quarta-feira, 17 de julho de 2013

Pe. Lombardi: “Viagem do Papa Francisco ao Brasil será emocionante”


Uma viagem muito significativa a seu continente com um programa denso de eventos, entre os quais uma visita a uma favela, a Vigília de oração com os jovens e a santa missa da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Desta forma, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, resumiu a visita apostólica do Papa Francisco ao Brasil, durante coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira, no Vaticano.  

O Porta-Voz apresentou o programa da primeira viagem apostólica internacional do Papa Francisco ao Rio de Janeiro, de 22 a 28 de julho, por ocasião da 28ª JMJ. O roteiro está acrescido de várias novidades, em vista do que estava previsto por seu predecessor, Bento XVI.
 
"O Papa Francisco recebe a herança de Bento XVI. A viagem já estava decidida, mas certamente o programa foi também adaptado, enriquecido por ulteriores eventos com a mudança de Pontificado. Para dar algum exemplo, a peregrinação a Aparecida, ou mesmo a visita à favela, ao hospital, o encontro com o Comitê do Celam. Esses são elementos que não estavam no calendário no primeiro projeto de viagem, elaborado segundo as possibilidades do Papa Bento XVI."

Segunda-feira, 22 de julho, durante o voo para o Rio de Janeiro está previsto o habitual encontro com os jornalistas: "O encontro se terá, porém o Papa me disse que gostaria de fazê-lo de modo diferente. Não teremos o clássico esquema perguntas-respostas. Disse-me que tem a intenção de cumprimentar todos eles. Certamente será um belo encontro, amplo, cordial, porém não com a fórmula da entrevista com perguntas e respostas."

O Papa chegará ao Rio de Janeiro na próxima segunda-feira, 22 de julho. Para os deslocamentos do Papa pela cidade será utilizado carro fechado para os trechos mais longos, e carro aberto para os trechos mais breves. Não estão previstos compromissos para a terça-feira, dia 23. Na quarta-feira começará um denso programa de encontros e celebrações:

"E será dedicado principalmente a essa peregrinação a Aparecida, fortemente querida pelo Santo Padre que irá à capela do Santuário, onde é conservada a imagem de Nossa Senhora. Depois, se transferirá para a nave da Basílica para a celebração da missa. Ao término, se deslocará para o Seminário "Bom Jesus". Voltará ao Rio de Janeiro e irá diretamente a um hospital da venerável Ordem Terciária Franciscana, concluindo assim o dia de quarta-feira."

Na quinta-feira – prosseguiu Pe. Lombardi – o Papa irá ao "Palácio da Cidade", ou seja, à Prefeitura do Rio de Janeiro, onde abençoará as bandeiras olímpicas. Depois disso, o Papa irá à Comunidade de Varginha, uma favela. Durante o itinerário está previsto que entre numa das casas, onde terá um breve encontro com a família residente. Depois continuará seu itinerário até o campo de futebol e ali terá um encontro com a comunidade. Na parte da tarde se realizará a festa de acolhimento dos jovens em Copacabana, portanto, o primeiro grande encontro do Papa com os jovens da Jornada Mundial da Juventude.

Na sexta-feira – continuou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé – o dia começará com as confissões numa localidade que se chama Quinta da Boa Vista e está previsto que atenda a confissão de cinco jovens. Após as confissões, o Papa se deslocará para o Arcebispado.

O Papa e o Arcebispo irão à capela, cumprimentarão as irmãs e as pessoas da residência e depois irão à sacada central da residência arquiepiscopal para a recitação do Ângelus. Depois, o Papa entrará novamente na residência, cumprimentará o Comitê organizador e almoçará com 12 jovens. Na parte da tarde – considerando que se trata da sexta-feira – se terá a Via-Sacra e em cada estação se abordará um problema importante na perspectiva dos jovens.

O sábado começará com uma grande missa na Catedral do Rio de Janeiro, com os bispos da Jornada Mundial da Juventude, os sacerdotes, os seminaristas e os religiosos. Após esta missa, o Papa irá imediatamente ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro onde haverá o encontro com a classe dirigente do Brasil. Depois disso, o Papa terá um encontro e almoço com os cardeais e bispos do Brasil.

Na parte da tarde se deslocará para o lugar onde se realizarão a Vigília de oração e a missa conclusiva da Jornada Mundial da Juventude. Trata-se de uma área que foi batizada como "Campus Fidei", na localidade que se chama Guaratiba, precisou Pe. Lombardi.

