domingo, 9 de julho de 2017

Suíça: Conferência Episcopal adota nova versão francesa do Pai Nosso a partir de 2018


A Conferência Episcopal da Suíça aceitou transferir para a Páscoa do próximo ano a entrada em vigor de uma alteração na tradução francesa do Pai Nosso, justificando que “o essencial é rezar juntos”. A decisão responde aos pedidos da Federação das Igrejas Protestantes, da Conferência da Igrejas Reformadas e da Igreja Católica-Cristã do país.

A primeira data da modificação era prevista para o primeiro domingo do Advento, isto é, 3 de dezembro de 2017. A prorrogação, porém, vai consentir às três Igrejas de introduzir contemporaneamente a nova versão da oração nas respectivas liturgias, “num espírito de comunhão ecumênica”, escrevem os bispos num comunicado divulgado pelo L’Osservatore Romano.

Alteração já foi adotada na Bélgica

Ao final da Assembleia Plenária de fim de maio no Mosteiro de Einsiedeln, o episcopado helvético, aderindo à escolha feita em 2013 na França e em outros países de língua francesa, anunciou a introdução da alteração na parte da Suíça onde o francês é o idioma oficial. A modificação na tradução do texto original grego do Pai Nosso é no trecho que irá para “não nos deixeis entrar (ou cair) em tentação" (“Et ne nous soumets pas à la tentation” passará a ser “Et ne nous laisse pas entrer en tentation”).

Essa alteração já está em vigor na Bélgica desde 4 de junho e será introduzida na França, em dezembro, enquanto a Conferência Episcopal do Canadá divulgou que “não teve como promover logo essa modificação”.

As vitórias de Charlie Gard


Thanatos é uma divindade menor no panteão grego. Quando queremos invocar o deus da morte nós geralmente pensamos em Hades, senhor do mundo dos mortos; Thanatos, no entanto, personificando a Morte, é digno de algumas passagens clássicas. Por exemplo, na Ilíada é ele, junto com o seu irmão Hypnos (o Sono), quem é encarregado de levar o corpo do herói Sarpedon, morto no campo de batalha de Tróia, para os funerais em sua terra natal.

Hipnos e Thanatos levando o corpo de Sarpédon

É curioso que estejamos relativamente familiarizados com o pós-morte (os infernos de Hades, por exemplo, guardados pelo Estige e por Cerberus), mas o próprio ato da morte (Thanatos) nos seja estranho. Da subdivindade temos hoje talvez apenas algumas menções obscuras nas músicas de Renato Russo; ironicamente, no entanto, é ela quem dá nome a três importantes conceitos de bioética hoje particularmente importantes: eutanásia, distanásia e ortotanásia.

Eles se encontram (embora não sob esta nomenclatura) no parágrafo 65 da Evangelium Vitae de São João Paulo II. Eutanásia é «uma ação ou uma omissão que, por sua natureza e nas intenções, provoca a morte com o objetivo de eliminar o sofrimento» (id. ibid.). Do conceito tiramos algumas importantes conclusões. A primeira delas é que eutanásia, ao contrário do que comumente se pensa, não necessariamente é um ato comissivo — i.e., nem sempre ela se caracteriza por um fazer algo. Eutanásia pode ser uma omissão — um deixar de fazer algo que, nas circunstâncias, seria moralmente exigido. Eutanásia não é somente aplicar veneno no doente para que ele venha a morrer; pode-se praticar eutanásia também quando se negam determinados cuidados médicos sem os quais sabe-se que o doente virá a óbito. O exemplo talvez mais conhecido é o da americana Terri Schiavo, que em 2005, após uma longa agonia, morreu de fome e de sede após o marido conseguir na Justiça uma ordem para que o hospital interrompesse a hidratação e a nutrição artificiais. Terri estava em Estado Vegetativo Permanente; a Terri não foi dada, que se saiba, nenhuma substância para lhe produzir a morte; não obstante, Terri sofreu eutanásia.

