sábado, 7 de setembro de 2013

Mensagem do Papa aos carmelitas



MENSAGEM
Mensagem do Papa Francisco ao Prior geral da Ordem dos Irmãos da Beata Virgem Maria do Monte Carmelo em ocasião do Capítulo Geral
Quinta-feira, 5 de setembro de 2013


Ao reverendíssimo padre
Fernando Millán Romeral
Prior Geral da Ordem dos Irmãos da Beata Virgem Maria do Monte Carmelo

Dirijo-me a vocês, queridos Irmãos da Ordem da Beata Virgem Maria do Monte Carmelo, que celebram neste mês de setembro o Capítulo Geral. Em um momento de graça e renovação, que vos chama a discernir a missão da gloriosa Ordem carmelita, desejo oferecer a vocês uma palavra de encorajamento e de esperança. O antigo carisma do Carmelo foi por oito séculos um dom para toda a Igreja e ainda hoje continua a oferecer a sua peculiar contribuição para a edificação do Corpo de Cristo e para mostrar ao mundo a face luminosa e santa. As vossas origens contemplativas decorrem da terra da epifania do amor eterno de Deus em Jesus Cristo, Verbo feito carne. Enquanto refletem sobre a vossa missão de Carmelitas de hoje, sugiro-vos considerar três elementos que podem guiar-vos na realização plena da vossa vocação que é a subida ao monte da perfeição: a lealdade a Cristo, a oração e a missão.


Lealdade

A Igreja tem a missão de levar Cristo ao mundo e por isto, como Mãe e Mestra, convida cada um a aproximar-se Dele.

Na liturgia carmelita para a festa de Maria do Monte Carmelo contemplamos a Virgem que está “junto à Cruz de Cristo”. Aquele é também o lugar da Igreja: próximo a Cristo. E é também o lugar de cada filho fiel da Ordem carmelita. A vossa Regra começa com a exortação aos irmãos de “viver uma vida de lealdade a Jesus Cristo”, para segui-Lo e servi-Lo com coração puro e indivisível. A estreita relação com Cristo se realiza na solidão, na assembleia fraterna e na missão. “A opção fundamental de uma vida concretamente e radicalmente dedicada a seguir Cristo” (Ratio Institutionis Vitae Carmelitanae, 8) faz da vossa existência uma peregrinação de transformação no amor. O Concílio Ecumênico Vaticano II recorda o papel da contemplação no caminho da vida: a Igreja tem “de fato a característica de ser ao mesmo tempo humana e divina, visível, mas dotada de realidade invisível, zelosa na ação e dedicada à contemplação, presente no mundo e todavia peregrina” (Sacrosanctum Concilium, 2). Os antigos eremitas do Monte Carmelo conservaram a memória daquele lugar santo e, mesmo exilados ou distantes, mantiveram o olhar e o coração constantemente fixos na glória de Deus. Refletindo sobre as vossas origens e sobre a vossa história e contemplando o imenso grupo de pessoas que viveram nos séculos o carisma carmelita, descobrirão também a vossa vocação atual de ser profetas de esperança. E é justamente nesta esperança que serão regenerados. Muitas vezes aquilo que parece novo é algo muito antigo iluminado por nova luz.

Na vossa Regra há o coração da missão carmelita de então e também de hoje. Enquanto vocês se preparam para celebrar o oitavo centenário da morte de Alberto, Patriarca de Jerusalém, em 1214, recordem que ele formulou um “percurso de vida”, um espaço que torna capaz de viver uma espiritualidade totalmente orientada a Cristo. Ele delineou elementos externos e interiores, uma ecologia física do espaço e armadura espiritual necessária para responder adequadamente à vocação e cumprir eficazmente a própria missão.

Em um mondo que muitas vezes desconhece Cristo e, de fato, rejeita-O, vocês são convidados a aproximarem-se e a aderirem sempre mais profundamente a Ele. É um chamado contínuo a seguir Cristo e a ser conforme Ele. Isto é de vital importância no nosso mundo tão desorientado, “porque quando a sua chama se apaga também todas as outras luzes acabam perdendo o seu vigor” (Lumen fidei, 4). Cristo está presente na vossa fraternidade, na liturgia comunitária e no ministério confiado a vocês: renovem a lealdade de toda a vossa vida!

