós diante das várias formas de fundamentalismo, inclusive o laicista, ouvir Sandel: “Então, a política precisa estar aberta às convicções morais dos cidadãos, não importa a origem. Alguns cidadãos extraem convicções morais de sua fé, enquanto outros são inspirados por fontes não religiosas. Não acho que devamos discriminar as origens das convicções ou excluir uma delas. O que importa  é o debate ser conduzido com respeito mútuo”. Vivemos, em linguagem cristã, um momento de graça. Não podemos desperdiçar esse momento.


Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Arcebispo de Sorocaba (SP)

Para onde vai a idolatria do mercado


O sistema capitalista, de alguma forma, está presente nas transações comerciais da humanidade, desde tempos imemoriais. Todos sempre estiveram conscientes das imperfeições profundas desse sistema. Mas jamais foi encontrado algo melhor. Houve tentativas famosas de superar tal organização econômica da sociedade.

Já no tempo dos sábios gregos houve uma proposta de Platão na sua obra “A República”, que causou não poucas tentativas mal sucedidas. Já nos tempos modernos Santo Tomás Morus, patrono dos políticos, ficou famoso pela sua obra “A Utopia”, onde advogava uma sociedade sem propriedade particular dos meios de produção. Esse sonho que, em alguns momentos chegou a assumir ares de delírio, mais tarde se somatizou no socialismo. Não é preciso ser um gênio para verificar que esse sistema nos levou a regimes políticos, os mais cruéis  e perversos da história. Também não é nada difícil demonstrar que os seus conteúdos filosóficos são de corte totalmente materialista.



Vejam só que a Doutrina Social da Igreja, referindo-se ao capitalismo, admite como positivas,  as leis do mercado; concorda com a criação da moeda; dos bancos;  e do lucro justo. Mas junto com o pensador Levinas, a Igreja considera evidente que a exacerbação de seus pressupostos, levou a um crasso materialismo.  O capitalismo, por falta de melhor idéia, apoderou-se da escatologia judaico-cristã. Se a Igreja, seguindo o seu sábio mestre Jesus Cristo, fala de pecado original, da necessidade de sacrifícios, de encontro definitivo com Deus na eternidade, o capitalismo elevado a idolatria e princípio absoluto, mimetizou os princípios da Igreja.  A Religião, durante muitos séculos, foi a inspiradora natural das grandes motivações da humanidade. Tudo estava impregnado de espírito religioso. Basta olhar as motivações profundas que acionavam as naus portuguesas, a invasão dos holandeses no Nordeste, a aventura dos calvinistas franceses no Rio de Janeiro. Só que o materialismo baixou isso tudo para o âmbito intramundano. O único pecado que pode afetar o ser humano é querer ser bondoso com o semelhante. O sacrifício que deve ser feito é padecer hoje, para gozar tanto mais amanhã. E para ser feliz não é mais preciso buscar a Deus, mas ajuntar bens para este mundo.


Dom Aloísio Roque Oppermann 
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)

terça-feira, 2 de julho de 2013

Fazendo as malas para a JMJ Rio2013: veja dicas sobre o que levar


Já começou a contagem regressiva para a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Você já começou a fazer as malas? Muitas pessoas têm dúvidas sobre o que levar.

Veja a seguir as principais dicas, feitas com a ajuda de pessoas que já participaram de outras jornadas.

Se você também tiver outras dicas, deixe um comentário!

Veja as principais dicas:


O que fazer:

·     Viva bem a Jornada. Ela é uma peregrinação espiritual e isso deve orientar todos os seus passos. Participe atentamente dos eventos, vá às catequeses, se confesse, comungue, ore, adore. Procure realmente se encontrar com Cristo.

·    Seja gentil com todos, procure fazer amigos. Ajude quem estiver precisando, seja generoso.

