quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Irã: cristão condenado a 10 anos de prisão


Um homem iraniano, convertido do Islamismo ao Cristianismo, foi condenado a 10 anos de prisão por “crime contra a segurança do Estado”: sua culpa é ter distribuído cópias do Evangelho no país. Mohammad-Hadi Bordbar, conhecido como Mustafá, originário da cidade de Rasht, foi acusado de conspiração e condenado. Como referido à agência Fides, do processo resulta que o homem teria confessado “ter deixado o Islamismo para seguir o Cristianismo”, e “considerando a evangelização um seu dever, distribuiu 12 mil cópias de bolso do Evangelho”. 

Depois de receber o batismo, Mustafá criou uma “house church”, uma assembleia de culto doméstica, com encontros de oração em casa que são considerados “ilegais”. Ele foi detido em Teerã em 27 de dezembro de 2012, após uma blitz da política em sua casa. Os agentes de segurança prenderam e interrogaram durante horas todos os presentes no encontro, cerca de 50 iranianos cristãos.

Na sua habitação a polícia encontrou material e publicações cristãs, como filmes, livros, CDs e mais de 6 mil cópias do Evangelho. Mustafá tinha sido já detido em 2009, por causa de sua conversão ao Cristianismo, julgado culpado de apostasia, depois liberado sob fiança. 


Em outro recente episódio, assinalado à Fides pela agência iraniana cristã “Mohabat News”, um tribunal da cidade de Robat-Karim, ao sul de Teerã, condenou a um ano de prisão e a dois anos de exílio o jovem Ebrahim Firouzi, outro cristão iraniano, por “atividade de evangelização e distribuição de Bíblias”, consideradas “em aposição ao regime da República Islâmica do Irã”.

Na sentença, o juíz descreve Ebrahim Firouzi como “culpado de atos criminosos por ter realizado encontros de oração em casa e divulgado entre os jovens a devassidão e dúvidas sobre os princípios islâmicos”. O jovem fora detido em março passado.

Como recordam as Ongs “Barnabas team” e “Christian Solidarity Worldwide”, comprometidas na defesa dos cristãos em todo o mundo, nos últimos anos o interesse dos jovens iranianos para com o Cristianismo fez com que a conversão ao Cristianismo se tornasse um problema preocupante para as autoridades iranianas.


Muitas igrejas da língua Farsi foram fechadas em Teerã e em outras cidades, enquanto a pressão sobre os cristãos convertidos do Islã está aumentando. O novo Presidente iraniano, Hassan Rouhani, falou de uma possível “reforma dos direitos civis”, pedindo recentemente ao clero religioso islâmico, de “deter a ingerência do Estado na vida privada das pessoas”. (SP)
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Vivemos em uma sociedade doente que odeia conviver com suas crianças?

“Texto muito interessante, partindo da perspectiva do tempo de trabalho, para o ego, vivência do outro e descanso… O ego exige atenção – preciso cuidar de mim e alimentar meus sonhos e minha busca, a criança precisa de atenção, o social precisa ser vivenciado e preciso descansar. Não dá tempo, pois somos doutrinados a acreditar que devemos trabalhar mais do que deveríamos… o que fazer?” Para discussão…

Recentemente, eu e minha namorada decidimos ir até uma loja em um Shopping Center de São Paulo comprar um DVD para passarmos a noite de sábado assistindo a um bom filme, comendo pipoca e tomando vinho quando nos deparamos com um estabelecimento, ao lado de uma livraria, que parecia ser um Salão de Belezas para crianças. Neste local, uma menina que aparentava ter aproximadamente 3 ou 4 anos fazia as mãos em uma manicure, enquanto outra garotinha, com algo em torno de 6 anos, cortava os cabelos, fazia maquiagem e punha algum produto químico nas madeixas. Não vimos a presença dos pais dessas crianças no dito estabelecimento, o que nos fez julgar que, enquanto pais e mães faziam suas compras no shopping, manicures, cabeleireiros e animadores entretiam as crianças. No fim, após passarem algumas horas no shopping, os pais passavam no caixa e pagavam a conta pela comodidade de não terem que cuidar dos próprios filhos.

