terça-feira, 7 de março de 2017

O Dia Internacional dos Direitos da Mulher e pela Paz


Com este título mais longo e preciso a Assembleia Geral da ONU aprovou o dia internacional da mulher em 8 de março de 1977. Empre são citadas duas fontes para a origem desta data: a de 1857 em Nova York quando 129 operárias morreram carbonizadas depois de ter sido trancadas pelos patrões que rejeitaram a reivindicação das 16 horas diárias, e a de uma manifestação de operárias em Petrogrado que iniciou o processo da revolução russa em fevereiro de 1917 (calendário Juliano).

É importante considerar a associação que faz o enunciado mais completo da data, dos direitos da mulher com a paz. Diante daqueles que opinam o contrário, que levianamente afirmam que são culpa do movimento e luta pela promoção da consciência feminina, as tensões e conflitos atuais entre homens e mulheres, de acordo com o Evangelho defendemos, que só podemos ser livres quando respeitamos a liberdade, a dignidade e os direitos dos outros, neste caso das outras. 

A paz é possível no reconhecimento da alteridade e solidariedade entre todas as pessoas, quando oprimimos alguém ou destratamos um ser humano qualquer, estamos ofendendo a todos/as e colocando em grave risco a concórdia e a fraternidade universal. Por outra parte tem se comprovado que a liderança feminina é inclusiva e pacificadora, guiando-se pela lógica da misericórdia e a ternura que aproximam e reconciliam as pessoas.  

A oração infalível


Que garantia podemos ter de que Deus vai ouvir às nossas súplicas? Que a perseverança na oração é importante já sabemos, porque os Evangelhos insistem nisso. Lucas narra a parábola do vizinho inoportuno, que bate à porta em plena noite para pedir pães. Tanto insiste que o outro, para se ver livre dele, acaba por atendê-lo (Lc 11,5-8).

No Evangelho de Mateus (15) encontramos a mulher cananeia que pede e insiste até ser atendida, chegando a se comparar aos cães que se alimentam das migalhas que caem da mesa dos donos.

Tais passagens mostram não só a importância de nos aproximarmos de Deus, mas de persistirmos nos pedidos. Precisamos, entretanto, eliminar a ideia de que a perseverança é necessária para “dobrar o Coração de Deus”. Não se trata disso. Ao contrário, precisamos persistir e insistir porque o nosso coração é que não se dobra com facilidade.

Neste estudo, examinaremos as características da oração infalível, isto é, como rezar tendo certeza de que seremos atendidos. Em determinadas situações, não adianta ficar como que “dando murro em ponta de faca”, como se diz popularmente. Insistir do jeito errado é persistir num engano. Existem fundamentos, características próprias que tornam uma oração infalível, que foram dadas pela Graça a todo aquele que crê.

Estamos diante de algo que as pessoas sempre procuraram, talvez mais do que a própria salvação de suas almas, – o que é lamentável. – Assim como Esaú trocou a benção paterna e divina, com os direitos de filho herdeiro, por um prato de lentilhas (Gn 25,29-34), muitos preferem prazeres e posses materiais à vida eterna. Vemos anúncios de supostas “orações de poder” e “novenas milagrosas” de todo tipo. Em praticamente toda igreja encontramos folhetos com as mais variadas (algumas absurdas) devoções a santos “de causas impossíveis”, que no imaginário popular seriam como que agentes infalíveis para dar tudo que pedirmos. Alguns contém até ameaças àqueles que “quebrarem a corrente”! Tais pessoas não imaginam como se afastam de Nosso Salvador, dando voltas em torno da Fonte ao invés de beber direto do inesgotável Rio de Água Viva. Pois foi Ele mesmo Quem nos prometeu que estaria conosco todos os dias, até o fim do mundo. 

Já entre os ditos “evangélicos”, é comum o uso da passagem de João (13,13-14) como uma espécie de muleta verbal para toda e qualquer situação: em praticamente tudo o que dizem, acrescentam ao final da frase o complemento “em nome de Jesus”. A dona de casa diz que vai preparar o almoço de hoje “em nome de Jesus!”. O vendedor diz que vai cumprir sua meta mensal “em nome de Jesus!”. A filha diz que vai tirar um “A “na prova de matemática “em nome de Jesus!”... Qualquer afirmação, sobre qualquer assunto, é seguida de uma invocação ao nome do Senhor, mesmo que seja uma fofoca sobre a vida do vizinho, por exemplo, e até para contar ou rir de uma piada, muitos deles finalizam com um inevitável e impensado “em nome de Jesus”. Foi filmado e noticiado, há alguns anos, que até os deputados corruptos da “bancada ‘evangélica’” andaram agradecendo pela roubalheira “em nome de Jesus!”...

