terça-feira, 26 de agosto de 2014

Bispo desaparecido em 1949 poderia ser o primeiro santo da Coréia do Norte


Coréia do Norte poderia ter o seu primeiro santo canonizado, depois do Vaticano reconhecer oficialmente a morte do Bispo de Pyongyang, Dom Francis Hong Yong-ho, desaparecido em 1949.
Pouco depois do reconhecimento de sua morte, a Conferência Episcopal da Coréia (do Sul) solicitou à Congregação para as Causas dos Santos a abertura da causa de beatificação do bispo e 80 companheiros.

Dom Hong nasceu em Pyongyang em 1906 e foi ordenado sacerdote em 1933 durante a ocupação da Coréia por parte do Japão. Em 1944 foi nomeado bispo e vigário apostólico de Pyongyang.

Em 1948 a Coréia do Norte e a Coréia do Sul foram formalmente estabelecidas. Muitos cristãos fugiram do norte. Em 1950 tinham morrido ou desaparecido 166 sacerdotes e religiosos na Coréia do Norte.

A esperança da salvação para as crianças que morrem sem Batismo



 COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL
A ESPERANÇA DA SALVAÇÃO PARA AS CRIANÇAS
QUE MORREM SEM BATISMO

SUMÁRIO

Nota preliminar

Introdução

1. Historia quaestionis. História e hermenêutica do ensinamento católico
1.1. Fundamentos bíblicos
1.2. Os Padres gregos
1.3. Os Padres latinos
1.4. A Escolástica medieval
1.5. A era moderna pós-tridentina
1.6. Do Concílio Vaticano I ao Concílio Vaticano II
1.7. Problemas de natureza hermenêutica

2. Inquirire vias Domine: Indagar os caminhos de Deus. Princípios teológicos

2.1. A vontade salvífica universal de Deus realizada através da única mediação de Jesus Cristo no Espírito Santo
2.2. A universalidade do pecado e a necessidade universal da salvação
2.3. A necessidade da Igreja
2.4. A necessidade do Batismo sacramental
2.5. Esperança e oração pela salvação universal

3. Spes orans. Razões de esperança

3.1. O novo contexto
3.2. A filantropia misericordiosa de Deus
3.3. Solidariedade com Cristo
3.4. A Igreja e a comunhão dos santos
3.5. Lexorandi, lex credendi
3.6. Esperança

A esperança da salvação para as crianças que morrem sem Batismo

Nota preliminar

O tema da sorte das crianças que morrem sem ter recebido o Batismo foi abordado levando em conta o princípio da hierarquia da verdade, no contexto do desígnio salvífico universal de Deus, da unicidade e da inseparabilidade da mediação de Cristo, da sacramentalidade da Igreja em ordem à salvação e da realidade do pecado original. No estágio atual de relativismo cultural e de pluralismo religioso, o número de crianças não-batizadas aumenta consideravelmente. Em tal situação, aparece mais urgente a reflexão sobre a possibilidade de salvação também para estas crianças. A Igreja tem consciência que ela é unicamente atingível em Cristo por meio do Espírito. Mas ela não pode renunciar a refletir, enquanto mãe e mestra, sobre a sorte de todos os seres humanos criados à imagem de Deus, e, particularmente, dos mais fracos e daqueles que ainda não estão em posse do uso da razão e da liberdade.

É conhecido que o ensinamento tradicional recorria à teoria do limbo, entendido como estado no qual as almas das crianças que morrem sem Batismo não mereciam o prêmio da visão beatífica, por causa do pecado original, mas não sofriam nenhuma punição, dado que não tinham cometido pecados pessoais. Essa teoria, elaborada por teólogos a partir da Idade Média, nunca entrou nas definições dogmáticas do Magistério, mesmo que o próprio Magistério a mencionasse no seu ensinamento até o Concílio Vaticano II. Esta permanece, portanto, uma hipótese teológica possível. Contudo, no Catecismo da Igreja Católica (1992) a teoria do limbo não é mencionada e, ao contrário, tem ensinado que, quanto às crianças mortas sem o Batismo, a Igreja só pode confiá-las à misericórdia de Deus, como, exatamente, faz no rito específico dos funerais para elas. O princípio de que Deus quer a salvação de todos os seres humanos permite esperar que exista uma via de salvação para as crianças mortas sem Batismo (cf. Catecismo, 1261). Tal afirmação convida a reflexão teológica a encontrar uma conexão teológica e coerente entre os diversos enunciados da fé católica: a vontade salvífica universal de Deus, a unicidade da mediação de Cristo, a necessidade do Batismo para a salvação, a ação universal da graça em relação aos sacramentos, a relação entre pecado original e privação da visão beatífica e a criação do ser humano “em Cristo”.

