“E quanto a ti, uma espada de dor te traspassará a tua alma” (cf Lc 2, 33-35)
Irmãos e irmãs, uma personagem que vamos acompanhar muito nos próximos dias é Nossa Senhora das Dores, já a partir de domingo, ao celebrarmos o Domingo de Ramos, e depois, durante toda a Semana Santa. Sobretudo, na quarta-feira que meditaremos as dores de Nossa Senhora, na terça-feira que teremos a tradicional procissão do Encontro, e sexta-feira, o dia da Paixão de Jesus.
É a mesma Mãe de Jesus, mas da mesma forma que Ela recebe outros títulos, devido aos locais em que Ela aparece e a mensagem que Ela quer transmitir, durante a Semana Santa, Ela é lembrada com título de Nossa Senhora das Dores. Dessa forma, se cumpria aquilo que o profeta Simeão disse à Nossa Senhora: “Quanto a ti, uma espada te atravessará a alma” (Cf Lc 2,34-35).
Nossa Senhora também é lembrada por esse título, pois a dor dela foi tão grande ao ver seu Filho sendo crucificado, que era como se uma espada atravessasse sua alma. Mas, Nossa Senhora sempre guardou e meditou tudo em seu coração e mesmo diante de tal sofrimento, se conformava com a vontade de Deus.
Nossa Senhora das Dores, também é conhecida por outros títulos semelhantes, como por exemplo: Nossa Senhora das Angústias, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora da Agonia e Nossa Senhora das Lágrimas. Todos esses títulos se remetem as celebrações da Semana Santa e ao momento que vai desde a condenação de Jesus a morte até a sua entrega total na cruz.
O dia de Nossa Senhora das Dores, segundo o nosso calendário, é celebrado em 15 de setembro, um dia após a celebração da Exaltação da Santa Cruz. Mas, como já dissemos, Ela é bem recordada nesse período da Semana Santa, devido a todo o contexto que envolvem essas celebrações. Nossa Senhora esteve firme, acompanhando os últimos passos do seu Filho, até a morte de Cruz.
Ao celebrar Nossa Senhora das Dores recordamos tantas mães que sofrem com perda prematura de seus filhos, seja pelas drogas, violência, acidente ou doença. Essas mães devem seguir o exemplo de Nossa Senhora e se manter firmes diante desses momentos de sofrimento e se conformarem a vontade de Deus. A força da fé ajudará a passar pelos momentos de dificuldade.
É junto à cruz do seu Filho que Maria se torna a Mãe de todos nós, pois Jesus diz a Maria quando Ela estava aos pés da cruz, ao lado de João: “Mulher, eis aí o teu filho”. E depois diz a João: “Filho, eis aí a tua Mãe”. A partir desse momento, João acolhe Maria consigo e cuida dela. Por isso, a partir do mandato de Jesus, Ela se torna a mãe de todos nós e Mãe da Igreja. Unir-se às dores de Maria é unir-se também às dores de Jesus Cristo, pois onde está a Mãe, também está o Filho.
Nos pautemos agora no momento mais marcante do caminho doloroso de Jesus até o calvário, que nos remete a 4ª dor de Nossa Senhora que é o doloroso encontro de Jesus com sua Mãe. Esse momento celebramos com piedade na Quarta-Feira Santa. Nessa ocasião acontece uma troca de olhares entre o Filho e sua Mãe e com o olhar de Mãe, Nossa Senhora contempla a crueldade que estavam fazendo com o seu Filho. Tudo isso causava uma imensa dor no coração de Nossa Senhora.
Por isso, podemos imaginar qual mãe que não sofre ao ver um filho sofrendo, precisando de ajuda, e sofre mais ainda quando não pode fazer nada. Dessa maneira, que possamos nos unir à dor que Maria sentiu nessa ocasião e peçamos forças para suportar com paciência as dores que possam ocorrer na nossa vida. Que principalmente Maria conforte as mães que sofrem.
Portanto, agora lá do céu, Nossa Senhora está intercedendo por cada um de nós e é aquela Mãe que consola as nossas dores e sofrimentos, sobretudo das mães que perderam seus filhos. Lá no céu, os olhares de Jesus e de Nossa Senhora se cruzam, assim como se cruzaram aqui na terra, um olhar de amor e compaixão.