quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

AL: Homem entra em Igreja durante casamento e atira contra testemunhas


Um vídeo compartilhado nas redes sociais chocou os internautas ao mostrar o momento em que um homem entrou na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Limoeiro de Anadia (AL), no último dia 28 de janeiro, no começo de uma cerimônia de casamento e atirou em duas pessoas. Muitos lamentaram o ocorrido, agravado pelo desrespeito à Casa de Deus.

As vítimas foram identificadas como Cícero Barbosa da Silva, 62, e Edmilson Bezerra da Silva, 37, pai e filho, e eram testemunhas da cerimônia.

As imagens mostram quando o atirador, identificado como Humberto Ferreira dos Santos (Betinho), entra pelo corredor central do templo atrás de um dos casais de testemunhas e, ao chegar à frente, dispara contra os dois homens e diz “você que matou meu pai”.


Depois de efetuar os disparos, ele saiu tranquilamente do local. As vítimas foram encaminhadas para a Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca, e por segurança, o hospital não divulga informações sobre o estado de saúde deles.

Nas redes sociais, onde o vídeo teve grande repercussão, muitos lamentaram o ocorrido, sublinhando o fato de ter se passado dentro de uma Igreja. “Além de não fazer a vontade de Deus, ainda desrespeita a Casa Dele”, escreveu uma internauta. Outros ainda expressaram: “Senhor, que tragédia”; “Tenha misericórdia, Jesus”.

Recebamos a luz clara e eterna


Todos nós que celebramos e veneramos com tanta piedade o mistério do Encontro do Senhor, corramos para Ele com todo o fervor do nosso espírito. Ninguém deixe de participar neste Encontro, ninguém se recuse a levar a sua luz. 

Levemos em nossas mãos o brilho das velas, para significar o esplendor divino d’Aquele que Se aproxima e ilumina todas as coisas, dissipando as trevas do mal com a sua luz eterna, e também para manifestar o esplendor da alma, com o qual devemos correr ao encontro de Cristo. 

Assim como a Virgem Mãe de Deus levou ao colo a luz verdadeira e a comunicou àqueles que jaziam nas trevas, assim também nós, iluminados pelo seu fulgor e trazendo na mão uma luz que brilha diante de todos, devemos acorrer pressurosos ao encontro d’Aquele que é a verdadeira luz. 

Na verdade a luz veio ao mundo e, dispersando as trevas que o envolviam, encheu-o de esplendor; visitou-nos do alto o Sol nascente e derramou a sua luz sobre os que se encontravam nas trevas: este é o significado do mistério que hoje celebramos. Caminhemos empunhando as lâmpadas, acorramos trazendo as luzes, não só para indicar que a luz refulge já em nós, mas também para anunciar o esplendor maior que dela nos há de vir. Por isso, vamos todos juntos, corramos ao encontro de Deus. 

Eis que veio a luz verdadeira, que ilumina todo o homem que vem a este mundo. Todos nós, portanto, irmãos, deixemo-nos iluminar, para que brilhe em nós esta luz verdadeira. 

Nenhum fique excluído deste esplendor, nenhum persista em continuar imerso na noite, mas avancemos todos resplandecentes; iluminados por este fulgor, vamos todos juntos ao seu encontro e com o velho Simeão recebamos a luz clara e eterna; associemo-nos à sua alegria e cantemos com ele um hino de ação de graças ao Pai da luz, que enviou a luz verdadeira e, afastando todas as trevas, nos fez participantes do seu esplendor. 

A salvação de Deus, com efeito, preparada diante de todos os povos, manifestou a glória que nos pertence a nós, que somos o novo Israel; e nós próprios, graças a Ele, vimos essa salvação e fomos absolvidos da antiga e tenebrosa culpa, tal como Simeão, depois de ver a Cristo, foi libertado dos laços da vida presente. 

Também nós, abraçando pela fé a Cristo Jesus que vem de Belém, nos convertemos de pagãos em povo de Deus (Jesus é com efeito a Salvação de Deus Pai) e vemos com os nossos próprios olhos Deus feito carne; e porque vimos a presença de Deus e a recebemos, por assim dizer, nos braços do nosso espírito, nos chamamos novo Israel. Com esta festa celebramos cada ano de novo essa presença, que nunca esquecemos.



Dos Sermões de São Sofrónio, bispo (Orat. 3 de Hypapante, 6-7: PG 87, 3, 3291-3293) (Sec. VII)

7 motivos pelos quais não sou protestante.


