sábado, 11 de janeiro de 2014

Batismo do Senhor: "Devemos cumprir toda a justiça"


Essa frase do Evangelho centraliza a mensagem da liturgia do Batismo do Senhor. Mas que justiça é essa? Se entendermos que a encarnação do Verbo contou com a participação das Três Pessoas divinas e o motivo foi a redenção do gênero humano, ficará para nós que a justiça da qual Jesus fala com João Batista é a instauração do Reino. João Batista participa da realização dessa justiça, da missão do Redentor, ao pregar e conferir o batismo de penitência.

A ação de Jesus ao aceitar o gesto do Batista recebe a aprovação das Outras duas Pessoas divinas, pois quando sai das águas do Jordão “o céu se abre e o Espírito vem sobre ele e nele pousa”.


Nesse momento recordemos as palavras de Isaías: “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como centro da aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”. Ele é rei e sacerdote, foi ungido para cumprir toda a justiça dando origem ao Reino de Deus.


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Como me tornar um MAU catequista?


Na época em que o Pe. Paulo Ricardo lançou o vídeo “Como posso me tornar um bom catequista?”, nós estávamos justamente preparando um post com o mesmo título. Mas o padre foi mais rápido…

Então, resolvemos levar adiante a nossa reflexão, porém, partindo do ponto de vista oposto: “Como posso me tornar um MAU catequista?”.

Reconheço que, diversas vezes, cometi alguns dos erros que apontaremos a seguir. Vivendo e aprendendo!

E você, se identifica ou já foi vítima de algum dos tipos de catequista abaixo?

1.                  Catequista ungido

Ele se acha tão, mas tããão inspirado pelo Espírito Santo – ô grória! – que não se preocupa em estudar os temas com cuidado, antes de cada aula.

2.                  Catequista PPT

Ao utilizar recursos de mídia, deixa de lado a virtude da temperança. Assim, 85% de suas aulas são realizadas por meio da exposição de slides de Power Point. Haja Redbull pro povo não dormir no escurinho!

3.                  Catequista Chicotinho di Zizuiz

Ao apresentar a moral cristã, dá ênfase nas proibições e punições da ira divina. Não sabe mostrar o quando a fidelidade à proposta cristã é conveniente para vida cotidiana das pessoas, nem busca apresentar a lógica e a sabedoria de Deus por trás de cada Mandamento.

4.                  Catequista caótico

Costuma perder o foco do tema inicialmente proposto para o dia (isso quando ele tem algum plano de aula). Começa falando sobre a Eucaristia, emenda com camisinha e termina discorrendo sobre a Inquisição Espanhola.

Meus crismandos são todos ateus!


No mundo de hoje, fico pasma ao notar a alienação dos catequistas de jovens e adultos que montam o programa do curso e o plano de aula imaginando que os alunos são todos católicos piedosos, que estão ali somente para aprofundar mais os seus conhecimentos sobre a doutrina.

Abra o olho, amigo catequista, acorda pra real! Sabe aquelas duas meninas que sentam na última fileira? Elas são sapatas, e estão namorando há dois meses. Lembra do carinha de óculos que nunca falta uma aula? Ele é do tipo que pensa “Jesus sim; Igreja e religiões não”. E aquela menina simpática que tem um piercingna língua? Ela é católica desde criancinha e vai à missa todos os domingos; mas, depois que leu “O Código Da Vinci”, acredita piamente que Jesus teve um enrosco com a Maria Madalena.

Este é o perfil do católico médio: participa de alguns ritos da Igreja e tem respeito por Jesus, por Nossa Senhora e pelos santos; porém, na vida cotidiana, pensa e age como os pagãos. É devoto, mas titubeia diante da primeira notícia de que um arqueólogo qualquer achou um túmulo que “pode ser o de Jesus”. Na Missa, derrama lágrimas de comoção, mas na escola, no trabalho, nas festas e nos relacionamentos afetivos, não se diferencia em nada daqueles que não creem. Na prática, é um ateu que reza diariamente o Pai-Nosso e a Ave-Maria.

