quinta-feira, 8 de junho de 2017

São Medardo


Medardo nasceu no ano 457 em Salency, norte da França. Sua mãe era descendente de uma antiga e tradicional família romana, seu pai era um nobre da corte francesa e seu irmão Gildardo foi bispo de Rouen, mais tarde canonizado pela Igreja. Essa posição social garantiu-lhe uma educação de primeiro nível. Desde criança foi colocado sob a tutela do bispo de Vermand, para receber uma aprimorada formação intelectual e religiosa.

Piedoso e inteligente, logo se evidenciaram seus dons de caridade e humildade, com atitudes que depois eram comentadas por toda a cidade. Ele chegava a ficar sem comer para alimentar os famintos e, certa feita, tirou a roupa do corpo para dá-la a um velhinho cego e quase despido que lhe pediu uma esmola.

Medardo ordenou-se sacerdote aos trinta e três anos e imediatamente começou uma carreira de pregador que ficaria famosa pelos séculos seguintes. No ano 530, sucedeu o bispo de Noyon, sendo consagrado pelas mãos do bispo de Reims, Remígio, hoje santo, o qual era também conselheiro do rei Clotário, embora este ainda não tivesse se convertido, mas tolerava o cristianismo.

Foi pelas mãos do bispo Medardo que a rainha Radegunda tomou o hábito beneditino. Ela que abandonara o próprio rei Clotário, acusado de fratricídio. Aquela situação delicada não intimidou Medardo, que colocou sua vida em jogo para amparar a rainha cristã, que por motivos políticos fora obrigada a coabitar com um rei pagão. A história conta que Radegunda fundou um mosteiro beneditino, aliás o primeiro a cuidar de doentes, no caso os leprosos.

Mais tarde, quando Medardo já era conhecido como eficiente e contagiante pregador, recebeu do rei Clotário, então convertido, e do conselheiro, o bispo Remígio, o pedido de socorrer uma comunidade vizinha, ainda impregnada de paganismo, a diocese de Tournay.

Dirigiu as duas ao mesmo tempo, de forma perfeita, e converteu tanta gente de Tournay que, pelos quinhentos anos seguintes, elas seguiram sendo uma só diocese.

Mas não parou por aí. A província de Flandres, altamente influenciada pela filosofia dos gregos, tinha um índice de pagãos maior ainda. Novamente, Medardo foi solicitado. Quando morreu em Noyon, no dia 8 de junho em 545, toda aquela província também era católica.


A sua morte foi muito sentida e imediatamente seu culto foi difundido por toda a França, espalhando-se por todo o mundo católico. O rei Clotário mandou trasladar suas relíquias de Noyon para a capital, Soisson, onde, sobre sua sepultura, o sucessor mandou erguer uma abadia, que existe até hoje na França.
 


Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de São Medardo, a quem destes perseverar na imitação do Cristo pobre e humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que nos propusestes em vosso Filho. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém. 

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Filipinas: Cristãos e muçulmanos condenam profanação da Catedral


Os terroristas do grupo islamista Maute, que se declara ligado ao autoproclamado Estado Islâmico, atacaram a catedral católica de Marawi City, nas Filipinas, e sequestraram cerca de quinze pessoas, entre fiéis, um sacerdote e algumas religiosas que rezavam na igreja. A notícia divulgada pela Agência Fides tem como fonte o próprio dom Edwin de la Pena, bispo de Marawi City. A localidade fica na ilha de Mindanao, região sul do país.

Aproximadamente cem ativistas do grupo Maute ocuparam a cidade na semana passada. Em resposta, o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, impôs a lei marcial na ilha de Mindanao.

Dom Edwin explicou à Fides:

“Os fiéis estavam na igreja para rezar a Nossa Senhora no último dia da novena [a Maria Auxiliadora]. Os terroristas invadiram a igreja e fizeram todos reféns. Não sabemos para onde os levaram. Entraram também na residência do bispo e sequestraram o vigário geral, o pe. Teresito Soganub. Depois tocaram fogo na catedral e na casa episcopal. Ficou tudo destruído. Estamos muito abalados”.

O bispo se salvou porque estava em visita pastoral a um povoado nos arredores de Marawi. Mencionando as ameaças que a Igreja vinha recebendo ao longo dos últimos meses, ele prossegue:

“Os terroristas ocuparam a cidade. As pessoas estão aterrorizadas e encerradas em casa. Agora estamos à espera da reação do exército. Por enquanto é questão de retomar a cidade com o menor derramamento de sangue possível. Não se fala dos reféns. Acionamos os nossos canais, a Igreja, os líderes islâmicos, e esperamos começar logo as negociações para que eles sejam libertados sãos e salvos.