São sete as razões principais pelas quais não sou protestante:

1. Somente a Bíblia…

Os protestantes afirmam que seguem a Bíblia como norma de fé. Acontece, porém, que a Bíblia utilizada por todos os protestantes é uma só; em português, vem a ser a tradução de Ferreira de Almeida. Por que então não concordam entre si no tocante a pontos importantes (ver nº 2 adiante)? E por que não constituem uma só comunidade cristã, em vez de serem centenas e centenas de denominações separadas (e até hostis) entre si?

A razão disto é que, além da Bíblia, seguem outra fonte de fé e disciplina… fonte esta que explica as divergências do Protestantismo.

Tal fonte, chamamo-la Tradição oral; é esta que dá vida e atualidade à letra do texto. A tradição oral do Catolicismo começa com Cristo e os Apóstolos, ao passo que as tradições orais dos protestantes começam com Lutero (1517), Calvino (1541), Knox (1567), Wesley (1739), Joseph Smith (183O)…

Entre Cristo e os Apóstolos, de um lado, e os fundadores humanos das denominações protestantes, do outro lado, não há como hesitar: só se pode optar pelos ensinamentos de Cristo e dos Apóstolos, deixando de lado os “profetas” posteriores.

Notemos que o próprio texto da Bíblia recomenda a Tradição oral, ou seja, a Palavra de Deus que não foi consignada na Bíblia e que deve ser respeitada como norma de fé. Os autores sagrados não tiveram, em vista expor todos os ensinamentos de Jesus, como eles mesmos dizem:

“Há ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se teriam de escrever” (Jo 21,25, cf. 1 Ts 2,15).

“Muitos outros prodígios fez ainda Jesus na presença dos discípulos, os quais não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome” (Jo 2O,3Os).

São Paulo, por sua vez, recomenda os ensinamentos que de viva voz nos foram transmitidos por Jesus e passam de geração a geração no seio da Igreja, sem estarem escritos na Bíblia:

“Sei em quem acreditei.. Toma por norma as sãs palavras que ouviste de mim na fé e no amor do Cristo Jesus. Guarda o bom depósito com o auxílio do Espírito Santo que habita em nós” (2Tm 1, 12/14).

Neste texto vê-se que o depósito é a doutrina que São Paulo fez ouvir a Timóteo, e que Paulo, por sua vez, recebeu de Cristo. Tal é a linha pela qual passa o depósito:

Cristo -> Paulo -> Timóteo

A linha continua… conforme 2Tm 2,2:

“O que ouviste de mim em presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis, que sejam capazes de o ensinar ainda a outros”.

Temos então a seguinte sucessão de portadores e transmissores da Palavra:

O Pai -> Cristo -> Paulo (Os Apóstolos) -> Timóteo (Os Discípulos imediatos dos Apóstolos) -> Os Fiéis -> Os outros Fiéis

Desta forma a Escritura mesma atesta a existência de autênticas proposições de Cristo a ser transmitidas por via meramente oral de geração a geração, sem que os cristãos tenham o direito de as menosprezar ou retocar. A Igreja é a guardiã fiel dessa Palavra de Deus oral e escrita.

Dirão: mas tudo o que é humano se deteriora e estraga. Por isto a Igreja deve ter deteriorado e deturpado a palavra de Deus; quem garante que esta ficou intacta através de vinte séculos na Igreja Católica?

Quem o garante é o próprio Cristo, que prometeu sua assistência infalível a Pedro e as luzes do Espírito Santo a todos os seus Apóstolos ou à sua Igreja; ver Mt 16, 16-18; Lc 22,31s; Jo 21,15-17; Jo 14, 26; 16,13-15.

Não teria sentido o sacrifício de Cristo na Cruz se a mensagem pregada por Jesus fosse entregue ao léu ou às opiniões subjetivas dos homens, sem garantia de fidelidade através dos séculos. Jesus não pode ter deixado de instituir o magistério da sua Igreja com garantia de inerrância. 

São Cornélio, bispo de Cesareia


Encontramos, nos Atos dos Apóstolos, este exemplo de entrega. No capítulo 10, nós assim ouvimos da Palavra de Deus: “Havia em Cesareia um homem por nome Cornélio. Centurião da corte que se chamava Itálica, era religioso; ele e todos de sua casa eram tementes a Deus. Dava muitas esmolas ao povo e orava constantemente” (At 10,1-2).

