quarta-feira, 24 de julho de 2013

Homilia de Abertura da Jornada Mundial da Juventude


XXVIII JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
23-28 DE JULHO DE 2013
MISSA DE ABERTURA
Praia de Copacabana
Terça-feira, 23 de Julho de 2013


Queridos jovens!
Distintas autoridades eclesiásticas, civis e militares!
Todas nomeadas pelo protocolo inicial.
Amado Povo de Deus!

Estamos iniciando a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013! Sejam todos bem-vindos! Essa cidade maravilhosa tornou-se ainda mais bela com a presença de vocês! Uma grande alegria nos invade: vocês estão aqui! Vieram de todos os lugares da Terra! Durante estes dias, aqui será a casa de todos vocês! Vocês estão fazendo parte de nossa família nesse belo e importante momento da história!

A todos que chegam cansados pela demora da viagem ou de caminhada: este tempo é de estar com o Senhor Jesus Cristo para viver como seu discípulo. Essa nossa experiência terá como consequência o entusiasmo missionário! Ir e fazer discípulos!
 
Esta Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro acolheu com grande responsabilidade a escolha feita pelo Papa Bento XVI, hoje emérito, anunciada ao final da Missa em Madri em Agosto de 2011. Agradecemos a ele pela escolha e pelas orientações, pelo tema da JMJ e incentivo. Sabemos que ele nos segue com a oração e acompanha-nos pelos meios de comunicação. A ele nossa saudação afetuosa.

No entanto, providencialmente, esta Jornada estava destinada a ser uma Jornada que, pela segunda vez, ao retornar à América Latina depois de 26 anos, pudesse ser o lugar de acolhida da primeira viagem apostólica do primeiro Papa latino-americano da história, o Papa Francisco, que veio para presidir este belo e importante momento da vida da Igreja nessas terras de São Sebastião. Nós já o acolhemos na segunda-feira pelas ruas desta cidade e com muita alegria, oficialmente, o acolheremos solenemente aqui, nesse mesmo local, na próxima quinta-feira. O primeiro Papa latino-americano da história pisou como Sumo Pontífice o solo da América Latina neste Santuário Mundial da Juventude em que se transformou esta cidade nestes dias.

Nesta semana, o Rio se torna o centro da Igreja, viva e jovem. Todos os caminhos para cá nos conduzem. Vocês vieram de diferentes partes do mundo para juntos partilharmos a fé e a alegria do discipulado. Essa felicidade nos fortalece e nos convida a ir ao encontro dos demais jovens, a fazer-nos missionários em todas as nações. O melhor presente a darmos às outras pessoas é a presença de Cristo, que nos preenche e nos impulsiona a amar e a nos doar, sempre no diálogo fraterno.

Aqui chegamos, também, depois de quase dois anos de peregrinação dos símbolos da JMJ pelo nosso país: a cruz da juventude e o ícone de Nossa Senhora que agora estarão presentes em nossos atos centrais. Quando esses símbolos nos foram entregues em Madri, na Espanha, em Agosto de 2011, a comoção tomou conta da juventude do nosso país que, com entusiasmo, acolheu-os em suas comunidades durante esse tempo.

Temos conosco, espalhadas pela cidade, muitas relíquias dos santos patronos e intercessores da JMJ, recordando que em todas as épocas e locais do mundo temos jovens que se santificaram. Estão conosco, também, parentes dessas pessoas que são exemplo de vida cristã e que rezam conosco pela juventude hodierna.

O entusiasmo juvenil por todos os cantos demonstram o rosto do jovem cristão, que procura unir o testemunho de uma vida autenticamente cristã com as consequências sociais do Evangelho.

Somos chamados a ser protagonistas de um mundo novo. Tenho certeza de que vocês farão isso em suas cidades e seus países. O mundo necessita de jovens como vocês!

