domingo, 16 de outubro de 2016

Na oração exercita-se a nossa vontade


Por que nos dispersamos entre muitas coisas e, temendo rezar de modo pouco conveniente, indagamos o que pedir, em vez de dizer com o salmo: Uma só coisa pedi ao Senhor, a ela busco: habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para contemplar as delícias do Senhor e visitar seu templo? (Sl 26,4). Pois ali os dias não vêm e vão, o fim de um não é o princípio de outro. Todos ao mesmo tempo não têm fim, ali onde nem a própria vida, a que pertencem estes dias, tem fim. 

Para alcançarmos esta vida feliz, a verdadeira Vida nos ensinou a orar. Não com multiplicidade de palavras, como se quanto mais loquazes fôssemos, mais nos atenderia. Mas rogamos àquele que conhece, conforme suas mesmas palavras, aquilo que nos é necessário, antes mesmo de lhe pedirmos (cf. Mt 6,7-8). 

Pode alguém estranhar por que motivo assim dispôs quem já de antemão conhece nossa necessidade. Temos de entender que o intuito de nosso Senhor e Deus não é ser informado sobre nossa vontade, que não pode ignorar. Mas despertar pelas orações nosso desejo, o que nos tornará capazes de conter aquilo que se prepara para nos dar. Isso é imensamente grande, mas nós somos pequenos e estreitos demais para recebê-lo. Por isto, nos é dito: Dilatai-vos; não aceiteis levar o jugo com os infiéis (2Cor 6,13-14). 

Isso é tão imensamente grande que os olhos não o viram, porque não é cor; nem os ouvidos ouviram, porque não é som; nem subiu ao coração do homem (cf. 1Cor 2,9), já que o coração do homem deve subir para lá. Isso nós o recebemos com tanto maior capacidade quanto mais fielmente cremos, com mais firmeza esperamos, mais ardentemente desejamos. 

Por conseguinte, nesta fé, esperança e caridade, sempre oramos pelo desejo incessante. Contudo, em certas horas e tempos também rezamos a Deus com palavras, para nos exortar a nós mesmos, mediante seus símbolos, e avaliar nosso progresso neste desejo e a nos estimular com maior veemência a aumentá-lo. Pois tanto mais digno resultará o efeito, quanto mais fervoroso preceder o afeto. 

É também por isso que diz o Apóstolo: Orai sem cessar! (1Ts 5,17). O que isso pode significar a não ser: desejai sem cessar a vida feliz, a eterna, e nenhuma outra, recebida daquele que é o único que a pode dar?


Da Carta a Proba, de Santo Agostinho, bispo
(Ep.130,8.15.17-9,18: CSEL 44,56-57.59-60)            (Séc.V)

Por que foi necessária a morte de Cristo?


É comum ouvir a expressão “Cristo morreu na cruz por nós”, mas o que ela significa? Como funcionou, na prática, a redenção dos pecados da humanidade através da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz?

No Antigo Testamento animais eram sacrificados, pois havia uma aliança entre Deus e o povo de Israel, na qual esses deveriam cumprir a referida aliança obedecendo à Lei. Cabia ao povo ser fiel, todavia, a Lei era muitíssimo rígida, tanto que era quase impossível cumpri-la à risca. Deste modo, foram criados mecanismos para a chamada “expiação”, por meio da qual o povo seria redimido de suas faltas.

Um dia no ano era dedicado à expiação - o Yom Kipur. O Sumo Sacerdote entrava no Santo dos Santos, lugar mais sagrado do Templo - onde pronunciava o nome de Deus e aspergia o propiciatório com o sangue das “vítimas”. O propiciatório, por sua vez, era o lugar onde Deus estava.

O sangue significava que o homem merecia, de fato, a morte, pois não obedera a Lei. Ao jogar o sangue cheio das misérias naquele lugar santo, ele se tornava purificado por causa da presença de Deus. O Santíssimo (Deus) purificava o sangue (povo).

Ora, logo os profetas passaram a denunciar a insuficiência desses cultos e sacrifícios. Era evidente que o sangue de touros, bodes e carneiros não purificava nada. O sacrifício era sempre incompleto e precisava ser repetido todos os anos.