Uma das críticas que faço aqui, é voltada ao serviço dos “animadores de crianças” como símbolo de uma sociedade que não quer mais conviver com suas crianças. Eu não tenho filhos, apesar disso convivo com crianças devido a carreira que escolhi seguir como educador. Fiz estágio em escolas públicas e dei aulas de reforços para alunos da classe média-alta de São Paulo (Santo Américo, Pio XII, Miguel de Cervantes, Porto Seguro, etc. etc.). Além disso, tenho sobrinho e sobrinhas e vivo com uma pessoa que há anos dá aulas em escolas públicas, cursinhos e escolas particulares. Por isso acredito que ambos temos alguma propriedade ou conhecimento de causa quando falamos que esta sociedade não quer criar os próprios filhos. Pior que isso, é uma sociedade que não quer sequer conviver com eles.


A cada ano, é perceptível a presença cada vez maior de gente especializada em serviços para cuidar de crianças enquanto os pais trabalham ou fazem outras coisas. Quando dava aulas de reforço para os meninos da classe média-alta, sempre me surpreendia ao ver crianças de 10 a 14 anos com agendas repletas de segunda a sábado. Além da escola, tinham que fazer curso de um ou dois idiomas, aula de um ou dois instrumentos musicais, natação, balé, academia, etc. etc. Essas crianças diziam para mim que iam mal na escola, pois não tinham tempo de ler suas apostilas de História. O único horário que tinham disponível em suas agendas, e mesmo assim, nem todos os dias, era entre as 19h e as 22h, quando não queriam fazer nada, apenas ver TV ou jogar videogame. O que é perfeitamente compreensível.

Crianças que passam mais tempo com babás, seguranças, motoristas, guarda-costas, empregadas domésticas, professores de todos os tipos, personal trainers, e uma série de outros profissionais especializados do que com seus próprios pais. Durante a semana, no fim do dia, nos parcos momentos em que teriam para desfrutar da companhia dos pais, estes ainda estão trabalhando em seus empregos, ou levam serviço pra casa e se trancam em seus escritórios, enquanto os filhos, por sua vez, se trancam em seus quartos (isso quando os pais simplesmente não preferem ficar dormindo ou descansando em seus quartos). Dentro de casa, é comum que pais e filhos não convivam em um mesmo ambiente. Mal fazem uma refeição juntos. Um símbolo emblemático disso é que, em muitas casas, já é bastante comum que as salas de estar não tenham mais uma televisão. Estes aparelhos estão nos respectivos quartos das crianças e do casal.

Já no fim de semana, quando pais e filhos acabam saindo juntos e indo aos shoppings, os pais deixam seus filhos em Lan Houses ou nos salões de estética para crianças, como aquele que critiquei no início deste post. Segundo os depoimentos de alguns pais, é necessário que eles“dediquem algum tempo a si mesmos” e que possam desfrutar de “algumas horas de paz” no fim de semana. Ou seja, o convívio com as crianças não é visto como “um momento de paz”.

Isso fica ainda mais evidente quando chegamos na época das férias escolares, o verdadeiro terror de muitos pais. É sempre aquele grande problema descobrir o que fazer com os filhos que vão passar mais tempo em casa. É comum vermos nos telejornais matérias dando opções aos pais de onde levar os filhos durante as férias. Programas educativos, museus, clubes, exposições, atividades mil que ocupem o tempo das crianças e as tirem de dentro de casa, mesmo nos fim de semana, enquanto os pais podem estar ausentes realizando suas atividades cotidianas ou, simplesmente, tendo alguns momentos de paz.

Todo este cenário pode ser observado mesmo por quem não tem filhos ou não seja educador. Basta observar a sociedade em que vivemos. Ao deparar-me com o salão de beleza para meninas de 3 a 10 anos, não pude deixar de imaginá-lo como símbolo mais que apropriado de uma sociedade que prefere pagar, e pagar caro, para que alguém passe tempo com seus filhos. Como professor e educador do filho alheio, convivo com isso cotidianamente. Há mesmo uma queixa constante entre diretores, coordenadores pedagógicos e de todo o professorado à respeito dos pais que não conseguem passar os valores básicos do convívio social para suas crianças, acreditando que isso é dever das escolas.

Além dessa, há outra crítica explícita no meu status, que é a sexualização precoce das meninas. Cada vez mais cedo vemos crianças de 3, 4 ou 5 anos se fantasiando de mulheres. Linhas de maquiagens sendo desenvolvida por empresas de cosméticos para atenderem crianças com menos de dez anos. Crianças nessa faixa etária tingindo cabelos, falando de cirurgias plásticas, desejando ter o corpo mais assim ou mais assado, praticando o bullying com “gordinhas” ou “feinhas” que não se adaptam ao modelo de beleza que constantemente veem na televisão ou em suas próprias bonecas. Ou seja, uma sociedade na qual mulheres menores de idade são objetificadas até mesmo com mais frequência do que as adultas.