Diante dessa espiritualidade que Cornélio possuía, Deus o visitou por meio de um anjo, que lhe indicou São Pedro. Este, que também teve uma visão, foi à casa de Cornélio. Foi aí que aconteceu a abertura da Igreja para a evangelização dos pagãos, dos estrangeiros. No outro dia, Pedro chegou em Cesareia. Cornélio o estava esperando, tendo convidado seus parentes e amigos mais íntimos. Não somente ele queria encontrar-se com o Senhor, como também queria o mesmo para todos os seus parentes e amigos.

Cornélio ouviu da boca do primeiro Papa da Igreja: “Deus me mostrou que nenhum homem deve ser considerado profano ou impuro” (At 10,28). Assim, São Pedro começou a evangelizar e, de repente, no versículo 44: “Estando Pedro, ainda a falar, o Espírito Santo desceu sobre todos que ouviam a (santa) Palavra. Os fiéis da circuncisão, que tinham vindo com Pedro, profundamente se admiraram vendo que o dom do Espírito Santo era derramado também sobre os pagãos; pois eles os ouviam falar em outras línguas e glorificar a Deus. Então Pedro tomou a palavra: ‘Porventura pode-se negar a água do batismo a estes que receberam o Espírito Santo como nós? E mandou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Rogaram-lhe então que ficasse com eles por alguns dias” (At 10,44-48).

São Cornélio tornou-se o primeiro bispo em Cesareia. Homem religioso e de oração, Deus pôde contar com ele para a maravilhosa obra que chega até nós nos dias de hoje. Pela docilidade de muitos, como São Cornélio, o Santo Evangelho se faz presente em nosso meio. Peçamos a intercessão de São Cornélio para que busquemos cada vez mais o Senhor.


Ó Deus misericordioso, São Cornélio lutou com todas as suas forças para preservar a unidade de tua Igreja e demonstrar que tu és Pai de ternura e de bondade, pronto a perdoar. Vem em meu auxílio quando grande for minha confusão interior e meu desconforto espiritual. Socorre-me em minhas fraquezas, ampara-me nos momentos de angústia e de provação. Amém.


São Cornélio, rogai por nós!

Nossa Senhora da Purificação (Candeias, Luz ou Candelária).


A origem da devoção à Senhora das Candeias, da Luz, ou da Candelária, ou da Purificação (todos estes nomes designam a mesma Nossa Senhora), tem o seu começo na festa da apresentação do Menino Jesus no Templo e da purificação de Nossa Senhora, quarenta dias após o seu nascimento. Portanto, sendo celebrada no dia 2 de Fevereiro.

De acordo com a tradição mosaica, as parturientes, após darem à luz, ficavam impuras, devendo inibir-se de visitar ao Templo até quarenta dias após o parto; nessa data, deviam apresentar-se diante do sumo-sacerdote, a fim de apresentar o seu sacrifício (um cordeiro e duas pombas ou duas rolas) e assim purificar-se.

Desta forma, José e Maria apresentaram-se diante de Simeão para cumprir o seu dever, e este, depois de lhes ter revelado maravilhas acerca do filho que ali lhe traziam, ter-lhes-ia dito: «Agora, Senhor, deixa partir o vosso servo em paz, conforme a Vossa Palavra. Pois os meus olhos viram a Vossa salvação que preparastes diante dos olhos das nações: Luz para aclarar os gentios, e glória de Israel, vosso povo» (Lucas, 2, 29-33).

Com base na festa da Apresentação de Jesus / Purificação da Virgem, nasceu a festa de Nossa Senhora da Purificação; do cântico de São Simeão (conhecido pelas suas primeiras palavras em latim: o Nunc dimittis), que promete que Jesus será a luz que irá aclarar os gentios, nasce o culto em torno de Nossa Senhora das Candeias, cujas festas eram geralmente celebradas com uma procissão de velas, a relembrar o fato. 

A Virgem das Candeias ou Luz apareceu em uma praia na ilha de Tenerife (Ilhas Canárias, Espanha) em 1400. Os nativos guanches da ilha ficaram com medo dela e tentaram atacá-la, mas suas mãos ficaram paralisadas. A imagem foi guardada em uma caverna, onde, séculos mais tarde, foi construído o Templo e Basílica Real da Candelária (em Candelária). Mais tarde, a devoção se espalhou na América. É santa padroeira das Ilhas Canárias, sob o nome de Nossa Senhora da Candelária. 

Nossa Senhora das Candeias era tradicionalmente invocada pelos cegos (como afirma o Padre António Vieira no seu Sermão do Nascimento da Mãe de Deus: «Perguntai aos cegos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora das Candeias [...]»), e tornou-se particularmente cultuada em Portugal a partir do início do século XV; segundo a tradição, deve-se a um português, Pedro Martins, muito devoto de Nossa Senhora, que descobriu uma imagem da Mãe de Deus por entre uma estranha luz, no sítio de Carnide, no termo de Lisboa. Aí se fundou de imediato um convento e igreja a ela dedicada, que conheceu grande incremento devido à ação protetora da Infanta D. Maria, filha de D. Manuel I e sua terceira esposa, D. Leonor de Áustria.