Era desejo de Deus que os homens O obedecessem, que cumprissem a Lei plenamente. E, para que o povo honrasse a Aliança era necessário que tivesse um novo coração. Foi o profeta Ezequiel que deu a chave: “ Dar-vos-ei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e voz darei um coração de carne” (36,26).

Santa Margarida Maria Alacoque


Margarida Maria nasceu em 22 de julho de 1647, na modesta família Alacoque. Teve uma infância e uma juventude conturbadas. Enfrentou uma grave doença que a manteve acamada por longo período. Como nada na medicina curava o seu mal, Margarida, então, prometeu a Nossa Senhora, entregar todos os seus dias a serviço de Deus, caso recuperasse a saúde. Para sua própria surpresa, logo retornou à sua vida normal. 

Assim, aos vinte e quatro anos de idade, entrou para a Ordem da Visitação, fundada por São Francisco de Sales. Viveu tempos de iluminação e sofrimento, dialogando com o próprio Cristo, que lhe falava sobre o amor e devoção à Eucaristia e ao Sagrado Coração. As visões e mensagens de Margarida Maria apontavam para o Deus do amor e da salvação. 

Margarida sofreu a crítica dos religiosos de sua época, que não aceitavam suas experiências místicas. Coube ao padre jesuíta Cláudio de La Colombière esclarecer a veracidade das intenções de Margarida. Aos poucos o culto ao Sagrado Coração de Jesus começou a ser difundido também entre os fiéis. E foi assim que, depois de algum tempo, esta mensagem estava espalhada por todo o mundo católico. 

Margarida Maria faleceu com apenas quarenta e três anos de idade. 


Senhor Jesus Cristo, que revelastes maravilhosamente as insondáveis riquezas de vosso Coração à Virgem Santa Margarida Maria, concedei-nos pelos seus merecimentos e à sua imitação que, amando-vos em tudo e sobre todas as coisas, mereçamos ter perpétua morada no vosso mesmo Coração, Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém. 

Santa Edwiges


Nascida no período Medieval, em 1174, Edwiges – morreu em 1.243, e foi canonizada em 1.267 –, foi uma mulher que marcou seu tempo. De família nobre, rica, assistiu, desde tenra idade, a miséria a tomar formas diferentes nas pessoas que conhecia, convivia e amava.

Ao se casar aos 12 anos de idade, com Henrique, duque europeu, a então princesa da Silésia, país de Lebuska, atual Polônia, Edwiges, educada no Catolicismo e dona de uma fé inabalável, deparou-se com uma situação completamente diferente da que estava acostumada a conviver – seu marido, irmão de clérigo, mal sabia rezar.

Cristã, no real sentido da palavra, a esposa de Henrique logo tomou a educação religiosa de seu marido, preparando o caminho da paz em sua casa para a chegada de seus seis filhos – Henrique, Conrado, Boleslau, Inês, Sofia e Gertrudes. E, para conseguir manter sua família dentro do que acreditava, diariamente, levava a família até a capela próxima do castelo onde moravam, para assistirem, juntos, diariamente, à missa.

Mas, suas devoções a Cristo e respeito à Virgem Maria não terminavam em seus horários de missa ou de oração. Entre as prolongadas ausências do marido, que saía a lutar nas guerras que dizimavam vidas e era freqüente naquele período da humanidade, Edwiges aproveitava para visitar famílias nas maiores condições de miséria e buscar o socorro para cada uma delas.

Nessas visitas, descobriu que os maiores problemas que as famílias enfrentavam estavam relacionados à falta de dinheiro. Lavradores, pequenos sitiantes precisavam pagar uma quantia aos proprietários da terra que trabalhavam, sobre a colheita que deveriam ter. Essa colheita sempre era menor do que o esperado devido ao inverno rigoroso e as intempéries do clima do lugar. Sem ter como pagar as dívidas, os lavradores eram presos e suas famílias ficavam abandonadas, sem ter a quem recorrer. Muitas vezes, as mulheres se prostituíam para poder sustentar seus filhos, ou vagavam pelas ruas, à mercê da quase inexistente caridade pública, sendo humilhadas e maltratadas pelos moradores que tinham condições de sobreviver.

Assistindo a dor e a miséria humana, Edwiges, dona de um coração privilegiado para a época, e uma das mulheres que mais sentiram – e demonstraram – como ninguém, a caridade e a compaixão, pagava as dívidas dos presidiários com o dinheiro de seu dote, a quantia que foi dada em época de seu casamento o seu marido que não quis usá-la e deixou a seu inteiro dispor de sua esposa, ajudando-os a reiniciarem suas vidas.