A conclusão do estudo é que existem razões teológicas e litúrgicas para motivar a esperança de que as crianças que morrem sem Batismo possam ser salvas e introduzidas na bem-aventurança eterna, embora não exista um ensinamento explícito da Revelação sobre este problema. Nenhuma das considerações que o texto propõe para motivar uma nova abordagem da questão pode ser adotada para negar a necessidade do Batismo nem para retardar o rito da sua administração. Ou melhor, existem mais razões para esperar que Deus salve estas crianças, dado que não se conseguiu fazer o que se desejaria fazer por elas, isto é, batizá-las na fé da Igreja e inseri-las visivelmente no Corpo de Cristo.

Enfim, uma observação de caráter metodológico. A maneira de abordar este tema se justifica bem dentro daquele desenvolvimento da história da inteligência da fé, da qual fala a Dei Verbum (n. 8), e cujos fatores são a reflexão e o estudo dos crentes, a experiência dos bens espirituais e a pregação do Magistério. Quando, na história do pensamento cristão, se começou a perceber a pergunta pela sorte das crianças que morrem sem Batismo, talvez não se conhecesse exatamente a natureza e todo o alcance doutrinal implícito nesta pergunta. Somente no desenvolvimento histórico e teológico havido no decorrer dos séculos e até o Concílio Vaticano II nos damos conta que tal pergunta específica merecia ser considerada em um horizonte sempre mais amplo das doutrinas de fé, e que o problema pode ser repensado, colocando o ponto em questão em relação explícita com o contexto global da fé católica e observando o princípio da hierarquia das verdades, mencionado no decreto do Concílio Vaticano II Unitatis Redintegratio. O Documento, seja do ponto de vista teológico especulativo, seja do ponto de vista prático-espiritual, constitui um instrumento explícito útil e eficaz para a compreensão e o aprofundamento desta problemática, que não é somente doutrinal, mas se depara com urgências pastorais de não pouca relevância.

* * *

O tema da “A esperança da salvação para as crianças que morrem sem Batismo” foi submetido ao estudo da Comissão Teológica Internacional. Para preparar este estudo, foi formada uma Subcomissão, composta por Dom Ignazio Sanna e Dom Basil Kyu-Man Cho, pelos reverendíssimos. professores Peter Damian Akpunonu, Adalbert Denaux, Gilles Emery O.P., Mons. Ricardo Ferrara, István Ivancsó, Paul McPartlan, Dominic Veliath S.D.B. (presidente da Subcomissão) e da professora irmã Sara Butler M.S.B.T., com a colaboração do Pe. Luis Ladaria S.J., secretário geral, e do Mons. Guido Pozzo, secretário adjunto da supracitada Comissão Teológica, e também com os contributos de seus outros membros. A discussão geral se desenvolveu por ocasião da Sessão Plenária da mesma Comissão Teológica Internacional, acontecida em Roma em dezembro de 2005 e outubro de 2006. O presente texto foi aprovado de forma específica pela Comissão, e, posteriormente, submetida ao seu presidente, Cardeal William J. Levada, o qual, recebido o consentimento do Santo Padre na Audiência concedida a 19 de janeiro de 2007, deu a sua aprovação para a publicação.

Satanistas devolvem hóstia consagrada à arquidiocese de Oklahoma


A hóstia consagrada que um satanista da cidade norte-americana de Oklahoma tinha declarado que usaria na realização pública de uma "missa negra" no mês que vem foi entregue à arquidiocese local. A informação é da própria arquidiocese.