A segunda importante conclusão é que a eutanásia se caracteriza não apenas pela forma (comissiva ou omissiva) como ela se manifesta, mas também por suas intenções. O que formalmente caracteriza a eutanásia é a intenção de «provoca[r] a morte com o objetivo de eliminar o sofrimento» (EV 56). Se o sujeito quer provocar a morte para eliminar o sofrimento, estamos falando em eutanásia; se ele quer provocar a morte por outra razão (digamos, para se desvencilhar de um familiar incômodo, ou para antecipar alguma herança), então se trata de assassinato puro e simples; e se o sujeito se preocupa com o sofrimento do doente mas não lhe quer provocar a morte, ou seja, se a morte não é de nenhuma maneira desejada mas simplesmente aceita, então estamos diante daquilo que se convencionou chamar ortotanásia.

A ortotanásia é a recusa à distanásia (esta última também chamada “obstinação terapêutica”, ou “excesso terapêutico”, na terminologia empregada pela Igreja desde pelo menos a década de 90), e um conceito se compreende em face do outro. Querer manter um paciente vivo a qualquer custo, utilizando-se de meios desproporcionados ao resultado que deles se espera, é obstinação terapêutica, é distanásia. Já não o fazer, negar-se à prática de intervenções médicas demasiado onerosas e cujos benefícios esperados não sejam proporcionalmente benéficos ao paciente, em suma, aceitar o estado terminal do paciente e reconhecer que o engenho humano não é capaz de fazer frente à iminência da morte, é ortotanásia.

Dessas definições infere-se que a distanásia é em regra comissiva (i.e., ela se caracteriza sempre por fazer alguma coisa, por tentar uma nova intervenção, um novo medicamento, uma nova cirurgia etc.) e, a ortotanásia, omissiva (o que significa dizer que ela, em essência, é a aceitação da morte natural, sem que se faça nada para a impedir): é muito difícil imaginar exemplos que fujam a esta classificação. Tanto a distanásia (recusar-se a aceitar a morte) como a eutanásia (provocar a morte) são pecados: a atitude moralmente exigível do ser humano é que aceite a morte quando ela se apresenta inevitável, sem a procurar, mas também sem lutar desproporcionadamente contra ela.

Por fim, a terceira importante conclusão que se pode tirar do parágrafo 56 da Evangelium Vitae é que a eutanásia (ao contrário, por exemplo, do homicídio) se justifica pelo alegado bem do paciente.

Orientações sobre o pão e o vinho da Eucaristia


A pedido do Papa Francisco, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos dirigiu aos Bispos diocesanos uma carta-circular a respeito do pão e do vinho da Eucaristia.

O documento recorda aos prelados que cabe a eles providenciar “dignamente” tudo aquilo que é necessário para a celebração da Ceia do Senhor. “Compete-lhe vigiar a qualidade do pão e do vinho destinado à Eucaristia e, por isso, também, aqueles que o fabricam”, lê-se no texto.

O Dicastério manifesta preocupação com a venda da matéria eucarística em supermercados, lojas ou até mesmo pela internet. “O Ordinário deve recordar aos sacerdotes, em particular aos párocos e aos reitores das igrejas, a sua responsabilidade em verificar quem é que fabrica o pão e o vinho para a celebração e a conformidade da matéria”, mediante inclusive a apresentação de certificados.
Trigo e glúten

A Congregação recorda que o pão deve ser ázimo, unicamente feito de trigo. “É um abuso grave introduzir, na fabricação do pão para a Eucaristia, outras substâncias como frutas, açúcar ou mel. Já as hóstias completamente sem glúten são inválidas, sendo tolerado hóstias parcialmente providas desta substância. Já o Mosto, isto é, o sumo de uva, é matéria válida para a eucaristia”.

Vaticano rechaça “ajuda humanitária” da ONU que inclui aborto


O Vaticano expressou seu rechaço à inclusão de material para realizar aborto como parte de um pacote de “ajuda humanitária” da Organização das Nações Unidas (ONU), no marco da elaboração do documento “Fortalecimento da Coordenação da Assistência Humanitária de Emergência das Nações Unidas”.

O Observador Permanente da Santa Sé ante o Escritório das Nações Unidas em Genebra, Dom Ivan Jurkovic, criticou a inclusão do “controverso Pacote de Serviço Inicial Mínimo (MISP, na siga em inglês)”, em uma mensagem publicada no dia 23 de junho.

