terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Católicos protestam contra apoio dado pelos bispos à escola de samba de SP


A menos de 20 dias para o Carnaval, a Unidos de Vila Maria está com quase tudo pronto para cruzar o sambódromo do Anhembi com um desfile em homenagem a Nossa Senhora Aparecida. A agremiação tem a bênção da Igreja Católica, que acompanhou o desenvolvimento do enredo, pediu alguns ajustes "para respeitar a fé das pessoas" e deu apoio na pesquisa histórica. O aval da igreja, no entanto, desagrada alguns grupos de fiéis, que organizam protestos para tentar impedir que a imagem da santa seja usada no desfile, o que consideram uma profanação.

No último sábado (4), o grupo Terço Público na Sé -- que se reúne todo primeiro sábado do mês em frente à Catedral -- fez um ato de desagravo contra o que consideram uma desonra à padroeira do Brasil. A presença da imagem da santa no desfile foi autorizada pelos cardeais Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, e Dom Raymundo Damasceno, que deixou a arquidiocese de Aparecida no dia 13 de janeiro. Este foi o segundo ato contra o desfile da Vila Maria.

“Estamos em defesa da igreja e da Virgem Maria. Podemos fazer um ato de reprimenda a qualquer autoridade, quando a Sé está em perigo e permite uma profanação como essa”, diz a assistente administrativa, Andrea Fiorentino Costa, que lidera o grupo. Ela é irmã da apresentadora Isabella Fiorentino, que, embora já tenha participado de ações do Terço Público, não participa do ato contra o desfile de Carnaval.

Grupo Terço Público na Sé é contra a presença da imagem da santa no desfile.
"Estamos em defesa da igreja e da Virgem Maria", diz Andrea Fiorentino

Em maio do ano passado, Andrea começou um abaixo-assinado on-line entre amigos e conseguiu recolher 2.038 assinaturas para a causa. “Eu não queira divulgar isso, dar projeção, mas agora percebi que precisava me manifestar. É uma forma de mostrar amor à igreja, a Jesus e à Virgem Maria”, explica.

Após uma missa, Andrea Fiorentino chegou a procurar Dom Odilo para conversar. E teria ouvido do arcebispo que o Carnaval era também um modo de evangelizar. “Como evangelizar no meio de pessoas seminuas? Eu propus a ele ir para a porta do sambódromo, fazer um altar para Nossa Senhora e ficar lá de joelhos. Isso é evangelizar”, enfatiza.

O Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, com sede no bairro de Higienópolis, também faz campanha contra a homenagem à padroeira no Anhembi, a qual considera uma blasfêmia. Na internet, um abaixo-assinado já tem mais de 6 mil apoiadores. “Ao contrário de uma homenagem, colocar em um desfile de Carnaval os símbolos católicos, juntamente com os símbolos mais flagrantes de imoralidade e neopaganismo, constitui em grave ofensa à Nossa Rainha e Padroeira”, contém o trecho da carta endereçada a Dom Raymundo Damasceno. 

Papa Francisco nomeia nº 3 do Vaticano como delegado da Ordem de Malta


O papa Francisco nomeou neste sábado o nº 3 do Vaticano, monsenhor Giovanni Angelo Becciu, como delegado especial na Ordem de Malta.

Em “estreita colaboração” com a direção interina, monsenhor Becciu estará encarregado da “renovação espiritual e moral da Ordem”, explicou o papa em sua carta de nomeação divulgada pela Santa Sé.

Seu mandato chegará ao fim quando for eleito o novo Grão Mestre, ao fim de um “capítulo geral extraordinário” que acontecerá dentro de três meses.

Enquanto isso, monsenhor Becciu será “meu porta-voz exclusivo” na Ordem, escreveu o papa, tirando assim todo o poder de monsenhor Raymond Burke, um cardeal norte-americano ultraconservador e um de seus opositores mais virulentos, cujo título de representante da Santa Sé na Ordem de Malta perde agora o sentido.

A crise da Ordem de Malta começou pela distribuição de preservativos, rejeitados pelo Vaticano, em dispensários da Ordem em países da África e em Myanmar, destinados a grupos de risco, como prostitutas.

Depois disso, houve a saída forçada, em 6 de dezembro, do número três da Ordem, o alemão Albrecht von Boeselager. 