Preocupada com a situação das mulheres que perdiam seus maridos nas guerras e viam-se a mercê da sorte, expostas a estupros e todo tipo de maldade humana, passou a construir em pequenos vilarejos, conventos para abrigar viúvas e órfãos. Muitas tornaram-se freiras e passaram a servir a Deus.

Depois de perder dois de seus filhos precocemente e, por último, seu marido, Edwiges retirou-se para o convento de Trébnitz e ali viveu, em jejum e oração até sua morte, aos 69 anos de idade.

Sua fé foi motivo de muitos pedidos dos que viveram próximos a ela, depois de sua morte e, com vários milagres comprovados, a Igreja Católica a declarou santa em 1.267, 24 anos após a sua morte.

Até hoje, seu corpo é venerado no Convento de Trébnitz, na Polônia, e existem igrejas no mundo inteiro dedicadas à santa.


Santa Edwiges, socorrei-nos em nossas necessidades – Por amor a Jesus Crucificado, fazei vossas, minhas aflições e minhas angústias, apressai-vos em socorrer-me. Santa Edwiges, por vossa santa vida, por vossa santa morte, fazei vossas, minhas aflições e minhas angústias, apressai-vos em socorrer-me. Amém.

sábado, 15 de outubro de 2016

A oração de súplica, um ato de verdade e de fé


Amados no Senhor, hoje, a santa e vivificante Palavra de Deus (Lc 18,1-8) que acabamos de escutar exorta-nos gravemente à oração: “rezar sempre, e nunca desistir”, rezar perseverantemente, sem jamais desfalecer, diz o Evangelho!

E aqui se trata, de modo especial, do mais escandaloso de todos os tipos de oração para o mundo atual, tão autossuficiente: a oração de súplica; aquela que somente tem coragem de fazer quem é pobre e sabe que depende de Deus em tudo; somente tem coragem de fazê-la quem crê realmente que Deus Se preocupa com Suas criaturas e, de verdade, age neste mundo, age, presente na nossa vida tão pequena...

Eis: a oração de súplica é coisa de gente simples, de gente que tem coração de criança, que tem fé humilde e atitude de pobre diante de Deus; é coisa de quem não tem vergonha de pedir, de teimar, de insistir!

Bem que Jesus disse que somente os simples, somente os que têm um coração de criança podem compreende os segredo Reino! Eu vos digo: a oração de súplica é tropeço para os sábios segundo a carne, para os inteligentes do mundo, para os não abrem sua razão ao infinito de Deus!

Já ouvistes, caríssimos, aqueles que, cheios de si, dizem assim: “Na minha oração, eu nunca peço, só agradeço! Pois é! São soberbos, são autossuficientes, não se conhecem, não percebem a miséria, a limitação, a debilidade da humana natureza, que necessita continuamente do socorro do Senhor, Daquele que nos ordenou expressamente: “Pedi e vos será dado! Procurai e encontrareis! Batei e a porta vos será aberta! Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que Lhe pedirem!” (Mt 7,7.11) Sim, caros! É necessário pedir ao Senhor, e pedir com a insistência da viúva pobre e necessitada do Evangelho, com a persistência de Moisés, que passou todo o dia com as mãos erguidas, como Cristo na cruz, suplicando a vitória para Israel!

Mas, talvez, alguém de vós pergunte, curioso: “Por que pedir, se o Senhor já sabe do que temos necessidade? E por que ainda pedir com insistência se já suplicando uma vez, Ele decide o que fazer, Ele que tudo sabe eternamente, Ele que não muda? Pode o homem mudar a vontade de Deus, alterar o desígnio do Altíssimo?”

Obedeçamos, irmãos caríssimos! O Senhor, no Seu insondável mistério, sabe por que nos manda pedir e insistir no pedido!

No entanto, mesmo nós, na nossa pouca sabedoria, podemos perceber um pouco a necessidade absoluta de suplicar.

Carta Pastoral sobre o Ano Mariano: "Maria, Mãe e Mestra da Igreja".


