sexta-feira, 14 de março de 2014

O papa quer estudar as uniões homossexuais para entender os seus porquês


Como bom jesuíta, o papa Francisco adota a prática inaciana de analisar pareceres e informações a propósito dos diversos assuntos. E um dos temas que ele vem estudando são as uniões entre pessoas do mesmo sexo. "Não há nenhuma bênção no horizonte, nem uma abertura doutrinária", mas sobre a mesa, "entre os muitos assuntos a considerar, também está o dos casais gays" (Il Messaggero, 10 de março).
Em particular, o interesse do papa se concentra na pastoral com as crianças adotadas por parceiros homossexuais. "Os pequenos têm direito a um batismo e a um caminho de fé, exatamente como todos os outros, nem mais nem menos".
Francisco já abordou a questão ao falar com os superiores gerais das congregações religiosas, no final de novembro, observando que, "no âmbito educativo, as uniões gays nos apresentam novos desafios que às vezes são difíceis de entender".
E é para entender os contextos desses novos núcleos que o papa enviou a todas as conferências episcopais um questionário com 38 perguntas sobre uniões homossexuais, aborto, divórcio, sexo antes do casamento e eutanásia, entre outros assuntos, para formar um panorama da sociedade atual. O sínodo sobre a família, convocado para o próximo semestre, analisará todas essas questões.

O cardeal Timothy Dolan, arcebispo de Nova Iorque, disse em entrevista à rede NBC que o papa Francisco "quer estudar as uniões gays e civis para compreender as razões que levaram alguns países a legalizar a união civil de casais do mesmo sexo" (L’Unità, 10 de março).
O pontífice, acrescentou Dolan, "não chegou a dizer que é a favor das uniões homossexuais", mas que os líderes da Igreja devem "olhar para essas uniões e ver as razões que as fizeram se tornar uma realidade, em vez de se apressar em condená-las. Vamos simplesmente tentar nos fazer perguntas sobre o porquê de algumas pessoas terem recorrido a essas uniões”.
O cardeal reiterou que a centralidade do casamento entre homem e mulher para a sociedade não é apenas um "fato de interesse sagrado e religioso". Disse ele: "Se diluirmos o significado sagrado do casamento, a minha preocupação é que não só a Igreja sofra as consequências, mas toda a nossa sociedade e a nossa cultura".
Tentar entender as razões de quem defende outros caminhos, no entanto, "é bem diferente, e o papa seria o primeiro apoiador desse esforço de entendimento".

De acordo com Dolan, o papa quer prestar atenção às várias situações, evitando as casuísticas que simplificam o fenômeno e sacrificam a humanidade da pessoa e a atenção que ela merece, no caminho da misericórdia e do acolhimento do homem contemporâneo. Afinal, esse “percurso de acolhimento” faz parte da definição de Igreja para Bergoglio.

Nos Estados Unidos, os pronunciamentos do papa Francisco sobre as uniões entre pessoas do mesmo sexo são acompanhados com particular interesse desde julho do ano passado, quando ele declarou: "Se alguém é gay e procura Deus com boa fé, quem sou eu para julgar?". Em setembro, a histórica revista gay "The Advocate" dedicou a sua capa ao pontífice (La Stampa, 10 de março).

O papado de Bergoglio se mostra cada vez mais aberto e corajoso. Na Igreja de Francisco, como observou o cardeal Francesco Coccopalmerio, presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, "podemos dizer o que pensamos" e discutir os assuntos "respeitando a doutrina", mas "sem fingir que os problemas não existem, como no caso dos divorciados que voltam a se casar​​" (La Repubblica, 10 de março).

O papa, comenta dom Domenico Mogavero, bispo de Mazara del Vallo e membro da Comissão Episcopal para os Migrantes, "está trilhando novas estradas de misericórdia em vez de condenação. Ele não vai mudar a doutrina da Igreja sobre o casamento entre homem e mulher, mas vai estudar novas soluções pastorais sobre as novas realidades, que incluem as uniões que surgem sem o vínculo do matrimônio. Esta perspectiva de abraçar em vez de fechar encontra resistências, infelizmente, dentro da Igreja, mas também encontra muitos bispos e leigos dispostos a assumir o risco de segui-la".

