I - O JUÍZO PARTICULAR ocorre imediatamente após a morte, e define se a alma vai para o Céu, inferno ou purgatório. Não há uma ação violenta de Deus, mas simplesmente a alma terá nítida consciência do que foi sua vida terrestre, e assim, se sentirá irresistivelmente impelida para junto de Deus (Céu), ou para longe da presença de Deus (Inferno) ou ainda para um estágio de purificação (Purgatório).
O JUÍZO FINAL ou UNIVERSAL é a tomada de consciência, do indivíduo e de todos os homens, das obras boas e más que cada um realizou. Note que é diferente do Juízo Particular. Neste, Deus revela a cada um, em foro privado, a pureza de intenção que definiu sua sorte no além. Já o Juízo Universal não se trata de uma segunda instância, pois o julgamento individual já ocorreu no Juízo Particular, mas simplesmente revelará a todos os homens os mistérios da história da humanidade e todos os efeitos positivos ou negativos das atitudes de cada um. Tudo será manifesto a todos.
Dia de triunfo da Verdade e da Justiça.
Após o Juízo Final segue-se o Tanque de Enxofre (Inferno) para os ímpios e o Paraíso para os justos.
II - Juízo particular e juízo final
Além do juízo particular, que acontece imediatamente depois da morte, a fé da Igreja diz que no fim do mundo será julgada toda a humanidade. Este segundo juízo será de todos e na presença de todos os homens, ao final dos tempos, e por isto é chamado de juízo final ou juízo universal.
Sentido do juízo final
O juízo final não mudará em nada a sentença estabelecida no juízo particular, mas servirá para que resplandeça a sabedoria e a justiça divina, para prêmio dos bons e castigo dos maus, também em relação ao corpo. Perante Cristo, que é a Verdade, será revelada definitivamente a verdade em relação a cada homem com Deus. O juízo final revelará até suas ultimas consequências o que cada um fez - bom ou mal- ou tenha deixado de fazer durante sua vida terrena.
O juízo final revelará que a justiça de Deus triunfa sobre todas as injustiças cometidas por suas criaturas e que seu amor é mais forte que a morte.
III - Diz S. Paulo que após a morte sucede-se o Juízo; trata-se do Juízo Particular e não do Juízo Final, quando ressuscitaremos. No Juízo Particular encontramos o nosso destino até o final dos tempos: a salvação (indo diretamente para o céu ou passando por um purificação preliminar) ou a condenação (indo para o inferno).
Consideremos, então, que o Senhor viesse hoje: todos os mortos - justos (inclusive os que estavam no purgatório) e injustos - ressuscitariam (cf. At 24,15) e seriam julgados - publicamente - juntamente com aqueles que se encontravam vivos; então o que cada um tiver feito será revelado diante de todos e haverá apenas 2 destinos finais: a Vida Eterna (para os justos) e o castigo eterno (para os injustos). Se por um lado parece que há vantagem pelo fato de ficar vivo até o Dia do Senhor, para não passar eventualmente pelo purgatório, por outro exige mais responsabilidade da parte do cristão:
Porque ninguém - senão Deus - sabe o dia e hora do Juízo Final. Porque o resultado do julgamento será fulminante: ou a Vida ou a Morte eterna.
IV - Está dito do dia do juízo, que os homens verão aqueles que, entre vós, viveram vidas ímpias e tiveram obras falsas quanto aos mandamentos de Jesus Cristo. Porém, os justos, tendo boas obras e sofrido tormentos, bem como aborrecido os prazeres da alma, quando contemplarem aos que têm obras más e negaram a Jesus com suas palavras e atos, sendo castigados com penosos tormentos e um fogo inextinguível, darão glória a Deus, dizendo: "Há esperança para Aquele que serviu a Deus de todo coração".
V - Há dois juízos: o particular e o universal
O Juízo particular de cada um, se dá logo após a morte, quando recebemos nossa sentença eterna. Podemos, então, ser condenados ao inferno ou ser enviados ao céu. Caso tenhamos morrido em pecado venial, nossa alma é enviada ao purgatório, para se purificar, e, depois, vai ao céu, para sempre.
No fim do mundo, todos os homens que estiverem vivos então, morrerão. Depois é que se dará o Juízo universal. No Evangelho Nosso Senhor diz que, no dia do Juízo Final, o mundo atual sofrerá grandes cataclismas e os mortos (todos os homens estarão já mortos) ressuscitarão, voltando a ter seu corpo e sua alma unidos. Todos seremos reunidos num local, no vale de Josafat. Os bons serão colocados à direita de Jesus Cristo, e os maus à esquerda e Cristo fará o Juízo Universal.
Este não será o Juízo de cada alma, que já foi feito e não será mudado, e sim o julgamento do que os homens fizeram na História.
Tudo isso você poderá ler no Evangelho de São Mateus Nos capítulos XXIV, onde Cristo fala dos sinais do fim do mundo, e no capitulo XXV, onde ele conta como será o Juízo Final.
Os maus serão ressuscitados com seus corpos, que farão transparecer em seu aspecto, o pecado em que morreram. Os bons terão corpos gloriosos:
luminosos, impassíveis, imortais e ágeis, semelhantes ao corpo de Cristo depois de sua Ressurreição gloriosa. Os pecados dos bons, dos quais eles já foram perdoados e purgados no purgatório, aparecerão como cicatrizes gloriosas como os de um soldado vencedor numa batalha.
Após o Juízo Final, os homens serão mandados, ou para o céu, ou para o inferno, eternamente. Não haverá mais o purgatório.