AO ESTIMADO CLERO ARQUIDIOCESANO AOS AMADOS RELIGIOSOS/AS, CONSAGRADOS/AS A TODA PORÇÃO DO POVO DE DEUS A NÓS CONFIADA NA AMADA IGREJA METROPOLITANA DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO,

MARIA, MÃE E MESTRA DA IGREJA
“Fazei tudo o que Ele vos disser”:
Ano Mariano 2016-2017

Amados filhos e filhas, é com imensa alegria que vimos anunciar a todos o Ano Mariano, proclamado pela CNBB e jubilosamente recebido por nossa Sé Arquidiocesana. A iniciar-se no próximo dia 12 de outubro, solenidade de Nossa Senhora Aparecida, e encerrar-se em 11 de outubro de 2017, o Ano Mariano será uma grande oportunidade para nos voltarmos para a Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe. Com este sublime objetivo de honrar a Santíssima Virgem no ano a Ela consagrado, repetimos as palavras do grande Pio XII, quando decretou um ano consagrado à Virgem Maria para toda Igreja: “essa celebração secular não deve apenas fortalecer no ânimo de todos os fiéis a fé católica e a piedade ardente para com a virgem Mãe de Deus, mas também levar especialmente os costumes dos cristãos à imitação da Virgem”11 .

Que este Ano Jubilar, hoje iniciado, seja para todos nós tempo propício de conversão. E aqui reforçamos o apelo do Sumo Pontífice a fim de que, para vivermos real e verdadeiramente o Ano Mariano, reforcemos nossa piedade e amor para com a Mãe de Deus através da prática da imitação de suas virtudes. Afinal, Ela é o Speculum Justitiae2 , que reflete com perfeição a vontade de Deus. Imitemos, pois, Maria Santíssima, com a certeza de que estaremos seguindo Jesus Cristo Nosso Senhor.

Filhos caríssimos, não há dúvida de quão importante é a fé mariana para a Santa Igreja. Maria, Mãe da Igreja, acompanha a nossa peregrinação neste mundo, auxiliando-nos com suas graças, consolando-nos com sua maternal proteção, defendendo-nos com sua intuição de Mãe zelosa e Rainha. A devoção à Santíssima Virgem é patrimônio da nossa fé, é dado revelado e, portanto, inquestionável. Não poderíamos contrariar as Sagradas Escrituras que nos dizem: “Ave, cheia de graça” (Lc 1, 28); “bendita és Tu entre todas as mulheres” (Lc 1, 42); “todas as gerações me proclamarão Bem-Aventurada” (Lc 1, 48); ou, ainda, não ousaríamos contradizer o próprio Senhor que nos deu a Virgem por Mãe, “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19, 26). Honremos a nossa Mãe do Céu, a fim de alcançarmos a promessa de Deus, a fim de chegarmos à terra prometida, à Pátria definitiva (cf. Ex 20,12).

Neste Ano Mariano, a Igreja no Brasil nos convida a vivenciarmos o mandamento da Virgem Maria: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). A Virgem é o exemplo da perfeita obediência, nenhuma criatura (homem ou anjo) fez mais plenamente a vontade de Deus do que aquela que alcançou a honra da Maternidade Divina. Imitar a Virgem é fazer tudo o que o seu Filho nos disser.

Portanto, é à obediência ao Evangelho que este Jubileu Mariano nos convida. A pessoa que quer ser obediente precisa se converter, afinal, a desobediência é causa do pecado. Para que sejamos obedientes, precisamos deixar o caminho de pecado, traçado pela primeira Eva, para trilhar o caminho de perfeição e obediência da nova e definitiva Eva, a Virgem Maria. E, não nos esqueçamos, a devoção à Virgem Maria “é um caminho fácil, curto, perfeito e seguro para chegar à união com Nosso Senhor”3 .

Neste Ano, e ao longo de toda a nossa vida, façamos tudo o que o Senhor disser e o façamos com o indispensável socorro de Maria, Auxílio dos Cristãos. Que aprendamos com Ela, que é modelo de obediência e meditação, a guardar as insondáveis graças e dádivas divinas em nosso coração (cf. Lc 2,16).

