domingo, 7 de julho de 2013

A Fuga das ocasiões de pecado: um dos mais graves deveres da vida espiritual.


I. Da obrigação de evitar as ocasiões perigosas

Um sem número de cristãos se perde por não querer evitar as ocasiões de pecado. Quantas almas lá no inferno não se lastimam e queixam: Infeliz de mim! Se tivesse evitado aquela ocasião, não estaria agora condenado por toda a eternidade!

Falando aqui da ocasião de pecado, temos em vista a ocasião próxima, pois deve-se distinguir entre ocasiões próximas e remotas. Ocasião remota é a que se nos depara em toda a parte e que raramente arrasta o homem ao pecado. Ocasião próxima é a que, por sua natureza, regularmente induz ao pecado. Por exemplo, achar-se-ia em ocasião próxima um jovem que muitas vezes e sem necessidade se entretêm com pessoas levianas de outro sexo. Ocasião próxima para uma certa pessoa é também aquela que já a arrastou muitas vezes ao pecado. Algumas ocasiões consideradas em si não são próximas, mas tornam-se tais, contudo, para uma determinada pessoa que, achando-se em semelhantes circunstâncias, já caiu muitas vezes em pecado em razão de suas más inclinações e hábitos. Portanto, o perigo não é igual nem o mesmo para todos.


O Espírito Santo diz: “Quem ama o perigo nele perecerá” (Ecli 3, 27). Segundo S. Tomás, a razão disso é que Deus nos abandona no perigo quando a ele nos expomos deliberadamente ou dele não nos afastamos. São Bernardino de Sena diz que dentre todos os conselhos de Jesus Cristo, o mais importante e como que a base de toda a religião, é aquele pelo qual nos recomenda a fuga da ocasião de pecado.

Se fores, pois, tentado, e especialmente se te achares em ocasião próxima, acautela-te para não te deixares seduzir pelo tentador. O demônio deseja que se se entretenha com a tentação, porque então torna-se-lhe fácil a vitória. Deves, porém, fugir sem demora, invocar os santos nomes de Jesus e Maria, sem prestar atenção, nem sequer por um instante, ao inimigo que te tenta. S. Pedro nos afirma que o demônio rodeia cada alma para ver se a pode tragar: “Vosso adversário, o demônio, vos rodeia como um leão que ruge, procurando a quem devorar” (I Ped 5, 8). São Cipriano, explicando essas palavras, diz que o demônio espreita uma porta por onde possa entrar na alma; logo que se oferece uma ocasião perigosa, diz consigo mesmo: ‘eis a porta pela qual poderei entrar’, e imediatamente sugere a tentação. Se então a alma se mostrar indolente para fugir da tentação, cairá seguramente, em especial se se tratar de um pecado impuro. É a razão por que ao demônio mais desagradam os propósitos de fugirmos das ocasiões de pecado, que as promessas de nunca mais ofendermos a Deus, porque as ocasiões não evitadas tornam-se como uma faixa que nos venda os olhos para não vermos as verdades eternas, as ilustrações divinas e as promessas feitas a Deus.

Quem estiver, porém, enredado em pecado contra a castidade, deverá, para o futuro, evitar não só a ocasião próxima, mas também a remota, enquanto possível, porque em tal se sentirá muito fraco para resistir. Não nos deixemos enganar pelo pretexto da ocasião ser necessária, como dizem os teólogos, e que por isso não estamos obrigados a evitá-la, pois Jesus Cristo disse: “Se teu olho direito te escandaliza, arranca-o e lança-o de ti” (Mt 5, 29). Mesmo que seja teu olho direito deverás arrancá-lo e lançar fora de ti, para que não sejas condenado. Logo, deves fugir daquela ocasião, ainda que remota, já que, em razão de tua fraqueza, tornou-se ela uma ocasião próxima para ti.

Antes de tudo devemos estar convencidos que nós, revestidos de carne, não podemos por própria força guardar a castidade; só Deus, em Sua imensa bondade, nos poderá dar força para tanto.

É verdade que Deus atende a quem Lhe suplica, mas não poderá atender à oração daquele que conscientemente se expõe ao perigo e não o deixa, apesar de o conhecer, pois, como diz o Espírito Santo, quem ama o perigo perecerá nele.

Ó Deus, quantos cristãos existem que, apesar de levarem uma vida piedosa, caem finalmente e obstinam-se no pecado, só porque não querem evitar a ocasião próxima do pecado impuro. Por isso nos aconselha S. Paulo (Fil 2, 12):“Com temor e tremor operai a vossa salvação”. Quem não teme e ousa expor-se às ocasiões perigosas, principalmente quando se trata do pecado impuro, dificilmente se salvará.

II. De algumas ocasiões que devemos evitar cuidadosamente

Como queremos salvar nossa alma, é nosso dever fugir da ocasião do pecado. Principalmente devemos abster-nos de contemplar pessoas que nos suscitam maus pensamentos. “Pelos olhos entra a seta do amor impuro e fere a alma”, diz S. Bernardo (De modo bene viv., c. 23), e essa seta, ferindo-a, tira-lhe a vida. O Espírito Santo dá-nos o conselho: “Desviai vossos olhos de uma mulher adornada” (Ecli 9, 8).

Para se livrar de tentações impuras, um antigo filósofo arrancou os olhos. Nós, cristãos, não podemos assim proceder, mas devemos cegar-nos espiritualmente, desviando os olhos de objetos que possam ocasionar-nos tentações. São Luís Gonzaga nunca olhava para uma mulher e, mesmo em conversa com sua própria mãe, tinha os olhos postos no chão. É claro que o mesmo perigo existe para mulheres que cravam seus olhares em homens.

Em segundo lugar, deve-se evitar todas as más companhias e as conversas e entretenimentos em que se divertem homens e mulheres. Com os santos te santificarás e com os perversos te perverterás. Anda com os bons e tornar-te-ás bom, anda com os desonestos e tornar-te-ás desonesto.

