terça-feira, 13 de novembro de 2018

Suprema leviandade


O Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, afirmou, em defesa do aborto, que “estão em jogo direitos fundamentais da mulher e do feto. A autonomia individual da mulher é um direito fundamental em jogo”. Disse também que "a mulher não é um útero a serviço da sociedade".

É impressionante como um juiz da Suprema Corte da República pode ter uma visão tão míope e um pensamento tão raso e cínico num tema moralmente tão relevante!

Direito fundamental da mulher não tem nada a ver com assassinato de embriões! Para o Excelentíssimo togado, qual o estatuto do embrião? Qual o direito do ser humano no ventre materno? Qual seria o direito do feto?

domingo, 11 de novembro de 2018

Palavra de Vida: «Olha que Eu estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo» (Ap 3, 20).


«Olha que Eu estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo» (Ap 3, 20).

Quantas vezes ouvimos alguém bater à nossa porta… Pode ser o carteiro ou o nosso vizinho do lado ou o amigo do nosso filho, mas também pode ser um desconhecido… O que quererá? Será prudente abrir a porta e deixar entrar em casa quem não conhecemos bem?

A verdade é que esta Palavra de Deus, retirada do Livro do Apocalipse, convida-nos a dar hospitalidade a qualquer visita inesperada.

O autor deste livro, muito instrutivo para os cristãos, dirige-se aqui à antiga igreja de Laodiceia, em nome do Senhor Jesus, que morreu e ressuscitou por amor a toda a criatura humana.

Fala com a autoridade que deriva desse amor. Louva, corrige e convida a aceitar a ajuda poderosa que o próprio Senhor gostaria de oferecer a esta comunidade de crentes, desde que eles estejam dispostos a reconhecer a Sua voz e a “abrir-Lhe a porta”.
«Olha que Eu estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo» (Ap 3, 20).

Hoje, como então, a comunidade cristã, na sua totalidade, é convidada a vencer os medos, as divisões, as falsas seguranças, para receber a vinda de Jesus. De facto, Ele apresenta-se diariamente sob variadíssimos ‘trajes’: nos sofrimentos quotidianos, nas dificuldades da coerência pessoal, nos desafios por escolhas importantes na vida. E, muito especialmente, nos rostos dos irmãos ou irmãs que encontramos no nosso caminho.

Mas há aqui também um convite pessoal de Jesus a “ficarmos” com Ele num momento de intimidade. Como se faz com um amigo, no silêncio do entardecer, sentados à volta da mesa. Esse é o momento mais propício para um diálogo, que exige escuta e abertura.

Para tal é preciso silenciar todos os rumores em nós, condição para que possamos reconhecer e ouvir a Sua voz, o Seu Espírito, o único capaz de afastar os nossos medos e fazer-nos abrir a porta do coração.

Neste sentido, Chiara Lubich conta-nos uma sua experiência pessoal: «É preciso fazer calar tudo em nós, para descobrirmos a Voz do Espírito Santo dentro de nós. É preciso extrair essa Voz, como se extrai um diamante do lodo: limpá-la, pô-la à vista e oferecê-la no momento oportuno, porque é Amor e o Amor deve ser dado. É como o Fogo que, em contacto com a palha ou outro combustível, arde. Caso contrário, apaga-se. O Amor deve crescer em nós e alastrar»(1).

Diz o Papa Francisco: «O Espírito Santo é uma dádiva. […] entra em nós e faz frutificar, para que depois possamos dá-lo aos outros. […] Portanto, o Espírito Santo tem a função de nos descentrar do nosso eu para nos abrir ao “nós” da comunidade: isto é, receber para dar. Nós não estamos no centro, somos apenas um instrumento daquela dádiva para os outros»(2).

Papa Francisco: "não à lista de preços dos sacramentos".


Durante a missa celebrada na Casa Santa Marta, o pontífice comentou o episódio evangélico da “purificação do templo” e convidou a todos a refletir sobre o zelo e o respeito que reservamos hoje às nossas Igrejas.

As Igrejas são “casa de Deus” e não “mercados” ou salões sociais dominados pelo “mundanismo”. Foi a reflexão que o Papa Francisco ofereceu durante a missa celebrada na capela da Casa Santa Marta nessa quinta-feira, 9.