O que o papa está pedindo da Igreja de hoje, disse dom Mogavero, é "mais misericórdia, mais amor e não a condenação. Não a cruzada. O papa João XXIII já nos pedia para condenar o erro, mas não condenar quem erra. Ele foi criticado dentro da Igreja, como acontece hoje, em parte, com Francisco. Mas nós temos que prosseguir sem medo. Existe uma humanidade ferida que pede ajuda e consideração. Os casais não unidos em matrimônio​​, os casais homossexuais, são uma realidade. A Igreja não pode se esconder atrás dos muros. Temos que evitar tanto o extremismo de quem quer aberturas incondicionais quanto o de quem só quer que a Igreja se feche, mas precisamos procurar novas maneiras de trazer a todos a mensagem de Jesus".
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Fonte: Aleteia

quarta-feira, 12 de março de 2014

7 verdades sobre a Igreja Católica que tentam esconder de você


Em um país como o Brasil, onde a estrutura da Igreja Católica forma uma das maiores bases sociais para a população, é preciso que todos nós saibamos qual o tamanho dessa Igreja para que possamos ajudá-la em sua missão e propagação do Evangelho. Formada por homens e mulheres; jovens e idosos; religiosos e religiosas; leigos e leigas, a Igreja Católica é a maior instituição benfeitora e promotora de caridade do Brasil, alimentando quem tem fome e tratando quem procura por seus hospitais. Ninguém distribui mais alimentos do que sua gente,  o povo de Deus!
   
Portanto, há sete pontos em que a Igreja Católica Apostólica Romana é insuperável no Brasil:

    #Verdade 1: Maior instituição de caridade do planeta;
    #Verdade 2: A instituição que mais distribui alimentos;
    #Verdade 3:  Maios mantenedora de bolsas para a educação;
    #Verdade 4: Melhor programa de combate a mortalidade infantil;
    #Verdade 5:  Mais de 300 mil projetos sociais;
    #Verdade 6: Quem mais presta assistência aos idosos;
    #Verdade 7: Única instituição presente em todos os municípios do Brasil.
  
#ProntoFalei!

Essa Igreja, educa mais alunos que qualquer outra instituição de ensino desse país, como as crianças em suas creches e os idosos em seus lares de convivência. Ninguém distribui mais bolsas para a educação do que seus colégios e faculdades com mais de 2 milhões de alunos. Por isso, está presentes em todos os municípios do Brasil levando amor, unidade e esperança para todas as pessoas de fé, de todas as raças, guiados pela Boa Nova da verdade e da paz, sempre na defesa do bem e da dignidade da pessoa humana e firmes no propósito de evangelizar, como nos ordenou Jesus.


Não bastando, ela acolhe milhões de pessoas em suas casas, trazidas pela fé que anima essa Igreja. Seus carismas são inspirados pelo Espírito Santo e estão presentes em mais de duzentas mil comunidades pregando o Evangelho, sob a intercessão e proteção de Maria, nossa Mãe e Mãe de todos os povos. Todos!


São mais de 130 milhões unidos em uma só família: a Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil. Este é o sinal que nos faz criar laços de comunhão fraterna, favorecendo uma Igreja presente e atuante em nossos tempos. E todos devem conhecer e colaborar com isso. É um compromisso de solidariedade e fraternidade com os nossos irmão e irmãs em Cristo!
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Texto completo disponível em: Partilhe: igreja colaborativa.

E se você fosse papa, que tipo de católicos gostaria de ver?


É comum ouvir muitos comentários como este: "A Igreja precisa de um papa jovem, dinâmico, carismático, inteligente, político. Seria melhor se viesse de um lugar novo, do Terceiro Mundo. Que esteja aberto às mudanças e aos tempos modernos".

É fácil descrever que tipo de papa queremos ver à cabeça da Igreja. Mas eu me pergunto: se algum de nós tivesse a opção de ser papa, que tipo de católicos gostaríamos de ver? E nós, como católicos, estaríamos à altura do que o mundo de hoje precisa?

Indiscutivelmente, o Papa desempenha um papel muito importante como líder visível da Igreja. No entanto, se um amigo seu tiver dúvidas de fé, a quem ele poderá recorrer? 

Coragem, papa Francisco, coragem!


Completa-se o primeiro ano de Pontificado do papa Francisco. A fumaça branca da Capela Sistina, na noite chuvosa e fria de 13 de março de 2013, preparou a multidão ansiosa da praça de São Pedro uma bela surpresa: o novo Bispo de Roma e Sucessor do apóstolo Pedro, colocado no centro da Igreja Católica, era um cardeal que vinha “quase do fim do mundo”! Jorge Mário Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, que escolheu para si o nome de Francisco.

