domingo, 26 de fevereiro de 2017

A maioria dos bispos são culpados por não levarem a sério o demônio, advertiu exorcista


Se todos os Bispos do mundo viessem até ele para uma confissão, se recusaria a dar a absolvição para a maioria deles, a menos que se arrependessem de terem negligenciado a responsabilidade de expulsar os demônios, disse o falecido Pe. Gabriele Amorth em entrevista a John L. Allen jr., no ano 2000.

Pe. Amorth morreu no início de setembro de 2016 com 91 anos de idade, sendo exorcista da diocese de Roma desde meados da década de 1980, tendo realizado dezenas de milhares de exorcismos.

Não está claro se o Frei Gabriele Amorth teria um pensamento similar nos dias atuais sobre os bispos do mundo (16 anos depois da entrevista), já que desde então houve uma explosão no número de exorcistas designados em todo o mundo, inclusive com o Vaticano oferecendo cursos de exorcismo. Papa Francisco, em particular, tem pregado bastante sobre a realidade do demônio. Tanto que a mídia secular se perguntou “Por que o Papa Francisco é Tão obcecado com o diabo?”. 

Anglicanos e católicos diante do “rosto misericordioso de Cristo” para superar as divisões


VISITA À IGREJA ANGLICANA DE "TODOS OS SANTOS"
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Domingo, 26 de Fevereiro de 2017


Queridos irmãos e irmãs,

Desejo agradecer-lhe o seu gracioso convite para celebrar este aniversário paroquial com você. Mais de duzentos anos se passaram desde que a primeira liturgia anglicana pública foi realizada em Roma para um grupo de residentes ingleses nesta parte da cidade. Muita coisa mudou em Roma e no mundo desde então. Ao longo desses dois séculos, também mudou muito entre anglicanos e católicos, que no passado se viam com suspeita e hostilidade. Hoje, com gratidão a Deus, reconhecemos uns aos outros como verdadeiramente somos: irmãos e irmãs em Cristo, através do nosso batismo comum. Como amigos e peregrinos desejamos caminhar juntos pelo caminho, para seguir juntos o nosso Senhor Jesus Cristo. 

Você me convidou para abençoar o novo ícone de Cristo Salvador. Cristo olha para nós, e seu olhar sobre nós é um olhar de salvação, de amor e compaixão. É o mesmo olhar misericordioso que atravessou o coração dos Apóstolos, que deixaram o passado para trás e iniciaram uma jornada de vida nova, para seguir e proclamar o Senhor. Nesta imagem sagrada, como Jesus nos olha, ele também parece chamar-nos, fazer um apelo a nós: "Você está pronto para deixar tudo do seu passado por mim? Você quer ser mensageiro do meu amor e da minha misericórdia?"

Seu olhar de misericórdia divina é a fonte de todo o ministério cristão. O apóstolo Paulo nos diz isso, por meio de suas palavras aos Coríntios, que acabamos de ouvir. Ele escreve: "Tendo este ministério pela misericórdia de Deus, não perdemos o coração" (2Cor  4,1). Nosso ministério brota da misericórdia de Deus, que sustenta nosso ministério e impede que ele perca seu vigor.

São Paulo nem sempre teve uma relação fácil com a comunidade em Corinto, como mostram suas cartas. Houve também uma dolorosa visita a esta comunidade, com palavras acaloradas trocadas por escrito. Mas esta passagem mostra Paulo superando as diferenças passadas. Ao viver seu ministério à luz da misericórdia recebida, ele não desiste diante das divisões, mas se dedica à reconciliação. Quando nós, a comunidade dos cristãos batizados, nos encontramos confrontados com desacordos e nos voltamos para a face misericordiosa de Cristo para superá-la, é reconfortante saber que estamos fazendo como São Paulo fez numa das primeiras comunidades cristãs.