Partindo da passagem do Evangelho segundo João (Jo 2, 13-22), o pontífice explicou as motivações por trás da impetuosidade de Jesus, que expulsou os mercadores do templo. O Filho de Deus é movido pelo amor, pelo “zelo” pela casa do Senhor “convertida em mercado”.

Os ídolos escravizam

Entrando no templo, onde se vendiam “bois, ovelhas e pombos”, na presença dos “cambistas”, Jesus reconhece que aquele lugar estava povoado por idólatras, homens prontos para servir “ao dinheiro” em vez de a “Deus”. “Por trás do dinheiro está o ídolo – reiterou o papa Bergoglio na homilia –, e os ídolos são sempre de ouro. E os ídolos escravizam”.

“Isso chama a nossa atenção e nos faz pensar em como nós tratamos os nossos templos, as nossas igrejas. Se realmente são casa de Deus, casa de oração, de encontro com o Senhor. Se os sacerdotes favorecem isso. Ou se elas se assemelham aos mercados. Eu sei... algumas vezes eu vi – não aqui em Roma, mas em outra parte –, eu vi uma lista de preços. ‘Mas como? Os sacramentos são pagos?’ ‘Não, é uma oferta.’ Mas se querem dar uma oferta – que devem dar – que a coloquem na caixinha das ofertas, às escondidas, que ninguém veja quanto você dá. Ainda hoje existe esse perigo: ‘Mas devemos manter a Igreja. Sim, sim, sim, é verdade.’ Que os fiéis a mantenham, mas na caixinha das ofertas, não com uma lista de preços.”

China: Polícia prende bispo reconhecido pelo Vaticano


A polícia chinesa deteve o bispo de Wenzhou (Zhejiang), Dom Pietro Shao Zhumin, na manhã desta quinta-feira, e ele ficará afastado de sua diocese por um período "de 10 a 15 dias".

A detenção do Bispo ocorreu após a prisão de vários sacerdotes e a remoção de cruzes em três dioceses católicas.

Dom Shao tem 55 anos e pertence à comunidade não oficial ou clandestina, que não é reconhecida pelo governo. Entretanto, o Prelado é reconhecido pela Santa Sé como Bispo de Wenzhou.

Segundo informações da agência Asia News, a polícia chama a sua detenção de “período de férias”, mas na verdade "são períodos de interrogatórios e doutrinação".

Por isso, os fiéis pedem a todas as comunidades da Igreja no mundo inteiro para que rezem pelo seu Bispo.

Esta não é a primeira vez que o Prelado é levado pela polícia. Nos últimos dois anos, ele foi preso pelo menos cinco vezes. A última vez foi em maio de 2017 e foi libertado sete meses depois.

Asia News informou que, como bispo clandestino, nos períodos de detenção é pressionado para que se submeta à política religiosa da China, a qual exige registrar-se ante o governo como membro da Associação Patriótica Católica da China; mas isso implica a adesão ao projeto de uma Igreja "independente" do Vaticano que Dom Shao rejeita. Entretanto, também é apreciado pela comunidade "oficial".

Em sua diocese, há cerca de 130 mil fiéis no total, dos quais cerca de 80 mil são da comunidade clandestina. Há aproximadamente 70 sacerdotes, divididos também nas duas comunidades.

Durante algumas décadas, a diocese permaneceu muito dividida, mas agora as duas comunidades trabalham juntas.

Nesta diocese, os sacerdotes que fazem parte da comunidade oficial também sofrem as restrições do governo e, por exemplo, não podem visitar os túmulos dos sacerdotes ou bispos clandestinos apreciados por todos os fiéis.

Nas igrejas oficiais e não oficiais, a polícia proíbe a entrada de menores de 18 anos na Missa dominical.

Depois do Acordo Provisório assinado entre a China e o Vaticano para a nomeação de bispos, a Associação Patriótica Católica da China aumentou o seu controle e a perseguição contra comunidades clandestinas ou subterrâneas, indicou Asia News.

Libertam Asia Bibi no Paquistão


As autoridades do Paquistão libertaram em 7 de novembro a mãe católica Asia Bibi, que pegou um voo para sair do país para um lugar seguro.

Segundo BBC, o advogado de Asia Bibi, Saif Malook, informou que a mulher acusada de blasfêmia contra o islã e cuja condenação à morte foi anulada há alguns dias, deixou o Paquistão acompanhada por sua família.

Antes de sair do país, Asia Bibi deixou a prisão de mulheres de Multan, onde esteve presa desde 2010.