Acabamos de ouvir o Evangelho no qual Jesus chama Mateus para o discipulado. E, ao chamá-lo, anuncia que Ele veio justamente para que os pecadores experimentem a misericórdia. Veio para nós que estamos entre os povos chamados à obediência da fé, conforme nos fala Paulo na carta aos Romanos. “Recebemos a graça da vocação para o Apostolado, nós que fomos chamados a ser discípulos de Jesus Cristo, amados de Deus e santos por vocação.

A primeira leitura, juntamente com o salmo, nos indica que a nossa resposta deve ser de prontidão, – dizendo: Eis-me aqui! Aqui estou! Fala que teu servo escuta! Pois viemos para fazer, com prazer, a vontade do Senhor (Sl 39/40).

É esta expressão bíblica que gostaríamos que estivesse nos lábios e corações de vocês hoje e sempre: Eis-nos aqui, Senhor! A exemplo de Mateus, também estamos prontos para as consequências do SIM a Deus, cheias de desafios e alegrias.

Foi a chamada d’Ele que nos uniu nesse cenário maravilhoso da praia que recebe este nome por causa da inicial devoção a Nossa Senhora de Copacabana, sob o Cristo Redentor com Seu abraço acolhedor. Este mar, a areia, a praia e a multidão fazem lembrar a vocação dos outros discípulos, além de Mateus. Esse cenário nos remete aos barcos deixados na praia por aqueles que foram chamados por Jesus para segui-lo. Hoje, também nós somos chamados para seguir a Cristo Ressuscitado.

O Mestre Jesus nos convida para um mergulho em águas profundas, as águas do nosso batismo. E este bonito encontro internacional está justamente no coração do Ano da fé, tempo propício para renovar nossos compromissos assumidos na comunidade cristã. Somos chamados a viver profundamente a fé nesse tempo plural e de tantos questionamentos, nessa mudança de época, mas com o entusiasmo e a coerência de quem se deixa conduzir pela ação do Espírito Santo.

Refletindo sobre a resposta de Mateus a Jesus, ouvimos que, quando nos levantamos para responder positivamente ao Mestre, Ele vem cear em nossa casa e transforma nossa vida. Para Samuel, na primeira leitura, o chamado parecia um sonho, mas com a ajuda de um companheiro ele conseguiu discernir que a voz era de Deus, era real. O caminho missionário exige discernimento, utopia, sonho, mas também do auxílio de alguém ao nosso lado que nos ajude a reconhecer a voz de Deus. Como Paulo, somos servos de Cristo, apóstolos por vocação e escolhidos para o evangelho de Deus!

Queridos jovens, nossa Arquidiocese sentiu-se chamada por Deus para acolher vocês. Todos nós respondemos assim como Samuel, Paulo e Mateus: Eis-nos aqui! Aqui estamos! Nossas paróquias, famílias, escolas, pastorais, associações, movimentos, grupos de serviços. As nossas casas são as casas de vocês! Existe uma revolução de amor neste momento: o outro é Cristo para nós! O outro é nosso irmão! Que isso ressoe pelo mundo! Somos chamados a viver construindo um mundo de irmãos! Queremos que todos e cada um se sintam acolhidos no abraço de Cristo, que chama a todos para estarem com Ele na construção do Reino de Deus. Vamos juntos?

Cristo nos convida: venham, meus amigos! Vamos com Ele nas pegadas do sucessor de Pedro, do Vigário do Redentor peregrinar por este Rio, semeando fraternidade por onde passarmos. Que possamos ser arautos da paz e da concórdia, conclamando o mundo a viver a santidade que brota do Redentor do Homem.

E, ao redor do Mestre, junto com outros jovens discípulos vindos de todos os recantos dessa Terra, diremos “Senhor, como é bom estarmos aqui” (Mt 17,4).

Andem por esta cidade, testemunhem Jesus Cristo, comprometam-se com o mundo novo, contagiem a todos com a alegria e a paz de Cristo, como sentinelas da manhã, trabalhando na renovação do mundo à luz do plano de Deus.