Oração

O Santo Padre Bento XVI, antes do vosso Capítulo Geral de 2007, recordou a vocês que “a peregrinação interior de fé rumo a Deus começa na oração”; e em Castel Gandolfo, em agosto de 2010, disse-vos: “Vocês são aqueles que nos ensinam a rezar”. Vocês se definem contemplativos em meio ao povo. De fato, se é verdade que vocês são chamados a viver nas alturas do Carmelo, é também verdade que vocês são chamados a dar testemunho em meio ao povo. A oração é aquela “estrada real” que abre à profundidade do mistério de Deus Uno e Trino, mas é também o sentido obrigatório que perpassa em meio ao povo de Deus peregrino no mundo rumo à Terra Prometida.

Um dos caminhos mais belos para entrar na oração passa através da Palavra de Deus. A lectio divina introduz à conversação direta com o Senhor e abre os tesouros da sabedoria. A íntima amizade com Aquele que nos ama nos torna capazes de ver com os olhos de Deus, de falar com a sua Palavra no coração, de conservar a beleza desta experiência e de partilhá-la com aqueles que têm fome de eternidade.

O retorno à simplicidade de uma vida centrada no Evangelho é o desafio para a renovação da Igreja, comunidade de fé que encontra sempre caminhos novos para evangelizar o mundo em contínua transformação. Os santos carmelitas foram grandes percussores e mestres de oração. Isto é o que uma vez mais se pede ao Carmelo do século XXI. Ao longo de toda a vossa história, os grandes Carmelitas foram um forte lembrete às raízes da contemplação, raízes sempre fecundas de oração. Aqui está o coração do vosso testemunho: a dimensão de “contemplatividade” da Ordem, de viver, de cultivar e de transmitir. Gostaria que cada um se perguntasse: como é a minha vida de contemplação? Quanto tempo dedico durante o meu dia à oração e à contemplação? Um carmelita sem esta vida de contemplação é um corpo morto! Hoje, talvez mais que no passado, é fácil deixar-se distrair pelas preocupações e pelos problemas deste mundo e fazer-se aproximar de falsos ídolos. O nosso mundo está dividido de muitas formas; o contemplativo, em vez disso, leva à unidade e constitui um forte apelo à unidade. Agora, mais do que nunca, é o momento de redescobrir o sentido interior do amor através da oração e oferecer ao povo de hoje no testemunho da contemplação, bem como na pregação e na missão, não atalhos desnecessários, mas aquela sabedoria que emerge do meditar “dia e noite na Lei do Senhor”, Palavra que sempre conduz junto à Cruz gloriosa de Cristo.  E, unida à contemplação, a austeridade de vida, que não é um aspecto secundário da vossa vida e do vosso testemunho. É uma tentação muito forte mesmo para vocês aquela de cair na mundanidade espiritual. O espírito do mundo é inimigo da vida de oração: não se esqueçam nunca disso! Exorto-vos a uma vida mais austera e penitente, segundo a vossa mais autêntica tradição, uma vida distante de toda mundanidade, distante dos critérios do mundo.

Missão

Queridos Irmãos Carmelitas, a vossa missão é a mesma de Jesus. Todo planejamento, toda comparação seria inútil se o Capítulo não realizasse antes de tudo um caminho de verdadeira renovação. A Família Carmelita conheceu uma maravilhosa “primavera”, em todo o mundo, aquele fruto, doado por Deus, do empenho missionário do passado. Toda missão coloca muitas vezes árduos desafios, porque a mensagem evangélica não é sempre acolhida e às vezes é rejeitada com violência. Não devemos nunca esquecer que, mesmo se somos jogados em águas turvas e desconhecidas, Aquele que nos chama à missão nos dá também a coragem e a força de fazê-la. Por isso, celebrem o Capítulo animados pela esperança que não morre nunca, com um forte espírito de generosidade no recuperar a vida contemplativa e a simplicidade e austeridade evangélica.