Como São Paulo lida com essa tarefa, onde ele começa? Com humildade, que não é apenas uma bela virtude, mas sim uma questão de identidade. Paulo vê-se como um servo, proclamando não a si mesmo, mas a Cristo Jesus, o Senhor (verso 5). E ele realiza este serviço, este ministério de acordo com a misericórdia mostrada (v. 1): não com base em sua capacidade, nem confiando em sua própria força, mas confiando que Deus está cuidando dele e sustentando sua fraqueza Com misericórdia. Tornar-se humilde significa atrair a atenção para longe de si mesmo, reconhecendo a dependência de Deus como um mendigo de misericórdia: este é o ponto de partida para que Deus trabalhe em nós. Um ex-presidente do Conselho Mundial de Igrejas descreveu a evangelização cristã como "um mendigo dizendo a outro mendigo onde pode encontrar pão". Creio que São Paulo aprovaria. Ele compreendeu o fato de que ele era "alimentado pela misericórdia" e que sua prioridade era compartilhar seu pão com os outros: a alegria de ser amado pelo Senhor e de amá-lo.  

Papa: «Peço-vos, por favor, que façais esta experiência».


VISITA À PARÓQUIA ROMANA DE SANTA MARIA JOSEFA
DO CORAÇÃO DE JESUS
NO BAIRRO CASTELVERDE
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Domingo, 19 de fevereiro de 2017



Hoje, nas leituras, há uma mensagem que definiria única. Na primeira há a Palavra do Senhor que diz: «Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo» (Lv 19, 2). Deus Pai diz-nos isto. E o Evangelho termina com aquela Palavra de Jesus: «Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está nos céus» (Mt 5, 48). A mesma coisa. Este é o programa de vida. Sede santos, porque Ele é santo; sede perfeitos, porque Ele é perfeito. E vós podeis perguntar-me: “Mas, Padre, como é o caminho rumo à santidade, qual é o percurso para nos tornarmos santos?”. Jesus explica bem isto no Evangelho: explica-o com coisas concretas.

Antes de tudo: «Foi dito: “olho por olho, dente por dente”. Mas eu digo-vos para não vos opordes ao malvado» (Mt 5, 38-39), ou seja, nenhuma vingança. Se no coração tenho rancor por alguma coisa que alguém me fez e me quero vingar, isto afasta-me do caminho rumo à santidade. Nenhuma vingança. “Fizeste isto, vais pagar!”. Um comportamento assim é cristão? Não. “Vais pagar” não faz parte da linguagem de um cristão. Nenhuma vingança. Nenhum rancor. “Mas aquele torna a minha vida impossível!...”. “Aquela vizinha fala mal de mim todos os dias! Também eu falarei mal dela...”. Não. O que diz o Senhor? “Reza por ela” — “Mas devo rezar por ela?” — “Sim, reza por ela”. É o caminho do perdão, do esquecimento das ofensas. Dão-te uma bofetada na face direita? Apresenta-lhe a outra. O mal vence-se com o bem, o pecado é vencido com esta generosidade, com esta força. O rancor é mau. Todos sabemos que não é uma coisa pequena. As grandes guerras — vemos nos telejornais, nos jornais, este massacre de pessoas, de crianças... quanto ódio, mas é o mesmo ódio — é o mesmo! — que tu tens no teu coração por alguém, por este ou por aquele teu parente ou pela tua sogra ou por outra pessoa, o mesmo. Ele é aumentado, mas é o mesmo. O rancor, a vontade de me vingar: “Vais pagar!”, isto não é cristão.

“Sede santos como Deus é santo”; sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai”, «o qual faz que o sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos» (Mt 5, 45). É bom. Deus concede os seus bens a todos. “Mas se alguém fala mal de mim, se me fez uma grande ofensa, se aquele me...”. Perdoar. No meu coração. Eis o caminho da santidade; e isto afasta as guerras. Se todos os homens e mulheres do mundo aprendessem isto, não haveria guerras, elas não existiriam. A guerra começa assim, na amargura, no rancor, na vontade de vingança. Mas isto destrói famílias, destrói amizades, destrói bairros, destrói tanto, tanto... “E, Padre, que devo fazer quando sinto isto?”. É Jesus quem o diz e não eu: «Amai os vossos inimigos» (Mt 5, 44). “Eu tenho que amar aquele?” — Sim — “Não posso” — Reza para que possas. «Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem» (Ibid.). “Rezar por aquele que é malvado comigo?” — Sim, para que mude de vida, para que o Senhor o perdoe. Esta é a magnanimidade de Deus, o Deus magnânimo, o Deus de coração grande, que tudo perdoa, que é misericordioso. “É verdade, Padre, Deus é misericordioso”. E tu? És misericordioso, és misericordiosa, com as pessoas que foram malvadas contigo? Ou que não gostam de ti? Se Ele é misericordioso, se Ele é santo, se Ele é perfeito, nós devemos ser misericordiosos, santos e perfeitos como Ele. 