Após a Vigília de oração o Papa retornará ao Sumaré, e os jovens ficarão no Campus Fidei. Na manhã seguinte, domingo, o Papa voltará ao Campus Fidei e, às 10h, teremos a missa conclusiva, a grande missa conclusiva da Jornada Mundial da Juventude. No final será anunciado o lugar da próxima edição da JMJ.

Padre Lombardi lembrou que o Papa Francisco será o terceiro Pontífice a visitar o Brasil: "João Paulo II esteve quatro vezes, Bento XVI uma vez. Agora, na primeira viagem apostólica internacional de Francisco, o terceiro Papa a visitar o Brasil. O Papa foi convidado pelos bispos organizadores e promotores da JMJ e o Papa Francisco confirmara imediatamente, poucos dias após a sua eleição, que faria esta viagem. Portanto, permitiu a toda a organização continuar trabalhando sem incertezas."

Por fim, Pe. Lombardi deteve-se também sobre a situação no Brasil, por conta das manifestações das últimas semanas.


"Naturalmente, sabemos que há esta situação nas últimas semanas, nos últimos tempos, com manifestações. Muitos se perguntam se haverá tais manifestações também por ocasião da visita do Papa. Não se sabe. Temos confiança total, como sempre, também na capacidade por parte das autoridades governamentais de gerir de modo crível e bem estas situações. Portanto, iremos com total serenidade, sabendo que estas manifestações não têm nada de específico em relação ao Papa e à Igreja."
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Fonte: CNBB

terça-feira, 16 de julho de 2013

Nota Pastoral de Dom Antônio Rossi Keller sobre o PLC 03/2013

Nota Pastoral

A respeito do PLC nº 3 de 2013


Irmãos e irmãs, Diocesanos de Frederico Westphalen e demais católicos e pessoas de boa vontade. Com amargura na alma, mais uma vez, vejo-me obrigado a escrever uma Nota Pastoral em relação à questão do aborto e à sua implantação no Brasil.

No último dia 4, alavancado pelo apoio e pressão do PT e de seus aliados, o Congresso Nacional, enviou para a sanção da Presidente da República, o PLC n. 3, de 2013. Tal Projeto foi aprovado em regime de urgência, ou seja, sem dar o devido tempo exigido pela gravidade da proposta para que os Congressistas pudessem analisar e principalmente, escutar a sociedade civil, em relação ao texto em questão.

Os defensores da implantação do aborto no Brasil usaram uma estratégia muito bem preparada: sabendo que jamais passaria pelo Congresso algum tipo de projeto que diretamente permitisse a implantação do aborto, trocaram termos e palavras, sem contudo desviar um só milímetro de suas intenções: o puro e simples encaminhamento para a aprovação do aborto de fato.
 
O artigo 1º do Projeto que prevê o "atendimento emergencial integral" de vítimas de violência sexual é depois manipulado pelos abortistas no artigo 3, parágrafo 4, através de uma "profilaxia da gravidez", que deve ser simplesmente entendida como a autorização para o aborto.

Não se encontra, naturalmente no texto, a palavra "aborto". Mas as intenções são suficientemente claras: proporcionar aos profissionais da Medicina e do Direito a base legal para a realização pura e simples de abortos. Esta é e sempre foi a estratégia usada: fugir dos termos contundentes, mas implantar, de forma disfarçada a devida autorização para que se possa agir de acordo com a ideologia abortista.

O resultado da aprovação deste Projeto de Lei já é conhecido… este é o objetivo da agenda abortista: o Executivo, sancionando a Lei, irá estabelecer as regulamentações e as normas técnicas que abrirão a estrada da implantação, na prática, do aborto.

A estratégia é clara e, infelizmente, o Congresso brasileiro entrou, como se costuma dizer, "na jogada" aprovando e encaminhando um projeto destes para a sanção da Presidente da República. Tudo muito bem preparado, estudado e levado a efeito sem a devida discussão e sem a necessária participação da sociedade brasileira como tal, que sabidamente é em sua grande maioria, contrária à implantação do aborto.

