sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Muito além dos divorciados recasados: a família na África enfrenta problemas estarrecedores.


Uma menina de 10 anos casada com um homem de 60, que, para possuí-la, entregou ao pai dela 17 vacas, um balde de farinha de trigo, cinco litros de óleo, dois pares de calças, um par de sapatos usados e um celular sem bateria. Outra adolescente, de 13 anos, foi informada do próprio casamento apenas três dias antes da cerimônia: ela seria entregue a um estranho de quem nem sequer sabia o nome.
No consistório em Roma, os cardeais africanos dão voz a uma Igreja que precisa libertar a instituição familiar de amarras tribais ancestrais e promover o respeito pela pessoa humana.
As normais tribais relativas à família ainda são influentes e admitidas por quase todas as constituições africanas, que reconhecem os direitos consuetudinários justamente em matéria de família e sucessão. Acontece que essas tradições não só contrastam com os preceitos cristãos, mas violam os direitos humanos universais e criam situações domésticas muitas vezes insustentáveis. As regras tradicionais sobre a constituição de cada unidade familiar tornam difícil (e pior, “desnecessário”) estabelecer dentro delas relações igualitárias, baseadas na confiança e na colaboração.

A tradição local ensina que os casamentos são combinados e até impostos: é proibido, impensável, decidir livremente com quem e quando casar. Em certos grupos étnicos africanos, os chefes de família impõem aos filhos os cônjuges que consideram convenientes, sem se importar com a vontade dos filhos nem lhes dar tempo para se conhecerem: são os casamentos forçados. Em outros grupos étnicos, o consentimento do filho é necessário, pelo menos formalmente, mas continuam sendo os pais que propõem a união: são os casamentos arranjados. Outras etnias admitem que os interessados, ou pelo menos os homens, tomem a iniciativa, mas o casamento não pode ser celebrado sem a permissão dos pais, que têm o direito de negá-lo de forma inquestionável. Em todos os casos, nessas sociedades tribais, são as famílias que representam os interesses das respectivas comunidades e são elas que discutem os termos dos contratos matrimoniais. Se elas não chegarem a nenhum acordo, a união não será permitida.


Uma segunda instituição, o preço da noiva, é o cerne do contrato matrimonial para centenas de tribos africanas. Nas sociedades em que esta prática é adotada, o homem que pretende se casar deve oferecer à família da noiva uma “compensação”, em bens ou em dinheiro, pelos gastos que a família teve com a criação da jovem e pelo recurso de procriação e produção que a família está cedendo. As negociações para determinar o preço, as formas de pagamento e as condições de entrega da noiva são decisivas para o contrato de casamento: mesmo quando os pais aceitam a escolha conjugal dos filhos, o casamento pode não sair se as famílias não chegarem a um acordo sobre o preço da noiva. A quitação total (que pode demorar anos quando as cifras ou a quantidade de bens é elevada) garante à família do noivo uma espécie de direito de propriedade sobre a mulher adquirida e sobre os filhos que ela gerar depois do contrato. Esses direitos permanecem vigentes mesmo em caso da morte do marido. Após o período de luto, as viúvas são obrigadas a se casar com um dos irmãos ou primos do falecido, podendo ter, às vezes, o direito de escolher qual deles. Esta instituição é conhecida como levirato.

Casamento combinado e preço da noiva, duas realidades ainda muito comuns na África, violam a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a convenção da ONU para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres. Como é fácil imaginar, essas práticas têm impacto muito negativo na união familiar e especialmente no destino das mulheres: assim como os homens, elas são obrigadas a se casar de acordo com essas regras, mas, para piorar a própria situação, elas são entregues em casamento, muito frequentemente, ainda na adolescência ou até mesmo na infância.

A instituição do casamento infantil, sempre forçado e afetando quase exclusivamente as crianças do sexo feminino, é generalizada e persistente na África. Em termos globais, 12% das mulheres entre os 20 e os 24 anos se casaram antes dos 15 anos de idade; na África, este percentual sobe substancialmente para 75% no Níger, 72% no Chade e 63% na Guiné. Não por acaso, os três países são de vasta maioria muçulmana: o islã admite o casamento de meninas a partir dos 9 anos de idade.
 