Vivemos este tempo forte de peregrinação porque Jesus Cristo está vivo no meio de nós, nos dá o seu Espírito Santo, e nós somos chamados a viver esta realidade e transmiti-la aos outros de modo acessível e compreensível. Jesus Cristo é sempre atual, sobretudo para os jovens que buscam a verdade, a justiça e a paz – e só podem encontrá-las em Jesus Cristo.

Vocês, queridos jovens, são o presente esperançoso de uma sociedade que espera que sua crise de valores tenha uma solução. São chamados a formar uma nova geração que vive a fé e a transmite para a geração seguinte. Somos convidados a uma experiência de fé e dela sair revigorados! A participação na comunidade com entusiasmo será a oportunidade de, convivendo com os demais irmãos e irmãs, testemunharem que outro mundo é possível! O primeiro peregrino, que já está entre nós, o Santo Padre, o Papa Francisco, se colocou conosco nesta caminhada e nos indicará caminhos durante estes dias. Queridos jovens: não tenham medo de abrir os seus corações para Cristo!

Temos muitas barreiras e injustiças para superar. Vamos construir pontes ao invés de muros e obstáculos. O mundo todo, através de vocês, presente nessa cidade precisa testemunhar a solidariedade, a partilha e a acolhida do amor de Cristo Redentor. É tempo é de despertar confiança e esperança que se transformem em atitudes para um amanhã de luz.

Maria, de tantos nomes e invocações, e aqui no Brasil invocada com o título de Nossa Senhora Aparecida como padroeira principal, mas aqui no RJ como Nossa Senhora da Penha e no Norte Nossa Senhora de Nazaré, foi e continua sendo a companheira e mãe de todos os jovens. A ela confiamos cada um de vocês para que, acolhendo o Cristo que ela nos apresenta, caminhem pelo mundo como discípulos missionários da nova evangelização, sendo protagonistas de um mundo novo, como sentinelas da manhã despertando a esperança de um novo amanhecer: Cristo Ressuscitou e vai à nossa frente! O Espírito Santo nos iluminará em nossa vida e nos dará as luzes para que compreendamos a nossa missão de como conduzir as pessoas ao Pai.


Hoje, ao iniciarmos a Jornada, o Cristo Redentor nos diz “Venham, meus amigos!” Durante a Jornada, aprenderemos a dizer “Fala, Senhor, que teu servo escuta”! E ouviremos cada vez mais o Senhor a nos dizer: “Sejam missionários”. “Ide e fazei discípulos entre as nações”! E todos nós responderemos: “Eis-nos aqui, Senhor, envia-nos!”


Dom Orani João Tempesta 
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

terça-feira, 23 de julho de 2013

Com visita do Papa, Aparecida deve receber cerca de 200 mil fiéis

Cidade tem estrutura para receber até 400 mil pessoas, diz bispo auxiliar

A visita do Papa Francisco ao município de Aparecida, no Vale do Paraíba, na próxima quarta-feira, 24, deve atrair à cidade entre 150 mil e 200 mil pessoas. De acordo com o arcebispo auxiliar da Arquidiocese de Aparecida, Dom Darci Nicioli, a cidade tem infraestrutura para receber até 400 mil fiéis.

No dia da visita do Papa, a população presente deverá ser mais do que o quádruplo do número de habitantes, que passa dos 35 mil, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010.


Ele informou que o templo do Santuário Nacional Nossa Senhora Aparecida abriga até 30 mil fiéis, mas, no dia da missa celebrada pelo Papa, haverá espaço para receber apenas metade disso. Segundo o bispo auxiliar, isso decorre da colocação de cadeiras, o que acabou limitando o espaço, mas criou um conforto a mais para os devotos, já que seria muito cansativo acompanhar a cerimônia toda em pé.