Em 31 de outubro, o Supremo Tribunal do Paquistão anulou a pena de morte contra esta mãe de cinco filhos, o que gerou protestos de extremistas muçulmanos, os quais exigiram que o governo executasse a mulher.

Devido aos protestos, em 2 de novembro, o governo chegou a um acordo com o grupo extremista Tehreek-e-Labbaik Paquistão (TLP) para não permitir a saída do país de Asia Bibi e para que o Supremo Tribunal revisasse o caso.

Em 5 de novembro, Asgiq Masih, esposo de Asia Bibi, disse à imprensa alemã que “a situação atual é muito perigosa para nós. Não temos segurança e estamos nos escondendo aqui e ali, normalmente mudando de lugar. Acho que os clérigos cercarão a Suprema Corte no dia da audiência”.

“Realmente ficarei com muito medo de ir nesse dia, mas acredito que Deus tem nos protegido e também continuará nos protegendo. Coloco toda a minha confiança em Deus”, concluiu.

Por sua parte, o advogado Malook saiu há alguns dias do Paquistão diante das ameaças de morte que recebeu. “Eu preciso continuar vivo para dar prosseguimento à batalha legal por Asia Bibi”, disse o jurista em declarações a AFP.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Em discurso de vitória, novo presidente do Brasil agradece a Deus e às orações dos brasileiros


Após o resultado da eleição presidencial no Brasil, no domingo, 28 de outubro, que deu a vitória a Jair Messias Bolsonaro (PSL), o presidente eleito proferiu um discurso no qual agradeceu a Deus e também às orações de brasileiros.

A disputa pela Presidência no Brasil se deu em segundo turno e, como resultado final, Jair Bolsonaro obteve 55,13% dos votos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT).

Na noite do último domingo, após a confirmação do resultado que o elegeu, Bolsonaro fez um discurso em sua residência, no Rio de Janeiro, iniciando com a citação bíblica: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

“Nunca estive sozinho. Sempre senti a presença de Deus e a força do povo brasileiro. Orações de homens, mulheres, crianças, famílias inteiras que, diante da ameaça de seguirmos por um caminho que não é o que os brasileiros desejam e merecem, colocaram o Brasil, nosso amado Brasil, acima de tudo”, declarou o presidente eleito.

Em seguida, afirmou que seu governo “será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”. “Isso é uma promessa não de um partido. Não é a palavra vã de um homem. É um juramento a Deus”, acrescentou.

Bolsonaro indicou ainda que “a verdade vai libertar este grande país, e a liberdade vai nos transformar em uma grande nação”. “A verdade foi o farol que nos guiou até aqui e que vai seguir iluminando o nosso caminho”, disse.

Em seu discurso, Bolsonaro reafirmou suas propostas quanto à economia, reformas e outros temas e indicou que “um princípio fundamental” é a liberdade: “liberdade de ir e vir, de andar nas ruas, em todos os lugares deste país, liberdade de empreender, liberdade política e religiosa, liberdade de informar e ter opinião”.

O presidente eleito recordou ainda o atentado sofrido durante a campanha eleitoral, quando levou uma facada em Juiz de Fora (MG), o que o obrigou a passar por cirurgias.

“Mesmo no momento mais difícil desta caminhada, quando, por obra de Deus e da equipe médica de Juiz de Fora, ganhei uma nova certidão de nascimento, não perdemos a convicção de que juntos poderíamos chegar a esta vitória”, afirmou.

Em um vídeo publicado em suas redes sociais, Bolsonaro também agradeceu “a Deus que pelas mãos de médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde da Santa Casa de Juiz de Fora e do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, operaram um verdadeiro milagre, mantendo a minha vida”.

“Meu querido povo brasileiro, muito obrigado pela confiança, e no momento peço a Deus mais uma vez coragem para poder bem decidir o futuro”, disse.

Padres sinodais aos jovens: "Que nossas fraquezas não os desanimem"


Os Padres Sinodais dirigiram uma carta aos jovens do mundo na qual pedem uma confiança renovada na Igreja: “Que nossas fraquezas não os desanimem, que as fragilidades e pecados não sejam um obstáculo à sua confiança. A Igreja é sua mãe”.