Nos países de população predominantemente cristã, a influência da religião tem permitido avanços significativos. Na Etiópia, por exemplo, entre 2005 e 2010, o número de casamentos infantis caiu 20%, mas ainda está acima de 40% do total. Resta muitíssimo a ser feito. Mais difícil ainda, inclusive para os cristãos, é renunciar ao preço da noiva e deixar os filhos livres para escolherem com quem se casar. São instituições tribais fundamentais: abandoná-las significa “minar” todo o sistema familiar e social tradicional dessas culturas, retransmitido geração após geração ao longo de milhares de anos, por fidelidade aos ancestrais fundadores do grupo. É uma ruptura muito difícil com o passado: para pessoas que foram ensinadas a preservar devotamente as tradições tribais, rompê-las exporia as famílias a um ostracismo social cujas consequências também podem ser muito dolorosas.

 
A mudança se torna possível quando os indivíduos e famílias são separados do contexto da comunidade ou atenuam os seus vínculos com ela, como, por exemplo, quando migram para os centros urbanos. Ou, melhor ainda, quando toda uma comunidade, unida em torno a uma igreja, decide ela própria mudar.
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Fonte: Aleteia

Por que o Vaticano ostenta tanta riqueza?


Há pessoas que consideram ostentosa a riqueza artística do Vaticano. Em geral, são pessoas com pouca formação cultural.
No século IV, depois que o imperador Constantino concedeu liberdade aos cristãos, começou a ser construída, aos pés da Colina Vaticana, o que depois seria a Basílica de São Pedro, pois lá repousam os restos do Apóstolo.

Ao longo dos séculos, especialmente durante o Renascimento, o Vaticano se tornou um dos mais importantes centros culturais do mundo. Na arquitetura, destacam-se a Basílica de São Pedro, a Capela Sistina, os museus e a biblioteca.


A história do Vaticano faz parte da história do Ocidente. Atualmente, é um dos lugares mais visitados do mundo, diariamente, por peregrinos e turistas de todos os países.

Os cristãos se orgulham pelo fato de a sua sede central ser um dos lugares mais belos do mundo e porque a casa de Deus mais representativa para a humanidade é digna de admiração e respeito. 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A Igreja não olha para os homossexuais como tais, mas como filhos de Deus (Parte I)


The Courage é um apostolado que atende às necessidades das pessoas atraídas pelo mesmo sexo, que se sentem excluídas da Igreja e que querem encontrar a sua unidade além do rótulo de homossexuais.

Nascido nos EUA, onde está presente em metade das dioceses, o projeto então, se espalhou em outros doze países, sempre com o objetivo de ajudar aqueles que têm tendências homossexuais, a viver em castidade, em um espírito de amor e de verdade.

Para conhecer a realidade do The Courage, ZENIT entrevistou o Pe. Paul Check, que tornou-se diretor do projeto após a morte do seu fundador, padre John Harvey.

Acompanhe a seguir:

 
ZENIT: Padre Paul, gostaria de nos contar brevemente a história do apostolado The Courage?

Padre Check: Em 1980, o futuro Cardeal Arcebispo de Nova York, Terence Cooke, teve a ideia de criar um apostolado que se preocupasse pelas pessoas necessitadas da proteção materna da Igreja e da sua caridade pastoral, pessoas que se sentissem estranhas à Igreja ou que até mesmo a odiassem. O cardeal pediu, portanto, ao padre Benedict Groeschel para ajudá-lo em um novo apostolado destinado a homens e mulheres com tendências homossexuais, para que compreendessem o amor de Cristo por ele, o seu papel reservado na Igreja, a sua chamada a uma vida de castidade, e as graças que Deus lhes teria concedido caso se abrissem a Ele.

Padre Groeschel conhecia um sacerdote que há muitos anos estudava questões relacionadas à homossexualidade, um verdadeiro pioneiro neste campo: padre John Harvey, um oblato de São Francisco de Sales.

Em 1980, sete homens se reuniram em Manhattan, sob a orientação do padre Harvey e formularam os cinco objetivos de Courage: castidade, oração e dom de si, amizade em Cristo, necessidade de amizades castas e disseminação do bom exemplo.

Além de formar esses grupos de apoio, The Courage oferece treinamento para sacerdotes e seminaristas, ajudando-os a compreender o seu desafio na compreensão da complexidade da homossexualidade e ajudar, por sua vez, homens e mulheres com essa inclinação.

