terça-feira, 5 de agosto de 2014

Entra em vigor trégua de 72 horas entre Israel e Hamas em Gaza


Uma trégua de 72 horas entre Israel e o movimento islamita Hamas entrou em vigor nesta terça-feira em Gaza, após uma intensa pressão internacional para acabar com um conflito que, em 29 dias, deixou quase 1.900 mortos no território palestino.

As tropas israelenses anunciaram a saída das tropas que haviam entrado em Gaza para a operação destinada a acabar com o lançamento de foguetes do Hamas e destruir os túneis usados pelos islamitas para infiltrar-se em território israelense.

"Todas as nossas forças saíram de Gaza", declarou o general Moti Almoz à rádio militar.

As duas partes demonstram determinação em prosseguir com os combates quase até o momento do início do cessar-fogo, às 8H00 (2H00 de Brasília).

As sirenes soaram em Jerusalém, Tel Aviv e nas regiões central e sul de Israel para uma última salva de 16 foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza. Um projétil atingiu uma casa palestina perto de Belém (Cisjordânia), sem provocar vítimas, segundo testemunhas.

A aviação israelense realizou pelo menos cinco bombardeios na Faixa de Gaza, que não provocaram mortos nem feridos, antes do início da trégua, segundo correspondentes da AFP.

Esta é a segunda trégua de 72 horas que as duas partes decidem respeitar nos últimos quatro dias. A anterior, em 1º de agosto, negociada com mediação dos Estados Unidos e da ONU, durou apenas 90 minutos e terminou com um banho de sangue.

Algumas velas e alguns equívocos

À frente do ambão, velas... vermelhas.

Vendo a celebração de pentecostes do ano passado, relembrando algumas ainda mais antigas, pude perceber dois grandes equívocos na liturgia. Aliás, dois grandes não; um grande e um tão singelo que muitos não notariam.

O primeiro deles, e maior, é o uso das sete velas na missa de pentecostes, crisma e outras celebrações em que o Espírito Santo seja particularmente lembrado. Essa prática consiste em colocar as sete velas, muitas vezes de cor vermelha, como representando os dons do Espírito Santo. Muitos podem se perguntar: "Por que isso seria errado? É uma maneira simples e bela de lembrar dos dons do Espírito Santo."

Não julgo aqueles que acabam instituindo esse símbolo a nível paroquial ou mesmo diocesano. A grande maioria, creio, o fazem com a melhor das intenções. Mas, como se diz, "de boa intenção o inferno está cheio". É necessário entender o real significado dos símbolos litúrgicos. Então, vamos à verdade, ainda que doa a alguns.

O uso dessas velas, antes de mais nada é um erro tremendo em relação às rubricas. "Sobre o altar ou perto dele, dispõem-se, em qualquer celebração, pelo menos dois castiçais com velas acesas, ou quatro ou seis, sobretudo no caso da Missa dominical ou festiva de preceito, e até sete, se for o Bispo diocesano a celebrar." IGMR, 117. Como podemos ver, as sete velas são um distintivo da missa do bispo.

Mas tal prática não é ruim só por contrariar a IGMR. A desobediência às rubricas não é a doença, é só a febre! O mal maior está em suprimir um símbolo de muitos séculos e de especial atenção ao bispo por um que não tem sustentação histórico-tradicional nenhuma e que não está previsto no Rito Romano. Aliás, é um símbolo que foi feito para ser explicado durante a celebração; talvez este artifício sirva a um encontro de catequese, mas jamais à missa.

O Papa da Paz: ele quase conseguiu encerrar a Primeira Guerra Mundial e evitar a Segunda


Cem anos atrás, em 1914, milhões de cristãos europeus saudaram a chegada da guerra com um grau de aceitação, ou mesmo de regozijo, que, olhando-se hoje em retrospectiva, parece muito difícil de acreditar.

Para os alemães, especialmente, aquele foi um momento de transfiguração, um novo Pentecostes. Outros países viram na guerra um cumprimento de profecia, um sinal apocalíptico. Se pesquisarmos em todas as Igrejas do mundo, será difícil encontrar líderes que tenham falado com a firmeza que gostaríamos de ver num estadista cristão em meio a essas circunstâncias terríveis. Com algum alívio, no entanto, podemos nos voltar a um homem que falou como um profeta e que, além disso, propôs uma perspectiva genuinamente realista para a paz.