A partir daí, a devoção à Senhora das Candeias cresceu, e com a expansão do Império Português, também se dilatou pelas regiões colonizadas, com especial destaque para o Brasil, onde é a santa padroeira da cidade de Curitiba. 

Local sagrado para muitos fiéis, este templo, criado no século XVIII, recebe uma grande quantidade de romeiros durante todo o ano. No mês de fevereiro, as visitas aumentam vertiginosamente; fato explicado pelas comemorações e homenagens à padroeira do município de Candeias. No local, há uma sala de ex-votos e uma belíssima fonte ornamental, onde as pessoas tocam as mãos, crendo no poder das águas. Trata-se da famosa Fonte Milagrosa de Nossa Senhora das Candeias, que fica aberta à visitação pública diariamente, das 6 às 18 horas. O monumento pode ser facilmente encontrado, pois fica na parte mais alta da cidade, em plena área urbana. Perto da fonte, ainda existe um comércio de artigos sacros, que incluem imagens, velas, miniaturas de santos, dentre outras peças. 


Virgem Santíssima das Candeias, vós que pelos merecimentos de vosso Filho Onipotente, tudo alcançais em benefício dos pecadores de quem sois igualmente Senhora e Mãe. Vós que não desprezais as súplicas humanas e nem a elas fechais o vosso coração compassivo e misericordioso. Iluminai-me, eu vos peço, na estrada da vida, encorajai-me e encaminhai os meus passos e as minhas orações para o verdadeiro bem. Livrai-me de todos os perigos a que está exposta à minha fraqueza. Defendei-me de meus inimigos, como defendeste o vosso amado Filho das perseguições que sofreu sendo menino. Não consintais que eu seja atingido por ferro, fogo e nem por peste alguma, e depois de todos estes benefícios de vossa clemência nesta vida, conduzi a minha alma para a morada dos anjos, onde com Jesus Cristo, vosso Filho e Nosso Senhor, viveis e reinais, pelos séculos. Que assim seja.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

"A esperança cristã é a esperança da salvação", diz Papa


CATEQUESE
Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 1º de fevereiro de 2017

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Nas catequeses passadas, começamos o nosso percurso sobre o tema da esperança relendo nessa perspectiva algumas páginas do Antigo Testamento. Agora queremos passar a trazer à luz a importância extraordinária que esta virtude vem a assumir no Novo Testamento, quando encontra a novidade representada por Jesus Cristo e pelo evento pascal: a esperança cristã. Nós cristãos somos homens e mulheres de esperança.

É aquilo que emerge de modo claro desde o primeiro texto que foi escrito, ou seja, a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses. No trecho que ouvimos, se pode perceber todo o frescor e a beleza do primeiro anúncio cristão. A comunidade de Tessalônica é uma comunidade jovem, fundada há pouco; no entanto, apesar das dificuldades e das provações, está enraizada na fé e celebra com entusiasmo e com alegria a ressurreição do Senhor Jesus. O apóstolo então se alegra de coração com todos, enquanto aqueles que renascem na Páscoa tornam-se verdadeiros “filhos da luz e filhos do dia” (5, 5), em força da plena comunhão com Cristo.

Quando Paulo lhes escreve, a comunidade de Tessalônica foi apenas fundada e apenas alguns anos a separam da Páscoa de Cristo. Por isso, o apóstolo procura fazer compreender todos os efeitos e as consequências que este evento único e decisivo, isso é, a ressurreição do Senhor, comporta para a história e para a vida de cada um. Em particular, a dificuldade da comunidade não era tanto de reconhecer a ressurreição de Jesus, todos acreditavam, mas de acreditar na ressurreição dos mortos. Sim, Jesus ressuscitou, mas a dificuldade era acreditar que os mortos ressuscitam. Nesse sentido, esta carta se revela mais do que nunca atual. Toda vez que nos encontramos diante da nossa morte ou de uma pessoa querida, sentimos que a nossa fé é colocada à prova. Aparecem todas as nossas trevas, toda a nossa fragilidade e nos perguntamos: “Mas realmente haverá vida após a morte…? Poderei ainda ver e abraçar as pessoas que amei…?”. Uma senhora me fez essa pergunta há poucos dias em uma audiência, manifestando uma dúvida: “Encontrarei os meus?”. Também nós, no contexto atual, precisamos retornar à raiz e ao fundamento da nossa fé, de modo a tomar consciência do quanto Deus fez por nós em Cristo Jesus e o que significa a nossa morte. Todos temos um pouco de medo por esta incerteza da morte. Lembro-me de um velhinho, um idoso, bravo, que dizia: “Não tenho medo da morte. Tenho um pouco de medo de vê-la vir”. Tinha medo disso. 