ZENIT: Como pode ser definido e compreendido a atração pelo próprio sexo? E como eles podem definir-se, as pessoas homossexuais?

Padre Check: Esta questão realmente vai ao coração do nosso trabalho. A linguagem é muito importante, porque as palavras evocam imagens, idéias e problemas, por vezes profundamente enraizados. Há, de fato, muita sensibilidade sobre a linguagem, dá-se muito peso às palavras.
Procuro aproximar-me com muito cuidado da questão da identidade, a partir de duas perspectivas, assim como o faz a Igreja, seguindo o exemplo de Cristo. No Evangelho, o Senhor compromete as pessoas de duas formas: a primeira é no ensinamento em grupo, como ocorre, por exemplo, no Sermão da Montanha. Ao mesmo tempo, porém, Nosso Senhor envolve as pessoas individualmente, encontra as almas individualmente e apresenta-lhes a Boa Nova de forma muito precisa, clara e íntima, para orientá-los a um conhecimento mais profundo de si mesmos.

Isso é um desafio, porque a Igreja quer transmitir a sua mensagem mas também encontrar pessoalmente as mulheres e os homens.

Devemos ter em mente que a identidade real e aquela percebida podem não coincidir.

A sua pergunta exige uma longa premissa que espero que possa ajudar, de modo que aquilo que estou pra dizer não pareça insensível ou ignorante da realidade vivida. Jamais podemos dizer: “a sua experiência de si mesmo não é válida", como se nós soubéssemos mais daquela pessoa do que ela dela mesma.

Portanto, o vocabulário da Igreja foi escolhido com muito cuidado e, ao longo dos anos, tornou-se sempre mais e mais preciso. Ao dizer isso, quero dizer que a Igreja é muito cuidadosa para medir todos os aspectos da experiência humana, de acordo com a sua importância e para dar às coisas o seu peso adequado.

A Igreja evita rotular uma pessoa com base em sua orientação sexual, sem subestimá-la por isso ou sem ser insensível ao conceito que cada um tem de si mesmo. Eu acho que seja interessante notar que a questão mais importante da história da humanidade seja a da identidade. Jesus, afinal, perguntou aos apóstolos: "Quem dizem que eu sou?".

Quando a Igreja fala de homossexualidade, fala no mais amplo contexto da castidade. A castidade é uma virtude que neutraliza as falsas aspirações, regulando o apetite sexual de acordo com a reta razão e o projeto de Deus para a natureza humana. Um coração casto é um coração em paz, que dá tudo de si mesmo, de acordo com o seu estado de vida, e de acordo com esse dom de si, encontra a sua realização. Um dos maiores desafios que a Igreja está enfrentando hoje é o de propor a castidade como parte da “boa nova”, mas Jesus o fez e também nós o podemos fazer.

Portanto, a Igreja presta muita atenção em quem é realmente cada um de nós , não apenas como uma pessoa com tendências homossexuais, mas como um filho de Deus, redimido pelo Sangue Precioso de Cristo e chamado à graça nesta vida e à glória na vida futura. A Igreja diz: as atrações para com seu próprio sexo podem ser um aspecto importante da sua experiência de vida ou até mesmo da sua auto-compreensão, porém procura não ver-lhe somente através da lente da homossexualidade.

A Igreja fala com atenção e amor quando fala da tendência ou atração homossexual, em vez de usar substantivos como "homossexual", "lésbica" ou "gay".


(Tradução Thácio Siqueira)
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Fonte: ZENIT

Não chores por mim, Justin Bieber.


Por que acontecem coisas ruins com as pessoas famosas? E por que não acontecem com mais frequência? Sério, existe alguma coisa mais gratificante do que ler em detalhes o último tombo de uma celebridade? Ficamos chocados ao ver alguém tão rico sendo tão estúpido, ou alguém tão glamouroso sendo fotografado em uma situação tão deplorável: a máscara pública de uma estrela se despedaça em cacos e, por trás dela, aparece a face real de alguém que se despe dos trajes Armani e veste um macacão laranja, para a foto da ficha policial. Ah, a queda do pedestal! Bem feito por ser tão mundano, tão conquistador, tão... arrogante.