Aconteceu precisamente na véspera da festa de Maria. É a ela que pedimos ajuda. A ela, que é o auxílio dos cristãos, pedimos pela salvação dos nossos fiéis. Só ela pode vir em nosso resgate. Também fazemos um apelo ao Papa Francisco para que reze por nós e peça aos terroristas para libertarem os reféns em nome da nossa humanidade comum. A violência e o ódio só trazem destruição. Pedimos também aos fiéis de todo o mundo que rezem conosco pela paz”.

Em resposta ao ataque, o presidente Duterte interrompeu sua visita a Moscou para regressar às Filipinas e enfrentar a crise. O grupo que invadiu Marawi incendiou até a prisão local e duas escolas.

Enquanto a maior parte dos filipinos é católica, o sul do país tem maioria muçulmana. A ilha de Mindanao sofre há décadas com a ação violenta de um movimento separatista islâmico. A cidade de Marawi, ali situada, tem cerca de 200 mil habitantes, na maioria seguidores do islã.

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões 2017


MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA FRANCISCO 
PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES 2017

A missão no coração da fé cristã

Queridos irmãos e irmãs!

O Dia Mundial das Missões concentra-nos, também este ano, na pessoa de Jesus, «o primeiro e maior evangelizador» (Paulo VI, Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 7), que incessantemente nos envia a anunciar o Evangelho do amor de Deus Pai, com a força do Espírito Santo. Este Dia convida-nos a refletir novamente sobre a missão no coração da fé cristã. De facto a Igreja é, por sua natureza, missionária; se assim não for, deixa de ser a Igreja de Cristo, não passando duma associação entre muitas outras, que rapidamente veria exaurir-se a sua finalidade e desapareceria. Por isso, somos convidados a interrogar-nos sobre algumas questões que tocam a própria identidade cristã e as nossas responsabilidades de crentes, num mundo baralhado com tantas quimeras, ferido por grandes frustrações e dilacerado por numerosas guerras fratricidas, que injustamente atingem sobretudo os inocentes. Qual é o fundamento da missão? Qual é o coração da missão? Quais são as atitudes vitais da missão?

A missão e o poder transformador do Evangelho de Cristo, Caminho, Verdade e Vida

1. A missão da Igreja, destinada a todos os homens de boa vontade, funda-se sobre o poder transformador do Evangelho. Este é uma Boa Nova portadora duma alegria contagiante, porque contém e oferece uma vida nova: a vida de Cristo ressuscitado, o qual, comunicando o seu Espírito vivificador, torna-Se para nós Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14, 6). É Caminho que nos convida a segui-Lo com confiança e coragem. E, seguindo Jesus como nosso Caminho, fazemos experiência da sua Verdade e recebemos a sua Vida, que é plena comunhão com Deus Pai na força do Espírito Santo, liberta-nos de toda a forma de egoísmo e torna-se fonte de criatividade no amor.

2. Deus Pai quer esta transformação existencial dos seus filhos e filhas; uma transformação que se expressa como culto em espírito e verdade (cf. Jo 4, 23-24), ou seja, numa vida animada pelo Espírito Santo à imitação do Filho Jesus para glória de Deus Pai. «A glória de Deus é o homem vivo» (Ireneu, Adversus haereses IV, 20, 7). Assim, o anúncio do Evangelho torna-se palavra viva e eficaz que realiza o que proclama (cf. Is 55, 10-11), isto é, Jesus Cristo, que incessantemente Se faz carne em cada situação humana (cf. Jo 1, 14).

A missão e o kairós de Cristo

3. Por conseguinte, a missão da Igreja não é a propagação duma ideologia religiosa, nem mesmo a proposta duma ética sublime. No mundo, há muitos movimentos capazes de apresentar ideais elevados ou expressões éticas notáveis. Diversamente, através da missão da Igreja, é Jesus Cristo que continua a evangelizar e agir; e, por isso, aquela representa o kairós, o tempo propício da salvação na história. Por meio da proclamação do Evangelho, Jesus torna-Se sem cessar nosso contemporâneo, consentindo à pessoa que O acolhe com fé e amor experimentar a força transformadora do seu Espírito de Ressuscitado que fecunda o ser humano e a criação, como faz a chuva com a terra. «A sua ressurreição não é algo do passado; contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição. É uma força sem igual» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 276).