Dom Darci disse, porém, que mesmo aqueles que ficarem de fora da igreja e participarem por meio dos telões terão a oportunidade de estar perto do Papa. 

O público poderá vê-lo no momento do desembarque do helicóptero na praça rumo à celebração da Missa, depois na benção, na praça, e ainda quando o Pontífice se deslocar de papamóvel na hora em que for repousar na Pousada Bom Jesus.


Rádio Vaticano

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Primeiro discurso do Papa Francisco no Brasil


Visita Apostólica do Papa Francisco ao Brasil 
Discurso no Palácio da Guanabara – RJ
Segunda-feira, 22 de julho de 2013

Senhora Presidenta,
Ilustres Autoridades,
Irmãos e amigos!

Quis Deus na sua amorosa providência que a primeira viagem internacional do meu Pontificado me consentisse voltar à amada América Latina, precisamente ao Brasil, nação que se gloria de seus sólidos laços com a Sé Apostólica e dos profundos sentimentos de fé e amizade que sempre a uniram de modo singular ao Sucessor de Pedro. Dou graças a Deus pela sua benignidade.

Aprendi que para ter acesso ao Povo Brasileiro, é preciso ingressar pelo portal do seu imenso coração; por isso permitam-me que nesta hora eu possa bater delicadamente a esta porta. Peço licença para entrar e transcorrer esta semana com vocês. Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo! Venho em seu Nome, para alimentar a chama de amor fraterno que arde em cada coração; e desejo que chegue a todos e a cada um a minha saudação: “A paz de Cristo esteja com vocês!”
 
Saúdo com deferência a Senhora Presidenta e os ilustres membros do seu Governo. Obrigado pelo seu generoso acolhimento e por suas palavras que externaram a alegria dos brasileiros pela minha presença em sua Pátria. Cumprimento também o Senhor Governador deste Estado, que amavelmente nos recebe na Sede do Governo, e o Senhor Prefeito do Rio de Janeiro, bem como os Membros do Corpo Diplomático acreditado junto ao Governo Brasileiro, as demais Autoridades presentes e todos quantos se prodigalizaram para tornar realidade esta minha visita.

Quero dirigir uma palavra de afeto aos meus irmãos no Episcopado, sobre quem pousa a tarefa de guiar o Rebanho de Deus neste imenso País, e às suas amadas Igrejas Particulares. Esta minha visita outra coisa não quer senão continuar a missão pastoral própria do Bispo de Roma de confirmar os seus irmãos na Fé em Cristo, de animá-los a testemunhar as razões da Esperança que d’Ele vem e de incentivá-los a oferecer a todos as inesgotáveis riquezas do seu Amor.

O motivo principal da minha presença no Brasil, como é sabido, transcende as suas fronteiras. Vim para a Jornada Mundial da Juventude. Vim para encontrar os jovens que vieram de todo o mundo, atraídos pelos braços abertos do Cristo Redentor. Eles querem agasalhar-se no seu abraço para, junto de seu Coração, ouvir de novo o seu potente e claro chamado: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações».

Estes jovens provêm dos diversos continentes, falam línguas diferentes, são portadores de variegadas culturas e, todavia, em Cristo encontram as respostas para suas mais altas e comuns aspirações e podem saciar a fome de verdade límpida e de amor autêntico que os irmanem para além de toda diversidade.

Cristo abre espaço para eles, pois sabe que energia alguma pode ser mais potente que aquela que se desprende do coração dos jovens quando conquistados pela experiência da sua amizade. Cristo “bota fé” nos jovens e confia-lhes o futuro de sua própria causa: “Ide, fazei discípulos”. Ide para além das fronteiras do que é humanamente possível e criem um mundo de irmãos. Também os jovens “botam fé” em Cristo. Eles não têm medo de arriscar a única vida que possuem porque sabem que não serão desiludidos.