VI - "Irmãos, não queremos que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais, como os outros homens que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morreram. Eis o que vos declaramos, conforme a palavra do Senhor: por ocasião da vinda do Senhor, nós que ficamos ainda vivos não precederemos os mortos. Quando for dado o sinal, ? voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o mesmo Senhor descerá do céu e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro. Depois nós, os vivos, os que estamos ainda na terra, seremos arrebatados juntamente com eles sobre nuvens ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras".
Muitos interpretaram erroneamente este texto, achando que os últimos homens não morrerão, mas serão arrebatados ao céu ainda vivos. Particularmente as seitas pentecostais gostam desta interpretação, que se encaixa perfeitamente na sua escatologia de pinel: um grupo escolhido passando para o paraíso sem a dor da morte. Daí marcarem datas para o fim do mundo, prometendo aos que se dedicarem a ela a vida eterna fácil... (ex.: testemunhas de adonay).
Mas a Bíblia deve ser interpretada no conjunto, não isoladamente, e também diz São Paulo: "Assim como todos morreram em Adão, assim todos serão vivificados em Cristo". (I Cor. 15,22). Além do que, nesta mesma passagem de Tessalonicenses, se diz que "que Deus levará com Jesus os que nele morreram". Portanto, para ir com Cristo, é preciso morrer primeiro.
Os que serão arrebatados morrerão neste arrebatamento, para que possam então renascer e ter a vida eterna. Assim sempre entendeu a Igreja, cuja doutrina se encontra bem expressa nas palavras de S.Ambrósio:
"Nesse arrebatamento sobrevirá a morte. À semelhança de um sono, a alma se desprenderá do corpo, (mas) para voltar ao corpo no mesmo instante. Ao serem arrebatados, morrerão. Chegando, porém, diante do Senhor, novamente receberão suas almas, em virtude da (própria) presença do Senhor; porquanto não pode haver mortos na companhia do Senhor". (Ambr. in 1 Th. 4, apud. Catecismo Romano, I XII 6)".
VII - Somos dotados de corpo e alma, e se quem decide de nossas ações é nossa vontade livre, o corpo coopera com nossas boas e más ações. Portanto, o corpo será ressuscitado, no fim do mundo, para ser punido ou premiado junto com a alma. No fim do mundo, todos os homens morrerão, e, depois, ressuscitarão em corpo e alma, para serem publicamente julgados por Deus.
Este será o juízo universal, ou juízo final.
Os bons ressuscitarão com um corpo glorioso, imortal, brilhante, ágil e impassível, e serão levados ao céu em corpo e alma. Os maus ressuscitarão com um corpo que espelhará a sua feiúra de alma, e, depois de julgados por Cristo, serão lançados no fogo eterno do inferno, como diz Cristo no Evangelho de São Mateus, Cap. XXV, 31-46.
VII - Era conveniente que houvesse também um juízo mais geral, em que todo o gênero humano estivesse presente, para que todos contemplassem a atuação de Deus e dos homens na história, e compreendessem a imensa justiça e misericórdia que Deus usou para castigar os maus e premiar os bons. Este juízo universal ou Final se dará no final do mundo, e será precedido pelos sinais do fim dos tempos, sendo o sinal mais impressionante a ressurreição de todos os homens sob o som de uma trombeta.
Reunido então todo o gênero humano no vale de Josafat, Cristo mandará seus anjos para separarem os bons dos maus, e apartá-los para sempre. Uns para o descanso eterno, outros, os maus, para o fogo eterno.
IX - O Juízo Final é a explicação da história, que será desvendada aos olhos de todos, tantos dos justos como dos precitos (condenados). Serão postos às claras todos os pecados ocultos, todas os milagres de Deus, todos os grandes atos de heroísmo e todas as consequências dos méritos ou pecados das almas... Tudo isso é contado no Juízo Final. É o grande desfecho da história. Nunca um precito voltará ao Céu e nunca um santo descerá ao inferno. A morte, o Céu ou o Inferno, são eternos.
Deus leva muito à sério a nossa falta de seriedade! Se quisermos ser santos, devemos ser sérios e pensar nos "novíssimos", a saber: Morte, Juízo, Céu e Inferno.
Em vários trechos do Evangelho, Nosso Senhor nos manda pensar nos novíssimos: "Pense nos teus novíssimos e não pecarás eternamente". Eis o que falta à humanidade.
Dizia o Pe. Antônio Vieira que a Morte é uma coisa certa, incerta e única. É certa porque todos sabem que vão morrer, tanto ricos como pobres. É incerta, pois ninguém sabe quando. E é única por não haver uma segunda chance.
X - A alma culpada diante do Juiz
É sentimento comum entre os teólogos que o Juízo particular se faz logo que o homem expira, e que no próprio lugar onde a alma se separa do corpo, aí é julgada por Jesus Cristo, que não manda ninguém em seu lugar, mas vem Ele mesmo para este fim.
XI - Exposições do Magistério da Igreja
. Catecismo da Igreja Católica §677; 678; 679; 681; 1021; 1022;1032;1038-1041;1470
. Concílio Vaticano II - Lúmen Gentium 48(132);
. Outras: IV Concílio de Latrão; Concílio de Trento - Decreto Cum Hoc Tempore; Carta Eius Exemplo de Inocêncio III; II Concílio de Lyon - Profissão de Fé de Miguel Paleólogo; Constituição Benedictus Deus de Bento XII;
CITAÇÕES BÍBLICAS
Ap 20, 12; 2Pd3, 12-13; Mc 12, 38-40; Lc 12, 1-3; Jô 3, 20-21; At 24, 15; Jo 5, 28-29; Mt 25, 31-33-46; Jo 12, 48;
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Título original: Juízo Final e Juízo Particular: O arrebatamento da Igreja.
Disponível em: Últimas Misericórdias de Deus
OBS: O site cita várias fontes.
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