Sob o papado de Bento XV (1854-1922), o Vaticano se tornou um centro de eficaz ativismo cristão em prol da paz. Bento XV assumiu o pontificado em 3 de setembro de 1914, um momento de pesadelo na história europeia (a morte do seu predecessor, Pio X, tinha sido acelerada pelas tensões e pelos medos impulsionados pelo início da guerra). Os exércitos alemães avançavam sobre Paris e a titânica batalha do Marne ainda pairava no ar. Já no final daquele ano, dois milhões de soldados estariam mortos: cristãos assassinados por outros cristãos.



O que esperaríamos que um papa fizesse nessas circunstâncias?

A primeira atitude, é claro, foi denunciar o massacre e pedir o fim da violência. Bento XV o fez repetidamente. Uma semana após a sua ascensão ao trono de Pedro, ele condenou "o espetáculo terrível desta guerra que encheu o coração de horror e de amargura, à visão de todas as partes da Europa devastadas por fogo e aço, avermelhadas pelo sangue dos cristãos". 

Em novembro de 1914, ele protestou com firmeza: "Não há limite para a medida da ruína e do abate; dia após dia, a terra se encharca de sangue recém-derramado e se cobre dos corpos de mortos e feridos. Quem poderia imaginar, ao vê-los cheios de ódio um do outro, que todos eles são da mesma natureza, que todos são membros da mesma sociedade humana? Quem reconheceria neles irmãos cujo Pai está no céu?".

Em 1916, em frase que se tornou célebre, o Papa da Paz lamentou "o suicídio da Europa civilizada".

Bento XV também ofereceu planos estritamente práticos para limitar o conflito. Em 1914, ele pediu pelo menos um cessar-fogo temporário de Natal para que o estrondo dos canhões não ressoasse na noite em que os anjos tinham cantado. Mas a sua maior contribuição veio em agosto de 1917, num momento em que todos os poderes combatentes enfrentavam exaustão e desmoralização; um tempo de fome e de inquietação profunda em todo o continente. Naquele momento catastrófico, ele ofereceu uma proposta de paz que, quando consideramos o real desenvolvimento dos fatos, soa quase como uma alternativa utópica.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O "templo" de Macedo e o dia em que Marta decidiu expropriar o Cristo Redentor!


Todos vimos autoridades federais, estaduais e municipais ao lado do autoproclamado bispo Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus, na inauguração do dito “Templo de Salomão”, em São Paulo. A obra não tinha sido liberada pelo Corpo de Bombeiros (exigência legal), e há severas suspeitas de irregularidades na concessão do alvará da Prefeitura. Mas, em tempos de eleição, os políticos gostam de se aproximar da religião. Mormente quando se trata de mais um empreendimento de Edir Macedo, que, a cada dia, força mais a semelhança com uma caricatura de profeta. E não venham me patrulhar. Os evangélicos sabem o respeito que tenho por eles. Sou um duro crítico da forma preconceituosa como são tratados pela imprensa. Mas não gosto quando uma igreja decide ser dona de um partido político e quando um líder religioso decide ser “governo” — pouco importando quem esteja no poder.

Muito bem! No caso do Templo de Salomão, as autoridades não quiseram saber em que estágio estava o cumprimento da lei. Também o Cristo Redentor, no Rio, foi peça de uma patranha política — esta de outra natureza. Leiam a coluna de Merval Pereira, publicada no Globo. Volto em seguida.
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Cúria quase perde Cristo

Chega de Brasília uma informação que pode ser considerada bizarra, mas que também pode ter implicações mais graves. No impasse acerca do filme de José Padilha sobre o Rio, que a Cúria Metropolitana vetou inicialmente por considerar que a figura do Cristo Redentor havia sido desrespeitada, mas depois liberou, a ministra da Cultura Marta Suplicy fez chegar ao cardeal Dom Orani Tempesta uma ameaça de, através de um decreto presidencial que já estaria pronto, retirar da Igreja Católica a tutela sobre a imagem que está implantada no Parque Nacional da Tijuca, sob o controle da União.

O monumento foi erigido em área cedida pela União à Arquidiocese do Rio na década de 1930, mas o acesso à estátua é realizado pelo Parque Nacional da Tijuca, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Recentemente, a imagem do Cristo Redentor foi eleita, em votação pela internet no mundo todo, uma das modernas Sete Maravilhas do Mundo. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que também atuou para liberar o filme, disse que chegou a conversar com Dom Orani tentando mostrar que a imagem do Cristo Redentor é um ícone da cidade do Rio, e que como tal também deveria ser tratada e não apenas como um santuário religioso. Mas garante que em nenhum momento soube de qualquer tentativa de retirar da Igreja Católica os direitos sobre a imagem.