Este “pacote” elaborado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), explicou Dom Jurkovic, “inclui 13 tipos de kits de saúde reprodutiva feito para mulheres e meninas em idade reprodutiva, alguns dos quais implicam o aborto”.

“Entre eles, ‘KIT 10’ integra um extrator a vácuo, que é o método mais comum de induzir o aborto, e que traz também sérios riscos à saúde da mãe”, indicou o Prelado.

EUA: Homem ameaça assassinar uma religiosa em igreja


A polícia está investigando um possível crime de ódio após um vídeo de segurança gravar um homem ameaçando assassinar uma religiosa em uma igreja em Brooklyn, Estados Unidos.

A religiosa, que é a Madre Superiora da comunidade, segundo informa a Diocese de Brooklyn, estava rezando no dia 5 de julho na co-Catedral de St. Joseph, por volta das 14h, quando um homem sem camisa se aproximou dela.



No vídeo, é possível ver o homem rondando na entrada da igreja que estava quase vazia. Ele se detém perto da religiosa e disse a ela: “Não acredito nisso porque vocês não ajudam os pobres”. Por não ter uma resposta, o sujeito acrescentou: “O que eu disse?”

Nesse momento, a religiosa olhou ao redor da igreja e viu uma mulher sentada em outro banco. “Ela não pode te ajudar. Vou te matar”, disse o homem. Em seguida, a religiosa fugiu correndo do lugar.

Mais um Sacerdote foi assassinado no México


Desconhecidos assassinaram um sacerdote católico no México, depois de entrar na sua igreja em uma suposta tentativa de assalto. O incidente já está sendo investigado.

Os sujeitos degolaram o Pe. Luis Lopez Villa, pároco da Igreja de Santo Isidro Labrador, na Colonia Ejidal el Pino, no município Los Reyes La Paz do Estado do México.

Os assassinos entraram no templo católico por volta das 20h, na quarta-feira, 5 de julho. O barulho que eles fizeram chamou a atenção dos vizinhos, que chamaram os funcionários da Igreja para verificar o que havia ocorrido.


A imprensa local informou que, ao chegar à paróquia, encontraram o sacerdote de 71 anos em seu quarto, com as mãos e os pés amarrados, com uma facada no pescoço e outra no peito, o que teria causado a sua morte.

Com este homicídio, no total já foram assassinados 18 sacerdotes nos últimos seis anos.

A Igreja e o poder de julgar


Salmo 44(45)

=2 Transborda um poema do meu coração; †
vou cantar-vos, ó Rei, esta minha canção; *
minha língua é qual pena de um ágil escriba.

=3 Sois tão belo, o mais belo entre os filhos dos homens! †
Vossos lábios espalham a graça, o encanto, *
porque Deus, para sempre, vos deu sua bênção.

–4 Levai vossa espada de glória no flanco, *
herói valoroso, no vosso esplendor;
–5 saí para a luta no caro de guerra *
em defesa da fé, da justiça e verdade!

= Vossa mão vos ensine valentes proezas, †
6 vossas flechas agudas abatam os povos *
e firam no seu coração o inimigo!

=7 Vosso trono, ó Deus, é eterno, é sem fim; †
vosso cetro real é sinal de justiça: *
8 Vós amais a justiça e odiais a maldade.

= É por isso que Deus vos ungiu com seu óleo, †
deu-vos mais alegria que aos vossos amigos. *
9 Vossas vestes exalam preciosos perfumes.

– De ebúrneos palácios os sons vos deleitam. *
10 As filhas de reis vêm ao vosso encontro,
– e à vossa direita se encontra a rainha *
com veste esplendente de ouro de Ofir.

1. A divina fundação da Igreja e o fundamento de seu poder

Quase todos os dias lemos nas redes sociais e na internet em geral pessoas de todos os credos citando as palavras de Jesus no Evangelho de São Mateus: “Não julgueis…” (cf. Mt 7,1) opondo o julgamento da ação de outrem ao amor e levando a crer que o julgamento é oposto ao amor cristão no mesmo mandamento de Jesus: “amarás o próximo como a si mesmo” (cf. Mc 12,31). Em primeiro lugar é preciso dizer o óbvio: Jesus, a sabedoria encarnada, não iria dar aos seus discípulos um mandamento que anulasse outro dado por ele mesmo. Assim, julgar não se opõe a amar. Esclarecido o princípio de não contradição nos mandamentos de Nosso Senhor, demos um passo adiante.