·   Seja paciente e tenha bom humor. Haverá filas, imensas aglomerações, possíveis dificuldades e tumultos, grandes demoras. A Jornada é uma peregrinação, por isso, certamente inclui alguns sacrifícios e é muito importante saber lidar com isso. O peregrino nem sempre consegue fazer tudo o que gostaria. Contratempos podem acontecer – ofereça as dificuldades e o cansaço a Deus e aproveite a experiência.

·   A Jornada demanda energia, então você precisará se esforçar um pouco. Mas aproveite também para descansar e reconheça seus limites.

·      Alimente-se bem e beba bastante água.

·    Seja gentil com os estrangeiros. Eles vão precisar muito de sua ajuda! Pense como você se sentiria em um país onde você não conhece a língua nem os costumes. Procure falar com eles, entendê-los, orientá-los. Você poderá fazer grandes amigos!

O que levar:

Para a Jornada:

·        Bíblia e terço

·        Bandeira do Brasil

·    Ítens para trocar com os peregrinos (chaveiros, pulseiras, broches, canetas, camisas, etc: qualquer coisa que lembre o Brasil faz o maior sucesso entre os estrangeiros; leve também pequenos itens regionais).

·    Se você for ficar em casa de família, não esqueça de levar alguma lembrança para seus anfitriões também.

Roupas:

·        Leve apenas o necessário, pois pode ser melhor comprar lá o que faltou do que andar com malas pesadas. Uma possível sugestão bem básica para uma semana é levar 1 muda de roupa completa (camisa, calça ou bermuda, roupa de baixo e meias) para cada dia que você for passar no Rio, lembrando que será difícil lavá-las. Adapte isso conforme a necessidade.

·     Prefira roupas leves, pois mesmo no inverno o Rio de Janeiro é quente.

·     Não esqueça de agasalho, pois à noite e de manhã faz frio e, seja como for, é inverno e o tempo pode mudar.

·        Tênis macio: o peregrino anda muuuito.

·        Boné e lenço para proteger do sol

·        Pijama

·        Chinelo

·        Óculos escuro

·        Capa de chuva e guarda-chuva – nessa época do ano, pode chover

Higiene pessoal:

·        Roupa de banho – quem vai ficar em ginásios e escolas poderá ter que tomar banhos coletivos. Vale a pena estar precavido.

·        Toalha de banho e itens de higiene pessoal em tamanhos pequenos, como sabonete, xampu, desodorante, escova de dentes e creme dental, pente, cotonete, etc.

·        Protetor solar é essencial. Lembre-se que grande parte dos eventos será na praia.

·      Remédios básicos como analgésicos, para dor muscular, para estômago, para enjoo.

Para a vigília:

·        Saco de dormir, lençol e travesseiro

·        Repelente de insetos

·        Lanterna

Para a viagem:

·        Adaptador para tomadas

·        Máquina fotográfica / filmadora (mas tome muito cuidado com elas!)

·        Bloco de anotações e caneta

·        celular e carregador

·      Papel com telefones de emergência (da sua família, da pessoa responsável pelo seu grupo, etc.)

·        Cinto de viagem (para carregar dinheiro dentro da calça e documentos)

·        Cadeados para a mala

·        Documentos

·        Binóculos

·        Saco para guardar as roupas sujas

·    Dinheiro, tanto em espécie como cartão. Os peregrinos que tiverem requisitado na inscrição, terão tickets de transporte e cartão para refeições. Mas pode haver emergências de todo tipo, por isso, é importante estar prevenido.


·   Como sempre há o risco de extravio de malas durante o vôo, leve também uma pequena bagagem de mão e nela coloque os itens mais importantes e caros (documentos e aparelhos), além de uma muda de roupas.
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Algumas dicas a mais ( adicionadas pelo comentarista Sergio Hide Hanna):

Toalha pequena ou uma FRALDA, serve como esponja e também para tirar o excesso de água. Ela seca rápido e evita de molhar demasiadamente a toalha de banho. Peça para uma costureira para fazer as bordas.