O homem toma os hábitos daqueles que convivem com ele, diz São Tomás de Aquino. Se estiveres metido numa conversação perigosa, que não possas abandonar, segue o conselho do Espírito Santo: Cerca teus ouvidos de espinhos para que os pensamentos impuros dos outros não achem neles entrada. Quando São Bernardino de Sena, ainda pequeno, ouvia uma palavra desonesta, sentia o rubor subir à sua face, e por isso seus companheiros tomavam cuidado para não pronunciar tais palavras em sua presença. E Santo Estanislau Kostkasentia tal asco ao ouvir tais palavras, que perdia os sentidos.

Quando ouvires alguém conversando sobre coisas impuras, volta-lhe as costas e foge. Assim costumava proceder São Edmundo. Havendo uma vez abandonado seus companheiros por estarem conversando sobre coisas desonestas, encontrou-se com um jovem extraordinariamente belo, que lhe disse: Deus te abençoe, caríssimo. Ao que o Santo perguntou, admirado: Quem és tu? Ele respondeu: Olha para minha fronte e lerás meu nome. Edmundo levantou os olhos e leu: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus. Com isso Nosso Senhor desapareceu e o Santo sentiu uma alegria celestial em seu coração.

Achando-te em companhia de rapazes que conversam sobre coisas desonestas e, não podendo retirar-te, não lhes dês atenção, volta-lhes o rosto e dá-lhes a conhecer que tais conversas te desagradam.

Deves também abster-te de considerar quadros menos decentes. São Carlos Borromeuproibiu a todos os pais de família conservarem tais quadros em suas casas. Deves igualmente evitar a leitura de maus livros, revistas e jornais, e não só dos que tratam ostensivamente de coisas imorais, como também dos que tratam de histórias insinuantes, como certos poetas e romancistas.

Vós, pais de famílias, proibi a vossos filhos a leitura de romances: estes causam muitas vezes maiores danos que os livros propriamente imorais, porque deixam nos corações dos jovens certas más impressões que lhes roubam a devoção e os induzem ao pecado. São Boaventura diz (De inst. nov., p. 1 , c. 14): “Leituras vãs produzem pensamentos vãos e destroem a devoção”. Dai a vossos filhos livros espirituais, como a história eclesiástica, ou vidas de santos e semelhantes.

Proibi a vossos filhos representar um papel qualquer em comédia inconveniente e mesmo a assistência a representações imorais. “Quem foi casto para o teatro, de lá volta manchado”, diz São Cipriano. Se para lá se dirigiu aquele jovem ou aquela donzela, em estado de graça, de lá voltam ambos em estado de pecado. Proibi também a vossos filhos a ida a certas festas, que são festas do demônio, nas quais há danças, namoros, canções impudicas, gracejos e divertimentos perigosos. Onde há danças, celebra-se uma festa do demônio, diz Santo Efrém.

Mas que há de ruim quando se graceja?, dirá alguém. Esses tais gracejos não são gracejos, mas crimes, responde São João Crisóstomo, são graves ofensas contra Deus. Um companheiro do padre João Vitellio, contra a vontade deste servo de Deus, se dirigiu uma vez para um tal divertimento em Nórcia. Que lhe aconteceu? Perdeu primeiramente a graça de Deus, entregou-se em seguida a uma vida desregrada e foi finalmente assassinado por seu próprio irmão.

Poderás aqui perguntar-me se é pecado mortal namorar. Responderei a essa pergunta na segunda parte, c. 6, § IV. Aqui só direi que tais namoros tornam-se ocasião próxima do pecado. A experiência ensina que em tais casos só poucos deixam de pecar. Se não pecam já no começo, caem no decorrer do tempo. No princípio se entretêm só por mútua inclinação; esta torna-se, porém, em breve, paixão, e a paixão, uma vez arraigada, cega o espírito e arrasta a muitos pecados de pensamentos, palavras e obras.

III. Fúteis objeções contra as sobreditas verdades

Objetar-me-ás: Mudei duma vez de vida; não tenho nenhuma má intenção, nem mesmo uma tentação quando vou visitar fulana ou sicrana. Respondo: Conta-se que há uma espécie de ursos que caçam macacos: ao avistar o urso, fogem estes para as árvores. Mas que faz o urso? Deita-se debaixo da árvore e faz-se de morto. Descem os macacos com esse engano e então, de um salto, captura-os e devora-os. É o que pratica o demônio: representa a tentação como morta, e assim que desceres, isto é, logo que te expuseres ao perigo, desperta-a de novo, e ela te tragará. Oh! Quantos cristãos, que se davam ao exercício da oração e da comunhão e, mesmo, levavam uma vida santa, não caíram nas garras do demônio, porque se expuseram ao perigo.

A história eclesiástica narra que uma mulher mui piedosa se ocupava em obras de caridade e, em especial, em enterrar os corpos dos Santos Mártires. Encontrando uma vez o corpo de um mártir que ainda dava sinais de vida, levou-o para sua casa, curou-o e o mártir restabeleceu-se. Mas que aconteceu? Por causa da ocasião próxima, esses dois santos – pois esse nome mereciam – primeiramente perderam a graça de Deus e depois a Fé.

Mas a visita àquela casa, a continuação daquela amizade, me traz proveitos, dizes. Sim, porém, se notares que “aquela casa é o caminho para o inferno” (Prov 7, 27), nenhum proveito te trará, e tu a deves deixar se desejas ser feliz. Mesmo que fosse teu olho direito a causa da perdição, deverias arrancá-lo e lançá-lo longe de ti, diz o Senhor. Nota as palavras: lança-o de ti, não deves deixá-lo perto, mas repeli-lo para longe, isto é, deves evitar por completo a ocasião. – Mas daquela pessoa nada tenho a temer, pois ela é tão devota – dizes. A isso responde São Francisco de Assis: O demônio tenta diferentemente os cristãos piedosos que se deram inteiramente a Deus e os que levam uma vida desregrada. Ele não procura prendê-los com uma corda já no princípio; contenta-se com um cabelo, servindo-se então de um fio e, finalmente, de uma corda, arrastando-os ao pecado.

