Antes de tudo, vamos explicar o que é indulgência para depois falarmos da Indulgência Plenária do Perdão de Assis:
No catolicismo, as indulgências são concedidas para perdoar as penas temporais causadas pelo pecado, ou seja, para reparar o mal causado como consequência do pecado, através de boas obras, sendo que o pecado já foi perdoado pelo Sacramento da Confissão. Há um equívoco comum que indulgências seria o perdão dos pecados, contudo, elas só perdoam a pena temporal causada pelo pecado. Uma pessoa continua a ser obrigada a ter os seus pecados isentos por um sacerdote para receber a salvação.
A Igreja Católica considera a indulgência semelhante ao "ladrão, que conseguindo o perdão daquele que foi roubado, deve restituir o dono com o dinheiro equivalente ao que foi extorquido". "Outro exemplo é o da tábua com pregos: nossa vida, comparada a uma tábua, tem nos pregos os pecados, que são retirados no sacramento da Penitência, restando, todavia, os furos, os buracos, que precisam ser tapados por boas obras (mortificação procurada, penitência imposta, e penas da vida)."
As indulgências removem, assim, algumas ou todas estas penalidades devidas pelos pecados dos fiéis; e pode ser feita em favor de si mesmo ou em favor de um defunto que está a ser purificado no Purgatório pelas suas penas temporais, dependendo da obra de indulgência. Ir ao cemitério rezar pelos falecidos, por exemplo, concede indulgência aplicável apenas a almas no purgatório.
O perdão total da pena temporal é a chamada Indulgência plenária, as demais são indulgências parciais. As indulgências parciais possuem um certo número de dias, significando que, se o fiel receber uma indulgência de 300 dias, deverá praticar uma boa obra, nas condições indicadas durante 300 dias, como por exemplo, ter jejuado a pão e água ou ajudar os pobres, porém segundo o catolicismo, "o que vale numa indulgência ou penitência não é a quantidade de dias de sacrifício ou jejum, mas o amor a Deus com que se faz algo".
Em resposta às sugestões feitas ao Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI, esclareceu substancialmente a aplicação prática das indulgências, escrevendo: "Indulgências não podem ser adquiridas sem uma sincera conversão de perspectivas e de unidade com Deus."
O PERDÃO DE ASSIS
São Francisco de Assis, em 1216 teve uma visão:
O próprio Jesus lhe apareceu, acompanhado de sua Santa Mãe e lhe pedia: Francisco, vai até o meu representante, o Papa e peça a ele esta graça: que todos os que visitarem a capela da Porciúncula ( capela dedicada a Nossa Senhora dos Anjos), estando em dia com os sacramentos da Confissão e Eucaristia, e professando a Fé dos Apóstolos, possam receber o perdão completo de todas as penas dos pecados até então cometidos.
O papa achou inusitado o pedido de Francisco, mas conhecendo a sua santidade, concedeu este favor, que depois foi estendido a toda as igrejas franciscanas e agora para todas as matrizes paroquiais.
Esta indulgência é concedida a todos os fiéis que comparecem nessas igrejas, recebendo o perdão da Confissão e a Eucaristia, rezando a Profissão de Fé e as orações do Pai Nosso - Ave Maria e Glória, nas intenções do Santo Padre.
A Indulgência da Porciúncula somente era concedida a quem visitasse a Igreja de Santa Maria dos Anjos, entre à tarde do dia 1 agosto e o pôr-do-sol do dia 2 agosto. Em 9 de julho de 1910, o Papa Pio X concedeu autorização aos bispos de todo o mundo, só naquele ano de 1910, para que designassem qualquer Igreja Pública de suas Dioceses, a fim de que também nelas, as pessoas recebessem a Indulgência da Porciúncula. (Acta Apostolicae Sedis, II, 1910, 443 sq.; Acta Ord. Frat. Min., XXIX, 1910, 226).
Por último, este privilégio foi renovado por um tempo indefinido por decreto da Sagrada Congregação de Indulgências, em 26 março de 1911 (Acta Apostolicae Sedis, III, 1911, 233-4). Significa dizer, que atualmente, qualquer Igreja Católica de qualquer país, tem o benefício da Indulgência que São Francisco conseguiu de Jesus para toda humanidade.
Assim ganharão a Indulgência, todas as pessoas que estando em "estado de graça", visitarem uma Igreja nos dias mencionados, rezarem um Credo, um Pai-Nosso e um Glória, suplicando ao Criador o benefício da indulgência, e rezando também, um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um glória, pelas intenções do Santo Padre o Papa Bento XVI. Poderão utilizar a Indulgência em seu próprio benefício, ou em favor de pessoas falecidas ou daquelas que necessitam de serem ajudadas na conversão do coração.
Por outro lado, a Indulgência é "toties quoties", quer dizer, pode ser recebida tantas vezes quanto à pessoa desejar (em cada ano, fazendo visitas a diversas Igrejas das 12 horas do dia 1º de Agosto até o entardecer do dia 2 de Agosto ).
Sem dúvida, foi um precioso presente que São Francisco intercedeu junto ao Senhor, em favor de todos os corações de boa vontade que amam a Deus e almejam, com o benefício da indulgência, poderem cumprir dignamente a sua missão existencial em direção ao Criador.
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