Aos coordenadores de caravana, algo muito útil é providenciar um tecido com estampas chamativas. Deste tecido se faria várias TIRAS para ser amarradas nas malas e mochilas de todos os peregrinos do seu grupo, inclusive na mochila que todos ganharão. Os que viajam bastante de avião sabem como é difícil achar nossa bagagem na esteira do aeroporto. Isso também irá diferenciar a bagagem de seu grupo dos outros, além de dificultar a ação dos ladrões.

Acho que uma BARRACA PEQUENA é bem viável, não para todos, mas a barraca serviria para guardar as mochilas, sacos de dormir, coisas de maior volume de todo o grupo no dia da Missa de encerramento.

Acho CALÇA JEANS muito pesado, ruim de lavar e de secar, levarei apenas uma. Levarei mais blusas e calças de fibra sintética e tactel.

ALCOOL GEL E TOALHAS UMEDECIDAS podem ser comprados no Rio de Janeiro.

Acho o TRAVESSEIRO um estorvo na JMJ, só acho depende de cada um, taí as dicas...... Boa Jornada a todos......
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Os contributos da JMJ à população brasileira

Dom Eduardo escreve aos párocos e administradores paroquiais

Caros irmãos Párocos e Administradores Paroquiais,
Vigários Paroquiais e demais Presbíteros.

“ _ Ai, meu Senhor! Olha que não sei falar, pois sou jovem”.
“_ Não digas que és jovem: pois onde eu te enviar, irás; o que eu te mandar, dirás.
[...] Vê, eu ponho minhas palavras em tua boca. Hoje eu te estabeleço sobre povos e reis,
para arrancar e arrasar, destruir e demolir, edificar e plantar” (Jr 1, 6-7.10).


Chegou o tão esperado Julho de 2013!

O palpitar do coração dos jovens envolvidos na dinâmica da JMJ se pode sentir por todos os cantos do país. Aos pés do Redentor eles depositarão os inúmeros frutos já colhidos nestes anos de preparação e expectativas. E ali, envolvidos pelo abraço do Cristo e entusiasmados com a convivência junto aos peregrinos do mundo inteiro, os jovens recolherão as graças especiais de Deus e as bonitas experiências de Igreja para oferecê-las as suas comunidades de origem.

O clima de festa e de fortalecimento da fé e dos grandes ideais que a Jornada garante aos que dela participam vêm para endossar a voz da juventude brasileira que nestes dias tem saído às ruas para recuperar a utopia de novos tempos para o Brasil. A JMJ se torna uma forte aliada dos saudáveis manifestos em prol da vida e dos valores universais. A luta pela justiça, pela paz, pela verdade, pela solidariedade, pela dignidade, pelos direitos fundamentais do ser humano ganha força com estes jovens peregrinos que acompanharão, pessoal ou virtualmente, a Jornada. É bênção de Deus para a vida de nosso povo!


A Igreja, defensora do ser humano por mandato de Jesus Cristo, carrega a missão de defender continuamente as grandes causas que garantem vida em abundância para todos. Ela reconhece os direitos dos jovens e o seu poder de transformação. O texto-base da Campanha da Fraternidade deste “Ano da Juventude” nos incentiva a este olhar positivo: “A juventude é o tempo propício à formação para a cidadania, porque os jovens tomam ciência de seus direitos e responsabilidades. Esse é um dos compromissos da ação evangelizadora da Igreja no Brasil. Nessa formação inclui-se, de modo particular, o incentivo e a ajuda aos nossos jovens a fim de que participem efetivamente e a partir da ética cristã dos espaços que lhes são oferecidos.[...] A Campanha da Fraternidade de 2013 conclama nossos jovens e, com eles, toda a Igreja, a contagiar com a alegria e a criatividade juvenis as estruturas sociais e eclesiais a fim de que estejam dispostas a cuidar melhor do jovem sofrido, abrindo-lhes os braços da caridade e as portas da inclusão” (CF 2013, n. 230-234). É urgente valorizar e dar ouvidos a esta juventude conectada que se destaca no cenário social e eclesial, mostrando a sua capacidade de mobilização para fazer valer seus anseios: “Os jovens que crescem na cultura midiática [...] querem viver em um mundo mais pacífico, mais tolerante e mais responsável. Por isso, estão se organizando, cada vez mais, por meio das redes sociais, para defender seus direitos, a natureza, a qualidade de vida das pessoas, e construir uma sociedade mais humana e solidária” (n. 48).