Um dia depois de o arcebispo dom Paul Coakley dar início a um processo contra Adam Daniels, o líder do grupo satânico que planeja realizar a "missa negra" no Centro Cívico de Oklahoma, o satanista concordou em entregar ao arcebispado a hóstia consagrada.

"Um advogado representante do líder do grupo satânico entregou a hóstia a um padre católico na quinta-feira à tarde", comunicou o site da arquidiocese. "Com a devolução da hóstia e com a assinatura de um documento por parte do líder do grupo satânico afirmando que o grupo não possui mais nenhuma hóstia consagrada nem usará qualquer hóstia consagrada em seus rituais, o arcebispo concordou em retirar a ação judicial".

"Eu estou aliviado porque nós conseguimos a devolução da hóstia consagrada e porque impedimos a sua profanação nesse ritual satânico", disse o arcebispo. "[Mas] continuo preocupado com os poderes obscuros que essa adoração satânica está convidando a penetrar em nossa comunidade e com o perigo espiritual que tudo isso representa para todas as pessoas que estão direta ou indiretamente envolvidas".

Dom Coakley fez reiterados pedidos às autoridades da cidade de Oklahoma para que seja cancelado o ritual satânico agendado para acontecer em um espaço público.

Entretanto, o próprio fato de o Centro Cívico de Oklahoma ser um espaço público é alegado pelas autoridades locais para negar os pedidos de cancelamento da missa negra. Jim Brown, gerente geral do Centro Cívico, citou a constituição dos EUA para explicar que, "como serviço público, nós somos obrigados a alugar o centro para quaisquer organizações e indivíduos, desde que eles respeitem as nossas políticas e procedimentos".

Bispo dos EUA aceita participar do desafio do balde de gelo, mas...

...se recusa o enviar seu donativo à Associação ALS e o manda para outra instituição.


Afinal, as doações feitas à Associação ALS serão usadas ou não em pesquisas com células-tronco embrionárias humanas?


Há dúvidas e questionamentos suficientes para que muitos católicos decidam não participar do "Desafio do Balde de Gelo".


E pelo menos uma Igreja local, nos Estados Unidos, já alertou os fiéis para evitarem a campanha.

O “Desafio do Balde de Gelo” se tornou sensação mundial na internet ao longo da semana passada, mas a arquidiocese norte-americana de Cincinnati pediu que os diretores das suas escolas católicas não incentivem os alunos a arrecadarem dinheiro para a Associação ALS. As informações são do site Cincinnati.com.


Como é possível que Deus tenha criado o universo em seis dias?



Sigo sempre, com interesse, os debates que falam sobre a Ciência e fé a serviço da verdade, que é Deus. Gostaria de fazer uma pergunta: É possível Deus ter criado todo o universo em apenas seis dias de 24 horas, e ter repousado no sétimo?


Resposta do Padre Francesco Carensi, professor de Sagrada Escritura


Quando lemos os primeiros capítulos do livro de Gênesis, o que esperamos? A fé e a ciência se interessam pelos mesmos temas, mas segundo perspectivas diversas: a ciência se interessa pelo “como” os fenômenos acontecem, a  pelo sentido e pelo “porquê”. É possível que pensemos que existam oposições entre as duas? Pensamos que a busca científica seja um obstáculo para a vida de , ou que a fé limita a ciência? Concordamos com a afirmação de Wittgenstein: “Sentimos que, mesmo depois que todas as proposições ou perguntas científicas tenham encontrado uma resposta, os nossos problemas vitais não terão sido ainda tocados”. A evolução de Darwin e a teoria do Big Bang constituíram no passado um desafio para a Doutrina da Igreja. Hoje, tais hipóteses científicas são comumente aceitáveis e ninguém lê mais o texto de Gênesis 1, mas busca ali uma história de salvação.


