quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Encontro com Corpo Diplomático explica posição da Santa Sé sobre a Síria


Tendo em vista o Dia de Jejum e Oração pela paz na Síria e a Vigília convocados pelo Papa Francisco para o próximo sábado, na Praça São Pedro, a Secretaria de Estado convidou os embaixadores acreditados junto à Santa Sé para uma reunião, realizada na manhã desta quinta-feira. Estiveram presentes 71 embaixadores, ou seja, quase a totalidade do Corpo Diplomático que mora em Roma. O Secretário para a Relação com os Estados, Dom Dominique Mamberti, explicou ao Corpo Diplomático o significado desta iniciativa. Ele estava acompanhado de Dom Camilleri, Dom Ortega e o Chefe do Protoclo, Dom Bettencourt.

Dirigindo-se aos Embaixadores presentes, Dom Mamberti disse que o sincero apelo do Papa Francisco “se faz intérprete do desejo de paz que sobe de todas as partes da terra, do coração de cada homem de boa vontade. Na concreta situação histórica marcada pela violência e pela guerra em muitos lugares, a voz do Papa se eleva em um momento particularmente grave e delicado do longo conflito sírio, que já viu muito sofrimento, devastação e dor aos quais se somam as tantas vítimas inocentes dos ataques de 21 de agosto passado, que suscitaram na opinião pública mundial horror e preocupação pelas conseqüências do possível emprego de armas químicas”.


Ao falar das diversas reações a nível mundial a tais atos, o Secretário para a Relação com os Estados recordou o apelo do Santo Padre feito no Angelus do último domingo, quando foi taxativo ao afirmar que “existe um juízo de Deus e também um juízo da história sobre nossas ações ao qual não se pode escapar!”. Após, falou da resposta e atenção da Santa Sé, desde o início do conflito, “ao grito de ajuda que chegava do povo sírio”, caracterizadas pela “consideração à centralidade da pessoa humana, independente de etnia ou religião”.

Também foram lembrados aos Embaixadores os inúmeros apelos pela paz feitos por Bento XVI por ocasião da Bênção Urbi et Orbi e no discurso ao Corpo Diplomático em 7 de janeiro de 2013, assim como as tantas referências a esta tragédia humanitária feitas pelo Papa Francisco desde o início de seu pontificado, em particular o seu primeiro apelo feito na Mensagem Urbi et Orbi na Páscoa. Dom Mamberti recordou ainda os pronunciamentos feitos pelos Observadores Permanentes da Santa Sé na ONU, quer em Nova York, quer em Genebra, assim como as intervenções do Núncio Apostólico em Damasco, Dom Mario Zenari e a missão conduzida pelo Cardeal Robert Sarah, por ocasião do Sínodo dos Bispos.

O Secretário para a relação com os Estados reitera as posições da Santa Sé diante desta trágica situação que já provocou mais de 110 mil mortos, mais de 4 milhões de deslocados internos e mais de 2 milhões de refugiados em outros países, ou seja, a prioridade de cessar imediatamente toda violência, o apelo para que as partes envolvidas superem a cega contraposição e busquem a via do encontro e da negociação e a urgência no respeito ao direito humanitário.

A Santa Sé defende alguns elementos que considera essencial para o futuro da Síria, como a retomada do diálogo entre as partes para a reconciliação do povo sírio, a preservação da unidade do país e a garantia da integridade territorial. Ademais, reitera que os responsáveis pelo país no futuro, garantam lugar para todos, em particular para as minorias, incluindo os cristãos, no respeito dos direitos humanos e da liberdade religiosa.

Por fim, Dom Mamberti observa que “causa particular preocupação a presença crescente na Síria de grupos extremistas, frequentemente vindos de outros países”, considerando relevante exortar a população e grupos da oposição “a tomarem distância de tais extremistas, de isolá-los e de oporem-se abertamente e claramente ao terrorismo”. 


Após o pronunciamento de Dom Mamberti, 12 embaixadores de diversas partes do mundo pediram para serem aprofundados alguns pontos, ou melhor esclarecidos. (JE)
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Taxista decapitado por ter crucifixo pendurado no espelho


No dia em que a Igreja celebra a memória litúrgica de São João Batista, chega do Egito a notícia de um novo mártir decapitado por seu amor à fé cristã. É Rafaat Aziz Mina, motorista de táxi, nos seus vinte anos, de Alexandria, massacrado na rua, em 16 de agosto, por uma multidão de radicais muçulmanos, porque tinha pendurado no espelho de seu táxi um crucifixo.