Quando começamos a ler uma história como essa, protagonizada pelo jovem cantor Justin Bieber, o que nos incentiva é a simples curiosidade ou, talvez, um ligeiro espanto. Podemos até sentir verdadeira raiva do que essas celebridades fazem. Mas dificilmente sentimos compaixão. Nem paramos de ler sobre o seu tropeço com aquela sensação de satisfação inundando a nossa alma. Quanto pior a atrocidade do famoso, melhor a nossa sensação. Milhões de americanos que assistiram à fuga de O. J. Simpson da polícia, pelas estradas da Califórnia, ficaram profundamente decepcionados quando ele se entregou em vez de se atirar de um penhasco em meio a uma nuvem de glória (Thelma e Louise) ou de fazer os policiais o abaterem a bala (Butch Cassidy). E esses milhões de americanos saboreiam o desenrolar-se do processo como quem assiste a um acidente de trem em super-câmera-lenta, sentindo uma agridoce alegria. Mais recentemente, pudemos ler todos os detalhes das seguintes “disfunções” de gente famosa:


- Justin Bieber preso por dirigir sem carteira, em alta velocidade e sob o efeito de drogas, em um bairro residencial.


- Alec Baldwin perdendo as estribeiras e acusando uma repórter que o assediava de vários pecados que clamam aos céus.


- Miley Cyrus, fazendo várias... digamos, performances ousadas... em uma premiação musical.

- Charlie Sheen tendo um colapso psicótico prolongado na internet.


- Lindsay Lohan em suas idas e vindas no tratamento contra as drogas.


Outros escândalos mais antigos, que já aqueceram os nossos corações de pedra, incluem as arremetidas de Mel Gibson contra policiais judeus e garimpeiros russos, o casamento de Woody Allen com uma jovem que ele tinha criado como filha e as palhaçadas de inúmeros artistas ao longo das décadas, regadas a álcool e a alucinógenos, esmiuçadas em revistas populares, em programas de fofocas na televisão e em livros com títulos sugestivos, como “Babilônia Hollywood”.


É claro que o nosso prazer é maior quando pensamos em alguma razão legítima para não gostar da celebridade em questão. Talvez não gostemos da sua visão política ou reprovemos o conteúdo moral dos filmes em que ela participou. Talvez ela tenha até lançado alguma moda horrorosa que os nossos filhos adotaram. A mãe de um dos autores deste texto, por exemplo, reagiu à morte de John Lennon dizendo: "Ótimo. Depois de todas as crianças que ele ajudou a viciar, estou feliz por vê-lo morto".


[Este texto, publicado originalmente na edição da Aleteia em língua inglesa, menciona celebridades particularmente populares nos Estados Unidos. Entretanto, a reflexão aqui proposta é válida para qualquer sociedade contemporânea que padece os efeitos do culto aos famosos e da obsessão pelas suas quedas]

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Fonte: Aleteia 

Igreja apela à oração pela paz na Ucrânia


Perante o aumento da tensão na Ucrânia, a Igreja lançou um apelo à oração pela paz e pela contenção da violência. Ontem, ao final do dia, em declarações feitas por telefone à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), diretamente da Praça Maidan, em Kiev, o Bispo Auxiliar da diocese de rito latino de Kyiv-Zhytomyr explicou que cristãos de todas denominações estavam em oração pela paz, reunidos em duas tendas transformadas em capelas.

Quando soube do agravamento da tensão entre manifestantes e agentes da autoridade, o bispo, Dom Stanislav Szyrokoradiuk, dirigiu-se imediatamente para a Praça, para “oferecer o apoio espiritual às pessoas necessitadas”, independentemente das suas convicções religiosas. “Não faz diferença se alguém é católico ou não”, acrescentou o prelado que destacou ainda a presença no local de “padres capuchinhos que estão também ajudando a cuidar dos feridos”.


Durante a tarde de anteontem, os sinos das Igrejas católica e Ortodoxa estiveram tocando, reforçando o apelo para que todos os cristãos se unam numa corrente de oração pela paz. Também o Bispo Petro Herkulan Malchuk sublinhou a urgência deste apelo, pedindo, através da AIS, que toda a comunidade cristã “reze conosco pela paz na Ucrânia”.


Já hoje, o Papa Francisco também manifestou a sua preocupação pela violência na Ucrânia. Durante a audiência pública semanal, na Praça de São Pedro, o Papa Francisco disse acompanhar "com o espírito preocupado", o que está acontecendo por estes dias em Kiev. "Asseguro a minha proximidade ao povo ucraniano e rezo pelas vítimas da violência, seus familiares e pelos feridos". O Papa convidou ainda que ambas as partes cessem de imediato com a violência e procurem "a concórdia e a paz" para o país.