Dirigindo-me aos peregrinos na Praça São Pedro tive oportunidade de dizer: “Cada cristão e cada comunidade é missionária à medida que leva e vive o Evangelho e testemunha o amor de Deus para todos, especialmente para quem se encontra em dificuldade. Sejam missionários do amor e da ternura de Deus! Sejam missionários da misericórdia de Deus, que sempre nos perdoa, sempre nos espera, nos ama tanto!” (Homilia, 5 de maio de 2013). O testemunho do Carmelo no passado pertence à profunda tradição espiritual crescida em uma das grandes escolas de oração. Essa suscitou também a coragem de homens e mulheres que enfrentaram o perigo e até mesmo a morte. Recordemos somente os dois grandes mártires contemporâneos: Santa Teresa Benedita da Cruz e o Beato Titus Brandsma. Pergunto-me então: hoje entre vós, vive-se com a têmpera, com a coragem destes santos?

Queridos irmãos do Carmelo, o testemunho do vosso amor e da vossa esperança, enraizados na profunda amizade com o Deus vivo, pode vir a ser uma “leve brisa” que renova e revigora a vossa missão eclesial no mundo de hoje. A isso vocês foram chamados. O Rito da Profissão coloca em seus lábios estas palavras: “Com esta profissão confio-me à família carmelita para viver a serviço de Deus e na Igreja e aspirar à caridade perfeita com a graça do Espírito Santo e a ajuda da Beata Virgem Maria” (Rito da Profissão Ord. Carm.).

A Beata Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo, acompanhe os vossos passos e torne fecundo de frutos o cotidiano caminho rumo ao Monte de Deus. Invoco sobre toda a Família Carmelita, e particularmente sobre os Padres Capitulares, abundantes dons do Divino Espírito e a todos concedo de coração a Benção Apostólica.


Do Vaticano, 22 de agosto de 2013


Francisco


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Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Vigília pela Paz na Síria: adesão da Igreja no Brasil


O convite feito pelo Papa Francisco para Dia de Oração e Jejum pela paz na Síria, neste dia 7 de setembro, obteve adesão da Igreja no Brasil. “Em todas as paróquias, as dioceses, nós estamos insistindo para que os nossos irmãos e irmãs realmente participem deste momento, atendam este apelo do Santo Padre, porque não é possível nós somente tentarmos resolver os problemas através da força”, afirmou o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner.

O presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis, preside missa pelos trabalhadores, às 10h30 da manhã, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), quando convida os fiéis para rezarem pela paz na Síria. Em seguida, dom Raymundo participa da transmissão da Vigília pela Paz direto do Vaticano, realizada pela Rede Aparecida a partir das 13 horas.


No Rio de Janeiro (RJ), a intenção de rezar pela paz na Síria será realizada nas celebrações da peregrinação da Imagem de Nossa Senhora de Nazaré, que visita a arquidiocese desde o dia 6: na oração do Ângelus, às 12h, na paróquia Nossa Senhora do Loreto, em Jacarepaguá; no Terço de Nossa Senhora, às 15h, na paróquia Nossa Senhora da Cabeça, na Penha, e na Missa e Vigília, a partir das 16h30min, na paróquia Nossa Senhora de Nazaré, em Anchieta.

Na arquidiocese de Goiânia (GO), o arcebispo dom Washington Cruz preside uma missa, na Catedral Metropolitana, às 9 da manhã. Em Belo Horizonte (MG), o arcebispo metropolitano, dom Walmor Oliveira de Azevedo, preside Missa e Vigília Eucarística, a partir das 15h30, no Santuário Estadual Nossa Senhora da Piedade.


Em Porto Alegre (RS), a vigília será realizada na Catedral Metropolitana, das 15h às 17h. O pedido do arcebispo, dom Dadeus Grings, é de que também as paróquias motivem os fiéis para o jejum e para a oração comunitária e pessoal. Em Brasília (DF), haverá a celebração da Santa Missa presidida pelo bispo auxiliar, dom Valdir Mamede, no Santuário do Santíssimo Sacramento, às 19h30.
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Fonte: CNBB

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Um grito oportuno e responsável



Neste domingo entramos na Semana da Pátria, neste ano de 2013.

Desta vez, emerge com mais evidência o valor cívico de uma iniciativa, que vem se sustentando ao longo dos últimos 19 anos. Trata-se do “Grito dos Excluídos”. Ele surgiu em 1995, ano em que a Campanha da Fraternidade era, exatamente, sobre os Excluídos.