Interessante é que, agindo assim, não percebem que desobedecem ao Segundo Mandamento: “Não tomareis o Santo Nome do SENHOR, vosso Deus, em vão”. – O Nome de Deus não é amuleto para ser usado como garantia de sucesso em tudo o que se faz, como se Ele fosse atender a todos os nossos caprichos só por pronunciarmos o seu Nome. 

Existe, porém, como dissemos, uma oração que é sempre infalível. – Deixando de lado as interpretações equivocadas das Sagradas Escrituras, é importantíssimo saber que existe, sim, um jeito de pedir a Deus infalivelmente. O Santo Evangelho mesmo nos dá esta garantia. Em Mateus (7,7-8), o Cristo diz: “Pedi e se vos dará, buscai e achareis, batei e vos será aberto...”, e, um pouco mais adiante, reafirma: “Tudo o que pedirdes com fé, na oração, vós o alcançareis”. – No seu discurso de despedida, no Evangelho de João, Jesus volta a insistir: “Tudo o que pedirdes ao Pai, em meu Nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Tudo o que pedirdes em meu Nome, vo-lo darei” (14,13-14). E mais uma vez: “Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito” (Jo 15,7). 

Diz ainda mais o Salvador: “Naquele dia não me perguntareis mais coisa alguma. Em verdade, em verdade vos digo: o que pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo dará. (...) Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja perfeita” (Jo 16,23-24).

Nosso Senhor promete, garante que realmente existe uma infalibilidade para a oração do cristão que tem fé. Por outro lado, Tiago Apóstolo diz em sua Epístola: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal...” (Tg 4,3). Por que isto? 

O grande problema é que, se por um lado temos uma evidência de fé, registrada nas Sagradas Escrituras, por outro temos a refutação que vem dos simples fatos. Ora, é inegável que muitas vezes pedimos e não recebemos, procuramos e não encontramos, batemos à porta e ela não se abre. Fica então evidente que há um modo certo de pedir; que se soubermos pedir, se conhecermos a forma da “oração infalível”, então seremos sempre atendidos. 

segunda-feira, 6 de março de 2017

Homilética: 2º Domingo da Quaresma - Ano A: "Transfiguração: a vida que triunfa sobre a morte".


Hoje, segundo domingo da Quaresma, prosseguindo o caminho penitencial, a liturgia, depois de nos ter apresentado, no domingo passado, o Evangelho das tentações de Jesus no deserto, convida-nos a refletir sobre o acontecimento extraordinário da Transfiguração na montanha. Considerados juntos, os dois episódios antecipam o Mistério Pascal: a luta de Jesus com o tentador introduz o grande duelo final da Paixão, enquanto a luz do seu Corpo transfigurado antecipa a glória da Ressurreição. Por um lado vemos Jesus plenamente homem, que partilha conosco até a tentação, por outro, contemplamo-lo como Filho de Deus, que diviniza a nossa humanidade. Deste modo, poderíamos dizer que estes dois domingos servem de pilares sobre os quais se baseia todo o edifício da Quaresma até a Páscoa, e aliás, toda a estrutura da vida cristã, que consiste essencialmente no dinamismo pascal: da morte à vida ( cf. Mt 17, 1-9).

É mais fácil reconhecer a presença de Deus quando tudo vai bem, difícil é reconhecê-la quando as coisas vão mal. Nesses momentos, parece que Deus não ouve, não atende, não liga para nós. São momentos nos quais a nossa fé é provada, a nossa virtude pode ser evidenciada e os frutos podem amadurecer.