O aparente respeito à legalidade que tal encaminhamento deste iníquo projeto de lei possa estar seguindo tropeça em uma única e definitiva verdade, como nos diz o bem aventurado Papa João Paulo II, na Evangelium Vitae: "Reivindicar o direito ao aborto, ao infanticídio, à eutanásia, e reconhecê-lo legalmente, equivale a atribuir à liberdade humana um significado perverso e iníquo: o significado de um poder absoluto sobre os outros e contra os outros. Mas isto é a morte da verdadeira liberdade".

É bom que exista uma legislação adequada ao atendimento humano de mulheres vítimas de violência sexual, no Brasil. O que não podemos jamais admitir é que entre os possíveis encaminhamentos, permita-se o aborto. Isto é inaceitável!

Assim sendo, venho, através desta Nota Pastoral expor esta dramática situação aos diocesanos da Igreja Particular de Frederico Westphalen e às pessoas de boa vontade, que acreditam e defendem o valor da vida humana desde a sua natural concepção até seu fim natural, e pedir, fundamentalmente, duas coisas:

1.      Orações intensas, suplicando ao Senhor da vida, que possa salvar-nos desta chaga horrorosa que é o aborto;
2.      A firme manifestação contra a sanção deste Projeto de Lei, fazendo telefonemas ou enviando fax para o Gabinete da Exma Sra. Presidente da República que, como todos lembramos, na Campanha eleitoral, vendo que poderia perder a eleição, comprometeu-se publicamente, junto a diversos líderes religiosos e perante a Nação, a não permitir, durante seu governo, a implantação de nenhuma forma de aborto, no Brasil.

Os contatos são os seguintes:

Telefones:(61) 3411.1200 / (61) 3411.1201
Fax:(61) 3411.2222

Desejando a todos a Paz e o Bem que vem de Deus, os abençoo no Senhor.


Frederico Westphalen, 14 de julho de 2013.
XV Domingo Comum C



+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen

Nossa Senhora do Carmo - 16 de julho


Nossa Senhora do Carmo tem origem no século XII, quando se um grupo de eremitas começou a se formar no monte Carmelo, na Palestina, terra Santa, iniciando um estilo de vida simples e pobre, ao lado da fonte de Elias, que se estendeu ao mundo todo.

A palavra Carmo, corresponde ao monte do Carmo ou monte Carmelo, em Israel, onde o profeta Elias se refugiou. A palavra carmo ou carmelo significa jardim.

História de Nossa Senhora do Carmo e os carmelitas

A ordem dos carmelitas venera com carinho o profeta Elias, que é seu patriarca, e a Virgem Maria, venerada com o título de Bem Aventurada Virgem do Carmo. Devido ao lugar, esse grupo foi chamado de carmelitas. Lá, esse grupo de eremitas construiu uma pequena capela dedicada a Senhora do Carmo, ou Nossa Senhora do Carmelo.

Posteriormente os carmelitas foram obrigados a ir para a Europa fugindo da perseguição dos muçulmanos. Aí se espalhou ainda mais a Ordem do Carmelo.

Devoção a Nossa Senhora do Carmo

Com a expulsão dos carmelitas de Israel, a devoção a Nossa Senhora do Carmo começou a se espalhar por toda a Europa. Também foi levada para a América Latina, logo no começo de sua colonização, passando a ser conhecida em todos os lugares. E não somente no Carmelo. Foram construídas várias igrejas, capelas e até catedrais dedicadas a Senhora do Carmo.

Indulgências pela JMJ-Rio 2013



O que é exatamente “indulgência”? Indulgência consiste na remissão concedida pela autoridade eclesiástica (e válida diante de Deus) da pena temporal, devido ao pecado já perdoado. A indulgência é dada pela autoridade da Igreja, em virtude do poder de ligar e desligar dado por Jesus a Pedro e aos apóstolos. A Igreja age, ao conceder indulgências, no poder espiritual com a missão dada a ela por Cristo e na inspiração do Espírito como "dispensadora da redenção", operada pelo Crucificado. Quando nos arrependemos e confessamos, o Senhor Deus – através da Igreja – nos perdoa (cancela) a culpa (e assim a pena eterna). Todavia, todo pecado acarreta uma série de efeitos negativos (para si e para outros) que precisam ser reparados (penas temporais). Para isto existem: nesta vida – a oração, a penitência e a esmola (Mt 6,1-18), uma conversão ardorosa, o martírio e também as indulgências. Na noutra vida existe o purgatório. É, pois, uma graça divina!