Quem quiser ser preservado deste perigo deve já no começo evitar todos os fios, todas as ocasiões, quer sejam saudações, quer presentes.

Ainda uma observação importante: Um penitente que nunca evitou seriamente as ocasiões perigosas, nas quais tem regularmente caído em pecado mortal, apesar de todas as suas confissões, deverá fazer uma confissão geral, visto terem sido inválidas as confissões feitas em tal estado, em razão da falta de propósito de evitar a ocasião próxima. O mesmo se deve dizer a respeito dos que confessam seus pecados, mas nunca deram sinal de emenda, continuando logo depois da confissão a cometer os mesmos pecados, sem empregar nenhum meio contra a queda. Só uma confissão geral poderá trazer-lhes garantia e tranqüilidade, servindo de base para uma verdadeira emenda; feita a confissão, poderão encetar uma vida nova e perfeita, pois os maiores pecadores, como acima provamos, poderão, com a graça de Deus, alcançar a perfeição.”
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Fonte: Santo Afonso Maria de Ligório, Escola da Perfeição Cristã, Compilação de textos do Santo Doutor pelo padre Saint-Omer, CSSR, IV Edição, Editora Vozes, Petrópolis: 1955, páginas 44-48.

sábado, 6 de julho de 2013

Pedro e o mundanismo do diabo


Em sua primeira homilia, no dia seguinte à sua eleição ao Sumo Pontificado, o Santo Padre o Papa Francisco recordava o perigo da ilusão de pertencer à Igreja, mas de, na verdade, continuar pertencendo ao mundo. Foi o que ele chamou de "mundanismo do diabo".

Quando não se confessa Jesus Cristo, se confessa o mundanismo do diabo, o mundanismo do demônio [...] Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor. 


O mesmo tema retorna, mais uma vez, na primeira Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo de seu pontificado:

O papel, o serviço eclesial de Pedro tem o seu fundamento na confissão de fé em Jesus, o Filho de Deus vivo, tornada possível por uma graça recebida do Alto. Na segunda parte do Evangelho de hoje, vemos o perigo de pensar de forma mundana. Quando Jesus fala da sua morte e ressurreição, do caminho de Deus que não corresponde ao caminho humano do poder, voltam ao de cima em Pedro a carne e o sangue: «Pedro começou a repreendê-Lo, dizendo: (…) Isso nunca Te há de acontecer!» (16, 22). E Jesus tem uma palavra dura: «Afasta-te, Satanás! Tu és para Mim um estorvo» (16, 23). Quando deixamos prevalecer os nossos pensamentos, os nossos sentimentos, a lógica do poder humano e não nos deixamos instruir e guiar pela fé, por Deus, tornamo-nos pedra de tropeço. A fé em Cristo é a luz da nossa vida de cristãos e de ministros na Igreja! 

O perigo de ser um cristão mundano é então uma tema fundamental deste pontificado.

Vivemos num tempo de mentalidade marqueteira. Agradar o auditório parece ser o maior dos mandamentos. E, neste narcisismo autocomplacente, muitos homens de Igreja deixam de pregar o evangelho com o medo de desagradar.

Trata-se de um método pastoral desastrado que só é capaz de gerar falsas conversões. E a falsa conversão é muito mais perigosa do que a não conversão, pois ela deixa a pobre alma num contentamento burguês que impede a verdadeira conversão.

Não há verdadeira comunhão com Deus se não houver ruptura com o diabo e com a mundanidade.

Compreenda-se bem. Nada impede que a Igreja use de métodos retóricos (marketing) para atrair inicialmente os seus ouvintes. O que não se pode fazer é transformar este recurso inicial – lícito, se não prostituir a mensagem – numa finalidade em si mesma, esquecendo de anunciar a cruz de Cristo, ou seja, a morte para o mundo e a ruptura com o pecado.

Nós, pastores de almas, devemos nos perguntar se a falta de coerência de tantos "católicos que frequentam nossas paróquias não se dá exatamente porque ninguém lhes convidou à ruptura com a mundanidade.

O Papa Francisco nos convida ao "combate do martírio (cf. Homilia, 29/06/2013). Assim anunciaremos como São Pedro e São Paulo o verdadeiro evangelho:


Prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir. Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas. Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente nos sofrimentos, cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu ministério (2 Tim 4, 2-5).


Padre Paulo Ricardo
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Disponível em: Admirável Senhora

Mais um absurdo relacionado à JMJ: Templos de diferentes religiões abrem as portas para peregrinos na JMJ

Diferentes religiões abrem as portas de seus templos para a JMJ, no Rio de Janeiro (Foto: Thássia Thum/G1)

Centro de umbanda e igreja evangélica se cadastraram para receber jovens. Líderes dizem que convivência pode reforçar a tolerância religiosa. 

G1Centros de umbanda, clubes judaicos, igrejas evangélicas e anglicanas serão alguns dos locais que vão hospedar peregrinos que vem ao Rio de Janeiro, na Jornada Mundial da Juventude. Os líderes das entidades garantem que as diferentes concepções de crença não vão provocar atritos, mas sim reforçar o diálogo e a tolerância entre as diversas religiões. Até a primeira semana de julho, mais de 300 mil pessoas já estavam inscritas para participar do evento, que acontece entre 23 e 28 de julho.

Com o altar que inclui a imagem de Jesus Cristo, rodeada de estátuas de santos e pretos velhos, a sala principal da Casa Irmandade Batuíra e Pai Miguel das Almas, em Anchieta, no Subúrbio, será, por uma semana, a morada de 10 jovens. O coordenador do espaço, o ex-seminarista Sebastião Mauro de Sá, 62 anos, acredita que não haverá preconceito.

“Eu vou acolher independente da religião, não tem diferenciação. O peregrino vem com o objetivo dele, de ver o papa e participar de uma ação. Eu, no meu espaço, vou abrigar apenas, não vou discutir religião”, diz Sebastião, que frequentou o Seminário São José por oito anos, até seguir o candomblé.


