sexta-feira, 7 de março de 2014

Católico: os seus filhos precisam morrer pela Crimeia?


Entrar em guerra com a Rússia por causa de um território que já pertenceu a ela de 1783 até 1957 seria injusto, imprudente e, provavelmente, suicida.
 
É difícil, para mim, acreditar que estejamos no mês de março. Este mês tem um quê de agosto, de "agosto de 1914", para ser preciso.

 
Naquele mês, há quase exatos 100 anos, uma série de erros diplomáticos, sinais atravessados e mecanismos burocráticos soltou os monstros que rugiriam pelo resto do mais sangrento de todos os séculos da nossa história, um século em que mais civis foram assassinados pelos governos do que em todos os outros séculos juntos de história registrada.

 
Ao contrário da Segunda Guerra Mundial, cuja brutalidade pode ser atribuída aos ódios sociopatas de um único homem, a Primeira começou com uma confusão de afirmações desconexas, reivindicações contraditórias sobre um território em disputa, exigências de autonomia de minorias étnicas e respostas repressivas de governos centrais. Seguiram-se então os apelos dessas minorias às grandes potências vizinhas, o que desencadeou um efeito dominó quando outras grandes potências entraram em cena para "salvaguardar os seus interesses" e "conter as agressões" das nações rivais.
 
Em outras palavras, a Primeira Guerra Mundial começou da mesma forma que a guerra entre Rússia e Estados Unidos pode começar em 2014.

 
A Primeira Guerra Mundial terminou com a destruição de três dos regimes que tinham entrado nela, além de um saldo de 40 milhões de mortos, um continente falido e a substituição das monarquias bastante benevolentes com as ditaduras ideológicas. Por exemplo, quase cada centímetro quadrado da monarquia dos Habsburgos seria governado sucessivamente por Hitler e por Stalin.

 
A Europa de julho de 1914 era um lugar muito parecido com os Estados Unidos de hoje. Apesar das rápidas mudanças sociais e do fermento intelectual (Darwin, Freud, Nietzsche e Marx tinham recentemente deixado suas marcas na história), o continente tinha vivido 60 anos de paz quase ininterrupta e de expansão econômica. Novas tecnologias possibilitaram construir as coisas mais rápido e mais barato do que nunca. A melhoria nas comunicações e nos transportes unia terras distantes. Eu não acho que a palavra "globalização" fosse usada na época, mas é ela que define o que estava acontecendo então. O comércio exterior interligava Ásia, Europa e América. Uma rede de investimentos globais quebrava barreiras históricas. Era uma época de "progresso" que inspirava visões utópicas de um futuro sem trabalho sofrido, sem classes sociais e sem pobreza generalizada. Pensava-se que os sofrimentos que tinham levado os homens a buscar o “ópio da fé” estavam desaparecendo gradualmente, como também desapareceriam todas as igrejas.



A Europa que dançava à beira das linhas de alerta em 1914 era o mundo descrito nas histórias de Sherlock Holmes e nos romances de Edith Wharton, onde os piores monstros que rondavam a terra eram criminosos mesquinhos e solitários interesseiros. Mas quando os limites foram cruzados, como fronteiras invisíveis que separam a terra do inferno, o continente se encharcou do sangue de uma Terra de Ninguém, encolhendo-se atrás de cercas de arame farpado e sob nuvens de gás mortal. C.S. Lewis e J.R.R. Tolkien rastejaram nas trincheiras daquelehorror, junto com milhões de outros soldados, e viram a vida dos seus amigos mais próximos ser estupidamente ceifada.
 