A triste notícia foi relatada por fontes locais à agência Ásia News, que afirma: "As histórias contadas pelas vítimas dos ataques assustam e pesam nos corações de toda a população egípcia". O assassinato do jovem ocorreu no contexto dos ataques contra sit-in, no Cairo.

Em um vídeo amador filmado por um morador (assista ao final desta matéria) vê-se uma multidão bloqueando o carro para controlar os passageiros. Quando o táxi de Aziz foi parado, um manifestante viu a cruz pendurada no espelho. As imagens mostram como, em um curto espaço de tempo, o menino foi arrastado para fora do carro a chutes e socos. Os golpes causaram a morte do jovem após alguns minutos. No entanto, os extremistas continuaram a agredir o corpo sem vida com cuspes e pontapés, até completar a execução por decapitação do cadáver que foi abandonado na calçada.



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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

3000 jovens das dioceses da Itália vão ao Vaticano rezar pela paz

Encontro "Eu Creio em Ti, tudo fala de Ti"

Começava o Ano da Fé e, na Praça de São Pedro, como já tinha acontecido havia cinquenta anos, a Ação Católica portava tochas acesas para mostrar a beleza de Deus e da Igreja e a beleza de se caminhar juntos. Em 6 e 7 de setembro de 2013, 3.000 jovens e crianças da Ação Católica italiana, acompanhados pelos seus educadores, se reunirão em Roma para concluírem juntos o caminho começado um ano atrás com toda a associação.

Nos últimos meses, os jovens da Ação Católica em toda a Itália refletiram sobre o dom da plenitude da alegria que o encontro com Cristo oferece a todos, sobre a beleza de compartilhar essa alegria com os outros, sobre a importância de contar para todos sobre o encontro pessoal com Jesus. Com esse espírito, todas as regiões da Itália, de maneiras diferentes, vêm vivendo as celebrações conclusivas desse caminho. Foram escolhidos 4 ou 5 representantes de cada uma das cerca de 200 dioceses italianas para ir a Roma como representantes da AC, assim como jovens do Fórum Internacional da Ação Católica da Argentina, Burundi, Romênia, Espanha e Terra Santa. Mais de 2.000 jovens da AC das dioceses do Lácio também participarão.


O encontro "Eu creio em ti, tudo fala de ti" começa nesta sexta-feira, 6 de setembro, com a peregrinação ao túmulo de São Pedro e com a profissão de fé, guiada pelo cardeal Angelo Comastri, vigário geral do papa Francisco para a Cidade do Vaticano.

No dia seguinte, 7 de setembro, os jovens começam a maratona de oração que o papa Francisco pediu pela paz na Síria, no Oriente Médio e em todo o mundo.

O Santo Padre enfatiza que esse dia de jejum e de oração é "para toda a Igreja". A Ação Católica quer envolver também os pequenos, para que eles possam fazer a sua própria contribuição.


Ainda na manhã de sábado, na Gruta de Lourdes nos Jardins do Vaticano, as crianças e jovens da AC terão um encontro sobre a fé e sobre o legado do concílio Vaticano II com o cardeal Agostino Vallini, vigário geral para a diocese de Roma; com dom Domenico Sigalini, assistente geral da Ação Católica; com Franco Miano, presidente da AC na Itália; com Anna Teresa Borrelli, responsável nacional da AC na Itália; e com o pe. Dino Pirri, assistente central da AC. À tarde, no Castelo Sant'Angelo, a AC organiza um espaço de jogos, música e testemunhos para mostrar também à cidade de Roma a bela Igreja do concílio.
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Fonte: ZENIT

Túmulo de São Francisco fica aberto até a noite desta sexta para quem quer rezar pela paz

Iniciativa é dos frades de Assis. No sábado, 7, vigília de oração em
Santa Maria degli Angeli simultânea à da Praça de São Pedro.

A Basílica Inferior de São Francisco de Assis permanecerá aberta nesta sexta-feira, 6 de setembro, de modo notavelmente excepcional, até às 22h, para que todos os fiéis possam rezar no túmulo do santo pela paz na Síria e por aqueles que são chamados a assegurar os caminhos da justiça no mundo.



No sábado, 7 de setembro, após a costumeira oração das vésperas, os frades se dirigirão a Santa Maria degli Angeli para uma vigília de oração organizada pelo bispo de Assis, dom Domenico Sorrentino , em comunhão com o papa Francisco.