Sincretismo religioso

O Centro Cultural Afro Ojuobá Axé, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, vai receber 70 jovens. A diretora da instituição, Luana Guimarães, conta que o sincretismo religioso faz parte do local. “Aqui oferecemos aulas de dança, capoeira, e temos frequentadores de várias religiões, como evangélicos, católicos e candomblecistas”, conta a baiana, uma das fundadoras do bloco Ilê Ayê.

O pastor Silas Esteves, da igreja evangélica Palavra Viva, vai receber uma família italiana no loteamento mantido pela congregação, em Niterói, na Região Metropolitana. Esteves, que também é professor de teologia da Shiloh University, nos Estados Unidos, acredita que o discurso do Papa no Brasil terá como tema a união.

“Na imaturidade, as diferenças causam distanciamento, mas as diferenças precisam causar a unidade. Cada parte diferente compõe o mesmo corpo. Somos diferentes, temos aspectos doutrináveis distintos, a forma de orar diferente, mas um mesmo corpo, o de Cristo”, conclui o pastor, acrescentando que fez jejum durante o conclave que elegeu Francisco para o pontificado.

Estrangeiros

Seguidores da Igreja Anglicana também vão hospedar peregrinos em suas casas, de acordo com o bispo da Diocese Anglicana do Rio de Janeiro, dom Philadelpho Oliveira. No dia 24, o bispo, junto com outras lideranças anglicanas, vai participar de um evento com o Papa. Se tiver oportunidade de conversar com Francisco, ele pediria diálogo com as classes discriminadas e menos favorecidas.

“Gostaria que ele olhasse com carinho para os jovens marginalizados, que trabalhasse junto na questão da tolerância com os diferentes. Me parece que ele [o papa] é uma pessoa que caminha para essa direção”, comenta dom Philadelpho, que recebeu pedidos de hospedagem de jovens da Austrália, Canadá e Estados Unidos.

O presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro, Jayme Salomão, afirma que os clubes da entidade podem receber atividades culturais e esportivas durante o período da Jornada. “Esse é o momento de integrar. Acho que o Brasil tem totais condições de fazer um evento que vai ter repercussão no mundo todo. Estamos buscando um futuro mais promissor, e que ele seja acompanhado de paz e harmonia”, observa Salomão.


Irmã Graça Maria, diretora executiva do setor de hospedagem, explica que todos os lugares inscritos para receber peregrinos são vistoriados antes por uma equipe da JMJ, além de ter o aval da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge). “É um evento que estamos investindo na juventude, no nosso país, no mundo. Temos que unir forças, acolhemos todas as ofertas”, conclui a freira.
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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Carta Aberta do COL



Prezadas irmãs, Prezados irmãos,
Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Em nome de todos os que diretamente estão envolvidos na preparação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013), em nome dos que, genericamente, somos conhecidos como COL, Comitê Organizador Local, venho agradecer as participações fraternas que temos recebido em virtude de algumas escolhas feitas em relação a pontos específicos do grande conjunto que é a Jornada.

Ficamos alegres com o testemunho de zelo pelo Evangelho, com o decidido amor pela Igreja e com a preocupação com o risco de se profanar o que é sagrado. Partilhamos destas preocupações. Quem está diretamente envolvido nos planejamentos e nas opções, nem sempre consegue distanciamento necessário.

Graças a Deus, não estamos sozinhos. Temos nossos bispos. Temos o diálogo sincero, fraterno e eclesial com o Pontifício Conselho para os Leigos, organismo responsável, por parte da Santa Sé, na organização da Jornada. Temos os amigos que caminham conosco desde o início da preparação da Jornada. Temos assessorias não apenas técnicas, mas também pastorais. Temos, enfim e em meio a tudo isso, a graça de Deus a nos guiar.


Sabemos que, o atual momento da história humana é marcado por forte pluralismo, onde a variedade de modos de pensar e existir é fator, ao mesmo tempo, instigante e assustador. Sabemos também que, exatamente por ser um contexto profundamente plural, todos nós corremos o risco de considerar que nosso ponto de vista é o único. Isto vale para qualquer um que esteja vivo nestes dias em que tudo é tão diversificado, em que as posturas, opções e ações podem seguir Deus sabe lá quantos rumos.

O fato é que, a cada momento, somos chamados a fazer escolhas. E, ao preparar a Jornada, temos feito muitas escolhas. Estamos cientes de que outras pessoas fariam opções diferentes e que as nossas não são capazes de agradar a todos. Na verdade, nenhuma escolha o é.

Ao escolher, buscamos equilibrar, por um lado, o cuidado pela fidelidade ao Evangelho, e, por outro, a responsabilidade missionária. Na humana dificuldade por atingir o perfeito equilíbrio, seguimos o lema da JMJ Rio 2013, na direção da responsabilidade missionária, pois estamos certos de que os que já encontraram o Senhor são chamados a humildemente se curvar na direção dos que ainda não O encontraram. Os servos são chamados a seguir seu Senhor, que, “sendo rico, se fez pobre para a todos enriquecer.” (cf 2 Cor 8,9). À semelhança de seu Senhor, os servos não temem sair em busca de todos. Eles sabem que não podem se fechar em si mesmos (cf Filip 2,5ss). Quando nos fechamos em nossas particularidades, esquecemo-nos de que um dos nossos maiores testemunhos é exatamente a unidade. A intolerância ofusca o fascínio do Evangelho.

Quando olhamos para os patronos e intercessores da Jornada, lembramo-nos de que eles foram escolhidos porque, no seu tempo, encontraram grandes desafios para levar o Evangelho aos que ainda o desconheciam. Estes jovens santos mostraram, com suas vidas, o amor e a compaixão para com os que ainda precisam acordar para verdadeira felicidade.

A Jornada não exaure o conjunto de ações da Igreja com os jovens. Ela desperta os jovens para Jesus Cristo e desperta a Igreja, ainda mais, para os jovens. A Jornada Mundial da Juventude não se resume aos atos centrais, embora estes sejam o que mais se conhece e, por isso mesmo, os mais focalizados. Viver a Jornada exige participar de todo o seu conjunto na certeza de que um evento só será bem compreendido se vivido no conjunto dos demais.