O que levou os homens de 1914 a jogarem tudo no lixo? Como foi que cristãos de tantas nações se convenceram de que aquele mesquinho conflito satisfazia as altíssimas exigências dos ensinamentos cristãos para que alguma guerra pudesse ser considerada justa? Do mesmo jeito que a humanidade tinha se enganado em cada século anterior, eu suponho... E os bispos, para piorar, se alinharam atrás dos seus governos, desafiando o papa, tentando evitar o rótulo de "antipatrióticos". O papa Pio X morreu logo depois que a guerra eclodiu. De desgosto, dizem até hoje. E o papa Bento XV renovou a “ofensiva de paz”, que só ganhou, porém, o apoio de um único governante: o Imperador Carlos I, da casa dos Habsburgos.


Uma diferença me vem à mente. Nos séculos anteriores, as guerras tinham sido declaradas em sua maioria por governantes com poder mais ou menos arbitrário para declará-las. Nenhuma assembleia popular aprovou as campanhas de conquista de Luís XIV e muito menos as guerras de Napoleão. Mas, em 1914, quase todas as nações da Europa, exceto a Rússia czarista, tinham alguma forma de governo representativo. Se a opinião popular da época fosse fortemente contrária à eclosão do conflito, até o czar Nicolau teria pensado duas vezes antes de se mobilizar pela "valente e pequena Sérvia". Mas a opinião popular não ofereceu barreiras. Em cada país, as multidões que se aglomeravam nas ruas em agosto de 1914 torciam pela perspectiva de enfrentar os "valentões" da vizinhança: alemães, russos, austríacos, franceses... Os povos enfeitavam suas ruas com flores e aplaudiam os burocratas incompetentes e os reis infelizes que mandavam os seus jovens para o moedor de carne.
 
E em cada nação, um “forte argumento” podia ser apresentado para garantir que “aquela era a hora da guerra”. Cada país, afinal, tinha sofrido profundas injustiças históricas que as negociações nunca tinham retificado. Cada governo podia alegar abusos sofridos por parte dos seus inimigos e alertar para as graves consequências de não se traçar uma linha no chão, “aqui e agora”, para deter o avanço de “alemães militaristas”, “hordas russas”, “sérvios sanguinários e intolerantes”, “intrigas e arrogância dos austríacos”, “Terceira República anticlerical, envolvida em uma perseguição contra a Igreja”, “pérfidos e hipócritas ingleses”... e assim por diante. Até que, em novembro de 1918, cerca de 20 milhões de homens jaziam mortos no meio da lama.

 
E para quê? No fim das contas, quando toda a propaganda foi desmascarada e as agendas ocultas se contorciam à luz do dia, a guerra tinha sido apenas o produto de líderes míopes, que desejavam parecer fortes e decididos aos olhos do público, dos reis e, por vezes, das suas mulheres (um relevante belicista austríaco, soubemos depois, incentivou a guerra basicamente para impressionar a sua amante). Com o devido distanciamento histórico, podemos ver que a Primeira Guerra Mundial não foi uma cruzada pela democracia nem por qualquer outra coisa; foi apenas uma versão fuleira de “Seinfeld: uma Guerra a Propósito de Nada”.

 
Cada nação, ao que parece, foi em grande parte enganada quanto àquela guerra, com informações incompletas ou falsas, além de versões convenientes conforme as questões que estavam em jogo para cada país. Com as suas populações em estado de choque e cansadas de guerra, a Grã-Bretanha e a França perderam o gosto pela autodefesa e diminuíram os seus recursos militares. Além disso, elegeram líderes mais míopes ainda, focados agora ​​em “manter a paz a qualquer preço”. Esse vácuo de poder, depois da Primeira Guerra Mundial, foi rapidamente preenchido por Hitler e, depois, durante cerca de 40 anos, por Stalin.

 
Eu espero que os americanos que decidem as políticas a tomar em face de um Estado russo que está querendo dominar os seus vizinhos se lembrem daquele agosto de tantos anos e de milhões de vidas atrás. Uma região da Europa, a Crimeia, que pertenceu à Rússia de 1783 até 1957, está sendo apresentada ao mundo como se fosse uma parte sacrossanta da Ucrânia, a ser defendida mesmo que ao preço de um holocausto nuclear. Estamos sendo exortados à indignação por notícias unilaterais. Eu espero que sejamos um pouco mais céticos do que em 1914.