Ao iniciar esta minha visita ao Brasil, tenho consciência de que, ao dirigir-me aos jovens, falarei às suas famílias, às suas comunidades eclesiais e nacionais de origem, às sociedades nas quais estão inseridos, aos homens e às mulheres dos quais, em grande medida, depende o futuro destas novas gerações.

Os pais usam dizer por aqui: “os filhos são a menina dos nossos olhos”. Que bela expressão da sabedoria brasileira que aplica aos jovens a imagem da pupila dos olhos, janela pela qual entra a luz regalando-nos o milagre da visão! O que vai ser de nós, se não tomarmos conta dos nossos olhos? Como haveremos de seguir em frente? O meu auspício é que, nesta semana, cada um de nós se deixe interpelar por esta desafiadora pergunta.

A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo e, por isso, nos impõe grandes desafios. A nossa geração se demonstrará à altura da promessa contida em cada jovem quando souber abrir-lhe espaço; tutelar as condições materiais e imateriais para o seu pleno desenvolvimento; oferecer a ele fundamentos sólidos, sobre os quais construir a vida; garantir-lhe segurança e educação para que se torne aquilo que ele pode ser; transmitir-lhe valores duradouros pelos quais a vida mereça ser vivida, assegurar-lhe um horizonte transcendente que responda à sede de felicidade autêntica, suscitando nele a criatividade do bem; entregar-lhe a herança de um mundo que corresponda à medida da vida humana; despertar nele as melhores potencialidades para que seja sujeito do próprio amanhã e corresponsável do destino de todos.

Concluindo, peço a todos a delicadeza da atenção e, se possível, a necessária empatia para estabelecer um diálogo de amigos. Nesta hora, os braços do Papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira, na sua complexa riqueza humana, cultural e religiosa. Desde a Amazônia até os pampas, dos sertões até o Pantanal, dos vilarejos até as metrópoles, ninguém se sinta excluído do afeto do Papa. Depois de amanhã, se Deus quiser, tenho em mente recordar-lhes todos a Nossa Senhora Aparecida, invocando sua proteção materna sobre seus lares e famílias. Desde já a todos abençôo. Obrigado pelo acolhimento!
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Fonte: Boletim da Santa Sé
Disponível em: Papa.Canção Nova

Bomba caseira é encontrada dentro de banheiro no Santuário Nacional

Artefato foi constatado durante treinamento neste domingo (21) e detonado.
Segundo a Polícia Militar o material tinha 'baixo potencial lesivo'.

As forças de segurança responsáveis pela visita do Papa Francisco a Aparecida encontraram uma bomba de fabricação caseira dentro de um banheiro do estacionamento do Santuário Nacional, em Aparecida (SP), na manhã deste domingo (21). O material – um cano plástico envolvido com fita adesiva – foi detonado por policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar. A informação foi confirmada pela PM, por meio de nota, na tarde desta segunda-feira (22).

Segundo a nota da PM, o artefato explosivo de baixo potencial estava em um local que não será utilizado pelos fiéis que acompanharão a visita do pontífice na cidade na quarta-feira (24). A Força Aérea foi quem localizou o material e informou a PM, que acionou o Gate. O incidente ocorreu durante o exercício simulado pelas forças de segurança no Santuário Nacional. Ainda de acordo com a PM, episódios semelhantes faziam parte do treinamento. Ninguém ficou ferido.


Megaoperação


Cinco mil homens das Forças Armadas e dos órgãos de Segurança Pública integram a megaoperação de segurança preparada para a visita do Papa Francisco. Serão empregadas ao menos 305 viaturas, cinco aeronaves e quatro embarcações da Marinha em uma ação que terá uma estrutura aérea será semelhante à empregada na Copa das Confederações. O Exército poderá empregar 200 viaturas, equipamentos para defesa química e proteção individual e aeronaves.

Uma operação especial também será montada pela polícia para garantir o fluxo de veículos na Dutra, principal acesso ao Santuário Nacional. A ação será coordenada pela Polícia Rodoviária Federal, que fará modificações no acesso à cidade.