Não julgamos quem quer que seja, pois nós mesmos nos consideramos pecadores, os primeiros a suplicar a misericórdia divina. Neste sentido, reiteramos o agradecimento pela preocupação com a Jornada e convidamos a estar conosco.

  

Monsenhor Joel, secretário executivo da JMJ Rio2013

Sexo fora do casamento e preservativo: é moral?


 AINDA OS PRESERVATIVOS

Em síntese: Há quem queira justificar o uso de preservativos contra a AIDS, apelando para o princípio de que, em certas circunstâncias, quando não se pode fazer o melhor, é lícito escolher o mal menor. Os preservativos seriam esse mal menor, preferível à contaminação da AIDS ou à própria gravidez indesejada.

A resposta ao sofisma é múltipla: 1) os preservativos são tidos como algo que possibilita "sexo seguro", o que é comprovadamente falso; 2) o princípio de que se pode escolher um mal menor só se aplica aos casos em que alguém esteja na obrigação de agir e se veja diante de duas opções que lhe parecem más; em tal situação, a pessoa tem o dever de esclarecer a sua consciência para ver se pode escapar à realização de um ato mau; caso não chegue à clareza, é-lhe lícito escolher o mal menor. Observe-se, porém, que se supõe estar a pessoa diante do dever de agir, não podendo fugir à ação; supõe-se também não haver terceira opção. Ora, tal não é o caso do sexo livre ou das relações extra-matrimoniais; não constituem um dever, ao qual o interessado não possa escapar. A onda de erotismo, hoje vigente, não impõe necessariamente a prática do sexo extraconjugal.


A revista SEM FRONTEIRAS, abril 1994, pág. 4 (Espaço Livre), responde a uma leitora a respeito de preservativos contra a Al DS nos seguintes termos:

"Claro que não estamos autorizados a interpretar o pensamento dos bispos (que combatem os preservativos). Mas achamos que o que eles querem de verdade é chamar a atenção para o fato de que o sexo não deve ser banalizado. Dito isso, a gente pode supor que eles não vão querer renegar o ensinamento tradicional da Igreja, segundo o qual, em determinadas circunstâncias, não se podendo fazer o melhor, escolhe-se o mal menor. Pode-se pegar o exemplo da prostituição. É evidente que o Evangelho não a aprova. Mas nem por isso a Igreja proíbe que sejam tomadas precauções para evitar males ainda maiores, como, por exemplo, a transmissão de doenças."

Esse texto merece considerações, que passamos a tecer.

1.     ATOS INTRINSECAMENTE MAUS

O articulista da revista supõe que as relações extraconjugais possam ser toleradas como um mal menor e, por isso, se devem recomendar preservativos para quem as pratique.

Ora, a recente encíclica Veritatis Splendor precisamente, entre outras, aborda a questão dos atos maus. Lembra que existem atos intrinsecamente maus, que nunca podem ser tolerados. Tais seriam: matar um inocente, roubar a legítima propriedade alheia e também a prostituição. Eis o texto de João Paulo II:

"A Igreja ensina que existem atos que, por si e em si mesmos, independentemente das circunstâncias, são sempre gravemente ilícitos, por motivo do seu objeto. O Concílio do Vaticano II, no quadro do devido respeito à pessoa humana, oferece uma ampla exemplificação de tais atos: 'Tudo quanto se opõe à vida, como seja toda espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário; tudo o que viola a integridade da pessoa humana, como as mutilações, os tormentos corporais e mentais e as tentativas de violentar as próprias consciências; tudo quanto ofende a dignidade da pessoa humana, como as condições de vida infra-humanas, as prisões arbitrárias, as deportações, a escravidão, a prostituição, o comércio de mulheres e jovens. . . Todas estas coisas e outras semelhantes são infamantes; ao mesmo tempo que corrompem a civilização humana, desonram mais aqueles que assim procedem do que os que as padecem injustamente; e ofendem gravemente a honra devida ao Criador" (no 80).

Também as relações extraconjugais são atos intrinsecamente maus, pois derrogam à ordem da natureza e implicam desmando da parte dos parceiros. Com efeito: a doação sexual é a mais íntima que se possa conceber; ela supõe amor total, comprometido pelo matrimônio, dentro de um lar, onde o fruto do ato sexual (a prole) possa contar com a atividade educadora de pai e mãe.

Não se deve argumentar a partir da onda de erotismo hoje existente para legitimar o sexo livre. Essa onda seria incoercível e, de certo modo, obrigaria jovens e adultos à prática sexual extraconjugal. — Na verdade, não é a freqüência ou a pujança de um determinado comportamento que o torna lícito. Como os assaltos dos malfeitores e a corrupção dos homens públicos são freqüentes, mas nem por isso são legitimados, assim também o sexo livre, por mais freqüente que seja, fica sendo reprovável. É muito mais sadio e educativo incitar os jovens e a sociedade ao uso regrado do sexo (por que não dizer, à castidade?) do que se deixar dominar pelos modismos; aliás, a disciplina e o autodomínio, no caso, são a única solução cristã.

Notemos ainda que é falso dizer-se que os preservativos garantem "sexo seguro", pois são comprovadamente falhos. Ver PR 377/1993p466 e 381/1994, pp. 87s.

2. "DE DOIS MALES, O MENOR"

Argumenta o articulista de SEM FRONTEIRAS, apelando para "o ensinamento tradicional da Igreja segundo o qual, em determinadas circunstâncias, não se podendo fazer o melhor, escolhe-se o mal menor".