Os direitos de uso comercial do Cristo no Corcovado pertencem desde 1980 à Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, e em outubro de 2006, para comemorar seus 75 anos, a estátua foi transformada num santuário católico. Há também, na base do monumento, uma capela católica devotada a Nossa Senhora Aparecida.

A Arquidiocese do Rio de Janeiro não autorizou o uso da imagem do Cristo no filme Inútil paisagem, dirigido por José Padilha, por considerá-lo inicialmente desrespeitoso. Ele é um dos dez curtas que compõem o longa-metragem Rio, eu te amo, da franquia Cities of love.
Em uma sequência do curta, o personagem interpretado por Wagner Moura, durante um voo de asa-delta, conversa com a estátua do Cristo reclamando da vida, dos seus dissabores e da violência da cidade que ele deveria proteger.

O filme foi enviado para a apreciação da arquidiocese em março, tendo sido vetado. Segundo a assessoria de imprensa da Arquidiocese do Rio na ocasião, há cenas no filme em questão que foram consideradas ofensivas à imagem do Cristo e, consequentemente, à casa dos católicos. É uma prática absolutamente normal da Arquidiocese a não autorização de qualquer produto audiovisual que avance nesse caminho .

Dias depois, diante da reação negativa à decisão, considerada uma censura artística, o Vicariato para a Comunicação Social e a Assessoria de Imprensa da Arquidiocese anunciaram em nota a reversão da medida, pois haviam chegado à conclusão de que o episódio não visou interesse religioso no trato à imagem do Cristo Redentor, e portanto não houve desrespeito ao Cristo ou à religião católica .

O excesso de zelo dos encarregados pela imagem do Cristo, sem levar em conta o lado icônico não religioso da estátua que representa a cidade do Rio de Janeiro no mundo, pode levar a uma excessiva intervenção governamental que seria muito bem recebida em setores da sociedade contrários a esse controle da Igreja Católica sobre o monumento.

Dom Orani e Marta Suplicy desmentem rebuliço sobre a posse do Redentor


Na semana passada, o jornalista Merval Pereira, de O Globo, noticiou que a Ministra da Cultura, Marta Suplicy, teria ameaçado o Cardeal Dom Orani Tempesta de retirar da Igreja a tutela sobre a imagem do Cristo Redentor, por meio de um decreto presidencial que já estaria pronto para ser assinado pela presidente Dilma. Entretanto, neste sábado (2), Merval admitiu que ambas as autoridades lhe telefonaram negando o ocorrido.

Bem, leiam o artigo do Merval – “Mentir é pecado” – e tirem suas próprias conclusões. Afinal, a tal ameaça existiu ou não? A dúvida paira no ar.

Tudo começou quando a Arquidiocese do Rio não autorizou o uso da imagem do Cristo no curta “Inútil paisagem”, dirigido por José Padilha. Em uma das cenas, a personagem de Wagner Moura blasfema, acusa o Cristo de indiferença quanto aos problemas da cidade e ao sofrimento humano, e acaba por lhe mandar uma “banana”. Depois, a Arquidiocese acabou voltando atrás e liberou o uso da imagem para o filme.

Em uma coluna no Jornal O Globo (veja aqui), o professor João Ricardo Moderno argumentou muito bem ao dizer que estão negando à Igreja o direito de legítima defesa do divino. “Qual líder autorizaria crime contra sentimento religioso e vilipêndio de seu objeto de culto?”, questiona ele.

A Arquidiocese do Rio faz o devido gerenciamento da imagem do Cristo, justamente para evitar abusos. O Cristo Redentor é um ícone da cidade, muito representativo para todos os cariocas, mas antes de tudo ele é patrimônio da Igreja, e é um santuário. O choro dos anticatólicos é livre! É ridícula a ideia de que qualquer um pode chegar e fazer o que bem entender com a imagem.

A cena do tal filme, além de desrespeitosa, é totalmente desprovida de originalidade: essa história de xingar Deus pela Sua suposta apatia diante dos males do mundo é um recurso fácil e bocó, um clichê utilizado em grande parte das “produções culturais” atuais. É filosofia rasteira digna de adolescente revoltado e retardado.

