A Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, organizou em novembro o congresso “Deus não habita mais aqui? Redução dos locais de culto e gestão integrada dos bens culturais eclesiásticos“, promovido pelo Pontifício Conselho para a Cultura em parceria com a Conferência Episcopal Italiana.
Em debate esteve um fenômeno relativamente comum em países que já foram majoritariamente cristãos e que agora vivem um acelerado processo de laicização
e esfriamento da fé, em especial no norte da Europa. Nessas regiões, muitas igrejas passaram pela assim chamada “redução de locais de culto“, ou seja, deixaram de ser templos católicos e foram vendidas. Algumas chegaram a ser transformadas em pousadas, museus,
residências particulares e até mesmo bares, restaurantes e discotecas (é o caso da imagem principal desta matéria, que nos mostra a “ex-igreja” de San Giuseppe della Pace, em Milão).
No início do congresso, o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, leu uma mensagem enviada pelo Papa Francisco na qual o Santo Padre recorda que os bens culturais da Igreja são testemunhas da fé da comunidade que os produziu ao longo dos séculos, sendo,
por isso mesmo, instrumentos de evangelização.
Para Francisco, a constatação de que muitas dessas igrejas são hoje usadas para fins diversos daqueles que motivaram a sua construção deve ser interpretada
como um sinal dos tempos e um chamado à reflexão.