A caminho de Jerusalém, Jesus faz o primeiro anúncio da Paixão. Disse que iria sofrer e padecer em Jerusalém, e que morreria às mãos dos príncipes dos sacerdotes, dos anciãos e dos escribas. Os apóstolos tinham ficado aflitos e tristes com a notícia; por outro lado, alguns discípulos esperavam um messias político que vencesse pela força de um exército dominador o poder dos romanos, de cujo jugo desejavam ver-se livres. O caminho da salvação esperado pelos discípulos é bem diferente! 

Tendo em conta tudo isso, podemos dizer que os discípulos encontravam-se bastante desnorteados e até mesmo desanimados. Para fortalecer o ânimo profundamente abalado dos discípulos, Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João e leva-os a um lugar à parte para orar. Aí, no Monte Tabor, revela-lhes a glória da divindade. “Enquanto orava, o seu rosto transformou-se e as suas vestes tornaram-se resplandecentes” (Lc 9, 29). Foi então que Pedro, extasiado, exclamou: “Senhor, é bom estarmos aqui. Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias” ( Mt 17, 4 ).

A transfiguração do Senhor é um consolo. São Beda diz que o Senhor, “numa piedosa autorização, permitiu que Pedro, Tiago e João fruíssem durante um tempo muito curto da contemplação da felicidade que dura para sempre, a fim de fortalecê-los perante a adversidade”. A lembrança desses momentos ao lado do Senhor, no Tabor,  foi sem dúvida uma grande ajuda nas várias situações difíceis em que estes três Apóstolos viriam a passar. A transfiguração ficou tão gravada na mente dos três apóstolos que estavam com Jesus que anos mais tarde São Pedro lembrar-se-ia deste fato na sua segunda epístola: “Este é o meu filho muito amado, em quem tenho posto todo o meu afeto”. Esta mesma voz que vinha do céu nós a ouvimos quando estávamos com ele no monte santo” (2 Ped 1,17-18).  Ele, Jesus, continua dando-nos o consolo – quando necessário – para podermos continuar caminhando e para que nunca desistamos. É preciso que façamos muitos atos de esperança, uma virtude muito importante para todos os membros desse estado da Igreja que nós chamamos de “militante”. Somos os que combatem e somos combatidos, a nossa força vem do Senhor, nele nós esperamos.

Quando passarmos por provas espirituais difíceis, quando parecer que Deus não nos ouve, que ele está longe de nós, que muda de planos e que “não está nem aí” para os meus planos, lembremo-nos do despojamento do Senhor. Os discípulos de Jesus têm uma sensação semelhante diante do anúncio da Paixão e do seguimento exigido por Jesus: encontravam-se diante de um projeto que eles não tinham imaginado. E agora, vale a pena Vale a pena, discípulos de Cristo Você que lê esse texto: vale a pena? Hoje em dia, você e eu só estamos no serviço do Senhor porque aqueles primeiros viram que valia a pena. Nós também, pessoalmente, vimos que vale a pena e estamos com Jesus.

Os discípulos da transfiguração são os mesmos do Monte das Oliveiras, os da alegria são também os da agonia. É preciso acompanhar o Senhor em suas alegrias e em suas dores. As alegrias preparam-nos para o sofrimento e o sofrimento por e com Jesus dá-nos alegria. Os discípulos, que estavam desanimados diante do Mistério da Cruz, são consolados por Jesus na transfiguração e preparados para os acontecimentos vindouros, como, por exemplo, o terrível sofrimento que Ele padecerá no Getsêmani. Vale a pena segui-lo Certamente.

Animemo-nos, irmãos e irmãos, a nossa pátria é o céu. Para o povo de Israel estar em qualquer lugar que não fosse Jerusalém era estar exilado, fora da pátria; para o cristão, todo este mundo é um exílio, já que a sua pátria é o céu, para lá se encaminha. Mas, paradoxalmente, qualquer lugar neste mundo é para o cristão uma pátria, pois sabe que está no mundo que é propriedade do seu Pai do céu. O nosso desejo de eternidade não anula as nossas responsabilidades para com esse mundo tão amado por Deus e por cada um de nós. Jesus mesmo mostra aos seus discípulos que deve ser assim quando, diante da proposta de Pedro para fazerem três tendas no monte Tabor, desce para continuar junto com eles a sua missão evangelizadora.

É verdade que o terço de plástico é satânico?