 
Como católicos, aliás, seríamos mais céticos em várias outras circunstâncias que mexem com a vida e com a morte: por exemplo, se um médico nos dissesse que uma determinada gravidez é ectópica e precisa ser interrompida para salvar a vida da mãe. Mesmo que a eliminação indireta de uma vida inocente possa ser justificada pelo princípio do duplo efeito, ainda assim relutaríamos em admitir essa intervenção. Pois bem: começar uma guerra merece no mínimo a mesma relutância; começar uma guerra merece seríssimas considerações.


Eu espero que nós, como católicos, exerçamos o prudente juízo exigido de todo cristão neste momento em que marchamos para o abismo terrível chamado de “guerra moderna”: uma guerra em que cidades inteiras podem ser exterminadas em minutos; em que tentam nos fazer pensar que ninguém é inocente e que todo alvo é um objetivo militar legítimo; em que toda a moralidade é jogada no lixo nas primeiras horas de conflito.
 
Eu espero que sejamos um pouco mais espertos do que as multidões que se aglomeravam nas ruas de Londres, Paris, Viena, Berlim e São Petersburgo naquele verão de 1914.

 
Eu espero que todos nós peneiremos melhor as palavras dos nossos próprios governantes e resistamos à tentação de pintar os líderes das nações rivais como novos Hitlers e de elevar a afirmação do nosso poder ao status de princípio a ser defendido a todo custo.

 
Eu espero que, para cada vez que lermos gritos a favor da guerra, também consultemos fontes contrárias à guerra, inclusive aquelas que nos recordam constantemente os ensinamentos católicos sobre o que é e o que não é uma guerra justa.
 
Eu esperei as mesmas coisas em novembro de 2002 e não paguei nenhum preço por ser contrário àquela guerra [a Guerra ao Terror, do governo Bush, ndr]. Claro, os fomentadores da guerra também não pagaram preço algum por estarem absolutamente errados: eles ainda dominam importantes alas de ambos os partidos políticos, diga-se de passagem [no caso, o Partido Republicano e o Partido Democrata, dos EUA, ndr]. Posso dizer até que, tirando o enorme rombo em forma de mapa do Iraque no orçamento do nosso país, a maioria de nós pagou foi pouco por "confiar no presidente, ‘que é pró-vida’!".


 
Quem não pagou pouco foram os veteranos, agora “equipados” com braços e pernas artificiais; as crianças que vão crescer sem pai ou sem mãe; os corpos em decomposição que estão alinhados no cemitério de Arlington. Todos eles “confiaram no governo” e se alistaram para “lutar pelo seu país”. Eles acreditaram que os seus líderes civis só os enviariam para “missões vitais para a sua sobrevivência” e que só pediriam o seu sacrifício final em caso de extrema emergência. Se tratarmos a guerra com estupidez, não seremos melhores do que os pagãos. Seremos piores, porque nós temos acesso a um conhecimento mais claro sobre a guerra e sobre todas as suas consequências.
 
Como católicos, além disso, nós acreditamos no dia do Juízo Final. E, naquele dia, todos os homens que nós enviamos para matar e morrer nas piores circunstâncias imagináveis, num frenesi de balas, gritos de horror e carne queimada, vão se levantar, com seus corpos íntegros e gloriosos. Vão se reunir e sentar-se ao lado do trono de Cristo. E vão apontar o seu dedo acusador para os nossos olhos, finalmente abertos.

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Fonte: Aleteia

Jesuítas: 200 anos da restauração


Duzentos anos atrás, em 1814, a Companhia de Jesus era reconstituída depois de ter sido suprimida e dispersa ao longo de algumas décadas. Foi Pio VII que restituiu aos jesuítas o seu papel e liberdade. Às suas costas, estava talvez o período mais duro da história da Ordem, o posterior à supressão proclamada por Clemente XIV com a bula Dominus ac Redemptor em 1773.