Passados os primeiros momentos de encantamento, o papa Francisco começou logo a mostrar seu estilo, seu jeito latino-americano, seu desejo de servir a Igreja Católica e a humanidade de corpo e alma. Tantos detalhes chamaram a atenção, como a moradia na Casa Santa Marta, em vez do palácio apostólico; a dispensa de muitos protocolos; seu jeito de pastor de almas; a forma direta e simples de falar...

Mas tudo isso, embora significativo, ainda não diz tudo sobre a novidade do primeiro papa não europeu, depois de muitos séculos, primeiro latino-americano, primeiro papa jesuíta, com jeito de franciscano... Francisco tem clareza sobre sua missão mais urgente, na condição de Sucessor de Pedro: confirmar os irmãos na fé, reanimá-los, dar-lhes novamente certeza e segurança interior, superar certo desalento e baixa auto-estima na Igreja, restituir ao povo católico a alegria do Evangelho, a identificação com a própria Igreja e o senso de pertença a ela.


Sabe que sua missão é resgatar a credibilidade da Igreja, ferida por muitos escândalos decorrentes de pecados, fraquezas daqueles que deveriam ser reconhecidos como testemunhas fidedignas do Evangelho da vida e da esperança diante do mundo... Francisco sabe que esta credibilidade só é recuperada com a retidão de intenções e atitudes, amor à verdade e sincera humildade. E ele convidou todos os membros da Igreja a fazerem isso, empreendendo um verdadeiro caminho de conversão a Cristo e seu Evangelho.

Muitos, talvez, esperavam imediatas e até espetaculares reformas na Cúria Romana e nos organismos de governo, que ajudam o Papa em sua missão universal. Francisco começou pedindo reformas nas atitudes e nas disposições de todos os filhos da Igreja; as reformas administrativas da Santa Sé chegam aos poucos e as da Cúria romana ainda devem chegar. Ninguém tenha a ilusão de que, na Igreja, tudo depende só da Cúria romana; Francisco tem falado mais vezes da necessária participação de todos e que cada membro da Igreja faça bem a sua parte, em vista da saúde do corpo inteiro.

Francisco quer uma Igreja que não seja auto-referencial, nem fechada sobre si mesma, mas discípula de Cristo e servidora do Evangelho para o mundo. Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (“A Alegria do Evangelho”), ele apresentou as prioridades da missão evangelizadora no mundo atual: católicos felizes e agradecidos pela fé, percebida como dom precioso a ser compartilhado generosamente; uma Igreja que se faz missionária e se coloca em estado permanente de missão; a conversão constante ao autêntico espírito do Evangelho e a superação do “espírito mundano”, constante tentação para os cristãos e a Igreja; a saída para as periferias humanas e sociais e a solidariedade concreta em relação aos pobres.

Há muito para se fazer! Coragem, Papa Francisco, coragem! Deus o ilumine e guarde! E nós, além da admiração pelo Papa vindo da América Latina, também o acompanhemos neste esforço. Coragem, povo de Deus, coragem!

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Cardeal Dom Odilo Scherer 

Artigo publicado no Jornal O Estado de São Paulo
Disponível em: ZENIT

terça-feira, 11 de março de 2014

A Igreja deve se envolver na política?


Londres, 13 de fevereiro: o arcebispo de Westminster, recentemente criado cardeal, Vicente Nichols, criticou abertamente a política econômica do primeiro-ministro britânico, David Cameron, pela sua reforma do sistema de proteção social, que levou meio milhão de ingleses a acudir aos bancos de alimentos, algo considerado vergonhoso – provocando, na semana seguinte, a adesão de 27 bispos anglicanos a esta crítica.
 
Kiev (Ucrânica), 20 de fevereiro: os bispos greco-católicos, ortodoxos e luteranos ucranianos condenaram energicamente os assassinatos coletivos das forças de repressão policial em Maidan.

 
Les Hayes (Haiti), 22 de fevereiro: o presidente da Conferência Episcopal Haitiana e recém-criado cardeal, Chiby Langlois, que em janeiro começou a liderar um processo de diálogo entre as principais forças políticas do país mais pobre da América, conseguiu um princípio de acordo, ainda pendente, para a reforma da Constituição e a criação de um órgão que garantisse a ordem eleitoral, diante dos protestos em Porto Príncipe e o resto das cidades pela política econômica do governo e a repressão dos ativistas locais.

