segunda-feira, 11 de maio de 2020

Sobre o limbo...


O limbo, entendido como lugar de plena felicidade natural, mas sem a Visão Beatífica (pena de dano), não era consenso unânime entre os Santos Padres. Ao enfrentar os pelagianos, Santo Agostinho ensinou que as crianças mortas sem o Batismo Sacramental iriam para o inferno propriamente dito, onde sofreriam penas mitigadas.
 
No séc. XVII, ainda encontramos o Cardeal São Roberto Belarmino ensinando isto, e recusando a felicidade natural do limbo:
 
O lugar (das ditas crianças) é o cárcere inferior, lugar horrível e tenebroso, onde certamente não podem ser felizes os que aí habitam - De amissione gratiæ 1. VI cc 6 et 2
 
De Fé Católica se deve crer que os pequeninos mortos sem batismo estão condenados e carecerão para sempre não só da bem-aventurança celeste, mas também da natural - Ibid., c. 2
 
O que era consenso unânime entre os Santos Padres é que quem morre apenas com o pecado original, sem pecado atual, não pode salvar-se, por causa da pena (de dano) devida ao pecado original.
 
— Mas o Papa Pio VI não proclamou infalivelmente a doutrina do limbo?
 
Não! Vejamos o que ele disse:
 
O papa declara falsa, temerária, injuriosa às escolas católicas, a proposição segundo a qual deve ser rejeitado como uma fábula pelagiana o lugar dos infernos, chamado vulgarmente limbo das crianças, no qual as almas daqueles que morrem somente com o pecado original são punidas com a pena de dano sem a pena do fogo - Bula Auctorem fidei; cf. DB 1526
 
Para entender a fala do Papa Pio VI, é preciso revisitar a história. No passado, os pelagianos haviam proposto um lugar onde as crianças estariam salvas, porque não teriam o pecado original (negação do pecado original e suas consequências). Para os pelagianos, apenas os pecados pessoais condenam. Consequentemente, as crianças salvar-se-iam sem o Batismo. Como vimos, Santo Agostinho reagiu fortemente contra isso, e afirmou que as crianças mortas sem o Batismo não têm esperança de salvação.
 
Voltando ao contexto do Papa Pio VI, se havia os que simplesmente seguiam Santo Agostinho, como São Roberto Belarmino, havia também os jansenistas, que além de “seguir Santo Agostinho”, ainda negavam o limbo como uma heresia pelagiana — cf. Sínodo Jansenista de Pistoia, 1786. E é aqui que se nos fica clara a intenção do Papa Pio VI, em 1794: o que ele condena não é a recusa do limbo, mas a acusação jansenista de que o limbo seja “fábula” pelagiana. O que o Papa está dizendo é que o limbo não é doutrina pelagiana, porque não nega o pecado original e suas consequências ao postular uma felicidade natural. Portanto, o Papa defende a ortodoxia (e não a infalibilidade) do limbo.
 
Agora releiam a fala do Papa Pio VI, transcrita acima.
 
Em todo caso, assim como o Papa Pio VI defendeu o direito de se ensinar a doutrina do limbo, Papas como Paulo III, Bento XIV e Clemente XIII permitiram que se ensinasse a doutrina de Santo Agostinho — não a acusão dos jansenistas, evidentemente.
 

Medo de Fátima

Fátima será cercada por 3.500 policiais. Medo de que a Santíssima Virgem interceda por meio das orações no aniversário de Suas aparições e impeça os planos do Maligno e de seus sequazes?
 
O Santuário de Fátima está sendo fortemente vigiado para que nenhum peregrino possa nele entrar no aniversário das aparições, informam os meios de comunicação (en.news).
 
A operação envolve 3.500 policiais, e será realizada em duas fases. Até o dia 12 de maio, a polícia impedirá o acesso ao Santuário, aos estacionamentos e às áreas circundantes, aconselhando os peregrinos que retornem a suas casas.
 
Os dias mais complicados serão os dias da aparição (12 e 13 de maio). Então, as forças policiais utilizarão oficiais a cavalo, cães e unidades de intervenção para “proteger” o Santuário dos peregrinos. 

Enquanto cristãos ficam em confinamento, governo comunista chinês destrói igrejas e remove cruzes


Apesar dos esforços na China para impedir a disseminação do Covid-19, as autoridades dos países asiáticos não removeram suas políticas de perseguição contra a comunidade cristã.
 
O governo comunista chinês continuou sua campanha contra o cristianismo durante o surto de coronavírus no país, destruindo cruzes e demolindo uma igreja enquanto as pessoas estavam presas.
 
O governo comunista usou a desculpa de proibir reuniões para impedir a propagação do vírus como uma oportunidade de fechar, saquear igrejas e remover quaisquer símbolos cristãos, como a cruz de Cristo.
 