A data está no centro de estudos e de celebrações, até porque se trata de uma passagem histórica que diz respeito a toda a Igreja, aprofundado somente em parte por pesquisadores e estudiosos. Mas, sem dúvida, o fato de que a 200 anos desse renascimento tenha sido eleito o primeiro papa jesuíta da história, além do mais proveniente da América do Sul, não é um elemento secundário nessa renovada atenção com relação às vicissitudes da Ordem fundada por Santo Inácio de Loyola.


Segundo o Pe. Gianpaolo Salvini, ex-diretor da revista La Civiltà Cattolica, a secular revista dos jesuítas italianos, "o período da supressão da Companhia de Jesus é um período histórico relativamente pouco estudado pelos próprios historiadores jesuítas. Provavelmente, um certo pudor influenciou ao lidar com uma página dolorosa da vida da Ordem, e também a dificuldade de decifrar plenamente as complexas causas que levaram à sua dissolução em 1773".


"A Ordem, de fato – acrescenta Salvini –, no momento da sua supressão, contava com cerca de 5.000 jesuítas a mais (mais de 22 mil) do que conta hoje, depois da diminuição das últimas décadas, e parecia bem sólida".


Portanto, é "também por isso que os jesuítas da época foram pegos de surpresa e não se deram conta do que estava acontecendo às suas custas". "Atingindo-os – afirma o jesuíta – certamente se queria enfraquecer a Igreja e um órgão universal, como era também a Companhia, na época do nascimento dos Estados nacionais". "Os jesuítas, ou muitos deles – destaca o religioso – também eram homens de fronteira e estavam envolvidos em polêmicas de todos os tipos".


Daí a oportunidade de "retomar e aprofundar os estudos históricos a respeito, até para que a história não passe em vão. Essa época já está fechada e, por isso, deveria ser possível compreender, com a calma necessária, os seus episódios, motivações e lições certamente interessantes também para um mundo tão diverso como o nosso".


Companhia de Jesus representava, sem dúvida, na segunda metade do século XVIII, uma das expressões mais fortes e difundidas no mundo da universalidade da Igreja e, portanto, também direta ou indiretamente, do seu poder. Nas décadas que vão de 1750 até cerca do fim do século, o Iluminismo conheceu a sua fase de floração mais ampla, entrou nas cortes reais europeias, acendeu debates, espalhou-se entre as camadas burguesas.


A França passaria pela fase revolucionária e, depois, a napoleônica, abrir-se-ia um ciclo de mudanças que abrirá as portas para a modernidade. É neste contexto que os jesuítas começaram a ser contestados, juntamente com outras instituições eclesiais como a Inquisição, só que a Companhia se ocupava massivamente de educação, escolas e universidades. A presença dos jesuítas nesses campos se espalhou de um lado a outro da Europa e era muitas vezes julgada como de grande qualidade, mas o impulso para libertar a educação da sua presença foi uma das razões fundamentais que induziram os Estados para expulsá-los.



Mas a Ordem, com os seus homens, os seus capelães, também estava dentro das cortes onde os jesuítas eram reputados como intrigantes e manipuladores, e tornaram-se o símbolo de um poder eclesial tão refinado quanto insidioso, e capaz de construir conspirações e complôs.
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Fonte: Aleteia

Santa Rosa de Viterbo - 06 de março


Rosa descende de uma família humilde de agricultores que viviam na cidade de Santa Maria de Poggio.  Rosa nasceu da cidade de Viterbo onde nasceu por volta do ano 1235. Viterbo era conhecida como a cidade dos Papas pois no século XIII muitos pontífices tinham residência de campo lá. Rosa, desde sua infância já demonstrava profunda piedade, zelo e dedicação às coisas de Deus. Passava longas horas em frente às imagens dos santos, repartia o pão com os pobres, fazia penitências e por vezes encontrava-se recolhida na solidão e oração.