Falsa notícia sobre 9 freiras grávidas de 5 imigrantes na Itália repercute na web


Uma mentira passou por verdadeira e foi notavelmente compartilhada como tal em redes sociais na Itália: segundo os compartilhamentos, nove freiras teriam ficado grávidas em um convento de Milão que alojava cinco imigrantes do Norte da África.

A falsa notícia, veiculada originalmente por um site chamado”Giornale Italiano”, dizia que, durante uma ausência da madre superiora, “as irmãs mais jovens aproveitaram para passar as horas noturnas entretendo-se com os migrantes, após jornadas inteiras passadas em oração. Seis meses depois, elas estão grávidas. Uma vez descoberto o caso, a madre superiora pediu que as jovens deixassem o hábito, mas elas se defendem negando ter tido relações sexuais com os migrantes: ‘Não fizemos nada de errado. Ficamos ao lado desses pobres inocentes necessitados de afeto. Maria ficou grávida sendo virgem e a nossa madre superiora acredita nisto, assim como nós. Se Maria estivesse hoje em nosso meio, muita gente piedosa e religiosa duvidaria da sua virgindade. Nós recebemos um milagre, evidentemente; não há outra explicação e agradecemos a Deus por isso’”.

Vamos pensar durante breves segundos: de que ordem seriam essas religiosas? Onde fica esse convento? Por que nenhuma fonte séria deu essa notícia? Se esta ausência de informações básicas já não bastasse para disparar um sinal de alerta, poderíamos ir além: o caro leitor conhece alguma freira que se atreva a comparar-se à Virgem Maria? E conhece quantos conventos femininos que, em vez de abrigarem mulheres e crianças, abriguem homens solteiros?

Muitas pessoas que levaram a sério e compartilharam essa notícia falsa na Itália se esqueceram de averiguar, também, que o site do tal “Giornale Italiano” se apresenta como um “site de sátira” – embora com letras miúdas que quase passam despercebidas. 

Dolorosas ponderações...


Ó Amigo, vê bem que não podemos dizer que Deus é o Senhor e, ao mesmo tempo, vivermos do nosso modo, como se nós próprios fôssemos o nosso Deus!

Alguém que viva do seu modo,seguindo seus próprios critérios, alguém que se julgue o senhor do bem e do mal e veja, analise, julgue e aja de acordo com seus próprios pensamentos, sentimentos, gostos e prioridades, independente da vontade de Deus – e essa vontade de Deus não é teórica, distante, relativa, manipulável por quem quer que seja, mas nos aparece nas Escrituras interpretadas perenemente pela Igreja com a autoridade de Cristo – alguém assim, mesmo que dissesse que acredita, não crê de verdade, não exprime na vida que Deus é seu Senhor!

Ah, que há tantos crentes de nome e ateus de vida!

Há tantos, como diz o Apóstolo, “que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. O seu fim será a perdição; o seu deus, é o ventre; e sua glória, eles a põem na própria ignomínia, já que só levam a peito as coisas da terra” (Fl 3,18-19). E há sempre o perigo disto em mim e em ti!
 