Segundo notícia da Reuters divulgada pelo Estado de S. Paulo, entidade estadunidense alerta para sexualização das meninas na TV. Na reportagem, é tocante o depoimento da ex-modelo Nicole Clark, que fez um documentário em 2008 intitulado “Cover Girl Culture: Awakening the Media Generation”.

“Nossas meninas estão sendo objetificadas sexualmente a partir dos 6 anos”, disse Clar, que está grávida e chorou diversas vezes durante a apresentação. “Como que as coisas ficaram tão loucas?”.

“Executivos do mundo televisivo estão roubando a inocência das crianças — se alimentando delas — disse, e suas vítimas não são fortes o suficiente para rejeitar as mensagens destrutivas.”

Nos Estados Unidos, recentemente, a Walmart anunciou uma linha de cosméticos dirigida a crianças de 8 a 12 anos. Faixa etária que a gigante dos supermercados chama de “Tween”, e que movimenta cerca de 24 milhões de dólares por ano em produtos de beleza. Uma sexóloga e escritora consultada pela rede de TV ABC, dos Estados Unidos, lembrou sobre o estímulo precoce à vaidade:

“Não há problema em se maquiar para imitar as mães”, declarou Logan Levkoff . “Mas estamos criando uma geração que mede seu valor apenas pela aparência”.


Enfim, ao deparar-me com o tal salão de belezas para crianças, não pude deixar de imaginá-lo como símbolo de uma sociedade doente que odeia conviver e passar tempo com suas crianças. A pergunta final que ainda bate em minha cabeça é: quando foi que passamos a odiar nossas crianças? Continuaremos a deixá-las de lado ao invés de integrá-las de fato em nossa sociedade?


Rogerio Beier
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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A Sagrada Escritura nega a Reencarnação


A morte é uma conseqüência do Pecado Original. Quem nos traz a vida, novamente, é Nosso Senhor Jesus Cristo, através da Redenção.

Não há segunda chance, como está em S. Paulo: “Está decretado que o homem morra uma só vez, e depois disto é o julgamento” (Hb 9, 27). “Assim o homem, quando dormir, não ressuscitará, até que o céu seja consumido, não despertará, nem se levantará de seu sono” ( Jó, XIV,12).

A doutrina espírita, com o seu reencarnacionismo, defende que o homem é o seu próprio salvador. Cada um se “auto-salva” através da iluminação progressiva. Portanto, há uma negação da Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A tese de que S. João Batista é Elias reencarnado, como eles defendem, não procede, visto que S. João respondeu peremptoriamente a uma comissão de judeus que o interrogavam a respeito: “Não sou Elias” (Jo.1 , 21)

Depois, na própria Transfiguração do Tabor, apareceram Elias e Moisés. Ora, pela tese espírita, o espírito toma a forma do último corpo que habitou. Como S. João já havia morrido, não seria possível ele aparecer como Elias…

As palavras de Nosso Senhor só podem ser entendidas no sentido que a Igreja ensina, ou seja, que S. João Batista era como um outro Elias. Se assim não for, a Bíblia estaria em contradição e a própria tese espírita-cristã ficaria sem fundamento.

A morte é, pois, uma conseqüência do pecado e um castigo sobre os homens, que precisam da graça que nos vem através da Redenção.

Onde está escrito que a Ressurreição será em nosso mesmo corpo?

A Ressurreição da carne é um dogma católico constante no Credo. Base da Fé católica.

Na Sagrada Escritura, são inúmeros os trechos que afirmam, explicitamente, a ressurreição de nossa mesma carne.

Jó, no meio de seus sofrimentos (com sua carne já corrompida pela lepra), consolava-se com a lembrança da sua futura ressurreição (Jó, 19, 35), os irmãos Macabeus também (II Mac. VII, 2). Marta também disse a Nosso Senhor: “Sei que meu irmão há de ressurgir na ressurreição que haverá no último dia” (S. Jo. 11, 24).

Não apenas os santos ressuscitarão, mas também os réprobos, como se lê em S. João (5, 28), S. Mateus (25, 31).