É cada vez mais comum ouvir pessoas se posicionando contra o uso dos conhecidos terços de plástico, muito populares por seu preço baixo. Tais pessoas, inclusive da Renovação Carismática, afirmam que estes terços seriam satânicos, maçônicos ou da nova era.
 
Os detratores desses terços indicam uma série de características que os levariam a tirar esta conclusão. Mas o que há de verdadeiro em tudo isso? Como é um tema delicado, faremos uma análise objetiva e calma.
 
Milhões de terços “low cost”
 
Os terços que estão no centro da polêmica são fabricados em plástico e em quantidades industriais, o que os torna muito econômicos e ideais para distribuir em santuários marianos, encontros juvenis etc. Há diversos tipos, como veremos depois, ao analisar sua simbologia, mas todos se destacam pela sua simplicidade.
 
Uma das notícias prévias à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Madri 2011, que chamou muito a atenção, foi a do empacotamento de sete toneladas de terços fabricados em uma empresa do Equador, prontos para serem incluídos na mochila dos peregrinos.
 
São terços que, além disso, têm muita aceitação nos países pobres, obviamente, e que são utilizados por diversas instituições católicas em seu apostolado para difundir esta importante forma de oração e de devoção mariana.
 
Também têm sido muito utilizados como acessório de moda, despojados do seu uso religioso e popularizados com uma função ornamental (colar, pulseira), sendo usados inclusive por algumas celebridades.
 

domingo, 5 de março de 2017

Papa: "A Bíblia como o celular, sempre conosco para lermos as mensagens".


ANGELUS
Praça de São Pedro 
I Domingo de Quaresma, 05 de março de 2017


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Neste primeiro domingo da Quaresma, o Evangelho nos leva no caminho rumo à Páscoa, mostrando que Jesus permanece por quarenta dias no deserto, sujeito às tentações do diabo (cf. Mt 4,1-11). Este incidente vem em um momento preciso na vida de Jesus depois de seu batismo no rio Jordão e antes do Ministério Público. Ele acaba de receber a investidura solene: o Espírito de Deus desceu sobre Ele, o Pai do céu declarou-o "o meu Filho amado" ( Mt 3,17). Jesus está agora pronto para começar a sua missão; e uma vez que tem um inimigo declarado, ou seja, Satanás, Ele lida com ele imediatamente, "corpo a corpo". O diabo faz apenas de alavanca sobre o título de "Filho de Deus" para remover Jesus no cumprimento de sua missão: "Se és o Filho de Deus ...", ele repete, e pretende fazer gestos milagrosos - de (v 3.6), fazer o "mágico" - como transformar pedras em pão para satisfazer sua fome, e saltar dos muros do templo para ser salvo por anjos. Para estas duas tentações, segue a terceira: adorar o diabo, para ter domínio sobre o mundo (cf. v. 9).

Significa essa tentação tripla, Satanás quer desviar Jesus do caminho da obediência e humilhação - porque ele sabe que, desta forma, o mal será derrotado - e levá-lo no falso atalho para o sucesso e a glória. Mas as setas venenosas do diabo são todas "paradas" por Jesus com o escudo da Palavra de Deus (vv. 4.7.10) que expressa a vontade do Pai. Jesus não diz nenhuma palavra possui: responde apenas com a Palavra de Deus e assim também o Filho, cheios do Espírito Santo, sai vitorioso do deserto.

Durante os quarenta dias da Quaresma, como cristãos, somos chamados a seguir os passos de Jesus e enfrentar a batalha espiritual contra o mal com o poder da Palavra de Deus. Não com a nossa palavra, você não precisa. A Palavra de Deus que tem o poder para derrotar Satanás. Para isto é preciso familiarizar-se com a Bíblia, lê-la muitas vezes, meditá-la, assimilá-la. A Bíblia contém a Palavra de Deus, que está sempre presente e eficaz. Alguém disse: o que aconteceria se tratássemos a Bíblia como nós tratamos o nosso celular? Se mais e levá-lo conosco, ou pelo menos o pequeno tamanho de bolso Evangelho, o que aconteceria?; se voltamos quando nós esquecê-lo: você esquecer o seu telemóvel - oh, não tem isso, volto a olhar para ele;! se os abriam várias vezes ao dia; Se você ler as mensagens de Deus contida na Bíblia como se lê as mensagens do telefone, o que aconteceria? É evidente que a comparação é paradoxal, mas decepcionante. Na verdade, se tivéssemos a Palavra de Deus sempre no meu coração, nenhuma tentação podia se afastar de Deus e nenhum obstáculo que pode desviar do caminho do bem; saberíamos para ganhar as sugestões diárias do mal que está em nós e ao nosso redor; que seria melhor capaz de viver uma vida ressuscitada no Espírito, aceitar e amar nossos irmãos, especialmente os mais vulneráveis ​​e necessitados, e até mesmo nossos inimigos.