4. Lembremo-nos sempre de que, «ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo» (Bento XVI, Carta. enc. Deus caritas est, 1). O Evangelho é uma Pessoa, que continuamente Se oferece e, a quem A acolhe com fé humilde e operosa, continuamente convida a partilhar a sua vida através duma participação efetiva no seu mistério pascal de morte e ressurreição. Assim, por meio do Batismo, o Evangelho torna-se fonte de vida nova, liberta do domínio do pecado, iluminada e transformada pelo Espírito Santo; através da Confirmação, torna-se unção fortalecedora que, graças ao mesmo Espírito, indica caminhos e estratégias novas de testemunho e proximidade; e, mediante a Eucaristia, torna-se alimento do homem novo, «remédio de imortalidade» (Inácio de Antioquia, Epistula ad Ephesios, 20, 2).

5. O mundo tem uma necessidade essencial do Evangelho de Jesus Cristo. Ele, através da Igreja, continua a sua missão de Bom Samaritano, curando as feridas sanguinolentas da humanidade, e a sua missão de Bom Pastor, buscando sem descanso quem se extraviou por veredas enviesadas e sem saída. E, graças a Deus, não faltam experiências significativas que testemunham a força transformadora do Evangelho. Penso no gesto daquele estudante «dinka» que, à custa da própria vida, protege um estudante da tribo «nuer» que ia ser assassinado. Penso naquela Celebração Eucarística em Kitgum, no norte do Uganda – então ensanguentado pelas atrocidades dum grupo de rebeldes –, quando um missionário levou as pessoas a repetirem as palavras de Jesus na cruz: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mc 15, 34), expressando o grito desesperado dos irmãos e irmãs do Senhor crucificado. Aquela Celebração foi fonte de grande consolação e de muita coragem para as pessoas. E podemos pensar em tantos testemunhos – testemunhos sem conta – de como o Evangelho ajuda a superar os fechamentos, os conflitos, o racismo, o tribalismo, promovendo por todo o lado a reconciliação, a fraternidade e a partilha entre todos.

Papa: "Deus não pode ser Deus sem o homem, um grande mistério!"


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 7 de junho de 2017

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Havia algo de fascinante na oração de Jesus, de tão fascinante que um dia os seus discípulos pediram que fossem introduzidos nela. O episódio se encontra no Evangelho de Lucas, que entre os evangelistas é aquele que mais documentou o mistério de Cristo “orante”: o Senhor rezava. Os discípulos de Jesus ficam atingidos pelo fato de que Ele, especialmente de manhã e à noite, se retira em solidão e se “imerge” em oração. E por isso, um dia, lhe pedem para ensinar também a eles a rezar (cfr Lc 11, 1).

É então que Jesus transmite aquela que se tornou a oração cristã por excelência: o “Pai Nosso”. De fato, Lucas, em relação a Mateus, nos restitui a oração de Jesus de uma forma um pouco abreviada, que começa com a simples invocação “Pai” (v. 2).

Todo o mistério da oração cristã se ressume aqui nesta palavra: ter a coragem de chamar Deus com o nome de Pai. Afirma-o também a liturgia quando, convidando-nos à oração comunitária da oração de Jesus, utiliza a expressão “ousamos dizer”.

De fato, chamar Deus com o nome de “Pai” de forma alguma é um fato normal. Estaríamos inclinados a usar os títulos mais elevados, que nos parecem mais respeitosos à sua transcendência. Em vez disso, invocá-lo como “Pai” nos coloca em uma relação de confidência com Ele, como uma criança que se dirige ao seu pai, sabendo ser amada e cuidada por ele. Esta é a grande revolução que o cristianismo imprime na psicologia religiosa do homem. O mistério de Deus, que sempre nos fascina e nos faz sentir pequenos, porém não causa medo, não nos sufoca, não nos angustia. Esta é uma revolução difícil de acolher na nossa alma humana; tanto é verdade que nos relatos da Ressurreição se diz que as mulheres, depois de terem visto o túmulo vazio e o anjo “fugiram […] porque estavam cheias de espanto e estupor” (Mc 16, 8). Mas Jesus nos revela que Deus é Pai bom, e nos diz: “Não tenhais medo!”.

Pensemos na parábola do pai misericordioso (cfr Lc 15, 11-32). Jesus fala de um pai que sabe ser somente amor para seus filhos. Um pai que não pune o filho pela sua arrogância e que é capaz até mesmo de confiar-lhe a sua parte na herança e deixá-lo ir embora de casa. Deus é Pai, diz Jesus, mas não à maneira humana, porque não há pai algum nesse mundo que se comportaria como o protagonista desta parábola. Deus é Pai à sua maneira: bom, indefeso diante do livre arbítrio do homem, capaz somente de conjugar o verbo “amar”. Quando o filho rebelde, depois de ter esbanjado tudo, retorna finalmente à casa natal, aquele pai não aplica critérios de justiça humana, mas sente antes de tudo a necessidade de perdoar, e com o seu abraço faz o filho entender que em todo aquele longo tempo de ausência lhe fez falta, dolorosamente fez falta ao seu amor de pai.