Em 13 de março, uma igreja no condado de Guoyang, província de Anhui, viu sua cruz ser removida pelas autoridades. Um vídeo compartilhado pela Irmandade Cristã Chinesa de Justiça documentou o momento em que o guindaste removeu a cruz vermelha do telhado da igreja.
 
Um cristão com o sobrenome Chen disse ao grupo de vigilância da China China Aid que esta igreja geralmente tem 40 frequentadores participando de seus cultos. As autoridades usaram o bloqueio como uma oportunidade para remover a cruz da igreja.

sábado, 9 de maio de 2020

SE: Prefeitura interdita igreja apenas por estar com uma das portas abertas


Nesta sexta-feira (08) católicos vieram às redes sociais para denunciar o abuso de autoridade.
 
O fato ocorreu na cidade de Aracaju na Igreja de São Salvador. Enquanto um funcionário estava limpando a igreja, com uma das portas abertas, fiscais da prefeitura chegaram ao local e não quiseram conversa. Mandou fechar a igreja e, em seguida, colocaram uma placa de interdição. 

Vaticano: hospitais belgas adeptos à eutanásia não são mais católicos



A morte legalizada, ministrada por alguém como um “tratamento” aos que sofrem por uma “condição de saúde sem esperança”. Na Bélgica isso é possível desde 2002 e a esta visão do doente e da doença alinharam-se desde 2017 os hospitais da Congregação dos Irmãos da Caridade, fundada no final do século XIX. Uma decisão que determinou a escolha da Congregação para a Doutrina da Fé, depois de três anos de confronto acirrado sem nenhum passo atrás por parte da associação que administra por conta dos religiosos. “É com profunda tristeza – explica a Congregação – que se comunica que os Hospitais Psiquiátricos administrados pela Associação Provincialat des Frères de la Charité ASBL na Bélgica de agora em diante não poderão mais ser considerados entidades católicas”.

O início da história

Em uma carta de 30 de março passado, assinada pelo prefeito do Dicastério Vaticano cardeal Luis Ladaria Ferrer e pelo secretário arcebispo Giacomo Morandi afirmava-se: “Por trás daquela ‘dor’, há a história de uma disputa delicada e complexa que opôs o princípio inatacável da vida, segundo a visão cristã às considerações de uma normativa que o relativiza”. A própria carta endereçada ao Superior Geral da Congregação, Frei René Stockman, explica o desenrolar do caso, que iniciou pouco mais de três anos atrás quando no site da Congregação dos Irmãos da Caridade da Bélgica, foi publicado um documento no qual “se admite, em algumas condições, a praxe da eutanásia em uma estrutura hospitalar católica”. 

Como é grande o meu amor por você.


Quem tem filhos, sabe bem. Não há festa de escola de dia das mães que não coloquem as crianças para cantar o clássico de Roberto Carlos, Como é grande o meu amor por você. E tudo passa como se o amor maior fosse dos filhos, como se eles tivessem tanto pra falar, mas com palavras não saberiam dizer. Mas não é, o amor maior do mundo está nessa hora transbordando em lágrimas comovidas das mães que a tudo assistem como se não fosse o delas, o amor delas, como se o amor de mãe pelos filhos não fosse muito maior e mais bonito do que o céu, as estrelas, o mar, o mundo e o infinito. Mas é.
 
Como dimensionar um amor tão grande assim? Tem de ser de proporção “bíblica”. Pois daí você vai à Bíblia procurar pelo amor de Maria por seu filho e o que encontra? Da anunciação do anjo Gabriel à ressurreição de Cristo, Maria quase não fala, pouco cobra e apenas o acompanha, testemunha, padece, guardando tudo no seu coração. Ah, esse coração de Maria… Se nossa grandeza está no quanto amamos, imagine a magnitude de Maria! Como não vê-la na mulher do Apocalipse vestida de sol, com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de estrelas sobre a sua cabeça, gritando com as dores do parto?
 
Se queremos ver como é grande o amor de mãe, temos de procurar no que elas guardam em seu coração. E aí cada um tem de se voltar para o coração da sua mãe. Quando paro pra pensar no da minha, da dona Célia, parece que nem preciso procurar, nada haveria que não transbordasse do coração dela. Minha mãe é toda “para fora”, não se aguenta com nada. Quem a conhece sabe que é impossível imaginá-la quietinha, por exemplo, sem falar (e minha mãe fala tanto, mas tanto, que, se fossem transcrever, a literatura mundial perderia em número de páginas), sem dar pitaco, sem criar um furdunço. 

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Presidente da CNBB presta homenagem reverente às mães: “o amor materno é o que mais se aproxima do amor de Deus”

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, gravou mensagem homenageando as mães, por ocasião do dia a elas dedicado, no próximo domingo, 10 de maio. Reverenciando as mães, dom Walmor desejou “votos e preces de saúde e paz” e afirmou que o amor materno “é o que mais se aproxima do amor de Deus”.
 