A Virgem Maria, ícone perfeito da obediência a Deus e da confiança incondicional à sua vontade, manter-nos no nosso caminho quaresmal, para que nos colocamos na escuta dócil da Palavra de Deus para fazer uma verdadeira mudança de coração.

Como ir para o inferno?


O inferno é, em essência, a completa ausência de Deus. E não é Deus quem condena alguém ao inferno: é o próprio pecador que, livre e conscientemente, rejeita Deus em sua vida. Todo pecado mortal nos afasta de Deus, mas Deus está sempre pronto para nos perdoar até as mais abomináveis e terríveis ofensas. Basta que nos deixemos perdoar por Ele!

Pense nos maiores pecadores confessos de toda a história da humanidade. Pense nas piores abominações já cometidas por um ser humano em qualquer época ou lugar. Pense nos piores e mais hediondos pecados que a sua mente puder imaginar e esteja certo de que todos eles, absolutamente todos eles, podem ser perdoados por Deus – todos, menos um: o pecado contra o Espírito Santo.

Quem nos afirma isto é ninguém menos que Jesus Cristo: “Por isso, eu vos digo: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada” (Mateus 12,31).


Se Jesus Cristo falou, então está falado: Deus é capaz de perdoar as maiores e piores abominações, mas não pode perdoar a blasfêmia contra o Espírito santo.
E, afinal, em que consiste esse pecado que nem mesmo Deus, em toda a sua misericórdia, pode perdoar?


Simples: consiste precisamente em não deixar que Deus perdoe!

sábado, 4 de março de 2017

MG: Justiça determina demolição de igreja e causa revolta entre fiéis


A Justiça de Minas Gerais concedeu a uma imobiliária reintegração de posse de um terreno onde atualmente está localizada a Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Esmeraldas (MG), região metropolitana de Belo Horizonte.

Com isso, a construção, que ocupa aproximadamente 3.500 m², pode ser demolida, o que vem causando revolta na comunidade. "Nós vamos ficar dentro da igreja e eles vão ter de derrubá-la na nossa cabeça", diz, exaltada, a moradora Ilza Helena Silva.

O processo agora foi para o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), já que a Arquidiocese de Belo Horizonte afirmou ter entrado com recurso no tribunal após sentença de primeira instância favorável à imobiliária, que está localizada na cidade de Contagem, também na região metropolitana da capital mineira. 

Na sentença, a juíza Cirlaine Maria Guimarães, da comarca de Esmeraldas, declarou que, após estudo pericial feito na área, "ficou demonstrado que a área efetivamente ocupada pela Mitra Arquidiocesana está inserida no imóvel da autora [da ação, a imobiliária]".

O dono disse ter comprado a propriedade legalmente de um homem que havia se tornado o proprietário das terras por usucapião. O empresário Clóvis Nogueira Amaral, 88, afirmou ter procurado os moradores e a igreja por mais de uma vez. Ele disse ter comprado a área no início da década de 1980.


"Eu os procurei por muitas vezes. A área pertence a mim. Construíram sabendo que era meu, e a Igreja [Católica] também sabia que era meu", se defendeu Amaral, dizendo já ter feito loteamentos na região para serem comercializados.

A igreja, por meio da assessoria da Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte, informou que recebeu determinação judicial para a desocupação do terreno no início de fevereiro.

O padre Joaquim Fonseca, 68, disse que no processo judicial constam documentos que comprovariam a doação das terras para a Igreja Católica feita por um fazendeiro da região, que já teria morrido.

"A igreja já está lá há mais de 20 anos. O terreno foi um doado por um antigo morador do bairro que era dono. Ele fez o ato de doação à igreja, com todo o registro exigido por lei, em 1994. O que nos deixa perplexo é o fato de a imobiliária, que se diz dona do terreno, ter deixado a comunidade construir a igreja tranquilamente." 