Nesse sentido, em vista deste tempo forte de peregrinação em que vive a nossa Arquidiocese, o Penitenticário-mor, Sua Eminência Manuel, Cardeal Monteiro de Castro, através do Prot. N. 478/13/I, de 2 de Julho de 2013, transmitiu ao Eminentíssimo Senhor Cardeal Stanislaw Rylko, Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, a cópia do Decreto de Indulgências concedidas pelo Santo Padre Francisco, preparada pela  Penitenciaria Apostólica em língua latina e italiana, na qual vêm concedidas especiais Indulgências por ocasião da Jornada Mundial da Juventude na nossa cidade do Rio de Janeiro, de 22 a 29 do corrente mês de Julho, durante o corrente Ano da Fé.

Santo Padre Francisco, desejando que os jovens, em união com os fins espirituais do Ano da Fé, convocado pelo Papa Emérito Bento XVI, possam obter os frutos esperados de santificação da “XXVIII Jornada Mundial da Juventude, que se celebrará de 22 a 29 do próximo mês de Julho, no Rio de Janeiro, e que terá por tema: “Ide e fazei discípulos por todas as nações (cfr Mt 28, 19)”, estabeleceu que todos os jovens e todos os fiéis devidamente preparados pudessem usufruir do dom das Indulgências como determinado:

Indulgência Plenária para os fiéis presentes na Jornada: concede-se a Indulgência plenária, obtenível uma vez por dia mediante as seguintes condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração segundo as intenções do Sumo Pontífice, e ainda aplicável a modo de sufrágio pela almas dos fiéis defuntos, pelos fiéis verdadeiramente arrependidos e contritos, que devotamente participem dos ritos sagrados e exercícios de piedade que terão lugar no Rio de Janeiro.

Indulgência Plenária para os fiéis legitimamente impedidos de participar da Jornada, mas que a acompanhem pelo Rádio ou pela Televisão: há uma concessão importante de indulgências para todos os fiéis legitimamente impedidos,  que poderão obter a Indulgência Plenária desde que, cumprindo as comuns condições espirituais, sacramentais e de oração com o propósito de filial submissão ao Romano Pontífice, participem espiritualmente das sagradas funções nos dias determinados; desde que sigam estes ritos e exercícios piedosos enquanto se desenrolam, através da televisão e da rádio, ou sempre que com a devida devoção, através dos novos meios de comunicação social.

Indulgência Parcial para todos: concede-se a Indulgência Parcial aos fiéis, onde quer que se encontrem durante o mencionado encontro, sempre que, pelo menos com alma contrita, elevem fervorosamente orações a Deus, concluindo com a oração oficial da Jornada Mundial da Juventude, e devotas invocações à Santa Virgem Maria, Rainha do Brasil, sob o título de “Nossa Senhora da Conceição Aparecida”, bem como aos outros Patronos e Intercessores do mesmo encontro, de modo a que estimulem os jovens a se fortalecerem na fé e a caminharem na santidade.

Como professamos no Credo: “Creio na comunhão dos santos”, existe um admirável laço entre Cristo e todos os filhos de Deus, à semelhança da unidade que se dá entre a “videira” e os “ramos” (Jo 15,1ss; cf. 1Cor 12,27; 1,9; 10,17; Ef 1,20-23; 4,4). Podemos, pois, também oferecer as indulgências na intenção daqueles que já partiram desse mundo (cf. Código de Direito Canônico, cân. 994). O Senhor realizará aquilo que for de acordo com sua vontade e bondade.

Como o fiel pode obter a indulgência? Fazendo aquilo que a Igreja indica. Primeiramente no campo da ação exterior: Confissão sacramental, Comunhão Eucarística, oração pelo Papa Francisco – ao menos 1 Pai Nosso e 1 Ave Maria – e a obra prescrita. Em segundo lugar, e com o mesmo espírito que a anima: de disposição interior: aversão ao pecado, não estar excomungado, desejo de obter a graça. Existem inúmeras obras de piedade, algumas orações como o Creio, Salve Rainha etc., a visita ao SSmo. Sacramento, às basílicas romanas, ao cemitério, a bênção Papal, ensinar a doutrina cristã e ouvir pregações, participar de congresso eucarístico, sínodo, do ensino das Constituições do Concílio Vaticano II e, em nosso caso, neste tempo favorável, participar da JMJ-Rio2013, enriquecidas pela Igreja com especiais indulgências.