Que mistério insondável é um Deus que alimenta esse tipo de amor em relação aos seus filhos!

Talvez é por esta razão que, evocando o centro do mistério cristão, o apóstolo Paulo não sente de traduzir em grego uma palavra que Jesus, em aramaico, pronunciava “abbà”. Por duas vezes São Paulo, em seu epistolário (cfr Rm 8, 15; Gal 4, 6), toca este tema, e por duas vezes deixa aquela palavra não traduzida, da mesma forma como brotou dos lábios de Jesus, “abbà”, um termo ainda mais íntimo em relação a “pai”, e que alguns traduzem como “papai, papaizinho”. 

Sacerdote é condenado a 15 anos de prisão por abuso de menor e está suspenso


Acusado de abusar sexualmente de um menino de 14 anos com deficiência mental, Padre Fabiano Santos Gonzaga foi condenado a 15 anos de prisão e “está com um Decreto de Suspensão de Ordem, não podendo exercer o Ministério Sacerdotal na Igreja”, segundo o Arcebispo de Uberaba (MG), Dom Paulo Mendes Peixoto.

O sacerdote da Arquidiocese de Uberaba (MG) foi preso em flagrante em junho do ano passado, em Caldas Novas (GO) e enquadrado no artigo 217 do Código Penal, por ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos.

O caso contou com o agravante de o menino possuir deficiência mental e, embora tenha 14 anos, sua idade mental é entre 7 e 9 anos. Assim, não teria discernimento para a prática do ato sexual e sequer poderia oferecer resistência.

De acordo com a investigação, o sacerdote abusou do menino em uma sauna de um clube em Caldas Novas.  Além de praticar o ato libidinoso, ele teria usado o próprio corpo para impedir que a vítima saísse do local.

Ao deixar o local, a criança contou à sua mãe sobre o ocorrido e a polícia foi acionada. Em decisão nesta segunda-feira, juíza Valeska da Silva Baruki determinou a pena máxima para o caso, de 15 anos de reclusão em regime fechado.

De acordo com Dom Paulo Mendes Peixoto, “desde o início a Arquidiocese vem acompanhando o Pe. Fabiano com visitas”. “Um dos padres é psicólogo e tem feito um acompanhamento psicológico para ajudá-lo a enfrentar esse momento de prisão. Eu mesmo fiz a ele duas visitas para ouvir um pouco seu desabafo”, afirmou.

No ano passado, quando ocorreu o caso, a Arquidiocese de Uberaba logo se pronunciou em um comunicado, informando que o sacerdote havia sido “privado do ‘uso de ordens’, pelo Senhor Arcebispo, Dom Paulo Mendes Peixoto, ou seja, não tem jurisprudência para presidir ou administrar qualquer sacramento”.

Papa: "O Espírito cria verdadeira unidade, a unidade na diferença".


SANTA MISSA NA SOLENIDADE DE PENTECOSTES

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Praça São Pedro
Domingo, 4 de junho de 2017

Chega hoje ao seu termo o tempo de Páscoa, desde a Ressurreição de Jesus até ao Pentecostes: cinquenta dias caraterizados de modo especial pela presença do Espírito Santo. De facto, o Dom pascal por excelência é Ele: o Espírito criador, que não cessa de realizar coisas novas. As Leituras de hoje mostram-nos duas novidades: na primeira, o Espírito faz dos discípulos um povo novo; no Evangelho, cria nos discípulos um coração novo.

Um povo novo. No dia de Pentecostes o Espírito desceu do céu em «línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas» (At 2, 3-4). Com estas palavras, é descrita a ação do Espírito: primeiro, pousa sobre cada um e, depois, põe a todos em comunicação. A cada um dá um dom e reúne a todos na unidade. Por outras palavras, o mesmo Espírito cria a diversidade e a unidade e, assim, molda um povo novo, diversificado e unido: a Igreja universal. Em primeiro lugar, com fantasia e imprevisibilidade, cria a diversidade; com efeito, em cada época, faz florescer carismas novos e variados. Depois, o mesmo Espírito realiza a unidade: liga, reúne, recompõe a harmonia. «Com a sua presença e ação, congrega na unidade espíritos que, entre si, são distintos e separados» (Cirilo de Alexandria, Comentário ao Evangelho de João, XI, 11). E desta forma temos a unidade verdadeira, a unidade segundo Deus, que não é uniformidade, mas unidade na diferença.