Esta circunstância mostra bem uma das características do “Grito dos Excluídos”, de ter sua realização sintonizada com o contexto histórico de cada ano.

Pois bem, neste ano, o Grito confirma seu significado e sua importância, colocado no contexto das surpreendentes manifestações populares, que abalaram o país, e deixaram perplexa a sociedade. O “Grito dos Excluídos” se apresenta com a firmeza de sua experiência, e com o acerto de suas intuições, que o acompanham desde a sua primeira realização.


Quando a sociedade se surpreende diante do peso que pode assumir a manifestação pública de suas demandas e a afirmação clara de valores e princípios que precisam animá-la, o Grito pode apresentar o seu atestado de maturidade, fruto de uma longa sequência de edições anuais ininterruptas, com a clareza das causas levantadas, e com o rigor dos procedimentos democráticos que sempre caracterizaram o Grito.

Ele foi circundado, desde o seu início, de providências que lhe foram angariando credibilidade, sobretudo pelo cuidado em respeitar as instituições e em evitar ambiguidades, sempre pautando suas demonstrações com temas pertinentes e com atitudes democráticas.

Tendo como referências uma data histórica, o 7 de Setembro, e um lugar simbólico, o Santuário Nacional de Aparecida, o Grito sempre procurou equacionar bem o seu espírito unitário, e ao mesmo tempo sua estratégia de descentralização.  A manifestação de Aparecida é paradigmática, incentivando outras manifestações, em milhares de localidades, em todos os Estados do País.

Outra circunstância, que fortalece seu espírito e ilumina o seu alcance, é o fato de ser realizado em parceria com a Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras, que acontece também no mesmo dia e no mesmo lugar.

Com estas características, foi-se elaborando uma espécie de “teologia do grito”, que foi aglutinando em torno dele um leque de valores com que sempre ele é preparado, com a escolha democrática do seu lema, e com o empenho solidário que supera a falta de recursos e multiplica as adesões gratuitas em organizar suas manifestações simbólicas.

De tal maneira que o Grito se tornou um evento que transformou a praxe com que era festejado o 7 de Setembro, que já tinha se esvaziado de suas finalidades. O Grito veio devolver à cidadania a promoção do Dia da Pátria.
A ideia do Grito nasceu muito despretensiosa. Foi numa reunião do Secretariado Nacional da Cáritas. Estávamos buscando iniciativas para dar continuidade ao tema da Campanha da Fraternidade. Como já existisse, na época, o “grito da terra” e o “grito da Amazônia”, alguém sugeriu fazer também o “grito dos excluídos”.

O que parecia uma sugestão inconsistente, aos poucos foi sendo aceita, pela fecundidade de simbologias que o “Grito dos Excluídos” poderia ter.

Para que continuasse, era preciso tomar uma rápida providência: inserir o “Grito dos Excluídos” na programação oficial da CNBB. Esta providência foi garantida já no ano seguinte.

Aquilo que para alguns parecia incômodo, agora se constata que foi muito providencial. A CNBB pode oferecer à sociedade uma maneira democrática, responsável e providencial de “gritar” as causas urgentes que precisamos assumir, como Pátria onde todos podem se sentir incluídos.

Viva o Grito dos Excluídos!


Dom Demétrio Valentini

Bispo de Jales (SP)

“Não é possível tentar resolver os problemas através da força”: CNBB adere à iniciativa do Papa em prol da Síria


“Não é possível tentar resolver os problemas através da força”: palavras do Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Leonardo Steiner. 

Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Leonardo manifesta a total adesão da CNBB ao dia de oração e jejum convocado pelo Papa Francisco em prol da Síria:

Em primeiro lugar é bom ressaltar a iniciativa do papa Francisco de convocar um dia de jejum e oração. Jejum é busca de abertura, de sensibilidade, de compreensão. 
Jejuar abre toda a nossa pessoa ao diálogo, e no momento a Síria exige muito diálogo. Mas também de oração: nós nos unimos, nós nos congregamos, nós estabelecemos com Deus e com os irmãos um momento da intimidade, de uma relação mais profunda. Então esses dois elementos que o Papa nos convoca são muito importantes. A Igreja no Brasil entendeu esse pedido do Santo Padre. Em todas as paróquias, as dioceses, nós estamos insistindo para que os nossos irmãos e irmãs realmente participem deste momento, atendam este apelo do Santo, porque não é possível nós somente tentarmos resolver os problemas através da força. Existem outras forças muito mais importantes, existem buscas muito mais profundas que podem nos ajudar na solução da questão da Síria.