Mariologia, a reflexão na Igreja sobre a Virgem Maria

A Santa Igreja jamais deixou de refletir sobre o papel de Maria Imaculada na obra da nossa salvação. Já os primeiros escritos dos pensadores cristãos mencionavam a Virgem Maria. E, ao longo dos séculos, a missão e a pessoa de Maria Santíssima se tornou assunto corrente nos tratados de Teologia. As fontes para uma verdadeira reflexão mariológica não poderiam ser outras senão as Escrituras Sagradas e a Tradição. Ambas são fontes riquíssimas e quase inesgotáveis para o desenvolvimento de uma legítima Mariologia.

Já nos primórdios do Cristianismo, os Padres da Igreja e os demais teólogos sublinharam aqueles que seriam os temas mais importantes para a doutrina sobre a Mãe do Senhor: a Maternidade Divina, a Virgindade Perpétua, a Assunção e a sua eminente Santidade. Portanto, é inquestionável a importância da Virgem Mãe não só para a piedade popular, mas também para a reflexão teológica. 

Lembremo-nos sempre do amor de Cristo


Estando presente tão bom amigo e tão generoso capitão, Jesus Cristo, tudo podemos suportar. Ele é ajuda e dá forças; nunca falta; é verdadeiro amigo. E eu vejo claramente que, para contentar a Deus e receber grandes mercês, Ele quer que seja pelas mãos desta humanidade sacratíssima, na qual a sua Majestade se deleita. Muitas vezes o vi por experiência. O Senhor mo disse. Vi claramente que temos de entrar por esta porta se quisermos que a soberana Majestade nos mostre grandes segredos. Não se procure outro caminho, mesmo estando no mais alto grau da contemplação; é por aqui que se vai seguro. É por este Senhor nosso que nos vêm todos os bens; Ele o ensinará; olhando a sua vida, teremos o melhor exemplo. Que mais desejamos de amigo tão bom ao nosso lado, que não nos deixará em dificuldades e tribulações, como fazem os do mundo? Ditoso aquele que O ama de verdade e O traz sempre junto de si. Consideremos o glorioso São Paulo que tinha sempre em sua boca o nome de Jesus, porque o tinha bem no coração. Depois de ter compreendido isto, reparei com cuidado em alguns Santos, grandes contemplativos, que não iam por outro caminho: São Francisco, Santo António de Pádua, São Bernardo, Santa Catarina de Sena. É com liberdade que devemos percorrer este caminho, abandonando‑nos nas mãos de Deus. Se sua Majestade nos quiser chamar para o segredo da sua antecâmara, devemos ir de boa vontade. Sempre que pensarmos em Cristo, lembremo‑nos do amor com que Ele nos concedeu tantas mercês e da caridade que Deus mostrou ao dar‑nos em penhor o próprio amor que tem por nós. O amor pede amor. Procuremos pois ir meditando nisto e despertando‑nos para amar. Na verdade, se o Senhor nos concede uma vez a graça de nos imprimir no coração este amor, tudo será fácil para nós e muito faremos em breve tempo e com pouco trabalho.


Das Obras de Santa Teresa de Jesus, virgem
(Opusc. Libro de la Vida, cap. 22, 6-7.12.14) (Sec. XVI)

Adepto da Wicca revela seus dogmas


Tudo bom, amigo?

O quero por meio deste e-mail é tentar passar, um assunto que vem tomando a "cabeça" dos neo-cristãos. 

Quero informar que sou Wicca, a 8anos, e porcurando artigos que se opuserem a isso, encontrei como fonte o site de vocês... Gostaria então de informar 3 itens...

- A Wicca, apesar de ser uma religião livre, ou seja sem cargos e grandes regras a seguir; ela jamais terá como fundamento, a arte de "colher pessoas" para a religião. Ao contrario do Cristianismo que "pesca" como a Biblia ensina.

- Apesar de não ser Cristão, também não sou Anti-Cristo... E como a maioria dos Wiccanos, acredito que Jesus existiu, que ele pregou amor e paz, tão quanto acredito em Maóme, que não teve diferença em ambos. Mas acho que "Quem conta um conto aumenta um ponto", portanto não sigo a Bíblia, pois acho que ela é um mero Fruto de pontos de vistas de outras pessoas. Apesar de ter passagens lindas e bastantes corretas, o mesmo que encontro no Alcorão, no Mandamento Chinês e outros...