Essa realidade foi constatada pelo Beato João Paulo II. Segundo ele, o contexto cultural em que vivemos – fortemente determinado pelo “ateísmo prático” – torna necessária, antes de tudo, a apresentação de “motivos de ordem racional que levam ao reconhecimento de Deus”:

“O Concílio reconheceu que, na génese do ateísmo, puderam contribuir os crentes que nem sempre manifestaram de maneira adequada o rosto de Deus (cf. GS, 19; C.I.C., 2125). “Nesta perspectiva, está precisamente no testemunho do verdadeiro rosto de Deus Pai a resposta mais convincente ao ateísmo. Obviamente, isto não exclui mas exige também a correcta apresentação dos motivos de ordem racional que levam ao reconhecimento de Deus. Infelizmente, essas razões são muitas vezes ofuscadas pelos condicionamentos devidos ao pecado e por múltiplas circunstâncias culturais.” João Paulo II (1)

…e Livrai-nos das Dinâmicas de Grupo. Amém!


Um grande o número de catequistas, coordenadores e agentes de pastoral utilizam dinâmicas de grupo para evangelizar. É um tal de passa barbante aqui, assopra bexiga ali, abraça fulano acolá, sempre com alguma liçãozinha besta de moral ao fim.

A proliferação desse tipo de coisa na nossa Igreja só pode ter sido uma forma que o capeta arrumou de afastar do Corpo de Cristo todos aqueles que têm mais de dois neurônios ativos.

Eu já fiz papel de imbecil um dia, confesso. Era um dia chuvoso e sombrio, quando fui obrigada a andar de olhos vendados, para entender o que é um “cego que guia outro cego”; sujei-me de carvão pra mostrar meu comprometimento com os pobres; e fiz bolhas de sabão com um canudinho para perceber como se dá a ação do Espírito Santo na história (oi?).

Não, essa não é a descrição de uma sessão de tortura, mas de um workshop de dinâmicas de grupo para católicos. Em respeito ao bispo que organizou o evento, me esforcei para colaborar com a palhaçada. Se fosse hoje, teria beijado devotamente o anel do homi, pedido a bênção e dado tchau.


As dinâmicas de grupo, quando selecionadas e aplicadas de forma inteligente, podem até ser úteis para o trabalho de evangelização; há algumas (poucas, devo frisar) experiências bem-sucedidas neste sentido. Porém, na maior parte das vezes, os responsáveis pelas atividades pastorais/espirituais propõe situações infantilóides, incompatíveis com a idade mental dos participantes. Por fim, o pessoal fica descontraído, bate palmas e, com sorte, aprende algum ensinamento cristão-jujuba.

Se você é adepto ferrenho de dinâmicas, pare um pouco e dê uma olhada ao redor: o mundo tá em ebulição, 90% das notícias dos jornais relatam desgraças, a Igreja é combatida pela massa dos intelectuais e políticos, os valores cristãos são ridicularizados pela mídia, os católicos parecem cada vez mais alienados de sua fé… Como as dinâmicas respondem as estas questões? Será que elas conseguem ter o mesmo impacto que toda essa cultura anticatólica que nos cerca?

Repense. Se for o caso, mude. O problema não é usar dinâmicas, mas elas precisam ir direto ao ponto. De nada adianta virar para a pessoa ao lado e dizer “Jesus te ama” se não se consegue dizer ao certo quem é Jesus ou como o amor dEle vence toda a cultura de morte em que vivemos.


E aí? Você vai mesmo continuar fazendo dinâmica com bolinha de sabão e canudinho?

Tem católico que acha que acha que essa é uma boa forma de entender
a ação do Espírito Santo. Aham, senta lá, sem noção!
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Fonte: O Catequista


O amor cristão não é o "amor de telenovelas".