No final de Janeiro, o presidente executivo da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Johannes Freiherr Heereman, num encontro com representantes das conferências episcopais da Alemanha, Polônia e Estados Unidos, reiterou a importância do “papel das Igrejas cristãs como força de pacificação na Ucrânia”.



A Ajuda à Igreja que Sofre permanece em contato permanente com representantes da Igreja na Ucrânia e convida a todos para rezar pela paz no país.
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Fonte: Aleteia

O papa Francisco expulsa mais um padre pedófilo


Em vários artigos, estivemos falando sobre o compromisso da Igreja na luta contra a pedofilia. Em outros vários, sobre a obstinação de alguns organismos internacionais em atacar a Santa Sé, fingindo não enxergarem a evidência dos seus progressos em transparência e no combate a esse fenômeno terrível.

A "linha dura" foi adotada por Bento XVI, que, só entre 2011 e 2012, expulsou do sacerdócio 400 padres acusados de pedofilia. O papa Francisco manteve a mesma postura. Um dos exemplos aconteceu algumas semanas atrás, mas só foi revelado há poucos dias: sem esperar o fim do julgamento em terceira instância por parte do Estado italiano, a Santa Sé reduziu ao estado laical mais um sacerdote acusado de pedofilia.

Trata-se do pe. Marco Mangiacasale, da diocese de Como, no norte do país. Nos dois primeiros níveis do processo criminal italiano, ele já foi condenado a três anos, cinco meses e vinte dias de prisão por abusarsexualmente de quatro meninas menores de idade. O processo está agora na terceira instância, mas a Igreja não esperou e já reduziu o ex-pároco e tesoureiro da paróquia de San Giuliano ao estado laical. A decisão foi assinada no dia 13 de dezembro pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o futuro cardeal Gerhard Ludwig Müller (Il Fatto Quotidiano, 12 de fevereiro).

No jornal La Repubblica, uma fonte apresentada como “especialista em assuntos do Vaticano” comenta a decisão do papa Francisco sem manifestar surpresa: "Esta política, em linguagem laica, nós poderíamos definir como ‘justicialista’. Ela foi implantada pelo cardeal Ratzinger quando ele dirigia o Santo Ofício. Antes como prefeito e depois como papa, ele aplicou uma legislação inflexível para combater esse triste fenômeno [da pedofilia]". A sentença contra o ex-padre foi lida por dom Coletti em 30 de janeiro para as famílias das vítimas, reunidas em seu gabinete: "O pe. Marco Mangiacasale foi reduzido ao estado laical, não podendo mais atuar como educador nas escolas católicas nem participar de forma alguma em grupos ou organizações onde houver a presença de jovens" (11 de fevereiro).



Luigi Accattoli, vaticanista do Corriere della Sera durante anos, também acredita que houve no Vaticano uma espécie de “virada justicialista”: "A era dos procedimentos de segurança e garantias já passou. Faz algum tempo que o Vaticano abriu caminho para os procedimentos rápidos, derrubando a ideia de uma Igreja que esconde a verdade. O critério distintivo passou a ser a certeza moral". O jornalista explica ao Corriere di Como, edição local do Corriere della Sera: "O sistema antigo previa primeiramente os três graus de julgamento e depois o processo canônico. Era uma escolha ditada oficialmente pelo conceito da não perseguição e pela suposição da inocência do acusado até prova em contrário. Às vezes, era até conivência, mas, no geral, eram procedimentos de segurança". A virada veio com o papa Ratzinger. "Já com o papa Bento XVI, os procedimentos de redução ao estado laical foram acelerados. Em poucas palavras, não há necessidade de esperar as três instâncias dos tribunais quando já existe a ‘certeza moral’ de que o sacerdote é mesmo responsável e culpado, mesmo sem uma sentença definitiva. E isso se aplica não apenas à pedofilia, mas também a outros casos" (13 de fevereiro).
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Fonte: Aleteia

Apedrejada até a morte por ter entrado no Facebook?!