Para que estas maravilhas espirituais sejam operadas é necessário que todos os sacerdotes de nossa Arquidiocese estejam dispostos, com horários pré-marcados ou nos locais de catequeses e confissões durante os dias 22 a 29 deste mês, para o atendimento das confissões auriculares, em conformidade com o que determina o Decreto das Indulgências: "Para que os fiéis possam mais facilmente participarem destes dons celestes, os sacerdotes, legitimamente aprovados para ouvir confissões sacramentais, com ânimo pronto e generoso se prestem a acolhê-las e proponham aos fiéis orações públicas pelo bom êxito desta “Jornada Mundial da Juventude”.

Lembramos que os fiéis poderão lucrar as indulgências, plenárias e parciais, em conformidade com o Decreto, que tem validade somente para o período de celebração da JMJ-Rio2013. É um dom a mais para os participantes desses momentos de oração, adoração, celebração, piedade.

Que todos os fiéis vivam intensamente a JMJ-Rio2013 e obtenham todas as graças anexas a este tempo santo. Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e, também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, sequelas dos pecados, para viver a virtude da santidade, abrindo seus corações para  o Redentor, fiel ao lema que viveremos nestes dias: “Ide e fazei discípulos por todas as nações (cfr Mt 28, 19)”.



Dom Orani João Tempesta 
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Semana Missionária

Aberturada Semana Missionária na Arquidiocese de São Luís

A JMJ Rio 2013 bate à nossa porta e é precedida pela Semana Missionária, que será realizada em todas as 275 circunscrições eclesiásticas brasileiras.

A Semana Missionária é a forma especial de a Igreja no Brasil viver o programa "Dias nas Dioceses"; será realizada uma semana antes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) como forma de preparação para a chegada desse grande evento.

A Semana Missionária proporciona aos jovens peregrinos a possibilidade de conhecer a nossa vivência cristã, nosso trabalho social, cultural, trocar experiências e enriquecer a fé, conhecendo os costumes locais das outras circunscrições eclesiásticas que não a da nossa Arquidiocese. Os peregrinos, de uma forma bem especial, estarão sendo acolhidos em um lar por famílias hospitaleiras, calorosas e com afinidades nos valores cristãos e princípios éticos.


Nesse momento de preparação para a Jornada Mundial da Juventude, os jovens estrangeiros poderão deixar sua contribuição na igreja local para o processo evangelizador da juventude, além de participar de toda a programação preparada pela Diocese em que está peregrinando.

Porém, a Semana acontece em todas as dioceses, independentemente se terão presenças de peregrinos do exterior ou não. É um tempo em que os jovens viverão a “missão permanente” anunciada na V Conferência do Episcopado Latino Americano e Caribenho.

Os dias anteriores à Jornada Mundial da Juventude oferecem aos jovens vindos de fora do Brasil a possibilidade de passar um tempo de convivência com outros jovens brasileiros, em preparação à JMJ. São os até então conhecidos "Dias nas Dioceses" ou, simplesmente, "pré-Jornadas". No Brasil, o Pontifício Conselho para os Leigos (organismo do Vaticano responsável pela realização da JMJ) acolheu a nossa sugestão em conjunto com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para que esses dias que antecedem a JMJ recebam o nome de "Semana Missionária". Esta é outra novidade desta JMJ Rio 2013. As Pré-Jornadas começaram em 1997. Por causa da JMJ de Paris, a Igreja na França promoveu esses encontros como um modo de facilitar a pastoral juvenil das dioceses francesas, de conseguir que a França inteira acolhesse os peregrinos vindos de outros países e de animar os jovens a participarem da JMJ. A experiência foi tão boa e significativa que foi adotada também nas JMJs seguintes da Itália, Canadá, Alemanha, Austrália e Espanha. Nesses países, as Pré-Jornadas incluíram atividades muito diversas: encontros com jovens e as famílias, concertos, vigílias de oração, trabalhos sociais para a comunidade ou os menos favorecidos etc.

A Semana Missionária tem uma programação que varia de diocese a diocese e integra atividades culturais, visitas históricas e momentos de festa, bem como tempos de oração e celebração nos santuários e locais de peregrinação que formam parte da identidade religiosa local.