Na homilia desta quinta-feira, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco sublinhou a concretude do amor cristão. Comentando o trecho da Primeira Carta de São João – "Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado em nós" (1 Jo 4, 12) –, ele explicou que "permanecer no amor" de Deus não é tanto um êxtase do coração, "uma coisa agradável de sentir": "Veja que o amor do qual fala João não é o amor de telenovelas! Não, é outra coisa. O amor cristão tem sempre uma qualidade: a concretude. O amor cristão é concreto. O mesmo Jesus, quando fala de amor, fala de coisas concretas: alimentar os famintos, visitar os doentes e muitas coisas concretas. (...) E quando não há essa concretude, pode-se viver um cristianismo de ilusão, porque não se entendeu bem onde está o centro da mensagem de Jesus. Não chega esse amor a ser concreto: é um amor de ilusão, como esta ilusão que tiveram os discípulos quando, vendo Jesus, acreditaram que fosse um fantasma." O Santo Padre disse que a confusão em identificar o verdadeiro amor é fruto de um coração insensível. "Se você tem o coração endurecido, não pode amar e pensa que o amor é imaginar coisas. Não, o amor é concreto".


Ele também indicou dois critérios sobre os quais se funda esta concretude do amor cristão: "Primeiro critério: amar com as obras, não com as palavras. As palavras são lançadas ao vento! Hoje elas são, amanhã não são. Segundo critério de concretude é: no amor é mais importante dar que receber. Aquele que ama dá, dá... Dá coisas, dá a vida, dá a si mesmo a Deus e ao outro. Mas quem não ama, que é egoísta, sempre procura receber, sempre quer ter coisas, ter vantagens." A contraposição que o Papa faz do "amor cristão" e do "amor de telenovelas" mostra a grande deturpação que os meios de comunicação têm feito da verdadeira caridade. De fato, são muitos os mass media "que ridicularizam a santidade do matrimônio e a virgindade antes do casamento"01, degradando o amor a puro "sexo" e transformando-o em "mercadoria", "uma ‘coisa’ que se pode comprar e vender", o que, no fim das contas, mercantiliza "o próprio homem"02. Sem falar da tentativa claramente manifesta de passar à sociedade uma visão totalmente abstrata de família, o que equivale a nada menos que a sua destruição. Ao contrário, o Papa Francisco recorda que "no amor é mais importante dar que receber".

A medida do verdadeiro amor não são os sentimentos, mas a entrega fiel e constante de si ao bem amado. Por isso, diz-se que "o ágape exprime-se geralmente de um modo silencioso e duradouro, sem muito espetáculo"03: na doação de uma mãe que renuncia aos projetos de carreira para cuidar de seus filhos pequenos, no sacrifício de um esposo que batalha diariamente para sustentar sua casa e proteger o seu lar, no filho que ampara os seus pais na velhice etc. Este amor, embora escondido e marcado pela experiência do sofrimento, traz à alma a verdadeira alegria. "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos" (Jo 15, 13). Em um mundo onde as pessoas parecem valorizar mais o eros que o agape, os cristãos são chamados a seguir o exemplo de Jesus Cristo, que doou-se até o extremo da Cruz. Como diz São Francisco de Sales, "o Calvário é a montanha dos que amam".

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Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Informações: Rádio Vaticano
Disponível em: Central Católica

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Igreja Católica organiza Ato pela Paz em todo o Maranhão no 7º dia da morte de Ana Clara


A Arquidiocese de São Luís está organizando para o próximo domingo (12/01), sétimo dia do falecimento da menina Ana Clara, que morreu após ter 90% do corpo queimado durante os ataques de facções criminosas a ônibus em São Luís, um Ato de Solidariedade e Paz.

Por meio de nota, divulgada na quarta-feira (08/01), a Arquidiocese, sugere que no domingo (12/01), em todas as dioceses e paróquias do Estado, sejam celebradas missas pela alma de Ana Clara e de todas as vítimas de violência no Maranhão. A nota pede ainda, que todos usem vestes e lenços brancos, coloquem fitas brancas em seus veículos, como sinal de apelo à paz.

A nota com a divulgação do Ato está sendo divulgada também pelas redes sociais, como forma de mobilizar o maior número de pessoas possíveis.


Veja a nota, na íntegra:



É realmente necessário o Batismo para viver como cristãos e seguir Jesus?


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 8 de janeiro de 2014


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje iniciamos uma série de catequeses sobre Sacramentos, e a primeira diz respeito ao Batismo. Por uma feliz coincidência, domingo próximo é justamente a festa do Batismo do Senhor.