Além dos benefícios que cada jovem cidadão recebe em sua formação humano-cristã, a Jornada favorece a sociedade de diversos modos, inclusive com um significativo legado social e econômico. O país que acolhe uma Jornada Mundial da Juventude só tem a ganhar. Vejam, por exemplo, toda a movimentação nas dioceses por ocasião da Peregrinação dos Símbolos da JMJ! Ao atingir mais de dois milhões de jovens, este acontecimento proporcionou-lhes crescimento da sensibilidade, do senso crítico e coletivo, dos gestos de caridade e do sentido de corresponsabilidade cidadã diante das realidades de maior sofrimento humano. A criatividade e o protagonismo da juventude conduziram-na missionariamente às várias casas de detenção, aos lixões, aos ambientes de prostituição, às creches, aos hospitais, aos moradores de rua, aos drogados, às comunidades de recuperação dos dependentes químicos, às comunidades indígenas, etc. O impacto econômico também é positivo em tempo de Jornada. Pesquisas e relatórios referentes à JMJ de Madri em 2011 revelam-nos que a Espanha foi beneficiada com mais de 350 milhões de euros e com a geração de 5 mil postos de trabalho. Segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT) os turistas jovens gastam mais e registram uma maior probabilidade de retornarem ao país visitado do que os adultos. Isto tudo nos dá segurança em afirmar que a Jornada só traz benefícios, tanto para a pessoa que dela participa quanto para a Igreja e a sociedade que a acolhem. Ela é uma providencial ocasião para que mais jovens, inclusive de outros países, celebrando juntos os mesmos ideais, fortaleçam sua vocação cristã e reconheçam sua essencial responsabilidade na construção do Reino de Deus.

A JMJ Rio 2013, antes mesmo de acontecer, já divulga alguns de seus inúmeros contributos à população brasileira, principalmente aos cariocas. O site oficial www.rio2013.com tem nos alegrado com informações a este respeito: parceria com a ONG internacional WWF (World Wide Fund for Nature) para fomentar a educação ecológica dos jovens e discutir a sustentabilidade do evento com vídeos e palestras sobre meio ambiente, água, biodiversidade, mudanças climáticas, energia sustentável, realidade amazônica; elaboração de um Guia Ecológico para jovens; projeto ousado de acessibilidade para os jovens com deficiência (visual, auditiva, intelectual e motora); inauguração do Polo de Atenção Integral à Saúde Mental (PAI), que atenderá principalmente jovens dependentes químicos; estruturação de uma rede de entidades religiosas e civis para atuar na prevenção ao uso de drogas e tratamento de dependentes; significativos investimentos com a segurança e a infraestrutura que beneficiarão a população após o evento; geração de empregos.

E em nossa realidade paroquial, quais os impactos que a JMJ está deixando? Como estamos aproveitando de toda esta oportunidade para a evangelização da juventude? Que serviços nossas paróquias estão prestando para o amadurecimento da dimensão social do jovem cristão que deseja participar mais da vida da Igreja e da Sociedade? Nossos grupos, catequese, encontros, retiros, movimentos, pastorais estão atentas às buscas e desafios dos jovens, abordando junto a eles os temas que dizem respeito a sua vida cotidiana e social? A Doutrina Social da Igreja é trabalhada junto a eles favorecendo-lhes conteúdo substancioso e seguro para o diálogo e participação na sociedade? Como garantir aos jovens envolvidos na JMJ um ambiente paroquial que realmente contribua com o amadurecimento da dimensão pessoal, espiritual, eclesial, social de sua vocação cristã?