Cristo manifesta-Se com as suas chagas após a ressurreição


Se é pueril acreditar ao acaso e sem motivo, também é muito insensato querer examinar e inquirir tudo demasiadamente. E esta foi a sem-razão de Tomé. Perante a afirmação dos Apóstolos: Vimos o Senhor, recusa-se a acreditar: não porque descresse deles, mas porque julgava impossível o que afirmavam, isto é, a ressurreição de entre os mortos. Não disse: «Duvido do vosso testemunho», mas: Se não meter a minha mão no seu lado, não acreditarei. Jesus aparece segunda vez e não espera que Tomé O interrogue, ou Lhe fale como aos discípulos. O Mestre antecipa-se aos seus desejos, fazendo-lhe compreender que estava presente quando falou daquele modo aos companheiros. Na censura que lhe faz serve-Se das mesmas palavras e ensina como deverá proceder para o futuro. Depois de dizer: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; mete a tua mão no meu lado, acrescenta: Não sejas incrédulo, mas crente. Tomé duvidou por falta de fé. Ainda não tinham recebido o Espírito Santo. Mas isso não voltaria a acontecer; a partir de então manter-se-iam firmes na fé. Cristo, porém, não Se ficou nesta admoestação e insistiu novamente. Tendo o discípulo caído em si e exclamado: Meu Senhor e meu Deus, disse-lhe Jesus: Porque Me viste, acreditaste. Felizes os que, sem terem visto, acreditaram. É próprio da fé crer no que não se vê. A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das que não se vêem. Com efeito, o divino Mestre chama felizes, não só os discípulos, mas também todos aqueles que no decurso dos tempos acreditarão n’Ele. Dirás talvez: Mas na verdade, os discípulos viram e creram. É certo; no entanto, não precisaram de ver para acreditarem. Sem quaisquer exigências, bastou‑lhes ver o sudário para logo aceitarem o acto da ressurreição e acreditarem plenamente, antes mesmo de verem o corpo glorioso de Jesus. Portanto, se alguém disser: «Quem dera ter vivido no tempo de Jesus e contemplado os seus milagres», recorde as palavras: Felizes os que, sem terem visto, acreditaram. E aqui surge uma pergunta: Como pôde o corpo incorruptível conservar as cicatrizes dos cravos e ser tocado por mão mortal? Não é caso para espanto, pois se trata de pura condescendência da parte de Cristo. O seu corpo era tão puro, subtil e livre de qualquer matéria, que podia entrar numa casa com as portas fechadas. Quis, porém, manifestar-Se deste modo, para que acreditassem na ressurreição e soubessem que era Ele mesmo que fora crucificado, e não outro, quem tinha ressuscitado. Por este motivo conserva, na ressurreição, os estigmas da cruz, e come na presença dos Apóstolos, circunstância esta que eles especialmente recordariam: Nós que comemos e bebemos com Ele. Quer dizer: Antes da paixão, ao vermos Jesus caminhando sobre as ondas, não considerávamos o seu corpo de natureza diferente da nossa; também agora, ao vê-l’O com as cicatrizes, após a ressurreição, devemos crer na sua incorruptibilidade.



Das Homilias de São João Crisóstomo, bispo sobre o Evangelho de São João (Hom. 87, 1: PG 59, 473-474) (Sec. IV)

Sou muçulmano, mas eis aqui porque admiro a Igreja Católica


Permitam-me começar este breve artigo confessando algo surpreendente: não sou católico e nem mesmo cristão. Em verdade sou um muçulmano secular e ávido leitor de filosofia e história, tendo um firme compromisso com a verdade sem mitigações, não importa onde ela esteja, e mais ainda se ela vai contra as crenças comuns.

Passei os últimos recentes anos pesquisando a história do Cristianismo, especialmente a Igreja Católica durante o Medievo, e fiquei chocado ao descobrir que praticamente tudo que eu tinha aprendido sobre o Catolicismo estava errado além de, aparentemente, contaminado por preconceitos. Contrariando o pensamento da maioria das pessoas no Ocidente e no Meio Oriente, a Igreja Católica e os Padres da Igreja não suprimiram a ciência, a razão e o conhecimento. Muito pelo contrário, em muitos casos eles mesmos encorajaram o avanço no estudo de matérias não religiosas e o desenvolvimento científico, estimando com generosidade a capacidade de compreensão da razão humana. Também fiquei pasmo ao descobrir que a “obscura” Idade Média não foi de modo nenhum um período intelectualmente estéril, nem uma era de profunda estagnação, superstição ou mesmo perseguição sistemática dos filósofos naturais. De fato, as universidades – sedes de debates intelectuais cultos num clima de ampla liberdade de expressão – foram fundadas na Europa durante a assim chamada Alta Idade Média. Além disso, foram cientistas católicos dos séculos XII e XIII, comprometidos com sua fé e o método empírico, que lançaram os fundamentos da Revolução Científica. Torna-se cada vez mais evidente que esta revolução, iniciada com a publicação dos livros de Copérnico, “Da Revolução dos Orbes Celestes”, e de André Vesálio, “Da Organização do Corpo Humano”, não foi uma súbita explosão de criatividade, mas a continuação de uma marcha de progresso intelectual que já vinha sendo percorrida desde o século XI. Também é igualmente causa de estupefação a importância que os teólogos e filósofos católicos medievais atribuíam às capacidades intelectuais humanas, e seu infatigável trabalho para criar uma síntese entre a fé e a razão. Em poucas palavras, anos de intense pesquisa me fizeram respeitar e mesmo admirar a Igreja Católica, muito embora, como já expliquei antes, eu descenda de uma família árabe secular que me ensinou a investigar todas as questões sem dogmatismos e a aceitar a verdade mesmo quando incongruente com o credo da maioria das pessoas.