1.            O Batismo é o sacramento sobre o qual se funda a nossa própria fé e que nos une como membros vivos em Cristo e na sua Igreja. Junto à Eucaristia e à Confirmação forma a chamada “iniciação cristã”, a qual constitui como um único, grande evento sacramental que nos configura ao Senhor e faz de nós um sinal vivo da sua presença e do seu amor.

Pode nascer em nós uma pergunta: mas é realmente necessário o Batismo para viver como cristãos e seguir Jesus? Não é no fundo um simples rito, um ato formal da Igreja para dar nome ao menino e à menina? É uma pergunta que pode surgir. E a tal propósito, é esclarecedor o que escreve o apóstolo Paulo: “Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova” (Rm 6,3-4). Portanto, não é uma formalidade! É um ato que toca em profundidade a nossa existência. Uma criança batizada ou uma criança não batizada não é o mesmo. Não é o mesmo uma pessoa batizada ou uma pessoa não batizada. Nós, com o Batismo, somos imersos naquela inexaurível fonte de vida que é a morte de Jesus, o maior ato de amor de toda a história; e graças a este amor podemos viver uma vida nova, não mais à mercê do mal, do pecado e da morte, mas na comunhão com Deus e com os irmãos.


2.            Muitos de nós não temos a mínima recordação da celebração deste Sacramento, e é óbvio, se fomos batizados pouco depois do nascimento. Fiz esta pergunta duas ou três vezes, aqui na Praça: quem de vocês sabe a data do próprio Batismo, levante a mão. É importante conhecer o dia no qual eu fui imerso propriamente naquela corrente de salvação de Jesus. E me permito dar-lhes um conselho. Mas, mais que um conselho, uma tarefa para hoje. Hoje, em casa, perguntem a data do Batismo e assim saibam bem o dia tão belo do Batismo. Conhecer a data do nosso Batismo é conhecer uma data feliz. O risco de não sabê-lo é de perder a memória daquilo que o Senhor fez em nós, a memória do dom que recebemos. Então acabamos por considerá-lo somente como um evento que aconteceu no passado – e nem por vontade nossa, mas dos nossos pais – que já não tem mais nenhuma incidência no presente. Devemos despertar a memória do nosso Batismo. Somos chamados a viver o nosso Batismo a cada dia, como realidade atual da nossa existência. Se conseguimos seguir Jesus e permanecer na Igreja, mesmo com os nossos limites, com as nossas fragilidades e os nossos pecados, é propriamente pelo Sacramento no qual nos tornamos novas criaturas e fomos revestidos de Cristo. É por força do Batismo, de fato, que, livres do pecado original, somos unidos à relação de Jesus com Deus Pai; que somos portadores de uma esperança nova, porque o Batismo nos dá esta esperança nova: a esperança de seguir pelo caminho da salvação, toda a vida. E esta esperança nada e ninguém pode extinguir, porque a esperança não desilude. Lembrem-se: a esperança no Senhor não desilude nunca. Graças ao Batismo, somos capazes de perdoar e de amar também quem nos ofende e nos faz mal; que conseguimos reconhecer nos últimos e nos pobres a face do Senhor que nos visita e se faz próximo. O Batismo nos ajuda a reconhecer na face das pessoas necessitadas, nos sofredores, também no nosso próximo, a face de Jesus. Tudo isso é possível graças à força do Batismo!

3.            Um último elemento, que é importante. E faço a pergunta; uma pessoa pode batizar a si mesma? Ninguém pode batizar a si mesmo! Ninguém. Podemos pedi-lo, desejá-lo, mas sempre precisamos de alguém que nos administre este Sacramento em nome do Senhor. Porque o Batismo é um dom que vem concedido em um contexto de solicitude e de partilha fraterna. Sempre na história, um batiza o outro, o outro, o outro… é uma sequência. Uma sequência de Graça. Mas, eu não posso me batizar sozinho: devo pedir a um outro o Batismo. É um ato de fraternidade, um ato de filiação à Igreja. Na celebração do Batismo podemos reconhecer as feições mais genuínas da Igreja, a qual como uma mãe continua a gerar novos filhos em Cristo, na fecundidade do Espírito Santo.