Como é bom constatar que muitos jovens católicos, de nossas paróquias, estão despertando para a importância e o prazer de serem verdadeiros cidadãos; colaboradores especiais de uma nova sociedade. Um jovem católico de 23 anos que estará no Rio de Janeiro para a JMJ me disse, após participar das recentes manifestações: “Estou emocionado com este momento de manifestação da nossa juventude nas ruas! Sinto-me cidadão lutando pelos direitos das pessoas! A JMJ veio em boa hora, reforçando e abençoando as nossas reivindicações. Além do mais, o papa Francisco nos brindará com reflexões de apoio a nossa voz.”

Queridos irmãos, vamos apostar no novo que os jovens carregam para o benefício de todos. A JMJ vem incrementar os ideais cristãos e animar a vocação de discípulo missionário de nossos jovens. Não percamos este tempo de graça que a Jornada vem nos trazer. Qualifiquemos a nossa presença e o nosso serviço junto a eles.

Divulguemos, principalmente pelas redes sociais com a ajuda dos próprios jovens presentes nelas, os horários dos eventos da Jornada naquela semana do dia 23 a 28 de julho, para que os que não poderão se fazer presentes possam estar sintonizados com este importante acontecimento a favor da juventude, da Igreja e da sociedade. E promovamos uma verdadeira corrente de oração para que tudo transcorra do jeito que Deus deseja e para que nenhum imprevisto comprometa negativamente a organização do evento.

Apostar nos jovens, com tudo aquilo que implica esta postura, é compromisso audacioso e gesto profundo de conversão pastoral.

Bênçãos de Deus a todos e proteção materna de Maria, Mãe da Juventude.
E até o Rio de Janeiro!


Brasília, 01 de julho de 2013.
CJ – Nº 0354/2013


Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB

segunda-feira, 1 de julho de 2013

JMJ Rio2013 pode injetar R$ 273,9 milhões no comércio carioca


A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou uma pesquisa sobre o impacto econômico da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013 no comércio de varejo do Rio de Janeiro. A Jornada poderá injetar R$273,9 milhões no comércio carioca.

Os que devem faturar mais durante a Jornada são os hiper e supermercados, alcançando o valor de R$100,7 milhões (40,2%). Devem ter 36,1% de investimento econômico dos peregrinos, segmentos como: livrarias e papelarias; farmácias e perfumarias; venda de artigos de uso pessoal e doméstico; e lojas de móveis e eletrodomésticos. Ficando em segundo lugar de injeção de dinheiro.

Em terceiro lugar ganha o ramo de combustíveis e lubrificantes, com R$28,4 milhões. Vestuário e calçados chegará a R$26,4 milhões de faturamento.


A expectativa de faturamento do comércio varejista para o mês de julho era de um aumento de 4,5%, maior do que no ano passado. Por causa da Jornada Mundial da Juventude, é esperado um acréscimo de 2,6% no mês do evento, totalizando um aumento de 7% de injeção de dinheiro no setor, somente em julho.

Ainda não há dados de faturamento do setor de serviço porque os cálculos são feitos com base no estudo da pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A pesquisa do Instituto no setor de serviço será publicada no dia 21 agosto.

“O Rio é uma cidade de prestação de serviço, se juntar os dois milhões de peregrinos, esse setor vai se beneficiar também. Sem dúvida nenhuma o impacto será muito positivo”, afirma Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

De acordo com o economista, após a Jornada, a pesquisa será feita para quatro tipos de serviços utilizados durante a JMJ: alojamento, alimentação, lazer e transporte.