Durante os conflitos de poderes entre os partidários do imperador Frederico II e a Santa Sé na pessoa de São Francisco de Assis e os ataques dos hereges em 1247, Rosa teve uma visão de Cristo Crucificado e saiu para pregar o Evangelho nas ruas com o crucifixo na mão convertendo muitos hereges e impulsionando o povo na fé e na luta por seus valores. Este fato fez com que o prefeito condenasse Rosa ao exílio no ano de 1250.


Meses após seu exílio na cidade de Soriano, Rosa é avisada por um anjo, da morte do imperador e resolve voltar para Viterbo no ano de 1252. A cidade toda acolhe Rosa com muita alegria, recordando seus feitos heroicos em favor da fé. Mas Rosa não se conteve nestas honras e resolveu transformar sua casa em um claustro onde reuniu amigos e muitas jovens que ouviam falar viam unir-se à jovem que veio então a fundar a Ordem Terceira de São Francisco.

Rosa veio a falecer “sem agonia” e exalando suave perfume no dia 06 de março de 1252. No dia 25 de novembro do mesmo ano, o Papa Inocêncio IV abriu o processo de canonização de Rosa. Sua canonização não foi oficializada mas é reconhecida santa pela Igreja e pelo povo. Em 1929, o Papa Pio XI, declarou Santa Rosa de Viterbo a padroeira da Juventude Feminina da Ação Católica Italiana. No Brasil ela é a Padroeira dos Jovens Franciscanos Seculares.

Em 04 de setembro de 1257 seu corpo foi encontrado incorrupto, Foi então transladada para o Mosteiro das Clarissas, chamado depois disso, Mosteiro de Santa Rosa.

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(06 de Março de 2014) © Innovative Media Inc.
Disponível: ZENIT

quinta-feira, 6 de março de 2014

Arquidiocese de São Luís lança Campanha da Fraternidade 2014



Será lançada no próximo dia 7 de março pela Arquidiocese de São Luís do Maranhão, a Campanha da Fraternidade 2014. Com o tema “Fraternidade e tráfico humano”, o  encontro acontecerá no Iesma Faculdade Católica do Maranhão, no Centro de São Luís, a partir das 09h.

O anúncio de abertura da campanha será através de coletiva de imprensa a todos os profissionais da comunicação local e terá a presença de Dom José Belisário.

O objetivo desta é identificar as práticas de tráfico humano e suas várias formas. A campanha pretende ainda mobilizar os cristãos e a sociedade brasileira para a erradicação do tráfico humano.

SERVIÇO

O QUÊ - Coletiva de Imprensa de lançamento da Campanha da Fraternidade
QUANDO - Dia 07/03, às 9 horas

ONDE - Iesma – Faculdade Católica do Maranhão
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Fonte: O Imparcial

Seis em cada dez pessoas traficadas são mulheres, diz ONU


Agências da ONU lançaram hoje (5) uma campanha global para combater vários tipos de tráfico. O evento ocorreu durante uma feira do setor de turismo em Berlim, na Alemanha. Participam da iniciativa a Organização Mundial do Turismo (OMT), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Escritório sobre Drogas e Crime (Unodc). Segundo o Unodc, as mulheres representam 60% das vítimas de tráfico humano, 27% são crianças – na maioria, meninas.

O objetivo é que os viajantes apoiem a luta contra o comércio ilegal de animais selvagens, artefatos culturais, drogas, produtos piratas e o tráfico humano. A campanha, cujo tema é "Suas ações contam – seja um viajante responsável", quer chamar a atenção para os procedimentos ilegais mais comuns a que os turistas possam estar expostos quando viajam.