Papa alerta para as tentações do “dinheiro, prazer e poder”


Papa Francesco
ANGELUS
Praça de São Pedro 
domingo, 26 de fevereiro, 2017


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de hoje (cf. Mt 6,24-34) é um forte apelo a confiar em Deus - não se esqueça: confiar em Deus - que cuida dos seres vivos na criação. Ele fornece comida para todos os animais, cuida dos lírios e grama do campo (cf. vv 26-28.); seu olhar benevolente vigia constantemente nossas vidas. Isso ocorre sob o cuidado com muitas preocupações, que podem assumir serenidade e equilíbrio; Mas essa ansiedade é muitas vezes inútil, porque ela não pode mudar o curso dos acontecimentos. Jesus nos chama insistentemente para não se preocupar com o amanhã (cf. vv 25.28.31.), lembrando que, acima de tudo há um Pai amoroso que nunca se esquece de seus filhos: confiança nele não vai resolver magicamente os problemas, mas vamos enfrentá-los com o estado de espírito correto, corajosamente, sou corajoso porque eu confio no meu Pai, que cuida de tudo e que me deseja tanto bem.

Deus não é distante e anônimo: é o nosso refúgio, a fonte de nossa serenidade e nossa paz. Ele é a rocha da nossa salvação, a que podemos agarrar-se na certeza de não cair; aqueles que se agarram a Deus nunca caem! É a nossa defesa do mal sempre à espreita. Deus é o nosso grande amigo, o aliado, o pai, mas nem sempre levamos em conta. Não nos damos conta de que temos um amigo, um aliado, um pai que nos ama, e nós preferimos inclinar-nos sobre os bens imediatos que podemos tocar, aos ativos contingentes, esquecendo-se, e às vezes recusando-se, ao bem supremo, o amor paterno de Deus. Ouvindo o Pai, nesta era de orfandade, é tão importante! Para ouvir o Pai neste mundo órfão, ficamos longe do amor de Deus quando vamos para a busca obsessiva de bens materiais e riquezas, manifestando-se, assim, um amor exagerado a estas realidades.

Jesus nos diz que essa busca desesperada é uma ilusão e causa de infelicidade. Ele dá aos seus discípulos uma regra essencial da vida: "Mas buscai primeiro o reino de Deus" (v 33). É a realização do projeto que Jesus anunciou no Sermão da Montanha , confiando em Deus que não desilude - muitos amigos ou muitos que nós pensamos ser amigos, falharam conosco; Deus nunca desilude! -; ocupado como fiéis mordomos dos bens que Ele nos deu, exageramos, como se tudo, até mesmo a nossa salvação dependesse apenas de nós. Esta atitude evangélica requer uma escolha clara, que a passagem de hoje diz precisamente: "Não podeis servir a Deus e ao dinheiro" (v 24). O Senhor ou os ídolos fascinantes, mas ilusórios. Esta escolha, que somos chamados a fazer se repercute em muitos de nossos atos, programas e compromissos. São escolhas que devem ser feitas de uma forma clara e que devem ser renovadas constantemente, porque a tentação de reduzir tudo a dinheiro, prazer e poder é insistente. Existem muitas tentações para este fim.