 
Mérida (Venezuela), 1º de março: o arcebispo Baltazar Cardozo denunciou duramente, em um artigo publicado na revista Vida Nueva, o fanatismo do atual governo de Nicolás Maduro, seus desperdícios e sua corrupção, de que não se salva nenhuma instituição do regime, bem como a repressão e criminalização de todos aqueles que se manifestam críticos à sua gestão, inclusive a intolerável pressão sobre a mídia para que replique a versão oficial da situação de insatisfação massiva do país.

 
A lista continuaria, interminável, e seria preciso refazê-la diariamente.




A Igreja se envolve na política? Os bispos se envolvem na política? Esta é a velha acusação de todos os totalitaristas (em regimes ditatoriais ou formalmente democráticos).
 
Na realidade, a Igreja e os bispos se envolvem na política sim, porque, além do direito de fazer isso (que qualquer cidadão tem), têm a obrigação de fazê-lo – se entendemos que "envolver-se na política" significa denunciar tanto os processos legislativos como os executivos que atentam contra os direitos humanos, defender a dignidade da pessoa e o bem comum, mediar e agir em consequência, e não tanto envolver-se em batalhas políticas partidárias, o que por opção pastoral só fazem excepcionalmente.

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Fonte: Aleteia

segunda-feira, 10 de março de 2014

Eparquia ucraniana convida Igreja no Brasil a rezar pela Ucrânia


Eminência Reverendíssima Dom Raimundo – Presidente,
Eminência Reverendíssima, Dom Leonardo – Secretário,

Diante da grave situação político-social e econômica da Ucrânia enfrentada há vários meses, que resultou em violência extrema com muitas mortes e incontáveis feridos e que tende a se prolongar, causando ainda maior sofrimento aos nossos irmãos e irmãs ucranianos, independentemente de confissão religiosa ou opção partidária, gostaria de, em nome dos fiéis católicos ucranianos da Eparquia São João Batista e de todos os ucranianos do Brasil, contar com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e de todos os Bispos e fiéis da Igreja Católica Latina do Brasil para, juntos, elevarmos uma prece a Deus pelos mortos, que deram a sua vida pelo sonho de liberdade e de justiça e pelos que continuam a lutar pela construção de uma pátria íntegra, livre e em paz, onde sejam respeitados os direitos da dignidade humana.


Na esperança de maior união entre mentes e corações, sinto-me na responsabilidade de contribuir, pela oração e também pelo compromisso concreto, dentro das possibilidades reais para a promoção do diálogo fraterno e da paz na sociedade ucraniana que, certamente, lhe proporcionará mais justiça, liberdade e prosperidade.



Fraternalmente, na paz do Senhor, 
Dom Volodemer Koubetch, OSBM
Bispo Eparca

No momento das nossas tentações, nada de argumentos com Satanás.


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 9 de março de 2014


Queridos irmãos e irmãs,

O Evangelho deste primeiro domingo da Quaresma nos apresenta todos os anos o episódio das tentações de Jesus, quando o Espírito Santo, que desceu sobre Ele depois do Batismo no Rio Jordão, impeliu-o a enfrentar abertamente Satanás no deserto, por quarenta dias, antes de iniciar a sua missão pública.

O tentador procura desviar Jesus do projeto do Pai, isso é, do sacrifício, do amor que oferece a si mesmo em expiação, para fazer-lhe adotar um caminho fácil, de sucesso e de poder. O duelo entre Jesus e Satanás se realiza através de citações da Sagrada Escritura. O diabo, de fato, para desviar Jesus do caminho da cruz, apresenta-lhe as falsas esperanças messiânicas: o bem-estar econômico, indicado pela possibilidade de transformar as pedras em pão; o estilo espetacular e mirabolante, com a idéia de atirar-se do ponto mais alto do templo de Jerusalém e fazer-se salvar pelos anjos; e por fim um atalho do poder e do domínio, em troca de um ato de adoração a Satanás. São três os grupos de tentações: também nós o conhecemos bem!