A PRF também terá um reforço no efetivo para a visita do Papa Francisco. Serão 200 policiais, 80 viaturas, 18 motocicletas e uma aeronave. A equipe é formada por policiais da própria região e também do Rio de Janeiro e de outros estados. O Corpo de Bombeiros também deve posicionar viaturas de resgate nos trevos de acesso às cidades de São José dos Campos a Cruzeiro para atender possíveis ocorrências.
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Fonte: G1

Papa Francisco está no Brasil para a JMJ Rio 2013


O avião da Alitália que transportou o Papa Francisco ao Rio de Janeiro aterrissou às 15h45min no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, 17 minutos antes do previsto. O Santo Padre foi saudado às 16 horas, junto à escada do avião, pela Presidente Dilma Roussef, de quem recebeu flores.

O Papa passou a saudar então as autoridades presentes, entre os quais o Vice-Presidente da República, Michel Temer, o Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o Prefeito Eduardo Paes, o Presidente da CNBB, Cardeal Raimundo Damasceno Assis e o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. Um grupo de crianças cantou para o Papa o Hino da Jornada.

Após as primeiras saudações no Aeroporto, o Papa Francisco, que dispensou o Papamóvel neste primeiro trajeto, quis ter um primeiro contato com a população, fazendo um giro pela cidade num Fiat cor prata, sendo escoltado por três automóveis da segurança e oito batedores em motocicleta. Em algumas partes do trajeto, o carro do Papa viu-se em meio a um engarrafamento, sendo envolvido completamente pela população que tentava tocar o Pontífice ou apenas seu carro, dando muito trabalho à segurança. Nestas ocasiões, o Papa beijou algumas crianças. 



Nas proximidades da Catedral do Rio, o Papa trocou o Fiat pelo Papamóvel, sendo acompanhado por uma multidão ao longo de todo o trajeto. Na Cinelândia, nas proximidades do Palácio Guanabara, às 17h25min, o Papa trocou de veículo novamente retornando ao Fiat cor prata, seguindo até um helicóptero, que partiu às 17h48min até o Palácio Guanabara, onde chegou alguns minutos, sendo efusivamente recepcionado nos jardins do Palácio onde estava a Presidente Dilma Roussef.
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Cidade da Fé: até dia 26, aberta gratuitamente para todos



A Cidade da Fé, no Riocentro, Zona Oeste, foi aberta na manhã de sábado, 20, com missa celebrada pelo Padre Fábio de Melo. A Cidade será palco de shows, exposições sacras e feira de produtos religiosos, além de ser o local que o Papa Francisco vai se encontrar com os jovens que são voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no dia 28.

A Cidade da Fé é um projeto da CNBB e da Promocat Marketing Integrado em parceria com a JMJ. O evento ocupa mais de 200 mil metros quadrados do Riocentro e estará em funcionamento até 26 de julho de 2013. O objetivo da iniciativa é acolher e dar estrutura aos membros da Igreja do Brasil que estão no Rio de Janeiro, além de servir de apoio para os participantes da JMJ. Oferece infraestrutura para acesso à Internet, serviço de telefonia, atendimento médico e até mesmo o simples ato de carregar um celular ou o notebook.

São realizados na Cidade da Fé: a Expocatólica, feira pastoral e profissional com o objetivo de organizar e promover o segmento religioso católico; o Bote Fé Brasil, uma extensão dos ‘Bote Fé’ locais, que acontecerá durante os sete dias com atividades musicais, culturais, pastorais e de apoio à JMJ. Além do Festival de Turismo religioso, Semana Vocacional e Expo Vocacional.

A entrada na Cidade da Fé e a participação em seus eventos são gratuitas. Não é necessário realizar credenciamento. (CM)
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Leonardo Boff e o delírio das “igrejas fonte”


Com tanta coisa boa para se falar sobre a Jornada, decidem entrevistar quem? Leonardo, o Boff. A gentileza é do periódico liberal – como não poderia deixar de ser – Deutsche Welle, da Alemanha. A reportagem pode ser lida, em português, na Folha.