A criação é coisa de Deus, primeiro tempo em que se manifesta a ação divina. A vida em meio à criação deve ser uma liturgia contínua, uma ação de graças através do tempo. A criação é um ato de potência, beleza e harmonia. O protagonista de “Idiota”, de Dostoiévski, príncipe Míchkin, não responde explicitamente, mas suas atitudes deixam perceber que a beleza que salvará o mundo é o amor que compartilha a dor. O termo hebraico tob, usado em Gênesis 1, indica tanto “belo” quanto “bom”. 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Papa Francisco está na mira do Estado Islâmico, diz jornal italiano




O papa está na mira do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), responsável pela decapitação do jornalista americano James Foley, por ser "portador da verdade falsa", conforme publica nesta segunda-feira o jornal italiano "Il Tempo".

No texto, jornal afirma que "fontes israelenses acreditam que o papa Francisco, o máximo expoente da religião cristã, está na mira do EI". O artigo diz ainda que a Itália é "um trampolim de lançamento para os mujahedins (combatentes da guerra santa)" e que "as chegadas contínuas de imigrantes servem de base para a entrada dos jihadistas no Ocidente".

O jornal lembra que o autoproclamado califa do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, "quer superar à Al Qaeda e as façanhas do 'chefe do terror' (Osama bin Laden)". A publicação garante que o líder do EI, "segundo fontes israelenses, conta em seu entorno mais próximo com a presença de conversos ocidentais e de jovens de segunda geração, filhos de imigrantes nascidos em países europeus, e que agora optaram por abraçar o fundamentalismo islâmico".

Cartilha para o Eleitor 2014




Os Bispos do Estado do Rio de Janeiro e a Pastoral Fé e Política do Regional Leste 1, prepararam esta cartilha cívica contendo recomendações para os eleitores das próximas eleições do presente ano. Configura numa lista de 10 critérios, são eles:

1. Votar é um exercício importante de cidadania, por isso, não deixe de participar das eleições. Seu voto contribui para definir a vida política de nosso pais.

2. Verifique se os candidatos estão comprometidos com a superação da pobreza, com a educação, saúde, moradia, saneamento básico, respeito à criação e ao meio ambiente.

3. Veja se seus candidatos estão comprometidos com a justiça, segurança, combate a violência, dignidade da pessoa, respeito pleno pela vida humana desde a sua concepção até a morte natural.

4. Observe se os candidatos representam o interesse apenas de seu grupo ou partido e se pretendem promover políticas que beneficiam a todos. O bom governante governa para todos.

Papa convida fiéis a refletirem sobre a fé em Jesus



 ANGELUS Praça São Pedro – Vaticano Domingo, 24 de agosto de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho deste domingo (Mt 16, 13-20) é a célebre passagem, central na história de Mateus, na qual Simão, em nome dos Doze, professa a sua fé em Jesus como “o Cristo, o Filho do Deus vivo”; e Jesus chama Simão “feliz” por esta fé, reconhecendo nessa um dom especial do Pai e lhe diz: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”.

Paremos um momento justamente neste ponto, no fato de que Jesus atribui a Simão este novo nome: “Pedro”, que na língua de Jesus soa “Kefa”, uma palavra que significa “rocha”. Na Bíblia, este termo, “rocha”, refere-se a Deus. Jesus o atribui a Simão não por suas qualidades ou seus méritos humanos, mas por sua fé genuína e firme, que lhe vem do alto.

Jesus sente no seu coração uma grande alegria, porque reconhece em Simão a mão do Pai, a ação do Espírito Santo. Reconhece que Deus Pai deu a Simão uma fé “confiável”, sobre a qual Ele, Jesus, poderá construir a sua Igreja, isso é, a sua comunidade, isso é, todos nós. Jesus tem em mente dar vida à “sua” Igreja, um povo fundado não mais na descendência, mas na sé, vale dizer na relação com Ele mesmo, uma relação de amor e de confiança. A nossa relação com Jesus constrói a Igreja. E, portanto, para iniciar a sua Igreja, Jesus precisou encontrar nos discípulos uma fé sólida, uma fé “confiável”. É isto que Ele deve verificar a este ponto do caminho.

O Senhor tem em mente a imagem do construir, a imagem da comunidade como um edifício. Eis porque, quando ouve a profissão de fé sincera de Simão, chama-o “rocha” e manifesta a intenção de construir a sua Igreja sobre esta fé.