Além disso, a ressurreição de todos os homens será instantânea e universal (1 Cor. 15, 62).

Nosso Senhor Jesus Cristo declarou muitas vezes que ressuscitaria os mortos: “Virá uma hora em que todos os que se acham nos sepulcros ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que obraram bem, sairão para a ressurreição da vida; mas os que obraram mal, sairão para a ressuscitados para a condenação” (S. Jo. 5, 28). E: “O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (S. Jo. 6, 55).

Cristo provou, diversas vezes, que tem o poder de ressuscitar os mortos e nos disse: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo. 11, 25). Ao mesmo tempo, se só a alma fosse punida ou recompensada, a retribuição aos méritos dos homens não seria perfeita. Diz Tertuliano: “porque muito boas obras, como o jejum, a castidade, o martírio, não podem ser realizadas senão por meio do corpo, é pois justo que ele participe da felicidade da alma”.

“Quando, diz Teodoreto, se levanta uma estátua a um general vitorioso, gosta-se de o representar com a armadura que usava no combate; e a alma não deveria ser glorificada no corpo em que venceu o seu inimigo?” “A retribuição é, pois, a razão última da ressurreição” (Tert). Depois, Cristo quis salvar o homem todo, em corpo e alma; se, portanto, pelo seu sacrifício só tivesse salvado a alma, sem o corpo, a redenção seria incompleta (Tert.); o demônio, na sua obra de destruição, teria sido mais poderoso que Cristo na sua obra de restauração; isto é impossível: o triunfo de Cristo foi completo. “Por um só homem entrou a morte no mundo, e por um só homem a ressurreição” (1 Cor. 15, 2). (apud. Francisco Spirago “Catecismo Popular”)

Podemos transcrever citações múltiplas na mesma linha, o que não deixa margem à dúvidas em relação à ressurreição da carne: “Este [corpo] corruptível revestirá a incorruptibilidade e este [corpo] mortal, a imortalidade” (1 Cor. 15, 52).

“Nós teremos, portanto, os mesmos corpos e não outros novos, a fim de que um receba o que é devido às boas ou más ações que houver praticado enquanto andava revestido do seu corpo” (2 Cor. 5, 10).

Filosoficamente, explica Santo Tomás de Aquino: “Ainda que dentro de 10 ou 12 anos todas as moléculas materiais do nosso corpo hão de estar mudadas, o nosso corpo conserva-se idêntico a si próprio, porque o princípio, a substância são os mesmos; assim os corpos ressuscitados conservarão a sua identidade, ainda quando todas as moléculas materiais lhes não fossem restituídas” (Santo Tomás de Aquino).

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Uma Igreja crucificada

A via-crucis da Igreja de Cristo não sugere a sua morte, mas sua ressurreição.

A dolorosa via-sacra da Igreja de Cristo parece atravessar uma de suas piores tormentas destes dois milênios de história. A velha barca de Pedro segue seu percurso e assim refaz os passos do Mestre, cheio de cruzes, quedas e mortificações. De um ambiente afável, no qual a fé cristã encontrava mãos estendidas para acolhê-la, passou-se a uma esfera hostil, na qual punhos cerrados estão a todo instante desferindo seus golpes, seja com pedras e tochas de fogo em Catedrais, seja com calúnias e zombarias nas manchetes da imprensa. É uma situação dramática que suscita, acima de tudo, almas virtuosas, de vidas limpas e inteligências simples, que tenham a ousadia de pôr termo ao suicídio da sociedade que se avizinha e ameaça arrastar consigo a própria Igreja e o seu futuro.

No deserto que forjou a santidade de Santo Antão, a fumaça que cobre os céus do Egito, decorrente dos incêndios premeditados contra igrejas cristãs, lembra a caçada de Nero aos primeiros filhos do cristianismo e obriga o Santo Padre, não sem peso no coração, a reconhecer que "o tempo dos mártires não acabou". É a tragédia anunciada da primavera árabe, que se ergue em sangue e fogo contra aqueles que consideram seus inimigos. Milhares de cristãos mortos e templos profanados são o saldo até o presente momento da aventada libertação. E enquanto o morticínio caminha sem freios nas areias do Oriente Médio, no novo mundo o silêncio cínico da classe falante mantém-se inquebrantável e logo confirma a frase do tantas vezes caluniado - por essas mesmas pessoas, importante frisar - Pio XII: "Nada se perde com a paz, tudo se perde com a guerra".