A iniciativa fornece um guia informando como identificar possíveis situações de tráfico e que ação deve ser tomada caso isso ocorra. Segundo a agência, se o turista perceber que alguma pessoa está  sofrendo qualquer tipo de abuso, seja num bar, num hotel ou num restaurante, ele deve denunciar às autoridades locais.


A ONU alerta também para o comércio de partes de animais selvagens. Elefantes, rinocerontes e tigres correm o risco de extinção por causa de caçadores em busca dos chifres, da pele. Calcula-se que as transações ilegais dos chamados artefatos culturais cheguem a US$ 60 bilhões anuais. Já os produtos piratas geram um lucro dez vezes maior.

O Unodc alertou que o comércio global do tráfico beneficia diretamente o crime organizado que usa o dinheiro para financiar outras atividades ilegais.

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(Agência Brasil
Disponível em: Aleteia

Tráfico de pessoas. Uma vergonha!


Poucas semanas antes de sua vinda ao Brasil, em julho passado, o papa Francisco esteve na ilha de Lampedusa, já próxima da África, no sul da Itália; ali aportam numerosos prófugos da miséria e da violência, procedentes da África e de outras partes do mundo, sonhando com a vida na Europa.

Muitos, de fato, nem conseguem chegar à terra firme e naufragam, ou são abandonados pelos modernos mercadores de escravos no meio do Mediterrâneo em barcos abarrotados e sem o mínimo respeito à sua dignidade. Isso, depois de terem pago caro a alguma organização criminosa pelo transporte e pela promessa de visto e emprego no lugar de destino. Milhares acabam morrendo e jogados ao mar, nada diferente do que acontecia durante séculos com os navios negreiros no período colonial.

O Papa jogou flores ao mar para lembrá-los; ao mesmo tempo, rezou pelos que pereceram e confortou sobreviventes; e denunciou o tráfico de pessoas como uma atividade ignóbil, uma vergonha para sociedades que se dizem civilizadas. Diante dessa questão, os governos muitas vezes ficam indiferentes ou sem ação. Francisco conclamou a todos à superação da “globalização da indiferença”.

Desde tempos imemoriais, o tráfico de pessoas era praticado amplamente e até aceito, geralmente, em vista do trabalho escravo. O Brasil conviveu por séculos com a escravidão de índios e africanos; estes últimos eram adquiridos, traficados e comercializados como “coisa” num mercado vergonhoso, mas florescente. Foram necessários séculos para que a escravidão fosse formalmente proibida e abolida. Um progresso civilizatório!


Mas o problema voltou, se é que já havia sido erradicado de maneira completa. A forma contemporânea de escravidão é bem mais difundida e grave do que se poderia imaginar e está sendo favorecida pela globalização das atividades econômicas ilegais e clandestinas. Hoje, como no passado, essa atividade criminosa envolve organizações e redes nacionais e internacionais, com altos ganhos a custos e riscos baixos para os traficantes.

O tráfico de pessoas é praticado em vista de vários âmbitos da economia, legais e ilegais, como a construção civil, a agricultura, o trabalho doméstico, o entretenimento, a exploração sexual e, mesmo, a adoção ou a comercialização de órgãos. As vítimas, geralmente, são atraídas por promessas de trabalho e emprego, boas condições de vida em outras cidades ou países. Com freqüência, o tráfico de pessoas está ligado ao fenômeno das migrações e à permanência ilegal e precária em algum país.

Capítulo especialmente doloroso representa o tráfico de crianças e adolescentes, praticado por redes que envolvem pequenas vítimas do mundo inteiro. Entidades não-governamentais, que acompanham esta questão, estimam que, na década de 1980, quase 20 mil crianças brasileiras foram levadas para a adoção no exterior; constataram-se numerosos processos fraudulentos nessas adoções. No Brasil, há denúncias de tráfico de crianças e adolescentes destinados à exploração sexual; e continua grande o contingente de crianças de 7 a 14 anos de idade exploradas no trabalho infantil.


