São sete as razões
principais pelas quais não sou protestante:
1. Somente a Bíblia…
Os protestantes afirmam que seguem a Bíblia como norma de fé. Acontece, porém,
que a Bíblia utilizada por todos os protestantes é uma só; em português, vem a
ser a tradução de Ferreira de Almeida. Por que então não concordam entre si no
tocante a pontos importantes (ver nº 2 adiante)? E por que não constituem uma
só comunidade cristã, em vez de serem centenas e centenas de denominações
separadas (e até hostis) entre si?
A
razão disto é que, além da Bíblia, seguem outra fonte de fé e disciplina… fonte
esta que explica as divergências do Protestantismo.
Tal
fonte, chamamo-la Tradição oral; é esta que dá vida e atualidade à letra do
texto. A tradição oral do Catolicismo começa com Cristo e os Apóstolos, ao
passo que as tradições orais dos protestantes começam com Lutero (1517),
Calvino (1541), Knox (1567), Wesley (1739), Joseph Smith (183O)…
Entre
Cristo e os Apóstolos, de um lado, e os fundadores humanos das denominações
protestantes, do outro lado, não há como hesitar: só se pode optar pelos
ensinamentos de Cristo e dos Apóstolos, deixando de lado os “profetas”
posteriores.
Notemos
que o próprio texto da Bíblia recomenda a Tradição oral, ou seja, a Palavra de
Deus que não foi consignada na Bíblia e que deve ser respeitada como norma de
fé. Os autores sagrados não tiveram, em vista expor todos os ensinamentos de
Jesus, como eles mesmos dizem:
“Há
ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma,
penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se teriam de
escrever” (Jo 21,25, cf. 1 Ts 2,15).
“Muitos
outros prodígios fez ainda Jesus na presença dos discípulos, os quais não estão
escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que acrediteis que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu
nome” (Jo 2O,3Os).
São
Paulo, por sua vez, recomenda os ensinamentos que de viva voz nos foram
transmitidos por Jesus e passam de geração a geração no seio da Igreja, sem
estarem escritos na Bíblia:
“Sei
em quem acreditei.. Toma por norma as sãs palavras que ouviste de mim na fé e
no amor do Cristo Jesus. Guarda o bom depósito com o auxílio do Espírito Santo
que habita em nós” (2Tm 1, 12/14).
Neste
texto vê-se que o depósito é a doutrina que São Paulo fez ouvir a Timóteo, e
que Paulo, por sua vez, recebeu de Cristo. Tal é a linha pela qual passa o
depósito:
Cristo
-> Paulo -> Timóteo
A
linha continua… conforme 2Tm 2,2:
“O
que ouviste de mim em presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis,
que sejam capazes de o ensinar ainda a outros”.
Temos
então a seguinte sucessão de portadores e transmissores da Palavra:
O
Pai -> Cristo -> Paulo (Os Apóstolos) -> Timóteo (Os Discípulos
imediatos dos Apóstolos) -> Os Fiéis -> Os outros Fiéis
Desta
forma a Escritura mesma atesta a existência de autênticas proposições de Cristo
a ser transmitidas por via meramente oral de geração a geração, sem que os
cristãos tenham o direito de as menosprezar ou retocar. A Igreja é a guardiã
fiel dessa Palavra de Deus oral e escrita.
Dirão:
mas tudo o que é humano se deteriora e estraga. Por isto a Igreja deve ter
deteriorado e deturpado a palavra de Deus; quem garante que esta ficou intacta
através de vinte séculos na Igreja Católica?
Quem
o garante é o próprio Cristo, que prometeu sua assistência infalível a Pedro e
as luzes do Espírito Santo a todos os seus Apóstolos ou à sua Igreja; ver Mt
16, 16-18; Lc 22,31s; Jo 21,15-17; Jo 14, 26; 16,13-15.
Não
teria sentido o sacrifício de Cristo na Cruz se a mensagem pregada por Jesus
fosse entregue ao léu ou às opiniões subjetivas dos homens, sem garantia de
fidelidade através dos séculos. Jesus não pode ter deixado de instituir o
magistério da sua Igreja com garantia de inerrância.