A Igreja não se cansa de afirmar: Jesus Cristo é a luz dos povos. A Igreja é seu Corpo (cf. Cl 1,18). “A cabeça deste corpo é Cristo. Ele é a imagem do Deus invisível e n ‘Ele foram criadas todas as coisas. Ele existe antes de todas as coisas e todas n’Ele subsistem. Ele é a cabeça do corpo que a Igreja é. É o princípio, o primogênito de entre os mortos, de modo que em todas as coisas tenha o primado (cf. Col. 1, 15-18). Pela grandeza do Seu poder domina em todas as coisas celestes e terrestres e, devido à Sua supereminente perfeição e acção, enche todo o corpo das riquezas da Sua glória (cf. Ef. 1, 18-23)” (Constituição Dogmática Lumen Gentium, n. 7).

“Porque aprouve a Deus fazer habitar Nele toda a plenitude e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas” (Col1,19). Santo Agostinho (354-430), meditando o Mistério Cristo-Igreja, se referia a Ele como o “Christus totus”, o “Cristo total”, a Igreja una com Cristo. E dizia aos fiéis:

“Alegremo-nos, portanto, e demos graças por nos termos tornado não somente cristãos, mas o próprio Cristo. Compreendeis, irmãos, a graça que Deus nos concedeu ao dar-nos Cristo como Cabeça? Admirai e rejubilai, nós nos tornamos Cristo. Com efeito, uma vez que Ele é a Cabeça e nós somos os membros, o homem inteiro é constituído por Ele e por nós. A plenitude de Cristo é, portanto, a Cabeça e os membros; que significa isto: a Cabeça e os membros? Cristo e a Igreja” (CIC nº 795).

A condição para se participar na vida do Corpo é estar ligado à Cabeça “da qual todo o corpo, pela união das junturas e articulações, se alimenta e cresce com o crescimento dado por Deus” (Col 2,19). Desta verdade podemos ver também a importância de estarmos ligados e submissos ao Papa, que é a Cabeça visível do corpo de Cristo. São Gregório Magno (540-604), assim exprimiu esse mistério: “Nosso Redentor mostrou-se como uma só pessoa com a Santa Igreja que Ele assumiu”. São Tomás de Aquino disse o mesmo: “Cabeça e membros são como que uma só pessoa mística”. Santo Inácio de Antioquia († 110), bispo e mártir do primeiro século, dizia que: “Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica”. (Prof. Felipe Aquino. Link aqui.)

O Senhor Jesus fundou sua Igreja sobre o alicerce dos Apóstolos  (cf. Ap 21,14; Mt 16,18-19) e a Pedro, o primeiro (cf. Mt 10,1), ele deu o poder de ligar e desligar: “também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu – κἀγὼ δέ σοι λέγω ὅτι σὺ εἶ Πέτρος, καὶ ἐπὶ ταύτῃ τῇ πέτρᾳ οἰκοδομήσω μου τὴν ἐκκλησίαν, καὶ πύλαι ᾅδου* οὐ κατισχύσουσιν αὐτῆς” (Mt 16,18-19). Em Jo 20,22-23 o Senhor Jesus confirma aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados ou de reter a absolvição e no capítulo seguinte dá a Pedro o poder de apascentar as ovelhas do seu rebanho (cf. Jo 21,15-19). Esta é a tarefa de Pedro: confirmar os seus irmãos na fé em Cristo (cf. Lc 22,31-32), por isso ele é o primeiro e o fundamento do ministério apostólico fundado pelo próprio Cristo.

Nesta Igreja de Cristo, o Romano Pontífice, como sucessor de Pedro, a quem o mesmo Cristo mandou que apascentasse as suas ovelhas e os seus cordeiros, está revestido, por instituição divina, de poder supremo, pleno, imediato e universal, em ordem à cura das almas. Por isso, tendo sido enviado como pastor de todos os fiéis para promover o bem comum da Igreja universal e o de cada uma das igrejas particulares, ele tem a supremacia do poder ordinário sobre todas as igrejas.