O discernimento dos espíritos adquire-se pela sabedoria espiritual


A verdadeira sabedoria consiste em discernir sem erro o bem do mal; quando se adquire, então o caminho da justiça conduz a alma a Deus, sol da justiça, e a introduz no fulgor infinito da ciência, com uma luz que lhe permite avançar daí em diante com toda a confiança em busca da caridade. 

É necessário que, no meio das nossas lutas, conservemos a nossa alma livre de perturbações internas, para que possa discernir os pensamentos que a assaltam, guardando no santuário da memória os que são bons e vêm de Deus, e rejeitando decididamente os que são maus e vêm do demônio. 

Quando o mar está calmo, é tal a sua transparência que permite aos pescadores ver os peixes sob as águas; mas quando está agitado pelos ventos, as águas revoltas impedem aquela visibilidade e tornam-se inúteis todos os recursos de que se valem os pescadores. 

Só o Espírito Santo pode purificar a nossa mente; se Ele não entra, como o mais forte do Evangelho, para vencer o ladrão, nunca a presa será libertada. É necessário, portanto, conservar permanentemente a paz da alma, que favorece a ação do Espírito Santo, e assim teremos sempre acesa em nós a luz da sabedoria; se ela brilha no nosso santuário interior, não só se põem a descoberto as influências nefastas e tenebrosas do demônio, mas também se enfraquece o seu poder, ao serem surpreendidas por aquela luz santa e gloriosa. 

Por esta razão recomenda o Apóstolo: Não extingais o Espírito, isto é, não entristeçais o Espírito Santo com as vossas más obras e pensamentos, para que Ele não deixe de vos ajudar com o seu esplendor divino. Na realidade, não é possível extinguir o lume eterno e vivificante do Espírito Santo; mas é possível que, entristecendo-O, isto é, ocasionando o seu afastamento, fique a nossa alma privada da sua luz e mergulhada na escuridão. 

O sentido da mente é o gosto perfeito do discernimento espiritual. Assim como pelo sentido corporal do gosto, quando gozamos de boa saúde, temos apetite do que é agradável, discernindo as coisas boas das nocivas sem perigo de errar, assim também o nosso espírito, quando começa a gozar de boa saúde e a libertar-se das preocupações inúteis, pode experimentar abundantemente a consolação divina e conservar a memória do seu sabor suave, para distinguir e desejar sempre os valores mais altos, mediante a virtude da caridade, como diz o Apóstolo: Na minha oração, eu peço que a vossa caridade vá sempre crescendo cada vez mais na verdadeira sabedoria e inteligência, para que possais discernir e escolher os bens superiores.



Dos Capítulos de Diádoco de Foticeia, bispo, sobre a perfeição espiritual (Cap. 6.26.28.30: PG 65, 1169.1175-1176) (Sec. V)

Navegar é preciso


Navegar é preciso! A Imagem de Maria, invocada como Nossa Senhora de Navegantes, nos remete a dois aspectos de nossa fé. Primeiro pelo amor e necessidade de sentir a Mãe de Deus como também nossa Mãe. Mãe que gera a vida em nós. Aquela que, nas mais variadas expressões da devoção popular, é capaz de interceder por nós junto a Deus. Por isso confiamos a ela nossos desejos profundos, nossas necessidades, os pedidos de graças que buscamos para a vida. A ela os fiéis, navegantes no mar da vida, confiam os sinceros pedidos de saúde, da libertação das drogas de um filho, da união da família, a busca de um emprego e tantas intenções e pedidos. Ela expressa os anelos e esperanças de nosso coração. Maria é a mãe dos navegantes. E na vida navegar é preciso. 

Associamos nossa vida como um caminhar ou como um navegar. Momentos calmos, agitados e momentos de tempestades. Dentro dessa compreensão associada à vivência da fé, a Mãe Nossa Senhora dos Navegantes é nosso apoio, nosso alento, nosso refúgio seguro. E quem não se sente mais seguro nos braços de uma mãe cheia de amor? Maria, a Mãe dos navegantes, está conosco.