A intelligentsia modernista, ávida a cumprir o projeto gramsciano de dominação, cujos princípios se aglutinam à estratégia de infiltração da Igreja e esvaziamento de seu conteúdo espiritual tradicional, a fim de transformá-la num palanque político, não poupa esforços no trabalho de corrupção de valores e distorção de palavras. Cospem todo tipo de bobagens, mesquinharias e intrigas, ora se fazendo de amigos, ora ladrando como verdadeiros cães de briga, sobretudo quando a eles se contrapõe à objetividade e à clareza do Magistério dos Papas. Da boca de um deles, a confissão reveladora: "Zombaremos de Jesus, mas não de Maomé".



E se fora dos muros da Igreja prossegue o colapso, dentro dela não é diferente. De repente, os mais ferrenhos inimigos do papado e da Sã Doutrina se convertem nos mais profícuos papistas, pontificando novos dogmas e teorias que nem de longe se assemelham ao pensamento do Sumo Pontífice. Ao mesmo tempo, pululam os oráculos da verdade que, cheios de certeza, imputam a dúvida a qualquer gesto e palavra de Roma, menos às suas próprias ideias e concepções que, para eles, são a genuína expressão do catolicismo e, portanto, questioná-las seria flertar com a heresia. Assim, tencionam objeções entre um e outro Papa, como se estes fossem antagonistas e não sucessores do mesmo Apóstolo e Chefe da Igreja. Louvam a pobreza, mas continuam ricos, exaltam a humildade, mas vivem na soberba, sempre teorizando suas análises de conjuntura e deleitando-se com a crítica impiedosa, cuja base verifica-se mais nas cartilhas ideológicas marxistas e liberais do que no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Essas sombras perturbadoras às quais Paulo VI se referiu como "fumaça de Satanás" fragilizam a fé de inúmeros católicos e provocam a incerteza. Sobra alguma chance para a Boa Nova de Cristo? É preciso dizer que sim. Se a Barca de Pedro "parece uma barca que está para afundar, uma barca que mete água por todos os lados"01e ameaça ruir sob os golpes simultâneos tanto dos de fora, quanto dos de dentro, no extremo oposto, há quem permaneça fiel à promessa irrevogável de Cristo de que "as portas do inferno não prevalecerão", como permaneceram todos os santos ao longo desses dois mil anos. E se há aqueles que propagam o desânimo e a moleza, há também aqueles que ainda ousam fazer guerra ao inferno com a Palavra de Deus.

Foi o enfrentamento bárbaro contra as heresias que obrigou a Igreja, no decurso de sua peregrinação nesta terra, a sair do comodismo e do estado de letargia no qual ameaçava cair de tempos em tempos. Desse processo de renovação, sempre emergiu uma espiritualidade nova, radicada na fidelidade e na disciplina, cuja sensibilidade pastoral se revelava ainda mais penetrante que no passado. Pode-se dizer, assim, que as palavras de São Paulo se confirmam em todas essas circunstâncias: "É necessário que entre vós haja partidos para que possam manifestar-se os que são realmente virtuosos" (Cf. I Cor 11, 19). Este é, para desgraça dos hereges e, por conseguinte, do diabo, o paradoxo de uma instituição guiada pelo Espírito Santo: não importa o número de cruzes, pois ao terceiro dia, sempre haverá a ressurreição!


Anistia Internacional pede que governo tome medidas que garantam segurança dos cristãos coptos


A Anistia Internacional pediu nesta terça-feira às autoridades egípcias, que tomem “medidas imediatas” para garantir a segurança dos cristãos coptos no Egito, diante de um “aumento sem precedentes” da violência sectária em todo o país.

“É uma negligência grandiosa que as forças de segurança egípcias tenham fracassado na hora de evitar estes ataques sectários e em proteger os cristãos coptos”, afirmou hoje o Diretor Adjunto do Programa da Anistia Internacional para o Oriente Médio e África do Norte, Hassiba Hadja Sahraui.

A organização pediu que os ataques contra os cristãos coptos no Egito sejam investigados e que os responsáveis sejam levados diante de um tribunal. Os ataques começaram após os enfrentamentos ocorridos na quarta-feira passada entre o exército egípcio e manifestantes da irmandade Muçulmana favoráveis ao deposto Presidente Morsi.