Jesus resiste decididamente a todas estas tentações e confirma a firme vontade de seguir o caminho estabelecido pelo Pai, sem qualquer compromisso com o pecado e com a lógica do mundo. Reparem bem como responde Jesus. Ele não dialoga com Satanás, como tinha feito Eva no paraíso terrestre. Jesus sabe bem que com Satanás não se pode dialogar, porque é muito esperto. Por isto, Jesus, em vez de dialogar como tinha feito Eva, escolhe refugiar-se na Palavra de Deus e responde com a força desta Palavra. Lembremo-nos disso: no momento da tentação, das nossas tentações, nada de argumentos com Satanás, mas sempre defendidos pela Palavra de Deus! E isto nos salvará. Nas suas respostas a Satanás, o Senhor, usando a Palavra de Deus, recorda-nos, antes de tudo, que “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4, 4; cfr Dt 8, 3); e isto nos dá força, apóia-nos na luta contra a mentalidade mundana que reduz o homem ao nível das necessidades primárias, fazendo-o perder a fome daquilo que é verdadeiro, bom e belo, a fome de Deus e de seu amor. Lembra também que “também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’” (v. 7), porque o caminho da fé passa também através da escuridão, da dúvida, e se alimenta de paciência e de espera perseverante. Jesus recorda, enfim, que “está escrito: ‘Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás” (v. 10), isso é, devemos livrar-nos dos ídolos, das coisas vãs, e construir a nossa vida sobre o essencial.


Estas palavras de Jesus encontrarão depois confirmação em suas ações. A sua absoluta fidelidade ao desígnio de amor do Pai o conduzirá depois de cerca de três anos ao confronto final com o “príncipe deste mundo” (Jo 16, 11), na hora da paixão e da cruz, e ali Jesus resgatará a sua vitória definitiva, a vitória do amor!

Queridos irmãos, o tempo da Quaresma é ocasião propícia para todos nós cumprirmos um caminho de conversão, confrontando-nos sinceramente com esta página do Evangelho. Renovemos as promessas do nosso Batismo: renunciemos a Satanás e a todas as suas obras e seduções – porque é um sedutor ele – para caminhar nas sendas de Deus e “chegar à Páscoa na alegria do Espírito” (Oração coleta do I Domingo da Quaresma Ano A).
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Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

sexta-feira, 7 de março de 2014

O que fazer quando os filhos se afastam de Deus?


Muitos pais se preocupam quando seus filhos adolescentes ou jovens assumem uma postura negativa diante de Deus, levando em consideração que todos receberam os valores religiosos no lar e, justamente quando conquistaram um pouco de autonomia, liberdade e razão, decidiram rejeitar tudo o que possa representar Deus.

Quando esta situação se apresenta nas famílias, alguns pais podem reagir de maneira coercitiva, obrigando seus filhos a ir à Missa ou participar das diversas atividades religiosas. Outros pais optarão por deixar que os filhos se afastem e que voltem a se encontrar com Deus por conta própria.


Conscientes de que esta não é uma tarefa fácil, o importante é agir de maneira adequada, para impedir que esse afastamento vá crescendo, pois muitas vezes as reações dos pais vai criando mais distanciamento ainda nos filhos.


Antes de explicar o que fazer quando se dá esta problemática, devemos analisar alguns fatores determinantes:


A fé tem etapas

A fé também tem um ciclo natural na vida do ser humano. O Pe. Calixto o descreve assim: "Nossa vivência religiosa passa por quatro etapas: aquela fé da Primeira Comunhão; uma segunda, que vivemos durante a adolescência, repleta de incertezas, altos e baixos; a terceira, na qual a fé parece evaporar e morrer na vida adulta; e talvez uma quarta: a fé recobrada, quando ajudamos os filhos em sua religiosidade".


A rebeldia como característica própria da adolescência


Nesta etapa da vida, os seres humanos passam por uma fase de inconformismo e querem mudar seu statu quo. Muitas vezes, nem sequer sabem contra o que estão se rebelando, mas essa busca de identidade é seu foco, é o que os leva a desestabilizar tudo o que os cerca, inclusive seus pais. Há casos em que não se rebelam diante de Deus, mas sim dos seus pais, que se tornam para eles uma ameaça constante.


Entendendo este contexto, percebemos que a raiz do problema é a busca de identidade, e não necessariamente a rejeição de Deus.


Más influências


Uma pessoa próxima do nosso filho pode estar questionando a fé. Não nos esqueçamos de que, durante a adolescência, os amigos são as pessoas mais influentes na vida dos nossos filhos. E uma má amizade pode causar muito dano. Ao ver seu filho contestando a religião, é recomendável começar indagando sobre seus amigos, convidando-os à casa e tentando ter contato com suas famílias.


Ao confirmar que é este o problema, o melhor não é proibir tal amizade, e sim usar outras táticas mais sutis, que possam ir distanciando seu filho da pessoa inconveniente.