- A religião Wicca ou a Bruxaria Moderna não é nova; tal termo "Wicca" foi empregado, para amenizar muita polêmica, já que na Inglaterra, em nome da corte Cristã, foram mortas diversas pessoas Bruxos ou Não... Desde então o termo Wicca, se torna mais simples de se expressar, do que falar, Bruxo... Pois tal nome Bruxo, já foi muito "mistificado" desde a Igreja, aos filmes da Disney.

Pois a Wicca se baseia em 5 regras básicas, resumirei tais:

- A Magia é algo natural, não sobrenatural, pois ela é provieniente da Natureza.

- Acreditamos em dois Deuses principais, A Deusa e o Deus, pois se não há esses dois, jamais teria existência, já que o amor e o sexo, é fruto de um bem natural. Acredito que não haja procriação sem duas pessoas de sexo oposto, se houvesse teria que acreditar em um Deus com dois sexo, o que se torna confuso.

- Acreditamos na reencarnação, como um fato, de justificação. Onde explica diversas coisas. Todo mundo sabe que a Teoria da Reencarnação, é muito mais antiga que qualquer religião.

- Acreditamos que tudo que fazemos, bem ou mal, volta 3 vezes. Porém não há quem jugar, apenas o próprio consciente.

- E por fim acreditamos, que a arte de "buscar pessoas" é considerada Tabu.

Desculpe se você crê assim, creia, mas analise apenas pra vc, esse ponto de vista, teocêntrico cristão... Quanto as suas fontes, é interressante afirmar, que não se pode ir contra outra religião usando a Bíblia, pois tal livro se coloca contra as religiões, se eu ao escrever um livro como a Bíblia e colocassem que todas as religiões, tem bons fudamentos, não sei se a religião criada, iria ter bons frutos.

E definitivamente, não colocamos nosso ponto de vista sobre outras religiões, pois nos importamos com a nossa. Ao invés de perdemos tempo, com as dos outros, se encontrarem alguém que seja Wicca e Anti-qualquer religião, tal pessoa simplemente é leigo.

Não temos ligação com o Diabo, tal ser é puramente Cristão... Na verdade não acreditamos na sua existência. Sabemos que se há algum mal na Terra, esse mal, está no coração das pessoas. Quanto ao Deus Cornífero, ser o Diabo, vejo que você é mais um fruto da nossa sociedade midializada, pois empregou o Diabo como ser de Chifre e rabinho; Este fruto, se você realmente pesquisasse, e tirasse a veda que há em seus olhos, e assumisse teus erros, veria que o Diabo que a midia prega, foi designada na época da "Santa Inquisição" feita exclusivamente pelo Cristianismo. Desculpe mais esse é um site católico né? há sim... Acho que você não tem muito o que defender tua religião...

Mim desculpe, se não acredito em jugamentos sobre céu e inferno, mas se eu tiver de ser jugado, que eu seja, pelo grato e belo caminho que escolhi, e diferente de diversos católicos tenho uma religião e a sigo. E se eu fosse católico temeria ir ao inferno, pois é muito dificil, alguém ir pro céu, afinal são tantas regrinhas...

Ah, a religião Wicca não crer em diferença entre Magia Branca ou Negra, aliás não existe... Tal diferença foi colocada por leigos... Existe apenas Magia bem direcionada ou mal direcionada.

Queremos apenas viver em paz, num mundo tão conturbado por diversas origens.

E o que eu quero bem reçaltar, não há tese o suficiente para condenar pessoas por elas seguirem caminhos adversos, como diz a Bíblia que "..feiticeiros, bruxos, cartomantes.... etc."

A sobre uma dúvida que eu tenho, tais passagens da Bíblia sobre codenação aos praticantes de Magia, Feitiços e etc... não entendo, se sou uma pessoa que busca o amor, se eu tenho uma forma de adorar diferente da sua, e se busco apenas minha forma de suprir minha vida espiritual... de que eu serei jugado? Qual o motivo de mim condenar? Mim corrija se eu tiver errado, você não estaria "pecando" na sua religião, ao ler a passagem, e afirmar que a Bíblia estaria certa, ao dizer tal afirmação? Que se a pessoa for "...feiticeiro, cartomante..." isso não seria um tipo de jugamento? No seu interior você não estaria dizendo que estas pessoas já serão jugadas... Vejo que você já errou...