Para se conseguir isso, ajuda-nos o evitar duas tentações frequentes. A primeira é procurar a diversidade sem a unidade. Sucede quando se quer distinguir, quando se formam coligações e partidos, quando se obstina em posições excludentes, quando se fecha nos próprios particularismos, porventura considerando-se os melhores ou aqueles que têm sempre razão - são os chamados guardiões da verdade. Desta maneira escolhe-se a parte, não o todo, pertencer primeiro a isto ou àquilo e só depois à Igreja; tornam-se «adeptos» em vez de irmãos e irmãs no mesmo Espírito; cristãos «de direita ou de esquerda» antes de o ser de Jesus; inflexíveis guardiães do passado ou vanguardistas do futuro em vez de filhos humildes e agradecidos da Igreja. Assim, temos a diversidade sem a unidade. Por sua vez, a tentação oposta é procurar a unidade sem a diversidade. Mas, deste modo, a unidade torna-se uniformidade, obrigação de fazer tudo juntos e tudo igual, de pensar todos sempre do mesmo modo. Assim, a unidade acaba por ser homologação, e já não há liberdade. Ora, como diz São Paulo, «onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade» (2 Cor 3, 17).

Você sabe o que significam JHS e IHS?


O monograma IHS está em várias partes: escudos, altares, toalhas de mesa, portas de sacrários e até inscrito na hóstia. Também aparece o JHS, que tem a mesma denotação.

Mas qual é o significado dessas letras?

O monograma IHS é a transcrição do nome abreviado de Jesus em grego, Ιησούς (em maiúsculas, ΙΗΣΟΥΣ). O “J” corresponde à pronúncia do “I” na antiguidade, assim como o “V” era empregado como “U”.

As letras já deram lugar a várias interpretações. A única aceita é a abreviação da frase em latim: “Iesus Hominum Salvator” (Jesus Salvador dos Homens). 

São Pedro de Córdova


O santo de hoje viveu num tempo de grande perseguição. Foi no século IX, no ano de 851: um rei muçulmano estava impondo para os cristãos a renúncia de Cristo e a adesão ao islã. Claro que muitos optaram pela fidelidade a Jesus, mesmo em meio às ameaças e perseguições.

Pedro, um sacerdote espanhol que serviu na basílica de St. Aciscius apenas fora das muralhas da cidade, foi interrompido um dia em seu caminho para o mercado por um grupo de muçulmanos. Vendo que ele era um padre, pediram-lhe para explicar a "fé católica" e para compartilhar com eles suas opiniões sobre Cristo e Maomé. Temendo que ele só provocasse sua audiência, Pedro recusou. Mas quando os muçulmanos juraram protegê-lo, ele procedeu, em árabe, a desacreditar Maomé como um dos falsos profetas preditos por Cristo e como um reprovado moral que havia seduzido a esposa de seu parente.

Embora irritado com o ataque áspero, os muçulmanos respeitaram seus juramentos e deixaram Pedro seguir. Mas alguns dias depois o padre encontrou alguns do mesmo grupo, que já não se sentia constrangido por sua promessa anterior. Apreendendo Pedro, eles o levaram diante do juiz e testemunharam que ele tinha desprezado o profeta. Como levaram a Pedro à prisão para esperar o sagrado mês de Ramadã, ele repetidamente negou sua culpa mas respondeu testemunhando Jesus Cristo, falando sobre a verdadeira religião, da Salvação, do único Salvador. Aquele juiz não aceitou os argumentos e condenou Pedro e seus companheiros ao martírio. Somente quando percebeu que seu destino estava selado, Pedro repetiu sua denúncia do Islã e de Maomé:

"Eu tenho amaldiçoado, sim, e eu amaldiçoarei seu profeta:
Eu chamei e eu o chamo à desova de  demônios. 
Um mago, um adúltero e um mentiroso! 
Eu denuncio as profanações da sua seita por ser a invenção do  inferno".

Enquanto pronunciava estas verdades, a cimitarra separava a cabeça de seu corpo. Pedro e seus companheiros foram degolados a 07 de junho de 851 em Córdoba , Espanha,e depois tiveram seus corpos dependurados por abuso público e queimados, em seguida, queimados e as cinzas despejadas no rio Guadalquivir, para que ninguém os venerasse. Diante do testemunho desses mártires, peçamos a Deus a graça da fidelidade.


Deus onipotente e misericordioso, destes a São Pedro de Córdova superar as torturas do martírio. Concedei que, celebrando o dia do seu triunfo, passemos invictos por entre as ciladas do inimigo, graças à vossa proteção. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.


São Pedro de Córdova e companheiros, rogai por nós!