“Na atual situação política, tanto as autoridades egípcias como as lideranças da Irmandade Muçulmana fracassaram de maneira vergonhosa na hora de evitar e conter os ataques indiscriminados contra os cristãos coptos”, observou Sahraui.



Segundo o responsável da Anistia Internacional, “condenar a violência não é suficiente” e os “trágicos ataques não surpreenderam, dada a linguagem sectária e incendiária usada por alguns simpatizantes do deposto Presidente Mohamed Morsi”. “Os ataques contra os cristãos coptos devem ser investigados e os responsáveis devem ser levados à justiça”, defendeu.

A comunidade copta sofreu agressões no Egito desde o início dos distúrbios no Cairo, em 14 de agosto passado. Alguns cristãos foram assassinados e igrejas, mosteiros, hospitais, casas e negócios foram atacados e queimados.



Segundo a Anistia internacional, 38 igrejas foram incendiadas e 23 sofreram danos parciais em todo o país. Também dezenas de casas e negócios foram saqueados ou queimados. Somente na Província de Minya, onde a situação é “especialmente desesperadora”, foram registrados mais de 20 ataques contra igrejas enquanto outros aconteceram em Alexandria, na Província de Assiut, na cidade de Beni Suef, Fayum, Gida, Norte do Sinai e Suez. (JE)
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Cristãos vivem dias de terror, depois de onda de violência da semana passada no Egito


É imensa a lista de igrejas, casas e lojas de cristãos que foram alvo de ataques, na semana passada, instigados pela Irmandade Muçulmana que acusa a comunidade cristã de ser responsável pelo afastamento do presidente Mohammed Mursi pelos militares. 

Segundo o padre Rafic Greiche, porta-voz da Igreja Católica no Egipto, há pelo menos 49 igrejas queimadas (ortodoxas, católicas e protestantes) – número que pode crescer, consoante os relatos, até a cerca de uma centena – e dezenas de assaltos confirmados a instituições, mosteiros, escolas e lojas de cristãos, desde o Suez, a Minya e de Sohag a Assuit.

Para já, e apesar de uma relativa acalmia, segundo o Bispo copta-católico Kyrillos William, de Assiut, “os cristãos continuam fechados em casa, receosos do que lhes possa acontecer”.

Em declarações à Fundação AIS, D. William acusa os países ocidentais de ignorarem os ataques de que a comunidade cristã tem vindo a ser alvo. “Os governos ocidentais não vêem a realidade que se está a passar aqui”, sublinhando que “um grupo de terroristas usou armas contra nós. [Os governos ocidentais] não deveriam apoiar isto”.

E acrescentou: “Os [Irmãos Muçulmanos] pensam que os Cristãos são a causa do afastamento de Mursi. Mas os Cristãos não estavam sozinhos. 35 milhões de pessoas saíram para as ruas para se manifestarem contra Mursi…” E conclui, afirmando que, neste momento, “os Cristãos estão a ser castigados” e transformaram-se no “bode-expiatório” de toda esta situação, destacando, porém, o apoio verificado pela maioria da população muçulmana, assim como das autoridades.

Ontem, o Patriarca Copta-Católico Ibrahim Sidrak, de Alexandria, emitiu um comunicado apelando “aos esforços de todos na protecção da nossa pátria”.


Também D. William sublinhou a necessidade de não se confundir a população muçulmana moderada com os radicais islâmicos. “O nosso povo é próximo dos Muçulmanos moderados. Quando os fundamentalistas vieram em perseguição dos Cristãos na parte antiga da cidade [de Assiut], os Muçulmanos afastaram-nos recorrendo às armas. Noutras cidades, Cristãos e Muçulmanos vieram proteger as igrejas e aí ficaram durante todo o dia”.


Por sua vez, o Bispo de Giza, Aziz Muna, em declarações à Rádio Vaticano, não teve dúvida em afirmar que os ataques contra a comunidade cristã foram perpetrados pela Irmandade Muçulmana e que este movimento político está ligado à organização terrorista Al Qaeda e ao Hamas.

Segundo este prelado, os Irmãos Muçulmanos acreditavam que, “atacando as igrejas, os Cristãos entrariam em conflito com o Governo e o Exército, e que assim explodiria a desordem em todo o país”.