Mossul: surgem sinais de reação armada contra o Estado Islâmico


Tudo tem limite. 

E parece que todos os limites já foram ultrapassados para a população muçulmana de Mossul, que sofre há quase dois meses a ocupação da cidade e de outras localidades do norte do Iraque por parte do grupo extremista Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIL), mais recentemente chamado apenas de Estado Islâmico (EI) e autoproclamado como califado.
 
Após a destruição de monumentos históricos pelo grupo, começou a tomar forma o primeiro movimento local de resistência armada contra os jihadistas na fronteira entre a Síria e o Iraque. As informações são da agência de notícias Fides e de vários outros meios de comunicação.
 
De acordo com testemunhas locais, pelo menos cinco militantes do EI foram mortos na semana passada em atos planejados por grupos de jovens que se organizaram em resistência armada. Esses jovens formaram as chamadas Brigadas de Mossul, que pretendem combater o autoproclamado califado islâmico.
 
Em 24 de julho, os extremistas sunitas destruíram um venerado santuário que, segundo a tradição, continha o túmulo do profeta Jonas. Esse parece ter sido o estopim do “basta”. Os radicais islâmicos ameaçam continuar destruindo locais religiosos que consideram “expressões de idolatria”.
 
A repórter Loveday Morris, do Washington Post, informou que a indignação com a destruição de antigos santuários religiosos de Mossul provocou "os primeiros sinais de resistência" contra o Estado islâmico.
 
"Um grupo militante recém-formado, que se autodenomina ‘Batalhões de Mossul’ ou ‘Brigadas de Mossul’, afirma ter matado nove membros do extremista Estado Islâmico nos últimos dias, com o uso tanto de facas quanto de franco-atiradores, em retaliação à destruição dos locais religiosos", escreveu Morris na última quarta-feira. A repórter observa, no entanto, que as mortes não puderam ser verificadas de forma independente e não foram reconhecidas pelo Estado Islâmico.
 
"Há grupos não organizados lutando agora contra o EI", contou ao New York Times o residente Mosul Khalis Jumah. "Se nós tivéssemos poder e recursos, já poderíamos ter chutado o EI para fora de Mossul".

Polêmica pelas palavras do Papa Francisco aos evangélicos


No último dia 28 de julho, o Papa Francisco pediu perdão pela incompreensão de alguns católicos com relação aos irmãos evangélicos. "Talvez alguns se surpreendam com o fato de o Papa se encontrar com os evangélicos", disse o Santo Padre, antecipando a polêmica gerada a partir deste acontecimento.
Para entender os gestos e palavras de reconciliação do Papa Francisco, Roberta Gisotti, da Rádio Vaticano, entrevistou o Pe. Hugo Guillermo Ortiz, jesuíta argentino. Os 400 milhões de pentecostais "representam uma realidade eclesial" pouco conhecida e presente no continente americano, confirmou Gisotti, introduzindo a entrevista.
Os evangélicos são pessoas que buscam Jesus Cristo
"É uma realidade muito difundida na América Latina, também na Argentina. Eu trabalhei, trabalhamos junto a Bergoglio, desde 1979, nesses bairros onde as pessoas se reuniam, buscavam o encontro com Jesus por meio da Palavra, com muita honestidade. Dão testemunho daquilo que a Palavra de Deus fez na oração pessoal", observou Ortiz.

"Em Gaza, não há vencedores"


No decorrer de sua longa jornada nos Estados Unidos, que durou do 8 ao 28 de julho, o Patriarca Latino de Jerusalém, mons. Fouad Twal manifestou sua preocupação com a situação na Faixa de Gaza, onde "os cristãos e os muçulmanos inocentes são mortos a cada dia".

Segundo informa o site do Patriarcado, no passado 24 de julho, Twal reuniu-se com o staff da Casa Branca Denis McDonough, e o Conselheiro Presidente, John Podesta, para discutir da situação dos cristãos na Terra Santa, no quadro alarmante da guerra em Gaza, por outro lado degenerada durantes as semanas de ausência do patriarca.

"Não há vencedores nesta guerra em Gaza. No final disso só haverá morte e destruição”, declarou monsenhor Twal, acrescentando que" a única solução é chegar a um acordo em que os direitos dos palestinos sejam reconhecidos, porque a paz é construída sobre a justiça".