Enquanto honrar esses ídolos leva a resultados tangíveis ainda que fugaz, para escolher a Deus e seu Reino nem sempre mostra imediatamente seus frutos. É uma decisão que você toma na esperança de deixar a Deus a plena realização. A esperança cristã é tensa para o futuro cumprimento da promessa de Deus e não para diante das dificuldades, porque é fundada sobre a fidelidade de Deus, que nunca falha. É verdade, é um Pai fiel, ele é um amigo leal, um aliado leal.

Que a Virgem Maria nos ajude a confiar no amor e bondade do Pai celeste, para viver n'Ele e com Ele. Este é o pré-requisito para superar os tormentos e adversidades da vida, e até mesmo perseguição, como demonstrado pelo testemunho de tantos dos nossos irmãos e irmãs.

28 de fevereiro, Dia de Oração "com" e "por" Bento XVI


“Na oração estou sempre mais próximo a vocês”. As palavras de Bento XVI, mais atuais  do que nunca, irão se renovar em 28 de fevereiro próximo, quarto aniversário da conclusão de seu Pontificado.

A cada ano, nesta data significativa, em diversas partes do mundo muitos se unem em oração com o Papa Bento e segundo as suas intenções. Momentos de oração comunitária são realizados em diversas igrejas e locais.

Este ano adquire um significado especial, pois em 16 de abril, Joseph Ratzinger completará 90 anos.

A comunidade “Vigna del Signore” acompanhará estas datas com a oração e a meditação, sempre com imensa gratidão pelos dons recebidos de sua pessoa.

Ao longo do dia 28 de fevereiro serão feitas orações - segundo os horários aproximados e as orações recitadas diariamente por Bento XVI - que poderão ser adaptadas segundo as próprias exigências e possibilidades. 

Freira que negou a virgindade de Maria se encontra com ator pornô


Um vídeo com a religiosa dominicana Lucía Caram e o ator de filmes pornográficos Ignacio Jordà González, mais conhecido como "Nacho Vidal", tornou-se viral nas redes sociais e gerou polêmica.

Esta não é a primeira vez que a Irmã Lucía Caram gera controvérsias. Há algumas semanas, participou do programa 'Chester in love', do jornalista Risto Mejide, de Cuatro Televisión, assegurando que a Virgem Maria e São José tinham relações sexuais.

Desta vez, no diálogo com Vidal, a dominicana argentina disse que "durante muito tempo a Igreja se dedicou a apedrejar aqueles que não viviam de acordo com as normas".

"Tivemos suficiente religião para nos odiar, para criar normas e estruturas, mas não para nos amar", assinalou Caram, que atualmente vive em Manresa, Barcelona (Espanha), disse.


O vídeo no qual a religiosa aparece conversando com Vidal faz parte da campanha "Invulnerables” (invulneráveis), promovida, entre outras instituições, pela Fundação Rosa Oriol, liderada por Caram.

A página de Facebook Siroko, que publicou o vídeo do diálogo entre a religiosa e o ator pornô, ofereceu pagar à campanha 10 centavos de euro (aproximadamente 10 centavos de dólar) por cada pessoa que compartilhe o vídeo.

"O nosso objetivo é a invulnerabilidade", disse a Irmã Lucía no vídeo e assinalou que "falamos de crianças pobres (...) estão humilhadas, são pessoas que vivem na rua".

Depois que Vidal lhe disse que tem um filho transexual, que se sente mulher, a religiosa dominicana recordou: "uma amiga minha me explicou que o seu filho era transexual e me disse: 'vou levá-lo ao psicólogo’. Mas eu pensei: 'Você é quem precisa ir a um psicólogo para aceitá-lo'".