D. William reconhece que os ataques eram de alguma forma previsíveis, “mas não a este nível de brutalidade”. “Em Luxor, no dia 16 - recorda o Bispo D. Joannes Zakaria, à Fundação à AIS -, um protesto islâmico assumiu proporções assustadoras quando os extremistas tentaram forçar a entrada na residência episcopal e incendiá-la, mas as forças armadas intervieram “e salvaram-nos, graças a Deus”. Neste momento, todas as igrejas estão fechadas. “Eu, os sacerdotes, as religiosas e os leigos não podemos deslocar-nos. Ficamos em casa para evitar qualquer espécie de violência.”


O Bispo D. Zakaria apelou, também através da Fundação AIS, às orações dos cristãos de todo o mundo. “Precisamos da oração de todos para resolvermos os nossos problemas. É o futuro das nossas crianças que nos preocupa, para que bons Cristãos e Muçulmanos possam viver juntos.”
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'Renunciei porque Deus me disse', disse Bento XVI


Talvez ele precisasse de respirar um ar diferente daquele dos Jardins do Vaticano, ou, ao terminar o verão, ele quisesse rever a casa onde passou oito verões e apreciar a vista do Lago Albano. O fato é que Bento XVI se permitiu uma curta viagem até Castel Gandolfo, vila que é a residência de verão dos papas desde o papa Urbano VIII, onde passou os primeiros dois meses após a renúncia do ministério petrino.

O papa emérito - de acordo com relatos de fontes do Vaticano - passou cerca de três horas na cidade, caminhou nos jardins do palácio, recitou o rosário e assistiu a um concerto de piano. Retornou à noite para o mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano, onde decidiu viver "escondido do mundo" após a decisão histórica de 11 de Fevereiro.

Acompanharam Bento XVI seus “anjos da guarda": as memores domini, Loredana, Carmela, Cristina e Manuela, quatro leigas consagradas, do movimento Comunhão e Libertação, que cuidavam do apartamento, da capela e do guarda-roupa de Ratzinger nos anos de seu pontificado, e continuam a ajudá-lo, mesmo agora, após a renúncia.

Papa Francisco teria"cedido" o lugar ao predecessor, convidando-o para passar o verão, nas colinas Albani, já que ele ficaria em Roma por "compromissos de trabalho". O papa emérito recusou o convite, evitando assim o possível rumor de uma transferência e mantendo o perfil discreto.

Cerca de seis meses após o anúncio que chocou o mundo, a decisão de Ratzinger de viver uma vida oculta ainda suscita reflexões e questionamentos. Alguns tiveram o privilégio de ouvir dos lábios do papa emérito as razões desta escolha. Apesar da vida de clausura, Ratzinger concede, esporadicamente, e apenas em certas ocasiões, algumas visitas muito particulares no Mater Ecclesiae. Durante estes encontros, o ex-pontífice não revela segredos, não faz declarações que podem pesar como "as palavras do outro papa”, e mantém a discrição que sempre o caracterizou.

No máximo observa com satisfação as maravilhas que o Espírito Santo está fazendo com o seu sucessor, ou fala sobre si mesmo, de como a escolha de renunciar foi inspiração de Deus.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Carta ao Papa Francisco


Precisamos de um Papa disposto ao martírio para salvar 
os cristãos perseguidos no mundo, e não entregue à busca 
de popularidade mesmo entre os fãs de futebol.


Muito amado Papa Francisco,

Estou escrevendo para você de uma maneira tão familiar, porque neste momento eu estou convencido de que você gosta de ser uma pessoa comum, sem enfeites, sem jóias e sem capa de arminho, uma pessoa comum, como muitas outras, uma pessoa comum como muitos vêem o futebol, uma pessoa comum como muitos falam tão agradavelmente no avião, uma pessoa comum como várias outras pessoas, nós precisamos de um papa!

Desculpe-me querido Papa Francisco, vou chamá-lo de Santidade, eu acho que você é uma pessoa maravilhosa, o vizinho perfeito, mas nós precisamos de um Papa! Os cristãos estão sendo mortos como cachorros, Santidade, entre um jogo de futebol e outro, entre um beijo em uma criança com deficiência e outra, poderia fazer algo para combinar mais com o seu papel? Somente nas últimas horas já queimaram 10 igrejas no Egito. Você poderia fazer alguma coisa? 

Você pode obter o seu enfeite, as suas jóias e capa de arminho, que não são entulhos, Santidade, mas são símbolos de 2000 anos de história, e com estas vestes ir para o Egito em vez de assistir ao futebol? Há apenas Balotelli, que quer tanto falar com você, eles também são os pastores da Igreja Católica na Nigéria, que têm algo a dizer àqueles que sobreviveram. Quero dizer, para aqueles que morreram eu não tenho nada a dizer.