Para terminar quanto as suas fontes, do Satanismo, esta religião que eu não tenho nada contra, é como posso dizer: Cristã... Pois ela acredita em Cristo e no Diabo. Que tais aspectos não adoramos. E como todos sabem, ela se coloca contra o Paganismo. O Pentagrama virado para baixo, é exemplo, tão quanto a cruz.

E outra a Wicca, não é uma nova religião, ela tem base do Xamanismo, e na religião Celta... Desde então é muito mais antiga que a Religião Cristã.

Se olharmos de um angulo diferente, vemos que o cristianismo, poderia se chamar de Anti-Paganismo, ao invés do paganismo, como vocês tentam difamar, ser o Anti-Cristão... Definitivamente não somos cristão, mas também não somos anti-cristãos.

Se você quer alguma fonte, leia O livro: "As Verdades Sobre A Bruxaria Moderna" de Scott... Este é o livro mais coerente que já li até hoje. A sim, a Wicca é uma religião individual, onde seguimos apenas 5 regras básicas... Que desde o homem da pré-história seguia...

Ei, parece que não vou mais parar de digitar, eu já ia mim esquecendo, quero que veja assim...

Os índios viviam aqui, na America, sem contato com o mundo exterior... Eles adoravam a Natureza, tão quanto a Lua, o Sol, os Elementos e outros... Seus pensamentos eram limpos, viviam como os animais, mais construíam seus lares, e sociedade como os europeus... Daí depois das grandes navegações, tiveram, de uma maneira forçada de aceitar as divergências cristãs... Vários índios foram mortas, talvez por vocês condenados ao inferno, afinal acreditavam em outros Deuses, eram politeístas, e adoravam a Natureza. Talvez vocês dissessem mais eles não podem ser jugados, pois serão jugados pelo que conhecem, e de fato, é certo... O mesmo vale, para todos de outras religiões, vocês Cristãos, não podem jugar ou tentar mudar o conceito de outras pessoas, a religião é algo nosso, do nosso individualismo, do nosso ser, que jamais outro ser tem o motivo de designar isso... Portanto, ao invés de perder seu tempo, indo contra outras religiões, porque não prorcura se reunir o povo de tua religião, e estudar SUA RELIGIÃO? E deixar que as pessoas se decidam sozinhas, qual religião tem que ir... Você não iria gostar de que outras pessoas tentassem mudar seu modo de pensar...

Obrigado pela atenção, 

Espero respostas, 


Elias, Aracaju - SE

RESPOSTA

Caro Elias, 
salve Maria!

Fico curioso em saber o que você quer dizer com Neo-Cristão. Desconheço esta distinção entre cristãos e neo-cristãos. Ao que eu saiba, nós, católicos somos os autênticos cristãos. Se por neo-cristão você quis dizer protestantes, fico feliz em informar que eu e todos na Montfort somos Católicos Apostólicos Romanos, a única Igreja, fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, "Deo Vero de Deo Vero".

Somos cristãos por aderir à sua lei e a sua justiça, que foi inicialmente dada ao povo judeu, mas que foi difundida a todos os povos do mundo pela vinda de Deus Encarnado, Jesus Cristo.

Somos da mesma religião de Grandes Santos e Filósofos, como Santo Agostinho. Somos da mesma religião que os construtores das grandes catedrais medievais, obras inigualáveis que o mundo moderno esqueceu e que não pode suplantar. Somos da mesma religião de São Tomás de Aquino, o doutor Angélico, que colocou a Teologia na justa posição de Rainha das disciplinas. Somos da mesma religião que trouxe a cultura e a justiça a povos bárbaros incivilizados que praticavam sacrifícios humanos e antropofagia. Somos da mesma religião que fundou as universidades, e que levou a sabedoria aos homens. Somos da mesma religião dos intrépidos navegantes portugueses e espanhóis, que, enfrentando o desconhecido, buscavam a salvação das almas dos selvagens no novo mundo.

E Nosso Senhor nos disse: "Ide e evangelizai toda a gente".

Por isso, o Evangelho foi levado aos confins do mundo, a custa do sangue de milhares de mártires que deram sua vida por ele. E se arriscaram grandemente para converter os povos avançados, como os Romanos, que construíam estradas e aquedutos, e para civilizar povos bárbaros, que pintavam a cara e faziam sacrifícios humanos, como os celtas e os nativos americanos e seus xamãs.

Quanto a seus três itens: