quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Afeganistão celebra Natal apesar de 40 anos de guerra


No Afeganistão, as celebrações católicas também são vítimas da forte tensão que se vive em um país que está em guerra há 40 anos, mas isso não é um motivo para que durante as festas não sintam a necessidade de estar juntos, de rezar, de compartilhar reflexões, de alimentar as relações fraternas, assim explicou o Pe. Giovanni Scalese, religioso barnabita da Missio sui iuris no país.

Segundo informou a agência Fides, o Pe. Scalese disse que nos dias imediatamente posteriores ao Natal, todos os religiosos do país participarão de um encontro para rezar juntos e compartilhar, porque as festas são uma oportunidade para rezar, inclusive para aqueles que participam menos da vida da Igreja durante o resto do ano.

"Como esta pequena comunidade se prepara para as festas? Com simplicidade. Nós começamos a nossa preparação no final de novembro, com a celebração da novena da Imaculada Conceição. Em 2 de dezembro, abençoamos a coroa de Advento e acendemos a sua primeira vela para começar o momento especial de preparação para a vinda de Cristo. No domingo, 16 de dezembro, acendemos as luzes da árvore de Natal em frente à igreja e começamos outra novena", disse o Pe. Scalese.

Falso padre que enganou fiéis durante 20 anos em dois países, é desmascarado!


A Arquidiocese de Santa Fé de Antioquia (Colômbia) desmascarou Miguel Ángel Ibarra Marín, falso sacerdote que exerceu o ministério sacerdotal durante 20 anos com documentos adulterados que ele apresentou no país sul-americano e também na Espanha.

Desde 2011 Ibarra Marin serviu como sacerdote em Santa Fé de Antioquia, onde apresentou documentos que mostravam que tinha sido ordenado em 4 de janeiro de 1998, pelo então Arcebispo de Tunja, Dom Augusto Trujillo Arango em sua capela privada.

Em outubro de 2017, o falso sacerdote viajou a diocese espanhola de Cádiz e Ceuta graças a um convênio com a arquidiocese colombiana. No país europeu, serviu nas paróquias de Santa María Maior La Coronada e Santiago Apóstolo de Medina Sidonia.

Há vários meses surgiram dúvidas sobre a ordenação e Dom Orlando Antonio Corrales García, da Arquidiocese de Santa Fé de Antioquia, pediu uma investigação profunda. Em um comunicado, o Prelado explicou que o havia recebido e incardinado "com base nos documentos que apresentou e que foram analisados ​​por um especialista".

Indonésia: Caritas distribui alimentos aos sobreviventes do Tsunami


A Cáritas Indonésia começou a distribuir alimentos e suprimentos básicos aos sobreviventes do tsunami depois da erupção do vulcão Anak Krakatau em 22 de dezembro, provocando a morte de mais de 370 pessoas e deixando cerca de mil feridas.

De acordo com especialistas, a erupção do Anak Krakatau (“Filho de Krakatoa”, referindo-se ao vulcão que causou a morte de mais de 36 mil pessoas no final do século XIX), provocou um movimento de terra debaixo d'água no estreito de Sunda que causou o tsunami atingiu as ilhas de Java e Sumatra.

Yohannes Baskoro, responsável pela atividade da Caritas Indonésia, contou que a logística de trabalho nas duas ilhas é muito boa, “mas nessa fase de emergência não é fácil se comunicar com as Caritas locais”.

Em declarações à imprensa internacional indicou que “Caritas Tanjung Karang em Sumatra já está distribuindo alimentos aos sobreviventes”, graças aos voluntários conseguiram entregar até este momento 700 pacotes de comida, entre eles, 500 foram destinados ao hospital da cidade de Lampung e 200 no distrito de Kalianda. “No dia do Natal, outros mil pacotes foram distribuídos", afirmou.