A população da cidade vai crescer 12%, indicando que o resultado geral será positivo. Caso não houvesse feriado, o impacto seria ainda maior.
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Um Papa pecador


O Papa Francisco pôs em reboliço muitos editoriais midiáticos ao se dizer pecador. A imprensa – em sua maioria distante dos mistérios e da teologia cristã – caiu matando, com uma perguntinha assaz oportunista e tendenciosa: Mas como? O próprio Papa comete pecados? É a típica pergunta de quem se acha dono da verdade. Não fosse a caridade de compreender essa ausência de humildade e falta de visão ou compreensão sobre a misericórdia divina, diria ser este o maior pecado da imprensa livre e tendenciosa: não reconhecer os próprios. Porque já se disse – e muito bem dito – que o maior pecado humano é não admitir que todo ser humano é pecador. Até o Papa admite.

Um pensador, Blaise Pascal, escreveu a respeito: Há duas espécies de homens: uns que se consideram pecadores, e os pecadores que se consideram justos. E o Papa Francisco, falando de improviso a uma multidão na praça de São Pedro, disse textualmente: “Também o Papa tem muitos pecados, mas quando nos damos conta desse pecado, encontramos a misericórdia de Deus. Deus sempre perdoa. Não nos esqueçamos disso”. Mais adiante, acrescentou: “Toda a história da salvação é a história de Deus que busca o homem, lhe oferece seu amor e o acolhe”.


Não vamos aqui discutir a tão propalada questão da “infalibilidade papal”. Esse é outro assunto. Dogma e princípio de fé nos itens a ela relacionados. O que se discute é o aspecto humano e sua propalada origem – fraca e negligente com seus próprios princípios de moral e seus apelos de consciência – mas sempre chamada à reconciliação ou ao menos ao reposicionamento de suas condutas contrárias aos desejos de Deus. Aquilo que denominamos pecado não passa de um ato de desobediência ou afastamento da graça divina, a força que nos criou e nos conduz. Por outro lado, nossa infidelidade ao projeto de amor ditado por Deus é característica da fraqueza humana, o que não deixa de ser pecado.

Por força de nossa origem, o pecado original foi uma grande nódoa que obscureceu a relação humana com seu Criador. Conhecemos a história e como esta se reverteu, com a imolação do Cristo. A tradição da Igreja, todavia, nos lembra sempre que não somos isentos da imperfeição, que somos fracos, volúveis e tropeçamos sempre, apesar do preço altíssimo de nossa redenção. Esse é o ensinamento da Igreja. Ora, “tu, que ensinas aos outros... não te ensinas a ti mesmo!” (Rom 2,21). Então, também o Papa, como ser humano falível e limitado, tem o dever e o cuidado de reconhecer-se como os demais, pecador, pequeno, frágil... “Não há doente mais incurável do que aquele que não reconhece a sua doença”, diria Santo Agostinho. Da mesma forma que acrescentaria: “O pecador, ainda que seja rei (ou papa) é escravo, não de um único homem, mas de tantos senhores quanto sejam seus vícios”. E de vícios entendemos bem.


Então, se o próprio Papa se diz sujeito às mazelas do Inimigo, que se dirá de nós? Mas a graça é maior que a fraqueza. Dela e da misericórdia do Pai é que fluem as forças necessárias para vencermos todo e qualquer pecado, todo e qualquer perigo contra a preciosidade de nossa alma – a maior riqueza que temos. “Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos” (Rom 5, 210.  Nisto reside nossa esperança, nossa contrição. Como dizemos em ato contínuo, na fé que professamos: “Eu pecador, me confesso”... Nós, nós todos, Papa e reis, Bispos e padres, cristãos e ateus, nos confessamos diante da misericórdia divina: Perdoa-nos, ó Pai, o maior dos nossos pecados: a prepotência de nos julgarmos santos, donos da verdade...


Wagner Pedro Menezes
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