É claro que em cada Diocese a Semana Missionária será vivida de uma maneira diferente, rica e multicultural. Os objetivos da Semana Missionária são muito parecidos com os da JMJ: primeiro um encontro pessoal com Cristo, que muda a vida e enche-a de alegria, especialmente nos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação. Uma rica experiência vital da universalidade da Igreja Católica como comunhão e da paternidade espiritual do Papa. Um grande redescobrimento da vocação batismal à santidade, chamando os jovens peregrinos a ser membros ativos da Igreja, responsáveis pela nova evangelização do mundo contemporâneo. De acordo com esses objetivos, a programação de atividades integra distintos tipos de eventos. Em primeiro lugar e principal: a oração: que os jovens tenham a oportunidade de participar da Eucaristia e de dedicar tempo à oração pessoal; a solidariedade: que pratiquem sua generosidade e sua responsabilidade social, dedicando algumas horas a ajudar em algum trabalho da Igreja com os necessitados, ou a contribuir com a solução de algum problema social, de acordo com as autoridades locais; a cultura: que conheçam as raízes cristãs de tantas manifestações da cultura ("a fé feita cultura", nas palavras de João Paulo II), e que produzam em seu conhecimento da fé, através de tantas manifestações das artes cristãs: ver como as gerações precedentes de cristãos evangelizaram pela arte. Aqui mesmo no Rio de Janeiro, nesta semana, inauguramos a bela mostra no museu nacional de Belas Artes – “A herança do sagrado”.

Aproveitemos a Semana Missionária para reafirmar o nosso compromisso com a transmissão da fé católica a todos. O Papa Francisco, na sua primeira encíclica diz que: "...a fé tem necessidade de um âmbito onde se possa testemunhar e comunicar, e que o mesmo seja adequado e proporcionado ao que se comunica" (LF 40). Testemunhemos, pela acolhida dos jovens peregrinos, a nossa fé e não tenhamos medo de abrir nossos corações para sermos anunciadores do Redentor! Será uma bela revolução para nossa mentalidade de “medo do outro” essa abertura ao peregrino, acolhendo-o como membro de nossa própria família.

Como Igreja viva, o povo de Deus se identifica com o projeto da Semana Missionária e acolhe de braços abertos os peregrinos do mundo inteiro que se propuserem a conhecer uma igreja com desafios e grandes alegrias. Sejam bem vindos!


Dom Orani João Tempesta 
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

domingo, 14 de julho de 2013

Papa vai a garagem ver se padres estão usando carros "modestos".


O Papa Francisco protagonizou nessa quinta-feira, 11, uma visita-surpresa à garagem do Vaticano para verificar se os clérigos católicos estão atendendo a seu pedido para que usem carros "modestos".

A visita do Papa à garagem não era esperada, disse uma fonte vaticana, mas é o reflexo dos recentes comentários do Pontífice sobre o que vê como a ostentação material de certos religiosos. "Meu coração dói quando vejo um padre usando o último modelo de um carro", declarou o Papa no fim de semana.

Na ocasião, ele pediu aos clérigos católicos que usem "carros mais modestos" e dediquem as economias aos pobres. Antes de ser eleito papa, quando era um cardeal em Buenos Aires, Francisco circulava de ônibus pela capital argentina. Ele defende que a Igreja Católica dê mais atenção às parcelas mais pobres da população.



Após a declaração do Papa, o padre colombiano Hernando Fayid decidiu vender seu carro, um Mercedes Bens conversível. Fayid afirmou a uma emissora de televisão local que o automóvel foi um presente de seu irmão.
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Fonte: Dom Total
Disponível em: Blog Evangelizando

Papa confia JMJ à Nossa Senhora Aparecida


ANGELUS
Castel Gandolfo
Domingo, 14 de julho de 2013



Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje o nosso encontro dominical do Angelus vivemos aqui em Castel Gandolfo. Eu saúdo os habitantes desta linda cidadezinha! Gostaria de vos agradecer, sobretudo pelas vossas orações, e o mesmo faço com todos vocês peregrinos, que vieram em grande número aqui.