Essa fórmula é confusa e errônea. Sim, a Moral Católica considera os casos em que uma pessoa, de consciência hesitante ou duvidosa, se vê obrigada a agir e se acha tão somente diante de duas opções que lhe parecem ambas más. Em tal situação, a pessoa tem a obrigação de se esclarecer, dissipando suas dúvidas, para saber se de fato está diante de duas opções más. Caso não consiga clareza, escolha o que lhe parecer o mal menor. Note-se bem: supõe-se que a pessoa esteja obrigada a agir. . . Eis o que a propósito se lê na obra "Moral de Atitudes", vol. Ip. 322de Marciano Vidal:

"Em caso conflitante entre dois deveres, deve-se escolher o mal menor. Em tais casos, tem que existir autêntica alternativa, não basta uma alternativa aparente."

Observe-se: o texto fala de dois deveres, isto é, supõe a obrigação de agir. E frisa que não deve haver outra saída para o problema. Então sim, é lícito escolher o mal menor. Acontece, porém, que, ao se tratar de sexo livre, não há dever. Por conseguinte, não se aplica a norma "escolher o mal menor". A solução é abster-se do mal simplesmente. É esta uma solução radical, a única, porém, coerente com a honestidade e a dignidade da consciência humana.


Dom Estêvão Bettencourt, OSB

Serão proclamados santos, provavelmente ainda este ano, os Beatos João Paulo II e João XXIII.

Beatos João Paulo II e João XXIII

Serão proclamados santos, provavelmente ainda este ano, os Beatos João Paulo II e João XXIII. O Papa Francisco aprovou nesta sexta-feira, 5 de julho, o Decreto sobre o reconhecimento de um segundo milagre que se realizou graças à intercessão do Papa Wojtyla e decidiu convocar um Consistório relativo à canonização do Papa Roncali, mesmo na ausência do segundo milagre.



Também hoje, o Papa deu luz verde para a beatificação de Alvaro del Portillo, Prelado da Opus Dei, de Madre Speranza, fundadora da Congregação das Servas e dos Filhos do Amor Misericordioso, e de 42 mártires assassinados por ódio à fé durante a Guerra Civil Espanhola. Também foram reconhecidas as virtudes heróicas de Giuseppe Lazzati, leigo consagrado, político e intelectual italiano.
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Entenda porque somos ex-carismáticos


Em quase sua maioria esmagadora dos católicos tradicionais já foram da RCC. Esse fenômeno se dá pelo encontro destes católicos com a doutrina bimilenar, a mística católica e a rica teologia pré-conciliar que não é ensinada no acervo carismático, que resume o movimento em sentimentalismo irenista e nas práticas protestantizadas como a Oração em Línguas e o Repouso do Espírito.
Sem contar também com o "ecumenismo" de mão única como nossos irmãos evangélicos que chega até a ser ridículo.
O ponto de nossa conversão, vamos dizer assim, foi com a Missa Tridentina quando Lhe ofereceremos um sacrifício que subirá aos céus com agradabilíssimo odor. Somos libertos de se sentir um protestante nas missas da RCC com seus gritinhos e suas bandas.
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Talvez o leitor se pergunte: Mas porquê tanta agressividade com a RCC? Ela é aceita pelo Papa! Neste artigo iremos mostrar que ser aceita canônicamente não implica em aceitar suas práticas como se ela fosse infalível e intocável. Vejamos esse vídeo carismático com bastante atenção e cautela:


Baseado no vídeo - que é uma realidade em toda a RCC nacional, embora alguns digam que não podemos generalizar - vejamos o contraste das suas práticas com os ensinamentos perenes da Igreja:


Erros da RCC em questão de matéria litúrgica


VI. Órgão e Instrumentos  
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14. Posto que a música própria da Igreja é a música meramente vocal, contudo também se permite a música com acompanhamento de órgão. Nalgum caso particular, com as convenientes cautelas, poderão admitir-se outros instrumentos, conforme as prescrições do "Caeremoniale Episcoporum". 
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15. Como o canto tem de ouvir-se sempre, o órgão e os instrumentos devem simplesmente sustentá-lo, e nunca encobri-lo. 
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16. Não é permitido antepor ao canto extensos prelúdios, ou interrompê-lo com peças de interlúdios. 

17. O som do órgão, nos acompanhamentos do canto, nos prelúdios, interlúdios e outras passagens semelhantes, não só deve ser de harmonia com a própria natureza de tal instrumento, isto é, grave, mas deve ainda participar de todas as qualidades que tem a verdadeira música sacra, acima mencionadas. 
18. É proibido, na Igreja, o uso do piano bem como o de instrumentos fragorosos, o tambor, o bombo, os pratos, as campainhas e semelhantes. 
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19. É rigorosamente proibido que as bandas musicais toquem nas igrejas, e só em algum caso particular, com o consentimento do Ordinário, será permitida uma escolha limitada, judiciosa e proporcionada ao ambiente de instrumentos de sopro, contanto que a composição seja em estilo grave, conveniente e semelhante em tudo às do órgão. 
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20. Nas procissões, fora da igreja, pode o Ordinário permitir a banda musical, uma vez que não se executem composições profanas. Seria para desejar que a banda se restringisse a acompanhar algum cântico espiritual, em latim ou vulgar, proposto pelos cantores ou pias congregações que tomam parte na procissão.
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Será que a RCC ou seu "grupo de oração" realmente obedece ao Papa, como costumam dizer?
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Ecclesia de Eucharistia - Papa João Paulo II
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Na Encíclica Ecclesia de Eucharistia, o Beato João Paulo II repete nove vezes que a Missa é renovação do sacrifício da cruz.  Viva o Papa!
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Desafiando todos os modernistas, declarou o Beato João Paulo II que o ponto de referência teologal para a Missa continua sendo o Concílio de Trento.  (João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia, no 9).
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Esta declaração do Beato João Paulo II, nessa encíclica, terá imensas consequências doutrinárias. É toda a concepção modernista de uma igreja evolutiva que rui por terra. Porque se Trento deve ser a referência doutrinária da teologia da Missa, adeus a doutrina que se repetia -- 'ad nauseam' -- que o Vaticano II superara e anulara o que fora ensinado nos Concílios infalíveis anteriores. Declarar que Trento continua em vigor, depois de quatrocentos anos.
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Se a Missa é a renovação do sacrifício do Calvário, fica impossível manter o rock, a cuíca, o pandeiro, o reco-reco, bateria, e ate 'DJ's na renovação do sacrifício da cruz. Toda a noção de missas-festinhas, Missas shows desmorona.
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Na encíclica Ecclesia de Eucharistia, o Papa condena uma série de abusos que foram introduzidos na Missa, hoje em dia. Entre esses abusos o Papa enumera: 
1- O abandono do culto eucarístico; 