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Fonte: Zenit

Fiéis em todo o mundo aderem ao dia de oração e jejum convocado por Francisco


Aumentam de hora em hora as adesões ao dia de oração e jejum pela Síria, convocado pelo Papa Francisco para o próximo sábado. Inúmeras organizações e expoentes religiosos manifestam publicamente a sua participação.

Congregações como o Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME), a Obra Dom Orionee os salesianos, movimentos como a Renovação no Espírito, Pax Christi e Focolares já divulgaram comunicados aderindo à iniciativa.

A Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa fez o mesmo, fazendo votos de que “cada ordinário na sua diocese, eparquia ou exarcado, cada pároco em sua paróquia e com os seus paroquianos, cada superior/a de Instituto religioso, possa organizar o dia como mais lhe convém, na esperança de que “o eco das orações que saem de nossos lábios possa cobrir o barulho dos tambores da guerra”.

O Arcebispo metropolitano sírio-ortodoxo de “Jazirah e Eufrates”, Eustathius Matta Roham, afirmou que ele e toda a sua comunidade “aderem com convicção ao apelo do Papa”. Para afastar males como a guerra e a violência, o Arcebispo recorda o trecho do Evangelho de Mateus (Mt 17,21): “Esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum”.


Nas Filipinas, o Card. Luis Antonio Tagle convidou todos os párocos e os reitores de santuários da Arquidiocese de Manila a celebrarem a missa da manhã de sábado, 7 de setembro, com a intenção especial pelo povo sírio, encorajando os fiéis a uma hora de Adoração eucarística depois da missa. Em todas as dioceses, estão sendo organizados encontros de oração e jejum pela paz.

Em Assis, cidade que receberá o Papa em outubro, a Basílica Inferior de São Francisco de terça a sexta feira permanecerá aberta até as 22h para permitir que os fiéis rezem sobre o túmulo do Santo pela paz na Síria. Além disso, no sábado, os frades realizarão uma vigília de oração em Santa Maria dos Anjos em comunhão com o Papa Francisco.

A Secretaria de Estado do Vaticano convidou os embaixadores junto à Santa Sé para um encontro quinta-feira de manhã, de modo que possa informar ao corpo diplomático o significado da iniciativa e contatou também todas as Conferências Episcopais do mundo com a mesma finalidade. Já os dicastérios vaticanos se mobilizaram contatando os referentes de outras Igrejas e confissões religiosas.
O programa para sábado ainda está sendo definido. A Praça S. Pedro estará aberta a todos, a partir das 16h30, hora local, sem necessidade de bilhete. A chegada do Papa está prevista para as 19h. Haverá a entronização da imagem mariana do "Salus populi romani", a reza do terço e uma meditação do Pontífice com um renovado apelo pela paz. A conclusão está prevista para as 23h.


(BF)
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Fonte: News.Va

Grão Mufti deseja participar da Vigília de Oração com o Papa


O Grão Mufti da Síria, Ahmad Badreddin Hassou, líder espiritual do Islã na Síria, ficou profundamente tocado pelo apelo do Papa Francisco pela paz na Síria, feito no Angelus deste domingo. Ele manifestou o desejo de estar presente na Praça São Pedro no próximo sábado, por ocasião da Vigília de Oração pela paz na Síria anunciada pelo Papa Francisco.

Conforme referido pela Agência Fides, um pedido neste sentido foi enviado pelo líder islâmico ao Núncio Apostólico em Damasco, Dom Mario Zenari. Nos próximos dias será avaliada, por ambas as partes, a possibilidade de concretizar este desejo do líder islâmico. Se por razões de logística ou outra qualquer não for possível realizar a viagem, o Mufti disse à sua comunidade de Damasco “para acolher o apelo do Papa, estendido a todas as religiões, em rezar pela paz na Síria”. Os muçulmanos serão convidados a rezar pela paz no dia 7 de setembro, em comunhão e simultaneamente com o Papa, nas mesquitas em Damasco e em todo o território nacional.


Segundo o Mufti, “todos reconhecem que o Papa é um pai, que tem no coração o futuro de todo o povo sírio e quer proteger toda a sociedade síria, nos seus diversos componentes, para que não seja destruída pela divisão religiosa e por radicalismos”.

Os muçulmanos sírios veem o Papa como um “verdadeiro líder espiritual, livre de interesses políticos, individuais ou coletivos, como líder que fala pelo verdadeiro bem do povo sírio”.