O mistério da piedade e o mistério da iniquidade!


Logo no início deste santo caminho para a Páscoa, a Palavra de Deus nos desvenda dois mistérios tremendos: o mistério da piedade e o mistério da iniquidade! Esses dois mistérios atravessam a história humana e se interpenetram misteriosamente; dois mistérios que nos atingem e marcam nossa vida, e esperam nossa decisão, nossa atitude, nossa escolha! Um é mistério de Vida; o outro, mistério de Morte.

Comecemos pelo mistério da iniquidade: “O pecado entrou no mundo por um só homem. Através do pecado, entrou a morte. E a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. Eis! A vida que vivemos, a vida da humanidade é uma vida de morte, ferida por tantas contradições, por tantas ameaças físicas, psíquicas, morais... Viver tornou-se uma luta e, se é verdade que a vida vale a pena de ser vivida, não é menos verdade que ela também tem muito de peso, de dor, de pranto, de fardo danado.

Mas, como isso foi possível? Escutemos a primeira leitura: “O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem tornou-se um ser vivente”. Somos obra de Deus, do Seu amor gratuito: do nada Ele nos tirou e encheu-nos de vida. Mais ainda: “O Senhor Deus plantou um jardim em Éden, ao oriente, e ali pôs o homem que havia formado”. Vede: o Senhor não somente nos tirou do pó do nada, não somente nos encheu de vida; também nos colocou no jardim de delícias, pensou nossa vida como vida de verdade toda banhada pela luz do oriente. E mais: nosso Deus passeava no jardim à brisa do dia (cf. Gn 3,8), como amigo do homem.

Eis o mistério da piedade, o plano, o desígnio que Deus concebeu para nós desde o início, apresentado pela Palavra de modo poético e simbólico: um Deus que é Deus de amor, de ternura, de carinho, de respeito pela Sua criatura, com a qual Ele deseja estabelecer uma parceria; um homem chamado a ser plenamente homem: feliz na comunhão com Deus, feliz em ter no seu Deus sua plenitude e sua Vida; homem plenamente homem nos limites de homem!

O homem é homem, não é Deus! Somente o Senhor Deus é o Senhor do Bem e do Mal. Por isso as duas árvores no Éden: a do conhecimento do Bem e do Mal (isto é, o poder de decidir por si mesmo o que é bem ou mal, certo ou errado) e a árvore da Vida (da Vida plena, da Vida divina, Vida bem-aventurada). Se o homem confiasse em Deus, se cumprisse Seu preceito, se reconhecesse seus limites, um dia comeria do fruto da árvore da Vida...

Mas, o homem foi seduzido; é seduzido ainda agora: deseja ser seu próprio Deus, sem nenhum limite, sem nenhuma abertura à graça, como se ele mesmo fosse um absoluto, dono da sua vida, o sentido mesmo da sua existência! Somente sua vontade lhe importa, somente sua medida! Hoje, como no princípio, ele pensa que é a medida de todas as coisas! Eis aqui o seu pecado!

O Diabo o seduziu e o seduz: primeiro distorce o preceito de Deus (“É verdade que Deus vos disse: ‘Não comereis de nenhuma das árvores do jardim’?”), semeando no coração do homem a desconfiança e o sentimento de inferioridade; depois, mente descaradamente: “Não! Vós não morrereis! Vossos olhos se abrirão e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal!” Ser como Deus, decidindo de modo autônomo o que é certo e o que é errado; decidindo que a libertinagem é um bem, que as aventuras com embriões humanos, que o aborto, que a infidelidade feita de preservativos, que a destruição da família, são um bem... Decidindo loucamente que levar a sério a religião e a Palavra de Deus é um mal... Ser como Deus... Eis nosso sonho, nossa loucura, nossa mais triste ilusão! Está aí, nos meios de comunicação, nas redes sociais, nas novelas e filmes, nas salas das universidades, nas palavras de tantos sabichões segundo o mundo!

Tudo tão atraente, tudo tão apto para dar conhecimento, autonomia, felicidade... O resultado: os olhos dos dois se abriram: estavam nus... estamos nus... somos pó e, por nós mesmos, ao pó tornaremos, inapelavelmente!