RV:- Dom Leonardo, a vigília coincide no Brasil com o Grito dos Excluídos, que este ano tem como tema a juventude. Dom Leonardo, este é um motivo a mais para rezar e jejuar?



É um motivo a mais. E os nossos jovens têm sensibilidade para isso. Nós vimos, especialmente na visita que o Santo Padre fez ao Brasil, a presença dele na Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, como os nossos jovens são sensíveis a essas questões que dizem respeito à pessoa humana, aos pobres e aos conflitos. Eles certamente no momento do Grito dos Excluídos haverão de ver e analisar também esta questão. Ainda hoje, a presidência da CNBB publicará uma nota incentivando todos os cristãos, não somente os católicos, a participarem deste dia de jejum e oração.

(BF)
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O Ocidente parece estar brincando com a Síria


O patriarca católico de Antioquia, com sede em Damasco, Gregorio III Laham, mostrou-se contrário a uma intervenção militar e se uniu ao apelo do Papa Francisco: "Não mais guerra!".

Em uma interessante entrevista publicada por Paginadigital.es, o patriarca explica que "a Europa poderia fazer mais para resolver os problemas da Palestina, ao invés de criar mais desconcerto na Síria. Nós, os sírios, já somos vítimas, e o país já é um inferno, sem necessidade de uma intervenção para piorar mais a situação".

Na entrevista, Gregorio III Laham manifesta sua preocupação pelo que possa ocorrer se levarem a cabo os planos de Obama: "Haverá ainda mais vítimas e teremos uma guerra regional que envolverá o Líbano, onde já há milhões de refugiados sírios".

E acrescenta: "Todo o Oriente Médio está em chamas, está se transformando em um inferno".


O Patriarca Católico de Antioquia afirma que os países ocidentais
vendem armas a "bandidos e criminosos, e não à oposição

Muito crítico diante da intervenção dos EUA, o patriarca católico convida Obama a "ficar em sua casa"; e mostra que, "se o Ocidente e os demais países estrangeiros deixarem de interferir nas nossas questões internas, a situação voltará a melhorar. Na Síria, cristãos e muçulmanos, xiitas e sunitas, viveram pacificamente durante mais de 1.400 anos".

Para Gregório III Laham, grande parte da culpa do que ocorre agora na Síria é de países como o Reino Unido, a França e a Bélgica, que "financiam grupos armados presentes no nosso país, enquanto bastaria com que as potências estrangeiras deixassem de dividir o povo sírio".

"O verdadeiro problema são os financiamentos que não se dirigem à oposição política, mas a bandidos e criminosos do mundo inteiro e que chegam à Síria para fazer a guerra", comenta.

A Conferência de Genebra 2 é a solução defendida pelo patriarca, que explica: "O governo sírio sempre esteve disposto a dialogar e a participar da Conferência de Genebra".

"O motivo pelo qual as negociações não ocorreram é a falta de uma oposição unida e com um programa claro. Os grupos armados tiveram prioridade sobre qualquer outra forma de dissidência, e assinar um acordo de paz com Al Qaeda seria impossível para qualquer governo", explica.

Finalmente, a iniciativa do Papa Franciscode um dia de jejum e oração foi qualificada por ele como "magnífica". O patriarca comentou que "o meu patriarcado está preparando uma carta aos fiéis greco-católicos do mundo inteiro para pedir-lhes que participem da oração e do jejum organizados pelo Papa Francisco".