Peçamos então de coração ao Senhor poder experimentar sempre mais, na vida de cada dia, esta graça que recebemos com o Batismo. Encontrando-nos, os nossos irmãos possam encontrar os verdadeiros filhos de Deus, verdadeiros irmãos e irmãs de Jesus Cristo, verdadeiros membros da Igreja. E não esqueçam a tarefa de hoje: procurar, perguntar a data do próprio Batismo. Como eu conheço a data do meu nascimento, devo conhecer também a data do meu Batismo, porque é um dia de festa.
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Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Um padre escreve ao Papa antes de morrer aos 31 anos.


Fabrizio nasceu em Nápoles (Itália), no dia 8 de setembro de 1982. Quase 3 mil pessoas se reuniram no bairro de Ponticelli para lhe dar adeus na igreja de Nossa Senhora das Neves, onde ele era vigário. Padre Fabrizio viveu um grande sofrimento nos últimos meses, mas com fé e força interior. Sempre sorrindo, com uma palavra de consolo para os amigos e familiares que estiveram com ele até o último momento. Oferecemos a seguir a carta que ele enviou ao Papa Francisco.

A Sua Santidade o Papa Francisco:

Santo Padre,

nas orações diárias que dirijo a Deus, não deixo de rezar pelo senhor e pelo ministério que Deus lhe confiou, para que Ele possa lhe dar forças e alegria para continuar anunciando a boa nova do Evangelho.

Eu me chamo Fabrizio De Michino e sou um jovem padre da diocese de Nápoles. Tenho 31 anos e há cinco sou sacerdote. Desempenho meu serviço no Seminário Arcebispal de Nápoles como professor de um grupo de diáconos, e em uma paróquia em Ponticelli, que se encontra na periferia de Nápoles. A paróquia, recordando o milagre registrado na colina Esquilino, recebe o nome de Nossa Senhora das Neves.

Ponticelli é um bairro degradado por sua pobreza e alta criminalidade, mas a cada dia descubro verdadeiramente a beleza de ver o que o Senhor realiza nestas pessoas que confiam em Deus e na Virgem.


Também eu, desde que estou nesta paróquia, pude ampliar cada vez mais meu amor pela Mãe Celeste, experimentando também nas dificuldades a sua proximidade e proteção. Infelizmente, há três anos eu luto contra uma doença rara: um tumor no interior do coração. Há um mês estou com metástase no fígado e no baço. Nesses anos difíceis, no entanto, nunca perdi a alegria de ser anunciador do Evangelho. Também no cansaço eu percebo, verdadeiramente, esta força que não vem de mim, mas de Deus, que me permite desempenhar com simplicidade o meu ministério. Há uma citação bíblica que tem me acompanhado e me enche de confiança na força do Senhor: “Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei um espírito novo; tirar-vos-ei do peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne” (Ez 36, 26).


Neste tempo tem sido muito próxima a presença do meu bispo, o cardeal Crescenzio Sepe, que me apoia constantemente, ainda que às vezes me peça para descansar, para que eu não me sobrecarregue.

Agradeço a Deus também por meus familiares e meus amigos sacerdotes que me ajudam e apoiam, sobretudo quando faço as diferentes terapias, compartilhando comigo os momentos de inevitável sofrimento. Também os meus médicos me apoiam muito e fazem o impossível para encontrar os tratamentos adequados para mim.

Santo Padre,

estou me alongando muito, mas só quero dizer que ofereço a Deus tudo isso, pelo bem da Igreja e pelo senhor de um modo especial, para que Deus o abençoe sempre e o acompanhe neste ministério de serviço e amor.

Eu lhe rogo que reze por mim: o que peço todos os dias ao Senhor é que seja feita a Sua vontade, sempre e em todas as partes. Não peço a Deus a minha cura, mas a força e a alegria de continuar sendo um verdadeiro testemunho de Seu amor e um sacerdote segundo o Seu coração.

Seguro de suas orações paternas, o saúdo devotamente.


Padre Fabrizio De Michino.
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Fonte: Aleteia