Vamos às pérolas do “profeta” da Teologia da Libertação no Brasil. Para ele, a Igreja “não precisaria de um papa”. Ela “poderia se organizar numa vasta rede de comunidades”. Hum… Uma rede, é? Mais ou menos como o projeto político recém-criado pela Marina Silva e seus asseclas?! Boff quer a mudança de uma estrutura que vem dando certo há dois milênios, superando impérios, reinos, revoluções e toda sorte de intempéries. E fala contra dois mil anos de testemunho dos santos em favor da hierarquia e da figura do Papa. Por que mesmo deveríamos lhe dar ouvidos?


“Eu acho que esse é o papa da ruptura”, diz o teólogo. Ele também fala de uma “reforma do papado”. De que se trata? Ele explica: “Acho que o papa Francisco vai criar uma dinastia de papas do Terceiro Mundo. Além disso, as nossas igrejas já não são mais igrejas de espelho, imitando as europeias; são igrejas fonte, criaram suas tradições, têm os seus mártires, seus mestres, suas formas de celebrar, têm suas teologias e profetas e figuras importantes, como dom Hélder Câmara e Óscar Romero.

Boff fala do desenvolvimento de “igrejas fonte”. Seriam desligadas do poder de Roma e, em última análise, até dos próprios apóstolos – se elas “criaram suas tradições”, por que recorrer à Tradição Apostólica? -, teriam seus próprios “mestres” e “profetas”, como… Dom Helder Câmara!

Para Genésio, são essas igrejas que “estão dando vitalidade ao cristianismo”. Mentira. Mentira cabeluda. Bem que o teólogo metido a profetizar reformas poderia fazer uma breve visita, por exemplo, ao estado de Rondônia, para ver como é a situação das tais “igrejas fonte” por lá. O projeto da Teologia da Libertação enche igrejas… protestantes! Com padres de tacape falando só do pão, a palavra que sai da boca de Deus o povo procura no discurso dos pastores pentecostais.


A Jornada Mundial da Juventude, que vai reunir milhares de jovens ao redor do Papa, cuja figura Boff considera prescindível, é o melhor exemplo de como seu modelo tribal e anárquico de igreja é falido. A esses teólogos desajuizados, é sempre bom lembrar: a Igreja é Esposa do Cordeiro, e não uma filial do Partido dos Trabalhadores… A Jornada é uma celebração para a Igreja universal, e não um festival de Woodstock.
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Sem Protesto Ateu


Foi negado ontem à noite pela Justiça do Rio de Janeiro um pedido de salvo-conduto para garantir o direito de manifestação de associação de ateus, – a Atea, Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos – durante a Jornada Mundial da Juventude. Ou seja, os integrantes da Atea queriam uma liminar que lhes garantisse o direito de portar, por exemplo, cartazes contra o catolicismo, por exemplo, sem correr o risco de prisão pelas Forças de Segurança.


Na petição, representantes da Atea argumentaram que o general José Alberto Abreu, comandante da 1a Divisão do Exército e coordenador de defesa de área da JMJ, disse  numa entrevista que “quem tentar promover qualquer mobilização no espaço sob o controle das Forças Armadas será convidado a se retirar”.

O desembargador Luciano Rinaldi justificou, assim, a decisão em seu despacho:

- A condição de ateu deve ser respeitada, porquanto a ausência de crença também está inserida no campo da liberdade de orientação religiosa, protegida pelo texto constitucional. Contudo, essa condição não garante, sob qualquer pretexto, o pretenso direito de manifestação nos locais de livre exercício dos cultos religiosos e suas liturgias, que devem ser protegidos pelo estado, conforme determinação constitucional.
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Por Lauro Jardim
Fonte: Veja