"Todas as igrejas sírias são convidadas a unir seus esforços e a acolher os fiéis, das 19h à meia-noite, para permitir-lhes rezar e cantar pela paz", concluiu.
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Fonte: Aleteia

Casamentos que o Papa não abençoa


No sábado, dia 13 de julho, poucos dias antes da chegada do Papa Francisco ao Brasil, casaram-se no Rio de Janeiro, Beatriz Barata, neta do maior empresário de ônibus do Rio de Janeiro, e Francisco Feitosa Filho, dono de outra grande empresa do ramo, no Ceará. Entre os mil convidados, fizeram-se presentes nomes renomados da aristocracia social e econômica do país, inclusive um ministro do Supremo Tribunal Federal. Tudo muito bonito! O único inconveniente foi o casamento – cujas despesas teriam girado em torno de três milhões de reais – ter sido realizado no clima de protestos que varria então o país. Centenas de pessoas se aglomeraram diante da igreja Nossa Senhora do Carmo – julgo, por isso, que os noivos fossem católicos – e, em seguida, em frente ao Copacabana Palace, reclamando contra a ostentação e o esbanjamento que julgavam exorbitante num país onde a saúde está um caos e a imensa maioria do povo se mata para sobreviver...

Contudo, os gastos do casamento da Beatriz e do Francisco nada são se comparados com a espada de Dâmocles que ameaça a população brasileira, dividida em castas sociais. Enquanto uns poucos se banqueteiam num verdadeiro paraíso, longe dos problemas do povo, com salários que bradam vingança aos céus, outros morrem à míngua pela falta dos recursos mais indispensáveis. Ante uma realidade tão injusta e absurda, é tolice e hipocrisia queixar-se da violência que cresce em toda a parte. Felizmente, o povo está despertando, exigindo que, de fato e não só na teoria, o Brasil seja um país de todos e para todos.


Enquanto se celebrava o casamento no Rio de Janeiro, o Papa Francisco preparava a sua viagem ao Brasil. Em avião de carreira, como qualquer outro mortal comum. Embarcou carregando, ele próprio, a sua bagagem de mão. Nada de extraordinário para quem não quer que a religião se transforme numa válvula de escape para saciar os apetites visíveis ou subliminares de seus membros...

Por falar em casamentos, o que é que Francisco pensa de sua celebração religiosa? Seu pensamento foi expresso no livro “Sobre o Céu e a Terra”, uma entrevista que concedeu quando arcebispo de Buenos Aires: «Se os atos litúrgicos se convertem em eventos sociais, perdem a sua força. Um exemplo é a celebração do casamento. Há casos em nos perguntamos o que há de religioso nessas cerimônias... O ministro, talvez, faz um sermão sobre os valores, mas as pessoas aí presentes estão em outra sintonia. Certamente, se casam porque querem a bênção de Deus, mas esse desejo parece tão escondido... que quase não se vê! Em algumas igrejas, o que se percebe nos casamentos é uma competição feroz entre as madrinhas e a noiva no vestido (ou no “desvestido”). Para tais mulheres, o ato religioso nada significa: estão aí apenas para se exibir. Isso pesa em minha consciência, pois, como pastor, estou permitindo algo que não sei como É por esse e por outros motivos que o casamento religioso deveria ser reservado somente para quem acredita em seu valor e vive a fé que recebeu da Igreja.


Quando assumida conscientemente, a celebração litúrgica purifica, fortalece e diviniza um amor que, apesar de maravilhoso, é incapaz, por si só, de durar a vida inteira. Quem não tem a força para cumprir o que promete, não case – ou melhor, antes de dar o passo, busque a sua força em Deus! Se só casassem no religioso os que praticam a fé, então seria maravilhoso aderir ao que pede o “Catecismo da Igreja Católica”: «A celebração do matrimônio entre dois fiéis católicos ocorra normalmente dentro da santa missa, em vista do vínculo de todos os sacramentos com o mistério pascal de Cristo. É conveniente que os esposos selem seu consentimento de entregar-se um ao outro pela oferta de suas próprias vidas, unindo-o à oferta de Cristo por sua Igreja e recebendo a eucaristia, a fim de que, comungando no mesmo Corpo e no mesmo Sangue de Cristo, eles formem um só corpo. No “sim” a Deus os esposos encontram a força para renovar o “sim” entre si todos os dias “na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe” – se é que o consegue, já que «o amor é forte como a morte» (Ct 8,6)!