O Evangelho de hoje – estamos no capítulo 10 de Lucas – é a famosa parábola do Bom Samaritano. Quem era esse homem? Era alguém, que descia de Jerusalém em direção à Jericó na estrada que atravessa o deserto da Judéia. Há pouco, nesta estrada, um homem havia sido atacado por bandidos, roubado, espancado e deixado quase morto. Antes do samaritano, passaram um sacerdote e um levita, ou seja, duas pessoas envolvidas com o culto no Templo do Senhor. Eles vêem aquele pobre homem, mas seguem sem parar. Em vez disso, o samaritano, quando viu o homem, “teve compaixão” (Lc 10:33), diz o Evangelho. Ele aproximou-se e enfaixou as feridas, derramando um pouco de azeite e vinho, depois e colocou-o em seu próprio animal e levou-o para uma hospedaria, e pagou para ele o alojamento … Quer dizer, cuidou dele: é o exemplo de amor ao próximo. Mas porque Jesus escolheu um samaritano como protagonista desta parábola? Por que os samaritanos eram desprezados pelos judeus, por causa de diferentes tradições religiosas; e Jesus faz ver que o coração daquele Samaritano é bom e generoso e que – ao contrário do sacerdote e do levita – ele coloca em prática a vontade de Deus, que quer a misericórdia e não o sacrifício (cf. Mc 12:33). Deus sempre quer a misericórdia e não a condenação. Quer a misericórdia do coração, porque Ele é misericordioso e sabe entender bem as nossas misérias, as nossas dificuldades e também os nossos pecados. Dá a todos nós este coração misericordioso! O samaritano faz exatamente isto: imita a misericórdia de Deus, a misericórdia para com aqueles que têm necessidade.


Um homem que viveu plenamente este Evangelho do Bom Samaritano é o Santo que hoje recordamos: São Camilo de Léllis, fundador dos Ministros dos Enfermos, o padroeiro dos doentes e dos profissionais de saúde. São Camilo morreu 14 de julho de 1614 e exatamente hoje se abre a celebração do seu quarto centenário, que terá o seu ápice em um ano. Saúdo com grande afeto a todos os filhos e filhas espirituais de São Camilo, que vivem o seu carisma de caridade no contato diário com os doentes. Sejam como ele bons samaritanos! E também aos médicos, aos enfermeiros e àqueles que trabalham em hospitais e asilos, desejo serem animados pelo mesmo espírito. Confiemos esta intenção à intercessão de Maria Santíssima.

E uma outra intenção eu gostaria de confiar à Nossa Senhora, junto a todos vocês. Está próxima a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro. Se vê que existem tantos jovens de idade, mas todos vocês são jovens no coração! Eu partirei em oito dias, mas muitos jovens irão ao Brasil antes. Rezemos então por esta grande peregrinação que começa, para que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, guie os passos dos participantes e abra os seus corações para acolher a missão que Cristo dará a eles.
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Fonte: Rádio Vaticano

sábado, 13 de julho de 2013

A Igreja sem pecados, mas não sem pecadores


Não se pode dizer que a Igreja é realidade híbrida, a um tempo santa e pecadora. Na medida em que concebemos a Igreja como tal, parecemos minimizar o que aos Efésios S. Paulo revelou. Para o apóstolo, a Esposa de Cristo é absolutamente intemerata. E nada, no texto inspirado nos leva a interpretá-lo restritivamente da Igreja celeste apenas.

S. Paulo, neste passo, apresenta como exemplar, aos esposos cristãos, a união de Cristo e de sua Igreja; não já união futura, após o consumar-se dos séculos, mas união atual. Cristo escolheu uma Esposa entre judeus e pagãos maculados por tantos pecados – “noutro tempo éreis trevas” (Ef 5,8); — purificou-a, santificou-a pelo seu sangue, no Calvário (Ef 5,25; At 20,28) e aplica a cada novo cristão essa virtude purificadora, pelo “lavacro da água bastimal” (Ef 5,26) . Surge então a Esposa que ele “apresenta a si mesmo, Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5,27).

Basílica de São Pedro em Roma

Melhor nos parece se amoldar à doutrina paulina a fórmula de um grande eclesiólogo contemporâneo: ”A Igreja é sem pecado mas não sem pecadores”. Se é verdade que ela conserva em seu seio pecadores sem-número, é igualmente verdade que não abriga nenhum pecado, nem mesmo sombra de pecado. E como poderia abrigá-lo se, longe de consentir ao pecado ela lhe tem ódio, repele-o com sua energia?

Estranho, por definição, à Santa Igreja, o pecado é seu maior, seu único adversário; ela persegue-o sem dar tréguas. Impossível, pois, falar em “pecados da Igreja”. A Igreja não tem pecado algum; tem-no seus filhos; ela, em vez de aceitá-lo, esforça-se por todos os meios para exterminá-lo. À semelhança de seu Esposo – o Cordeiro Imolado – a Igreja pena, geme, implora perdão pelas nossas faltas.