Por outro lado, porém, também os Bispos, constituídos pelo Espírito Santo, sucedem aos Apóstolos como pastores das almas, e, juntamente com o Sumo Pontífice e sob a sua autoridade, foram enviados a perpetuar a obra de Cristo, pastor eterno. Na verdade, Cristo deu aos Apóstolos e aos seus sucessores o mandato e o poder de ensinar todas as gentes, de santificar os homens na verdade e de os apascentar. Por isso, foram os Bispos constituídos, pelo Espírito Santo que lhes foi dado, verdadeiros e autênticos mestres, pontífices e pastores. (Decreto Christus Dominus, n. 2)

Nossa Senhora de Itatí


Em 1615, dois missionários espanhóis (Irmão Alonso de Buenaventura e Irmão Luis de Bolanos), chegaram em Itatí, pequena aldeia às margens do rio Paraná onde fundaram uma missão; levavam consigo uma estátua da Virgem Santa e para ela construíram um pequeno oratório com seixos do rio.

Mas, alguns dias depois, o oratório foi saqueado pelos índios e a efígie de Maria desapareceu. Após o sumiço, dias mais tarde, duas crianças indígenas, da tribo dos Guaranis, quando desciam o rio Paraná, numa piroga, perceberam a estátua, entre as águas, sobre uma pedra do rio. Ela se apresentava bem mais bela do que antes, cingida por radiante luz. Os dois avisaram aos sacerdotes da missão; toda a aldeia veio, em procissão, acolher a Virgem, milagrosamente reencontrada.

Um santuário de verdade foi erigido para Nossa Senhora de Itatí e, pouco tempo depois, aconteceu um prodígio, que renovou-se inúmeras vezes, envolvendo a efígie de Nossa Senhora: eram transformações em seu rosto. A primeira ocorreu no Sábado Santo, em 1624.

Padre Gamarra, que oficiava naquele dia, dera o seu testemunho: o rosto da Virgem recebera um esplendor jamais visto até aquele dia, enquanto o Sacerdote entoava a antífona do "Regina Coeli". O Padre chamou, então, os indígenas da aldeia e todos sentiram e o mesmo encantamento: esta manifestação se estendeu até a primeira quinta-feira após a Páscoa, ocasião em que a face da imagem retomou o seu estado habitual. As transformações fascinantes do rosto da Virgem de Itatí foram presenciadas por, pelo menos, sessenta pessoas, sendo confirmadas por testemunhos e consignadas nos Anais do Santuário.

A Virgem de Itatí foi coroada no dia 16 de julho de 1900, por favor obtido do Papa Leão XIII. Em 1910, Nossa Senhora de Itatí foi aclamada como a Santa Padroeira da nova diocese criada, a Diocese de Corrientes. Atualmente, um magnífico santuário se ergue em Itatí, nesta pobre região para onde afluem numerosos peregrinos, muitos chegando de longe, a pé, alguns muito pobres, igualmente, mas ligados de forma filial e singela à Mãezinha do Céu. A festa de Nossa Senhora de Itatí é celebrada no dia 9 de julho.



Mãe e Senhora, Nossa Senhora de Itatí. Mais do que ninguém conhece nossas misérias e necessidades, sabemos que há muito a fazer, e cada um tem a sua própria tarefa, neste momento, em nosso tempo. Santíssima Mãe, interceda para que nós recebamos a força necessária para cooperar com a grande tarefa de mudar este nosso mundo, pondo todos um grão de areia. "Mulher, eis o teu filho!" Com estas palavras, ao encomendar-te o apóstolo João, e, com ele, todos os filhos da Igreja, estamos aqui reunidos em torno de vós, porque nós queremos dizer-te, Senhora, que aqui vibra o entusiasmo da juventude, aqui se eleva a súplica ao doente, por aqui passaram sacerdotes e religiosos, artistas e jornalistas, trabalhadores e pessoas de ciência, crianças e adultos, e nós vamos, em nome de todos eles, buscar refúgio em sua proteção maternal e implorar confiantes de sua intercessão junto aos desafios ocultos do futuro.