Na carta, lida pelo Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, no final da Missa de encerramento do Sínodo dos Bispos sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional, presidida no domingo, 28 de outubro, pelo Papa Francisco na Basílica da Basílica de São Pedro, os Padres sinodais asseguraram aos jovens que a Igreja “não abandona vocês e está pronta para acompanhá-los em novos caminhos, nas sendas mais altas onde o vento do Espírito sopra mais forte, varrendo as névoas da indiferença, da superficialidade, do desânimo”.

Os Padres Sinodais asseguram conhecer “as suas buscas interiores, das alegrias e das esperanças, das dores e angústias que fazem parte de sua inquietude”.

“Agora, queremos que vocês escutem uma palavra nossa: desejamos ser colaboradores de sua alegria para que suas expectativas se transformem em ideais. Temos certeza de que com sua vontade de viver, vocês estão prontos a se empenhar para que seus sonhos tomem forma em sua existência e na história humana”.

Cardeal Zen pede a católicos fiéis da China que voltem às catacumbas



Em um dramático artigo editorial publicado no New York Times, o Cardeal Joseph Zen ze-kiun, Bispo Emérito de Hong Kong, pediu aos fiéis católicos da China para "voltar às catacumbas" depois do Acordo Provisório assinado entre o governo do país asiático e o Vaticano para a nomeação dos bispos.

"Aos bispos e sacerdotes clandestinos (fiéis) da China, apenas posso lhes dizer: por favor, não comecem uma revolução. Eles (as autoridades) tomam suas igrejas? Já não podem celebrar? Vá para casa e reze com suas famílias (...) Esperem um tempo melhor. Voltem às catacumbas. O comunismo não é eterno", disse o Purpurado chinês em um artigo publicado em 24 de outubro.

No texto intitulado "O Papa não entende a China", o Cardeal afirmou que o Acordo Provisório assinado pelo governo comunista e o Vaticano "é um passo importante na aniquilação da verdadeira Igreja na China".

O Purpurado, que já ensinou em diversos seminários chineses, assinalou que conhece a China, ao contrário do "Papa Francisco, um argentino, que parece não compreender os comunistas. Ele é muito pastoral e vem da América do Sul, onde historicamente os governos militares e os ricos se uniam para oprimir os pobres. E quem estava lá para defendê-los? Os comunistas, talvez inclusive alguns jesuítas, e o governo os chamaria de jesuítas comunistas".

"Francisco pode ter uma simpatia natural pelos comunistas porque, para ele, eles são perseguidos. Ele não os conhece como perseguidores quando estão no poder, como os comunistas da China".

O Bispo Emérito de Hong Kong recordou que "a Santa Sé e Beijing cortaram seus laços na década de 1950. Os católicos e outros crentes eram presos e enviados a campos de trabalho forçado. Voltei para a China em 1974, durante a Revolução Cultural, e a situação era terrível, pior do que podem imaginar. Era uma nação sob a escravidão e esquecemos facilmente destas coisas. Também esquecemos que nunca se pode ter um bom acordo com um regime totalitário".

"A China se abriu desde os anos 1980, mas até hoje tudo está sob o controle do Partido Comunista Chinês. A Igreja oficial da China é controlada pela associação patriótica e pela conferência dos bispos, e ambas são controladas pelo partido".

O Cardeal disse que entre 1985 e 2002, o Cardeal Josef Tomko, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, "compreendia o comunismo e foi sábio".

Em sua opinião, quando o Cardeal Tomko deixou seu cargo em 2002, as coisas mudaram e, embora fosse criada uma comissão especial para os temas da Igreja na China na qual o Cardeal Zen também participou, as coisas pioraram.

Em seguida, o Purpurado destacou que, com o Papa Bento XVI e sua carta aos católicos da China em 2007, a esperança voltou, mas algo grave ocorreu com a carta.

O texto tinha um erro de tradução para o chinês que parecia deliberado e se espalhou amplamente, embora o Vaticano tenha corrigido. Isso fez com que "alguns bispos entendessem que a carta histórica de Bento XVI era um encorajamento a unir-se à igreja estatal sancionada", mas na verdade era crítica ao regime.

Agora, continuou: "Francisco quer visitar a China. Todos os Papas gostariam de ter ido ao país, começando por João Paulo II, mas o que a visita a Francisco a Cuba em 2015 deixou para a Igreja? O que deixou ao povo cubano? Quase nada. Ele converteu os irmãos Castro?”.

Devido às atuais restrições do governo chinês contra a Igreja, "os sacerdotes clandestinos no continente me disseram que estão desencorajando os fiéis a irem à Missa para evitar serem presos".