Natal 2018: Mensagem Urbi et Orbi do Papa Francisco


MENSAGEM «URBI ET ORBI»
DO PAPA FRANCISCO

NATAL 2018
Sacada Central da Basílica Vaticana
Terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Queridos irmãos e irmãs, feliz Natal!

A vós, fiéis de Roma, a vós, peregrinos, e a todos vós que, das mais variadas partes do mundo, estais sintonizados connosco, renovo o jubiloso anúncio de Belém: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado» (Lc 2, 14).

Como os pastores, os primeiros que acorreram à gruta, ficamos maravilhados com o sinal que Deus nos deu: «Um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura» (Lc 2, 12). Em silêncio, ajoelhamo-nos e adoramos.

E que nos diz aquele Menino, nascido, para nós, da Virgem Maria? Qual é a mensagem universal do Natal? Diz-nos que Deus é um Pai bom, e nós somos todos irmãos.

Esta verdade está na base da visão cristã da humanidade. Sem a fraternidade que Jesus Cristo nos concedeu, os nossos esforços por um mundo mais justo ficam sem fôlego, e mesmo os melhores projetos correm o risco de se tornar estruturas sem alma.

Por isso, as minhas boas-festas natalícias são votos de fraternidade.

Fraternidade entre pessoas de todas as nações e culturas.

Fraternidade entre pessoas de ideias diferentes, mas capazes de se respeitar e ouvir umas às outras.

Fraternidade entre pessoas de distintas religiões. Jesus veio revelar o rosto de Deus a todos aqueles que o procuram.

E o rosto de Deus manifestou-se num rosto humano concreto. Apareceu, não sob a forma dum anjo, mas dum homem, nascido num tempo e lugar concretos. E assim, com a sua encarnação, o Filho de Deus indica-nos que a salvação passa através do amor, da hospitalidade, do respeito por esta nossa pobre humanidade que todos compartilhamos numa grande variedade de etnias, línguas, culturas... mas todos irmãos em humanidade!

Então, as nossas diferenças não constituem um dano nem um perigo; são uma riqueza. Como no caso dum artista que queira fazer um mosaico: é melhor ter à sua disposição ladrilhos de muitas cores, que de poucas.

A experiência da família no-lo ensina: irmãos e irmãs são diferentes um do outro e nem sempre estão de acordo, mas há um laço indissolúvel que os une, e o amor dos pais ajuda-os a quererem-se bem. O mesmo se passa com a família humana, mas, nesta, é Deus o «pai», o fundamento e a força da nossa fraternidade.

Que este Natal nos faça redescobrir os laços de fraternidade que nos unem como seres humanos, interligando todos os povos. Permita a Israelitas e Palestinenses retomar o diálogo e embocar um caminho de paz que ponha fim a um conflito que, há mais de setenta anos, dilacera a Terra escolhida pelo Senhor para nos mostrar o seu rosto de amor.

Homilia do Papa Francisco na Missa da Noite de Natal 2018


SOLENE CELEBRAÇÃO DA SANTA MISSA
NA NOITE DO NATAL DO SENHOR

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica Vaticana
Segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Juntamente com Maria sua esposa, José subiu «à cidade de David, chamada Belém» (Lc 2, 4). Nesta noite, também nós subimos a Belém, para lá descobrir o mistério do Natal.

1. Belém: o nome significa casa do pão. Hoje, nesta «casa», o Senhor marca encontro com a humanidade. Sabe que precisamos de alimento para viver. Mas sabe também que os alimentos do mundo não saciam o coração. Na Sagrada Escritura, o pecado original da humanidade aparece associado precisamente com o ato de tomar alimento: «…agarrou do fruto, comeu» – diz o livro do Génesis (3, 6). Agarrou e comeu. O homem tornou-se ávido e voraz. Para muitos, o sentido da vida parece ser possuir, estar cheio de coisas. Uma ganância insaciável atravessa a história humana, chegando ao paradoxo de hoje em que alguns se banqueteiam lautamente enquanto muitos não têm pão para viver.