2-  A perda do sentido de sacrifício, na Missa, transformada em encontro amistoso; 

3- Perda da noção da necessidade do sacerdote; 

4- Abusos ecumênicos;

5- A ideia de que o Padre, por sua criatividade, pode desrespeitar as rubricas impostas pela Igreja, quando quiser; 

6- A ideia falsa de quem celebra a Missa é a comunidade, e não o sacerdote; 

7- Abusos ao dar a comunhão a pecadores públicos, como, por exemplo a pessoas amasiadas;

8- Abusos ao dar a comunhão a hereges;

9- Abusos em matéria arquitetônica, construindo igrejas que mais parecem salões de festa do que um templo sagrado;

10-  Abusos em matéria musical, adotando músicas profanas, impróprias para acompanhar as cerimônias sagradas. Neste campo, o Papa volta a recomendar que se volte a adotar a música gregoriana, na Missa;

11- O abuso de ensinar que se pode dar a comunhão a quem sabe que está em pecado mortal, e sem ter se confessado. 

12- O abuso de realizar concelebrações com hereges. 

(Cfr. João Paulo II, Ecclesai de Eucharistia, nos 10 - 29 - 37 - 38 -- 44- 47- 49 - 52-53).

E então carismáticos, a RCC obedece ao Papa como costumam dizer?

Será que a RCC já expulsou suas bandinhas com musiquinhas profanas, para dar lugar ao Canto da Igreja Catolica: o Gregoriano?

E olhe que foi citado a Encíclica do Papa João Paulo II, e não de nenhum outro Papa já  "antigo e ultrapassado". 

Ou já estaria João Paulo II ultrapassado também?
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Erros da RCC em matéria doutrinária

Para entender a segunda parte do artigo, é necessário tirar os óculos neo-pentecostais para fazer uma reta leitura, caso contrario nada será claro. Um dos fundadores da RCC (Patti Mansfield) teve a coragem de dizer que se dependesse da reza do terço todos os dias ela estaria perdida. E que não se deve rezar o terço como intercessão, deve-se rezar o terço para sua oração de devoção, em um momento de devoção mariana. E que para se interceder o correto é orar em línguas e com as nossas próprias palavras.
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A finalidade confessa e pretensiosa da RCC é a de restaurar a verdadeira face da Igreja, que Ela teria perdido: 

“A Renovação Carismática como diz a própria palavra, é reviver a experiência de Pentecostes” (...) 

“É restituir à Igreja sua verdadeira face que é a carismática” (S. Falvo, A Hora do Espírito Santo, Paulinas , São Paulo, p. 105).

Portanto, a RCC crê que a Igreja Católica se corrompeu, perdendo a sua verdadeira face, o que implica em afirmar que Cristo mentiu quando prometeu que jamais abandonaria a Igreja, e que a assistiria todos os dias, não permitindo que jamais as portas do inferno prevalecessem sobre ela.
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E essa acusação de que a Igreja se corrompeu, assim como a pretensão de salvar a Igreja, é típica de vários movimentos heréticos. Sabemos que a RCC não veio pra somar, ela veio REstaurar, REnovar, REavivar, REedificar a Igreja, que se encontrava "em cacos". Até dizer que ela veio REssuscitar eles dizem:
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O Senhor quer renovar a sua Igreja concreta, a Igreja Corpo de Cristo, a Igreja que o Senhor esta' ressuscitando,restaurando, levantando, fazendo dela um grandioso e poderoso exercito. (Pe. Jonas Abib, Reinflama o carisma de Deus que está em ti, pag.23, 4* Edição, Editora Canção Nova & Edições Loyola).
E qual seria a solução para "salvar" esta Igreja tão "ultrapassada e careta"?
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Qual seria a formula "carismática" para tal "renovação"? O "batismo no Espirito Santo" ! 
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Vejamos o que nos ensina o Concilio de Trento: “Se alguém disser que os Sacramentos da Nova Lei não foram instituídos por Jesus Cristo Nosso Senhor, ou que eles são mais ou menos que sete, a saber, Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Extrema Unção, Ordem e Matrimônio, ou também que algum desses não é verdadeira e propriamente sacramento, seja anátema (excomungado)” (Concílio de Trento, Cânones sobre os Sacramentos em Geral, Cânon 1. Denzinger, 844).
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Agora vejamos o que nos ensina a Apostila Oficial da RCC:
Para a Renovação Carismática Católica, ela é muito precisa e contém dupla significação. A primeira é propriamente teológica ou sacramental. Todo membro da Igreja foi batizado no Espírito Santo pelo fato de ter recebido os sacramentos da iniciação cristã. A segunda é de ordem vivencial e remete ao momento, ou momentos, nos quais a presença operante do Espírito tornou-se sensível na consciência pessoal” (Escola Paulo Apóstolo, A Espiritualidade da RCC - Apostila I, Ano 98, p. 33. O negrito é meu).
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“Na Renovação Carismática Católica, “Batismo no Espírito Santo” tem pronunciados acentos batismais e sacramentais, que não se sobressaem na maioria dos demais movimentos pentecostais” (Escola Paulo Apóstolo, A Espiritualidade da RCC - Apostila I, Ano 98, p. 33. O negrito é meu).
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Santo Agostinho dizia que aquilo que as seitas possuíam de bom e verdadeiro, na realidade não pertenciam a elas. Santo Agostinho falava é claro das seitas externas à Igreja. Mas podemos muito bem aplicar tais palavras a correntes modernistas como é o caso da RCC. E podemos dizer que a Missa, a Eucaristia, padres, etc. não pertencem a RCC, pertencem à Igreja. Assim como a Bíblia, embora presente nas seitas protestantes, pertence verdadeiramente a Igreja. Santo Agostinho, In Ps. 54, § 19, citado por Leão XIII, Satis cognitum, ASS 28, 1895-1896, p. 724. Ensinamentos Pontifícios de Solesmes, A Igreja, vol. 1, nº 578.
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Se alguém consegue avançar um passo em direção a verdade católica por meio da RCC, não é graças à RCC, mas graças aos elementos de verdade - que pertencem à Santa Igreja Católica - que ela exibe.
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Mas para estar em posse da plenitude da verdade católica, é preciso deixar a RCC, pois parafraseando Santo Agostinho, o que a RCC tem de próprio, não é a missa, os sacramentos, mas sim sua origem herética com protestantes, sua exacerbação emocional e sentimentalista, seu ecumenismo indiferentista e relativista. Por amor à Santa Igreja deixei a RCC para ter a Verdade - que pertence à Igreja - de forma plena.
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Se a RCC não precisasse de purificação estaria perfeita, e isto nenhum movimento o é. Sobre a doutrina do Espírito Santo é preciso sim que ela reveja alguns pontos. 
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Ela tem como disse - uma ótima chance de melhorar. Mas só melhora e busca se aperfeiçoar quem se acha pequeno e necessitado de Deus e de seus auxílios. Fora isso, pode se achar auto-suficiente o que é péssimo para o crescimento de seus membros.
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Fonte: Apostolado da Tradição em Foco com Roma