O presidente da CNBB ressaltou sua homenagem nesse tempo de pandemia, “quando o isolamento social impõe-nos o distanciamento” e lembrou de filhos que perderam suas mães e mães que perderam seus filhos por conta da Covid-19.
 
“O Dia das Mães é oportunidade para reavivarmos o entendimento, o amor vence tudo, até a morte. Vamos homenagear todas as mães com muita alegria. Nossa Senhora da Piedade, Maria Mãe de Deus, a padroeira de Minas Gerais, ilumine os caminhos de todas as mães. Jesus Cristo nosso mestre sempre proteja e abençoe o bonito amor que une mães e filhos”.
 
Leia a mensagem na íntegra: 

Cardeal Müller: Nenhum Bispo tem o direito de proibir as Missas públicas


Este vírus representou uma tragédia para muita gente. Esta é exatamente a razão pela qual a Igreja tem o dever de propor uma visão do sofrimento e da existência humana, na perspectiva da vida eterna, à luz da Fé. A suspensão das Missas públicas é uma demissão desta missão, é a redução da Igreja à dependência do Estado. É inaceitável”. Em uma entrevista por telefone concedida para La Nuova Bussola Quotidiana, o Senhor Cardeal Gerhard L. Müller, ex-Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, é muito claro no seu juízo sobre o que acontece agora em Itália e muitos outros países.
 
Eminência, para muitos fiéis o sofrimento da doença significou o sofrimento adicional da proibição de assistir à Missa e das exéquias, e, sobretudo, a sua justificação pela hierarquia eclesiástica.
 
É muito grave, é o pensamento secularista que entrou na Igreja. Uma coisa é tomar precauções para minimizar o risco de contágio, outra é banir a liturgia. A Igreja não é um cliente do Estado, e nenhum Bispo tem o direito de banir a Eucaristia dessa forma. Mais ainda, vimos sacerdotes serem punidos pelos seus Bispos por celebrar Missa para grupo reduzido, o que significa que eles se concebem como funcionários do Estado. O nosso Supremo Pastor, porém, é Jesus Cristo, não Giuseppe Conte ou qualquer Chefe de Estado. O Estado tem a sua função, e assim também a Igreja.
 
Parece que para muitos é difícil reconciliar o seu dever para com o Estado com a necessidade do culto público a Deus.
 
Devemos rezar também publicamente porque sabemos que tudo depende de Deus. Deus é a causa universal, depois há a causa secundária que passa pela nossa liberdade. Nós, criaturas finitas, não sabemos quanto do que acontece depende da causalidade de Deus e quanto depende de nós mesmos: este é o propósito da oração. Temos de rezar a Deus para ultrapassar os desafios da nossa vida pessoal e social, mas sem esquecer a dimensão transcendental, aquela visão da vida eterna e íntima união com Deus e com Jesus Cristo, até no nosso sofrimento. Somos chamados a tomar aos ombros, todos os dias, a nossa cruz, mas, aos fiéis, deve ser também explicado o seu sofrimento com as categorias do Evangelho. Proibir a participação na liturgia vai na direção oposta. Tomar certas medidas externas é tarefa do estado, a nós cumpre-nos defender a liberdade e a independência da Igreja; e a superioridade da Igreja na dimensão espiritual. Não somos uma agência subordinada ao Estado.
 
Muitos, entre os quais sacerdotes e Bispos, apercebem-se de que há um elevado risco de perder o sentido da liturgia, dada a proliferação de Missas na televisão e Internet. 

Estas formas não podem ser consideradas como substituição da Missa. Evidentemente, se se está numa prisão ou campo de concentração, ou outras circunstâncias excepcionais, pode participar-se espiritualmente na Eucaristia, mas esta não é uma situação normal. Deus criou-nos corpo e alma. Deus acompanhou o Seu povo através da História, libertou-o da escravidão do Egipto realmente, que não virtualmente. Jesus, Filho de Deus, fez-Se carne, nós cremos na ressurreição da carne. É por isto que a presença física é absolutamente necessária para nós. Para nós, não para Deus. Deus não precisa dos Sacramentos, somos nós quem precisamos. Deus instituiu os Sacramentos para nós. O matrimônio não funciona só espiritualmente, é necessária a união do corpo e da alma. Não somos idealistas platônicos, não se pode seguir a Missa de casa, a não ser em circunstâncias particulares. Não, deve-se ir à Igreja, reunir-se com os outros, comunicar a Palavra de Deus. Até o vocabulário da Igreja indica esta necessidade: a “Sagrada Comunhão”, comunhão é reunir-se; a Igreja é o Povo de Deus convocado, junto. Diz o salmo: “Como é bom e agradável que os irmãos vivam juntos”.