Pelo que tem de mais seu— o livre-arbítrio— abandonou a Igreja, o pecador, para fazer-se servo de Satanás. Donde dizemos, com razão, que está em vias de se perder. Vamos, pois, excluir os pecadores da Igreja? De todo; não nos despenhamos na heresia. O Corpo Místico encerra verdadeiramente membros pecadores, excluindo-lhes, porém, os pecados. Suponhamos, na videira, um sarmento de vontade livre. Poderia abrir-se à seiva que da cepa constantemente lhe corre; mas poderia também obstar a esse influxo vivificante, permanecendo ainda ligado à videira, embora como sarmento estéril, ou mesmo seco e morto.

Assim, os pecadores permanecem no Corpo Místico pelo que ainda de santo conservaram: os caracteres sacramentais, a fé e a esperança, o influxo que tanto o Espírito Santo como o conjunto das realidades produzidos pelo Espírito Santo —  embora não mais neles habitem sobretudo a caridade —  continuam a sobre eles exercer: remorsos, incitamentos à penitencia, assistência a sermões, obras de misericórdia, educação religiosa da prole, cumprimentos de certos preceitos de Deus e da Igreja, etc. Tudo isso é santo ainda – posto que tal santidade imperfeita, ineficaz, permanecem os pecadores vinculados à Santa Igreja. Mas a malícia de seu pecado está fora da Igreja, nem a pode de modo algum inquinar.

Entretanto, objetará alguém, a Igreja não é uma entidade fantástica ou extramundana. Existe concretamente, no espaço e no tempo, desdobra-se na história, encarna-se nos homens, que são pecadores. Logo, pelo menos estes pecados estão na Igreja e a maculam.

Sim, contestamos, a Igreja é uma realidade concreta; vive no mundo, porém não é do mundo; por conseguinte permanece santa. Santa nos seus membros santos; santa ainda nos seus membros pecadores, pelo que neles sobrevive, apesar de tudo, dos valores cristãos. Mas a zona tenebrosa, onde campeia o pecado— e que em muitos batizados é o principal – se encontra totalmente fora da Igreja.

Quem peca, trai a Igreja; cortar-se ocultamente do Corpo Místico, na medida em que peca. Tanto assim que ainda o justo, templo do Espírito Santo e habitáculo da caridade de Cristo – por isso mesmo a caminho do céu – se porventura resvala no pecado venial, não recebe a seiva vivificante nesse cantinho da sua alma. Somente quando agimos virtuosamente, agimos na qualidade de membros do Corpo Místico.

Justos e pecadores pertencem, pois, à Igreja, na proporção exata em que abrigam em si maiores e menores elementos de santidade: na medida em que vivemos pela Igreja somos santos, e pecadores na medida em que a traímos.

Não é que o mesmo homem esteja, a um tempo, dentro e fora da Igreja; mas o mesmo homem pode pertencer ou parcialmente ou totalmente à Igreja. Em cada justo e em cada pecador passa uma linha divisória, separando invisivelmente o santo – que é da Igreja— do pecaminoso— que é do mundo e do maligno. Os híbridos de santidade e pecado somos nós, e não a Igreja. Justo e pecador encontram-se ambos dentro do Corpo Místico, porém acham-se internamente divididos, aquele menos este mais. E dessa divisão íntima tomamos alguma consciência ao sentirmos a luta que se trava em nós, entre o homem animal e o espiritual, entre o cristão e o adepto do mundo.

Santa ontologicamente porque consagrada a Deus, a Igreja é ainda santa moralmente porque transformada em Deus pelo amor. Fundamento de ambas essas santidades é a inabitação do Espírito Santo e a conjunção íntima com Cristo Cabeça. Desta dupla santidade essencial à Igreja, derivou a sua santidade causal: ela é fruto da santidade que se encerra nos seus membros: muito imperfeitamente nos pecadores, melhor nos justos, plenamente nos santos.

Devemos testemunhar esta santidade, fazendo resplandecer a verdadeira face de Deus e da Igreja, pela adesão à pessoa de Cristo, e a observância do que Ele prescreveu.
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Disponível em: Decor Carmeli 
Fonte: PENIDO, Pe. Iniciação Teológica. vol. I, o mistério da Igreja.Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1956. pp.249-251