A notícia veio da agência iraniana Fars e repercutiu na mídia ocidental, mas é tão espantosa que ninguém se atreve a usar verbos que afirmem certeza: estamos todos optando pelo “teria sido” em vez do “foi”, apesar de que o conflito de quase três anos na Síria não surpreende mais pela selvageria contra a população, especialmente contra os mais jovens. Pois bem, Fatoum Al-Jassem, uma menina síria da cidade de Rakka, teria sido apedrejada até a morte porque criou um perfil pessoal no Facebook.

Estar presente na rede com uma página própria na qual postar notícias, fotos, ideias pessoais e dos amigos e manter contato com as pessoas foi considerado um caso de conflito com a lei islâmica. O juiz de um tribunal da sharia decidiu que ter uma conta no Facebook é um comportamento imoral, merecedor da mesma pena do adultério. Ter uma conta no Facebook foi descrito como um ato "profundamente mau", que exige punição severa (Avvenire, 17 de fevereiro).

A agência Fars retransmitiu a notícia da fonte árabe Al-Rai al Yaoum (O Mundo Hoje). O episódio teria acontecido na região de Rakka, cidade do norte da Síria, às margens do Rio Eufrates e próxima da fronteira com a Turquia, onde milícias islâmicas do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL, na sigla em inglês) impuseram o seu domínio. "É uma história que parece inacreditável, mas, infelizmente, o que está acontecendo na Síria, nas áreas dominadas pelas milícias islâmicas internacionais financiadas e apoiadas pela Arábia Saudita, pelo Catar, pelos Estados Unidos e pela Turquia, está nos acostumando ao irreal", escreve Marco Tosatti em La Stampa (17 de fevereiro).

O caso é ainda mais absurdo ao constatarmos de que a mesma Frente Al Nusra, a filial síria da Al Qaeda, tem a sua própria página no Facebook: é evidente que as normas aplicadas pelo fundamentalismo islâmico a homens e mulheres são bem diferentes. Rakka foi a primeira capital de província a cair nas mãos de insurgentes islâmicos sunitas. É de Raqqa que vêm as imagens horríveis do apedrejamento da jovem Fatoum, considerada culpada por ter uma conta no Facebook (Avvenire, 17 de fevereiro).


Têm razão o Unicef e as outras organizações internacionais que lançaram a campanha de angariação de fundos “No Lost Generation” [“Não a uma Geração Perdida"]: é necessário levantar 1 bilhão de dólares para evitar a perda de uma geração inteira de crianças sírias. Mais de um milhão de refugiados que tentam escapar da guerra são crianças, das quais mais de 425 mil têm menos de 5 anos de idade. Cerca de 5.000 crianças estão separadas de suas famílias. Mais de 3 milhões de crianças estão desabrigadas dentro da Síria. "No Lost Generation" é uma estratégia que pretende ajudar as vítimas do conflito sírio a terem a oportunidade de um futuro mais estável e seguro (Repubblica.it, 7 de janeiro).

E um futuro mais seguro deve incluir a possibilidade de uma menina criar o seu perfil pessoal no Facebook.

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Fonte: Aleteia 

No Consistório, Papa reza pela Ucrânia


O Papa Francisco abriu o segundo dia de trabalhos do Consistório extraordinário, nesta sexta-feira, 21, rezando pela Ucrânia, que vem sofrendo intensas situações de violência.

“Eu gostaria de enviar uma saudação, não somente pessoal, mas em nome de todos, aos cardeais ucranianos – o cardeal Jaworski, arcebispo emérito de Leopoli, e o cardeal Husar, arcebispo maior emérito de Kiev – que nestes dias sofrem tanto e têm tantas dificuldades em sua pátria. Talvez será belo fazer chegar essa mensagem em nome de todos: vocês concordam, todos, com isso? (aplausos)”.


Depois, o Santo Padre mencionou a exposição sobre a família feita ontem pelo Cardeal Walter Kasper. O Papa contou que, antes de dormir, leu novamente o trabalho do cardeal e gostaria de agradecê-lo, porque encontrou profunda teologia, um pensamento sereno na teologia.


“É agradável ler teologia serena. E encontrei aquilo que Santo Inácio nos dizia, aquele sensus ecclesiae, o amor à Mãe Igreja, ali. Fez-me muito bem e me veio uma idéia, desculpe-me, eminência, se a faço envergonhar, mas a idéia é: isto se chama fazer teologia de joelhos. Obrigado. Obrigado”.
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Fonte: Canção Nova