Belém é o ponto de viragem no curso da história. Lá Deus, na casa do pão, nasce numa manjedoura; como se quisesse dizer-nos: Estou aqui ao vosso dispor, como vosso alimento. Não agarra, oferece de comer; não dá uma coisa, mas dá-Se a Si mesmo. Em Belém, descobrimos que Deus não é alguém que agarra a vida, mas Aquele que dá a vida. Ao homem, habituado desde os primórdios a agarrar e comer, Jesus começa a dizer: «Tomai, comei. Este é o meu corpo» (Mt 26, 26). O corpo pequenino do Menino de Belém lança um novo modelo de vida: não devorar e acumular, mas partilhar e dar. Deus faz-Se pequeno, para ser nosso alimento. Nutrindo-nos d’Ele, Pão de vida, podemos renascer no amor e romper a espiral da avidez e da ganância. A partir da «casa do pão», Jesus traz o homem de regresso a casa, para que se torne familiar do seu Deus e irmão do seu próximo. Diante da manjedoura, compreendemos que não são os bens que alimentam a vida, mas o amor; não a voracidade, mas a caridade; não a abundância ostentada, mas a simplicidade que devemos preservar.

O Senhor sabe que precisamos de nos alimentar todos os dias. Por isso, ofereceu-nos todos os dias da sua vida, desde a manjedoura de Belém até ao cenáculo de Jerusalém. E ainda hoje, no altar, faz-Se pão partido para nós: bate à porta, para entrar e cear connosco (cf. Ap 3, 20). No Natal, recebemos Jesus, Pão do céu na terra: trata-se de um alimento cuja validade é ilimitada, fazendo-nos saborear já agora a vida eterna. 

Em Belém, descobrimos que a vida de Deus corre nas veias da humanidade. Se a acolhermos, a história muda a partir de cada um de nós; com efeito, quando Jesus muda o coração, o centro da vida já não é o meu «eu» faminto e egoísta, mas Ele, que nasce e vive por amor. Nesta noite, chamados a ir até Belém, casa do pão, interroguemo-nos: Qual é o alimento de que não posso prescindir na minha vida? É o Senhor ou outra coisa qualquer? Depois, entrando na gruta, ao vislumbrar na terna pobreza do Menino uma nova fragrância de vida, a da simplicidade, perguntemo-nos: Será verdade que preciso de tantas coisas, de receitas complicadas para viver? Quais são os contornos supérfluos de que consigo prescindir para abraçar uma vida mais simples? Em Belém, ao pé de Jesus, vemos pessoas que caminharam, como Maria, José e os pastores. Jesus é o Pão do caminho. Não Se compraz com as digestões lentas, longas e sedentárias, mas pede que nos levantemos rapidamente da mesa a fim de servir como pães partidos para os outros. Perguntemo-nos: No Natal, reparto o meu pão com aqueles que estão sem ele?

domingo, 23 de dezembro de 2018

A Nova Criação


“Transcorridos muitos séculos desde que Deus criou o mundo e fez o homem à sua imagem; - séculos depois de haver cessado o dilúvio, quando o Altíssimo fez resplandecer o arco-íris, sinal de aliança e de paz; - vinte e um séculos depois do nascimento de Abraão, nosso pai; - treze séculos depois da saída de Israel do Egito, sob a guia de Moisés; - cerca de mil anos depois da unção de Davi, como rei de Israel; - na septuagésima quinta semana da profecia de Daniel; - na nonagésima quarta Olimpíada de Atenas; - no ano 752 da fundação de Roma; - no ano 538 do edito de Ciro, autorizando a volta do exílio e a reconstrução de Jerusalém; - no quadragésimo segundo ano do império de César Otaviano Augusto, enquanto reinava a paz sobre a terra, na sexta idade do mundo: JESUS CRISTO DEUS ETERNO E FILHO DO ETERNO PAI, querendo santificar o mundo com a sua vinda, foi concebido por obra do Espírito Santo e se fez homem; transcorridos nove meses, nasceu da Virgem Maria, em Belém de Judá. Eis o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana. Venham, adoremos o Salvador! Ele é Emanuel, Deus Conosco”. Este é o solene anúncio oficial do Natal, feito pela Igreja na primeira Missa da noite de Natal!