Um homem simples e reto, temente a Deus


Há um gênero de simplicidade que melhor se deverá chamar ignorância; é a simplicidade daqueles que não sabem sequer o que é a retidão; e porque não se elevam até à virtude da retidão, esses perdem a inocência da verdadeira simplicidade: sem a prudência que a retidão exige, a sua simplicidade deixa de ser verdadeira inocência. É por isso que São Paulo exortava os discípulos com estas palavras: Quero que sejais prudentes para o bem e simples para o mal. E ainda: Não sejais crianças na maneira de julgar, mas sede crianças na ausência de malícia. É por isso também que a própria Verdade ordena aos seus discípulos: Sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Na sua advertência junta as duas coisas de modo inseparável, para que a astúcia da serpente complemente a simplicidade da pomba e, por sua vez, a simplicidade da pomba modere a astúcia da serpente. Foi por isso que o Espírito Santo manifestou aos homens a sua presença não só em figura de pomba, mas também sob a forma de fogo: na pomba está representada a simplicidade, e no fogo o zelo. Esta sua manifestação em figura de pomba e de fogo contém um duplo ensinamento: os que estão cheios do Espírito Santo de tal modo devem proceder com mansidão e simplicidade que não deixem de se inflamar de zelo pela retidão contra as culpas dos delinquentes. 

Simples e reto, temente a Deus e afastado do mal.

Todo aquele que anseia pela pátria eterna vive com simplicidade e retidão: simples nas suas obras, reto na sua fé; simples na prática do bem cá na terra, reto na aspiração interior pelos bens celestes. De fato, há pessoas a quem lhes falta a simplicidade no bem que realizam, porque buscam a retribuição material e não a espiritual. Por isso, com razão dizia o Sábio: Ai do homem que vai por dois caminhos! Vai por dois caminhos o homem pecador, quando as suas obras parecem ser de Deus, mas as suas intenções são do mundo. Bem se diz de Jó: Temente a Deus e afastado do mal, porque a santa Igreja dos eleitos inicia o seu caminho de simplicidade e retidão pelo temor, mas leva-o à perfeição pelo amor. Afasta-se radicalmente do mal aquele que, por amor de Deus, detesta o pecado. Mas quando pratica o bem apenas por temor, ainda não se afastou totalmente do mal; e nisto não evita o pecado, porque queria pecar, se o pudesse fazer impunemente. Por isso, quando se diz que Jó temia a Deus, justamente se afirma que se afastava do mal: quando o amor segue o temor, é eliminada toda a culpa na consciência pelo firme propósito da vontade.


Do Comentário de São Gregório Magno, papa, sobre o livro de Jó
(Lib. 1, 2.36: PL 75, 529-530.543-544) (Sec. VI)

“Ao Santíssimo e DiVIníssimo” ou “ao Santíssimo e DiGníssimo” Sacramento?


Durante a Adoração Eucarística, ao ouvir “Graças e louvores sejam dados a todo momento", como você responde?

É frequente ouvir fiéis responderem “Ao Santíssimo e DIGNÍSSIMO Sacramento“, enquanto outros respondem “Ao Santíssimo e DIVINÍSSIMO Sacramento”.

Qual é a forma correta?

A forma correta é “Diviníssimo”.

A palavra “digníssimo” não implica, em si, nenhuma heresia. É apenas o superlativo de “digno” – e Deus é digno de toda adoração; aliás, só Ele é digno de adoração.

No entanto, o termo “digníssimo” também pode ser aplicado a qualquer um de nós, humanos, já que toda pessoa humana é dotada de dignidade intrínseca – e a dignidade humana é absoluta, não relativa, porque advém da nossa própria natureza de seres inteligentes dotados de alma imortal, criada e remida por Deus. Sim, é isso mesmo – e não se trata de falta de humildade: a dignidade humana é absoluta! Ela não depende do nosso comportamento nem dos nossos méritos (e por isso não há falta de humildade alguma em reconhecer a dignidade intrínseca de toda pessoa humana; pelo contrário, seria profundamente ingrato não reconhecermos esse dom de Deus). Mas é crucial entender a diferença entre a nossa essência e o que fazemos com a nossa existência: como pessoas, todos somos intrinsecamente dignos por natureza; já os nossos atos particulares, que dependem da nossa vontade e do nosso livre arbítrio, esses sim podem ser muito indignos e, portanto, contrariar a nossa dignidade intrínseca de pessoas. Em síntese: somos sempre absolutamente dignos como pessoas humanas, e toda pessoa humana deve ter a sua dignidade absoluta reconhecida e honrada; mas podemos agir indignamente, contrariando assim a nossa própria dignidade, e os nossos atos indignos devem ser corrigidos.