Tenho grande respeito pelo trabalho dos monges católicos e seus mosteiros na Idade Média. Suas atividades intelectuais situam-se entre os capítulos mais luminosos na história da Igreja. Os mosteiros desempenharam um papel positivo como centros de ensino, aprendizado e cultura, e eles podem ser descritos de modo bastante exato como “proto-universidades” (Trombley, 58), transmitindo conhecimentos de gramática, lógica, retórica e, posteriormente, matemática, música e astronomia, e situando-se “entre as mais importantes bibliotecas na história do pensamento ocidental” pelos trabalhos de cópia, transcrição e armazenamento de textos de alto valor (58). Enquanto a Igreja Católica é constantemente acusada de destruir a cultura clássica ou greco-romana, o fato é que os mosteiros merecem todo o crédito pela “cuidadosa preservação dos trabalhos do mundo clássico e dos Padres da Igreja, ambos centrais para a civilização do Ocidente” (Woods 42).

Por terem emergido em um meio greco-romano, assimilando em consequência noções filosóficas, tais como as idéias de logos, sindérese, o conceito de um universo mecânico ordenado racionalmente por leis estáveis e consistentes, etc, o Cristianismo em geral e a Igreja Católica em particular não podiam suprimir ou destruir a tradição clássica, possibilitando um convívio pacífico com a filosofia grega pagã e o racionalismo – uma realização crucial que o Islam ortodoxo sunita foi incapaz de emular ao suprimir o pensamento mutazilita (assunto que, decerto, exige um longo e detalhado estudo). 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Papa Francisco é alvo de uma campanha ultraconservadora nas ruas de Roma


Se já é raro ouvir críticas públicas ao papa Francisco, encontrar cartazes nas ruas de Roma contrários às suas últimas decisões é ainda mais incomum. No domingo, alguns bairros próximos do Vaticano amanheceram forrados com uma série de cartazes nos quais se podiam ler críticas de caráter conservador contra algumas atitudes e medidas tomadas por Jorge Mario Bergoglio. Seus autores não são conhecidos, os cartazes obviamente não estavam assinados e foram colados à noite. Mas as primeiras reações em blogs e sites especializados apontaram imediatamente para os setores mais tradicionalistas da Igreja Católica.

Seus responsáveis usaram uma foto do pontífice, em que aparece um tanto carrancudo, e sobrepuseram várias críticas como um conciso manifesto. Nos cartazes, colados em paredes e quadros de anúncios de bairros como Prati e em lugares movimentados, como a entrada de um mercado, criticava-se uma lista de medidas de Francisco tratando-o de você. “France (Francisco), você interveio em congregações, removeu sacerdotes, decapitou a Ordem de Malta e os franciscanos da Imaculada, ignorou cardeais... mas onde está sua misericórdia?”. Várias horas depois de terem aparecido, os cartazes foram parcialmente cobertos com outros em branco com logotipo institucional da Prefeitura de Roma e com o texto: “Publicidade ilegal”.

O papa Francisco, o primeiro nascido fora da Europa, tem encontrado algumas resistências aos planos renovadores, de certa abertura e modernização da Igreja, que empreendeu nos últimos anos. Suas iniciativas, sempre mais próximas dos desfavorecidos e excluídos do que dos setores mais privilegiados, continuam a gerar um suave e persistente zunzum em sites e blogs especializados. As críticas ou pequenas escaramuças costumam ser soterradas e acontecem independentemente dos organismos oficiais e dos cidadãos.

Nota dos Bispos do Espírito Santo sobre o momento de violência atual


NOTA DOS BISPOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Caríssimos irmãos, irmãs e todos os homens e mulheres de boa vontade,

Neste momento que aflige a todos, sentimos nossa fraqueza e o perigo instaurado pelo império da violência. A segurança pública é um direito de todos, deve ser construída a partir de um amplo diálogo entre o Estado, a sociedade organizada e todos os cidadãos. Sabemos que violência gera violência mas, é verdade, que todos queremos a paz e a concórdia. 

Por isso, nós os bispos do Estado do Espírito Santo, queremos convocá-los para juntos orarmos em nossos lares pedindo a Deus que conceda serenidade, paz, proteção e justiça ao nosso Estado. Peçamos também ao Senhor que não prevaleça o poder, mas o bom senso, o diálogo, o entendimento e se chegue a uma decisão sábia que engrandeça nossa sociedade. Que Deus ilumine e dê sabedoria aos nossos governantes e às pessoas constituídas em autoridade!