Algumas características do tráfico humano já foram estudadas. Antes de tudo, ele envolve o crime organizado, com uma complexa estrutura que relaciona meios e fins para facilitar suas atividades; há aliciadores, fornecedores de documentos falsos e de assistência jurídica, transportadores, lavagem de dinheiro... Há rotas nacionais e transnacionais do tráfico de mulheres para a exploração sexual, de trabalhadores ilegais, de crianças, de órgãos. No Brasil, a Região Amazônica apresenta o maior número dessas rotas, seguida pelo Nordeste.
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Autor: Cardeal dom Odilo Scherer
Fonte: Aleteia

O Papa é uma pessoa normal: sorri, chora e tem amigos como todos


“Eu gosto de estar entre o povo, junto dos que sofrem, e andar pelas paróquias. Não gosto das interpretações ideológicas, uma certa mitologia do Papa Francisco. Quando se diz, por exemplo, que saio de noite do Vaticano para levar comida aos mendigos da Via Ottaviano... Jamais me ocorreria. Sigmund Freud dizia, se não me engano, que em toda idealização existe uma agressão. Pintar o Papa como se fosse uma espécie de Superman, uma espécie de estrela, é para mim ofensivo. O Papa é um homem que sorri, chora, dorme tranquilo e tem amigos como todos. É uma pessoa normal”. Assim se mostra o Papa Francisco em uma entrevista publicada hoje pelo jornal italiano Corriere della Sera.

Relação com Bento XVI e estilo “franciscano” de governo


Durante a entrevista, o Papa Francisco aborda a relação com seu predecessor Bento XVI: “O Papa emérito não é uma estátua de museu. (...) Ele é discreto, humilde, não quer incomodar. Conversamos e juntos chegamos à conclusão de que era melhor que visse gente, que saísse e participasse da vida da Igreja”. E fala de seu estilo “franciscano” de governo na Igreja: “O Papa não está sozinho em seu trabalho porque está acompanhado pelo aconselhamento de muitos. Seria um homem sozinho se decidisse sem escutar ninguém ou fingindo que escuta. Mas há um momento, quando se trata de decidir, de assinar, no qual ele fica sozinho com seu senso de responsabilidade”.

Sobre as mudanças neste primeiro ano de pontificado, Francisco dá exemplos claros: “Tinha-se falado da situação espiritual das pessoas que trabalham na Cúria, e então começaram a fazer retiros espirituais. Era preciso dar mais importância aos exercícios espirituais anuais: todos têm direito a passar cinco dias de silêncio e meditação, enquanto que antes na Cúria se escutavam três orações por dia e depois alguns continuavam trabalhando” e recorda que a ternura e a misericórdia são a essência e “o coração do Evangelho”.


Temas polêmicos: abusos de menores, pobreza, globalização e família


O Papa Francisco não evita nenhum tema e responde, por exemplo, a uma pergunta sobre abuso de menores: “Bento XVI foi muito valente e abriu o caminho. E seguindo esse caminho a Igreja avançou muito. Talvez mais que ninguém. As estatísticas sobre o fenômeno da violência contra os menores são impressionantes, mas mostram também com clareza que a grande maioria dos abusos provêm do entorno familiar e das pessoas próximas”. E o Papa continua mostrando a transparência da Igreja: “a Igreja Católica é talvez a única instituição pública que se moveu com transparência e responsabilidade. Nenhuma outra fez tanto. E, no entanto, a Igreja é a única a ser atacada”.

De igual maneira, fala da pobreza e da globalização financeira. O Papa Francisco explica que a pobreza “nos afasta da idolatria. E a quem tem seus celeiros cheios do próprio egoísmo, o Senhor, ao final, lhes pedirá contas”. Sobre o problema da globalização, afirma: A atual globalização ‘esférica’ econômica, e sobretudo financeira, produz um pensamento único, um pensamento fraco. E em seu centro já não está a pessoa humana, apenas o dinheiro”.