O Natal é a primeira festa litúrgica, o recomeçar do ano religioso, como a nos ensinar que tudo recomeçou ali. O nascimento de Jesus foi o princípio da revelação do grande mistério da Redenção que começava a se realizar e já tinha começado na concepção virginal de Jesus, o novo Adão. Deus queria que o seu projeto para a humanidade fosse reformulado num novo Adão, já que o primeiro Adão havia falhado por não querer se submeter ao seu Senhor, desejando ser o senhor de si mesmo e juiz do bem e do mal. Assim, Deus enviou ao mundo o seu próprio Filho, o Verbo eterno, por quem e com quem havia criado todas as coisas. Esse Verbo se fez carne, incarnou-se no puríssimo seio da Virgem, por obra do Espírito Santo, e começou a ser um de nós, nosso irmão, Jesus. Veio ensinar ao homem como ser servo de Deus. Por isso, sendo Deus, fez-se em tudo semelhante a nós, para que tivéssemos um modelo bem próximo de nós e ao nosso alcance. Jesus é Deus entre nós, o “Emanuel – Deus conosco”, a face da misericórdia do Pai. Uma nova criação!

Desenho Super Drags é cancelado pela Netflix após pressão popular


Após suscitar polêmicas no Brasil e Estados Unidos, a série animada Super Drags foi cancelada pela Netflix. Dessa forma, a animação desenvolvida por brasileiros não terá uma segunda temporada.

A série animada contava com o cantor Pablo Vittar entre os dubladores e zombava das convicções bíblicas que veem a homossexualidade como um pecado, e apresentava um “pastor” caricato entre os personagens, perpetuando a compreensão equivocada da visão bíblica de libertação da prática, apelidada pejorativamente de “cura gay”.

O “pastor” é mostrado como alguém radical, e o roteiro da série carrega na ironia ao mostrar o filho de Sandoval Pedroso, que o auxilia no campo, como alguém que se rebela contra a forma de pensar do pai, e ao final, os obreiros da instituição se tornam todos homossexuais.

A decisão de cancelar foi divulgada na última sexta-feira, 21 de dezembro. O jornalista Lauro Jardim, de O Globo, noticiou a escolha da empresa como sendo fruto “onda conservadora”.

Escolhidos para ver a grande luz


O Natal nos possibilita viver o acontecimento descrito pelo evangelista Lucas: “Completaram-se os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,6-7). O nascimento de Jesus parecia fazer parte apenas de uma estatística, ainda mais que, como descreve Lucas, aconteceu em meio a um recenseamento oficial, ordenado pelo imperador romano César Augusto. Para muitos, seria um nascimento a mais. O que tinha de diferente eram as circunstâncias: não acontecia em uma casa, mas numa gruta, ordinariamente reservada para abrigo de animais.

Certamente, nem os moradores de Belém nem os que eram da família de Davi e estavam chegando à cidade por serem seus descendentes poderiam imaginar que naquela noite, ali, perto deles, estavam se cumprindo as palavras do profeta Isaías, muitas vezes lidas e meditadas pelo povo de Israel: “O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz… Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho” (Is 9,1.5).

Ninguém em Belém poderia pensar que exatamente naquela noite as palavras de Isaías, escritas cerca de 720 anos antes, estavam se concretizando. Quem por primeiro viu a luz do Natal foram os pastores, que pernoitavam nos campos, guardando seus rebanhos durante a noite. Os pastores eram filhos daquele povo que andava na escuridão e, ao mesmo tempo, foram os representantes escolhidos para aquele momento, escolhidos para ver a grande luz. Foi o que escreveu Lucas: “Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo” (Lc 2,9).