Numa época em que o Cristianismo está sob ataque como nunca antes, nós, Vossa Santidade, nós precisamos de um papa. Precisamos de alguém como o primeiro problema, em nome da Páscoa dos cristãos mortos na Nigéria e cristãos massacrados no Paquistão, porque os mortos, Santidade, eram homens e porque, em seu martírio também morre a liberdade e a dignidade do homem. 

Santidade, eu não pretendo lhe ensinar o ofício, eu entendo que você é um profissional no que diz respeito ao Cristianismo e eu sou apenas um amador, mas às vezes acontece que os amadores julgam com mais clareza. Por exemplo, a arca de Noé foi construída e pilotada por um amador, enquanto o Titanic foi construído e dirigido por profissionais. Eu não quero dar azar e fazer esta comparação, mas tenho a impressão de que o Cristianismo é como o Titanic. O iceberg é o chamado Islam. Você disse que é muito bom e espiritual, e se o disse você que é um especialista, seja assim. Porém, também foi um especialista, e um dos melhores, o capitão do Titanic. Por sua vez, São Pedro era um pescador amador até a metade de sua vida, sem nenhum estudo teológico, um patinho feio quando comparado a você. 

Para os romanos, São Pedro disse que, como seres humanos, eram irmãos, filhos do mesmo Deus, mas que sua religião era falsa. Sua tarefa era convertê-los ou morrer tentando convertê-los para a verdadeira fé, e não encontrar qualidades em uma falsa fé, pois que aqueles que nasceram dentro desse barco nunca mais o abandonaram. Ele morreu na tentativa, mas finalmente os converteu. Esse não deveria ser o seu papel: converter ao Cristianismo ou morrer tentando?

Em Lampedusa, você deve pronunciar uma única frase:
“Trago o amor de Deus”.

Durante todo o Alcorão a palavra amor não aparece sequer uma vez. Seria o suficiente!

Em Lampedusa, você inclinou-se para a "espiritualidade" do Ramadã, você se curvou diante do Islã, e você representa Cristo. Quem representa Cristo não se curva a ninguém.

Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.

Eu sou o caminho, a verdade e a vida, mas não importa que você apele para a evangelização, ou melhor, para fazer prosélitos, como se todas as religiões fossem iguais? Santidade, no meu Evangelho não está escrito isso. Ou você tem um evangelho diferente ou há um excesso de profissionalismo esmagador.

Para os romanos, São Pedro disse certamente que eles eram irmãos, mas a sua religião era falsa. Preferiu morrer a deixar de afirmar isto.

Santidade, as pessoas estão morrendo, pessoas morrem assassinadas cruelmente enquanto você vai assistir ao futebol.

Nós precisamos de um papa. Alguém que seja o herdeiro de Jesus Cristo e São Pedro, alguém que está disposto a ser odiado. Porque aqui está o cerne da questão: Jesus foi morto por pessoas que o odiavam. Quem luta por uma causa será odiado! Foram odiados também Martin Luther King e Gandhi, tão odiados que eles foram mortos. Certamente os profetas foram líderes desarmados e intolerantes. Quem tolera tudo e ao contrário de tudo, com um sorriso alegre no rosto, é conivente. Nós não podemos ser amados por todos, se lutarmos por algo. Se bem me lembro, também está escrito nos Evangelhos: “Não temais os que vos odeiam”. Seu antecessor foi muito odiado. Inclusive ele foi condenado à morte, com uma fatwa, depois do discurso de Ratisbona. Osama Bin Laden declarou sua morte.

Você é amado por todos, Santidade. Tens a certeza que isso é uma virtude? Eu acho que é hora de ser odiado. Coloque todos os seus adornos e símbolos com mais de 2000 anos de história, que não são entulhos, e com todo o peso desses 2000 anos, vá para o Cairo, e no Cairo lute por todos os cristãos coptas e chore por suas igrejas queimadas e, em seguida, vá para a Síria e o Paquistão. Então, se você tiver tempo, você pode até mesmo ir ao jogo de futebol, porém, não creio que o tempo o permita. Este é o momento mais sombrio do Cristianismo desde o início dos tempos. Nós precisamos de um papa.


Silvana de Mari 
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Tradução para o português com ajuda do google tradutor.
Disponível em: Espada Catolica