A família, eixo central da atividade do Conselho de oito cardeais, também é abordada na entrevista, e o Papa Francisco pede que se evite ficar na superfície do tema: “Os jovens já não se casam. Há muitas famílias separadas, cujo projeto de vida comum fracassou. Os filhos sofrem muito. E nós temos que dar uma resposta. Mas para isso há que refletir muito e em profundidade”. Ele comenta sobre o informe do cardeal Kasper: “Os cardeais sabiam que podiam dizer o que quisessem, e apresentaram pontos de vista diferentes, que sempre são enriquecedores” (...), “fazer crescer o pensamento teológico e pastoral. Isso não me amedronta. E mais: eu busco isso”.


Deste modo, recorda que “o casamento é entre um homem e uma mulher” e afirma que as uniões civis servem para “regular aspectos econômicos entre as pessoas, como, por exemplo, a obra social. Há que ver cada caso e avaliá-los em sua diversidade”.

Mulher, vida e controle de natalidade


“É verdade que a mulher pode e deve estar mais presente nos postos de decisão da Igreja”, afirma o Papa Francisco. “Mas a isso eu chamaria de uma promoção de tipo funcional. E só com isso não se avança muito”. “A Virgem é mais importante que qualquer bispo e qualquer um dos apóstolos. O aprofundamento teológico já está em marcha”.

Sobre bioética e vida, o Papa Francisco retoma o texto da “Humanae Vitae” e se pergunta sobre uma interpretação que se fez do texto: “O tema não é mudar a doutrina, mas ir a fundo e assegurar que a pastoral considere as situações de cada pessoa e o que essa pessoa pode fazer. Também sobre isso se discutirá no sínodo”.


Saudades da Argentina e viagens


O Papa Francisco mostra não sentir nostalgia da Argentina e afirma não ter pensado ir lá antes de 2016, posto que “agora tenho de ir à Terra Santa, à Ásia e depois à África”.


Esta primeira viagem à Terra Santa dá ocasião do Papa explicar que “a teologia ortodoxa é muito rica” e mostra sua expectativa por mais resultados nos diálogos. Sobre a Ásia, revela que mantém contato com o povo chinês: “é um grande povo a quem quero muito bem”.
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Fonte: Aleteia

Papa Francisco é indicado a Prêmio Nobel da Paz


O Papa Francisco está entre os candidatos ao Prêmio Nobel da Paz, segundo anunciou o diretor do Instituto Nobel, Geir Lundestad, ao apresentar a lista de 278 nomes escolhidos, informou a agência italiana Ansa.

A candidatura acontece poucos dias antes de Jorge Bergoglio completar, em 13 de março, o primeiro aniversário de seu pontificado.


A comissão do Nobel vai reduzir a lista a uma dúzia de nomes antes do final de abril e, finalmente, o escolhido será anunciado em 10 de outubro, em Oslo, na Noruega, de acordo com a Ansa.


Entre os candidatos também está o presidente russo, Vladimir Putin, que foi eleito por seu papel na crise da Síria, mas atravessa um conflito com a Ucrânia, que poderá desencadear em uma guerra na Crimeia.


Também aparece na lista Edward Snowden, ex-funcionário da CIA a serviço da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, que denunciou a existência de uma rede norte-americana de espionagem global, e hoje está refugiado na Rússia. "Tivemos um número crescente de indicações de pessoas de países que nunca antes haviam apresentado candidatura", disse Lundestad ao anunciar, em Oslo, os indicados.


O recorde anterior foi estabelecido no ano passado, quando houve 259 candidatos, entre os quais acabou vencendo a Organização para a Proibição de Armas Químicas, premiada por seus "grandes esforços" para eliminar esses arsenais.


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(Agência Brasil)

Disponível em: Aleteia