Dom Redovino Rizzardo
Bispo de Dourados (MS)

Bartolomeu I aplaude e adere à iniciativa do Papa Francisco em prol da paz


O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, acolheu o apelo do “irmão em Cristo, Papa Francisco” de rezar e jejuar pela paz na Síria, pedindo também aos líderes internacionais reunidos em São Petesburgo, na reunião do G20, para favorecerem uma solução negociável e não militar ao conflito sírio.

“O Patriarcado ecumênico e nós pessoalmente – lê-se numa nota entregue à Agência Fides – estamos acompanhando com ansiedade o desenvolvimento da situação na Síria e de forma geral em todo o Oriente Médio. Rezamos para que prevaleça a paz. Somente a paz consentirá também aos cristãos do Oriente Médio continuar a viver sem nenhum impedimento naquelas terras onde nasceram”.

O Patriarca Ecumênico, dirigindo-se aos participantes do G20, deseja “que as decisões ali tomadas ajudem a favorecer uma solução pacífica e não militar do conflito sírio”. “Além disto – lê-se na declaração – a Igreja de Constantinopla aplaude a iniciativa promovida pelo Bispo de Roma Francisco em apelar aos cristãos de toda a terra para que no sábado próximo unam-se em oração e jejum, para pedir que prevaleça a paz na martirizada terra da Síria, na esperança de que Deus ilumine a mente dos responsáveis políticos, e sejam assim evitadas ações militares que inevitavelmente provocarão a morte de vítimas inocentes”.



“Também nós – concluiu o Patriarca Ecumênico – acolhemos o apelo do nosso irmão em Cristo Papa Francisco em rezar no próximo sábado pela mesma intenção, como sempre fizemos desde que iniciou o sangrento conflito na Síria”. (JE)
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Igreja Católica: Frequência de jovens aumenta após a Jornada Mundial

Vinda do Papa mobilizou pessoas de todas as idades,
inclusive católicos e pessoas que professam outra fé

Um mês após a visita do Papa Francisco ao Brasil ocasionada pela realização da 28ª Jornada Mundial da Juventude, a juventude católica já começa a colher os frutos dos ensinamentos do Sumo Pontífice.

Pregando ensinamentos de humilde e proclamando palavras de simplicidade que tocam, inclusive, pessoas que não comungam dos preceitos católicos, a JMJ despertou, sobretudo, os jovens para as vocações sacerdotais e religiosas, bem como para o papel desse público desempenhado na contemporaneidade.

O assessor arquidiocesano da juventude, Padre Ronald de Carvalho, afirma que a vinda do Papa mobilizou pessoas de todas as idades, inclusive católicos e pessoas que professam outra fé. Desde antes da Jornada, comenta o sacerdote, “já se falava dessa ocasião como um kairós, um momento de graça dentro da Igreja”.


“Certamente, temos, agora, jovens que se interessam pela igreja, pelos ensinamentos de Cristo, que sentiram que o Papa falava diretamente ao coração deles, que foram suscitados a uma ousadia de vida, que ouviram os clamores do Papa no sentido de uma revolução da juventude no sentido de sair do comodismo e de assumirem sua juventude”, comenta o assessor arquidiocesano.

Segundo Padre Ronald de Carvalho, no último mês, os jovens têm buscado aconselhamento na Arquidiocese de Teresina sobre vocação, o que tem estimulado, inclusive, o engajamento em movimentos católicos, a exemplo das Comunidades Shalom e Ore.

“Essas pessoas estão buscando um direcionamento espiritual para discernimento da sua vocação, justamente porque foram tocados pela presença de Jesus nas palavras do Papa. A Juventude da Arquidiocese de Teresina, a partir de agora, está se organizando com acampamentos de jovens e surgimento de novos grupos”, acrescenta o padre.

O Dia Nacional da Juventude também será comemorado em Teresina, em novembro deste ano, com o incentivo à missão, que também foi resultado da Jornada. “Serão realizadas visitas a comunidades mais carentes, sendo estimuladas ações missionárias e despertando nos jovens a proximidade com os irmãos e valores como compaixão e caridade com a situação dos que mais sofrem”, pontua.



Repórter: Ceres Passos
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