Algumas fontes sírias indicaram que grupos muçulmanos, comunidades tribais, os drusos, os ismaelitas e outros componentes da sociedade síria unir-se-ão à oração pela paz na Síria.

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Por Rádio Vaticano

Dia de Oração pela Síria: qual o significado do jejum?


Para o Dia de Oração e Jejum contra a guerra na Síria, 7 de setembro, o Papa Francisco pediu também a participação de líderes de outras religiões. A iniciativa tem um precedente semelhante: em 2001, em seguida ao ataque às Torres Gêmeas, João Paulo II convidou os líderes religiosos de todo o mundo a irem juntos a Assis em 2002. E em preparação para o evento, a Santa Sé difundiu uma nota recordando que “o jejum ocupa um lugar importante em todas as grandes experiências religiosas”.
“A prática do jejum – diz o texto divulgado pelo Escritório das Celebrações Litúrgicas, naquela ocasião – facilita a abertura das pessoas a outro alimento: a Palavra de Deus e o cumprimento da vontade do Pai; está estreitamente relacionada à oração, fortalece as virtudes, suscita a misericórdia, implora o socorro divino, conduz à conversão do coração”.

“Sem a ajuda do Senhor é impossível encontrar uma solução para a dramática situação em que o mundo se encontra. Sem a conversão dos corações é difícil imaginar a cessação radical do terrorismo”. “A prática do jejum – lê-se na nota de 6 de dezembro de 2002 – se dirige ao passado, ao presente e ao futuro: ao passado como reconhecimento das culpas contra Deus e contra os irmãos, uma mancha que todos temos; ao presente, para aprendermos a abrir os olhos para os outros e para a realidade que nos circunda; e ao futuro, para acolher no coração as realidades divinas e renovar, a partir do dom da misericórdia de Deus, a comunhão com todos os homens e com a Criação, assumindo responsavelmente o dever de cada um de nós na história”.

Sobre as modalidades de jejuar, a nota ressalta que “do dia de jejum podem participar livremente todos os fiéis: os jovens, muito sensíveis à causa da justiça e da paz; os adultos, com a única exceção para os enfermos, e até as crianças, que podem renunciar a alguma coisa em favor de seus coetâneos mais pobres”.


“As tradições locais sugerem vários modos de jejuar: fazendo uma só refeição, comendo apenas pão e água, ou aguardando o por do sol para assumir alimentos. Os bispos devem também estabelecer um modo simples e eficaz para que o economizado com a privação do alimento se destine aos pobres, de modo especial aos que sofrem nestes momentos as conseqüências do terrorismo e da guerra”.
Enfim, a nota solicita um “sério exame de consciência dos cristãos sobre o compromisso de cada um em favor da paz”.


(CM)
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Fonte: News.Va

Patriarca Copta-católico: "ninguém pode justificar uma intervenção militar no Oriente Médio sob o pretexto de defender cristãos"


“Ninguém pode justificar uma intervenção militar no Oriente Médio com o pretexto de defender os cristãos. Isto agora vale para a Síria. Mas também no momento dramático vivido pelo Egito, são rejeitadas as instrumentalizações de quem convida os protagonistas da comunidade internacional a intervir com a desculpa de proteger os cristãos, atingidos pelo fanatismo sectário”. Foi o que declarou o Secretário do Patriarcado de Alexandria dos Coptas Católicos, Padre Hani Bakhoum.

“Como disse o Papa Francisco – acrescentou o sacerdote - não será uma intervenção armada que vai abrir o caminho para uma paz autêntica. A guerra chama guerra, o sangue chama sangue. Cada ação deste gênero não faz outra coisa, senão piorar a situação”.



Também no Egito os cristãos preparam-se para o Dia de Oração e Jejum pela paz na Síria convocada pelo Papa Francisco para o próximo sábado, 7 de setembro. Posteriormente, de 20 de setembro a 15 de outubro, o Patriarca da Igreja Copta-católica, Ibrahim Isaac Sidrack, visitará alguns países europeus com a intenção de descrever de maneira direta às Igrejas e à classe política local, as reais dinâmicas da atual crise egípcia e as linhas mestras seguidas pelos cristãos na fase de convulsão vivida pelo país. No tour europeu, o Patriarca Sidrack visitará a Suiça, a França, a Áustria e a Alemanha. (JE)
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Fonte: News.Va