Sou feliz sendo prostituta


No dia 5 de junho, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, demitiu Dirceu Greco, responsável pela Campanha “Sou feliz sendo prostituta”, deflagrada em homenagem ao Dia Internacional da Prostituta, celebrado a 2 de junho. A campanha era composta por panfletos e vídeos protagonizados por profissionais do sexo, com mensagens como estas: “Não aceitar as pessoas como são é uma violência”; "Um beijo para você, que usa camisinha"; “O sonho é que a sociedade nos veja como cidadãs”, etc. Pressionado por amplos segmentos da sociedade – sobretudo evangélicos – Padilha cedeu, prometendo que, enquanto fosse ministro, jamais algo semelhante voltaria a aparecer. Naturalmente, nem todos concordaram com a decisão. Dentre as vozes contrárias, está Cida Vieira, presidente da Associação de Prostitutas de Minas Gerais: «Quem faz o que gosta e como gosta, é feliz. Eu sou feliz na minha profissão».


As palavras da Cida revelam a inversão de valores a que chegou hoje a humanidade. Ignoro os nomes dos autores da Campanha. Mas sei perfeitamente o que se passa no coração das pessoas para me opor peremptoriamente à tamanha falácia. O coração humano foi feito para a felicidade, que não consiste na satisfação pura e simples de emoções, paixões e instintos. Ela depende unicamente do amor. E o amor é sempre uma conquista, não uma busca egoísta do prazer. Jamais os apelos da carne poderão satisfazer às exigências do espírito.

Para o Papa Francisco, a cultura assumida pela sociedade atual é narcisista, consumista e hedonista. Tudo gira em torno e a partir dos interesses de quem tem o poder nas mãos – nem que seja uma arma! Ninguém pode se opor! Segundo algumas fontes de informação, 27 mulheres são estupradas, todos os dias, em São Paulo. «Se Deus não existe, tudo é permitido», escreveu Dostoiévski (1821/1881). Por quê? Porque seu lugar será imediatamente ocupado por outros deuses, cuja consequência imediata é a perda dos princípios éticos e morais que sustentam o ser humano na organização da sociedade. Talvez tenha sido por isso que, mais ou menos na mesma época, outro escritor, Voltaire (1694/1778) – ainda que muito diferente em assunto de fé – completou a sentença com esta afirmação: «Se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo».

Não sei o que um filósofo tão acentuadamente anticristão quisesse dizer com essas palavras. Talvez apenas que a ideia de um Deus-juiz ajuda a manter a ordem na sociedade. “Seria preciso inventá-lo” porque, sem ele, “ninguém é santo, ninguém é forte”, como lembra a liturgia e, por isso mesmo, ao invés de construir, o que o homem faria é destruir. Provam-no os crimes hediondos cometidos pela humanidade no passado e, sobretudo, a corrupção e a violência que se instalaram hoje numa sociedade que se julga evoluída, mas que sofre dos mesmos males – se não maiores – dos que ela critica nos antepassados.

Escrevi acima que Padilha voltou atrás «pressionado por amplos segmentos da sociedade, sobretudo evangélicos». Dou os parabéns a esses irmãos, por se oporem a uma campanha tão humilhante, sintoma da degeneração a que pode chegar a sociedade. De uns anos para cá, muitos deles assumiram várias das bandeiras que antigamente estavam nas mãos dos católicos. Destes, não se sabe por quais motivos, ultimamente, um número expressivo parece ter optado pelo silêncio e pela penumbra. São cada vez mais raros os que saem às ruas para defender os valores nos quais dizem acreditar. Esquecem que a força dos maus é a fraqueza dos bons. Que as minorias avançam porque as maiorias recuam. Apoquentam a religião, buscando-a apenas para resolver problemas pessoais.

Desculpem-me: enveredei pelo caminho da lamúria, que não leva a lugar nenhum! Ninguém muda sua opção de vida se não é amado. Nada se consegue abandonar se não se recebe algo melhor. É o que demonstra a santa festejada no dia 22 de julho, Maria Madalena. Sei que são raros os exegetas que a identificam – como fazia São Gregório Magno – com a prostituta santificada por Jesus: «Os numerosos pecados que ela cometeu estão perdoados porque demonstrou muito amor!» (Lc 7,47). Mas, suponhamos que o Papa Gregório tenha razão: o olhar que Jesus dirigiu a Maria a transformou de “madalena” em testemunha da ressurreição. Esta é a felicidade que nada e ninguém poderá arrancar!


Dom Redovino Rizzardo
Bispo de Dourados (MS)