segunda-feira, 11 de agosto de 2014

São João XXIII: "Não batam palmas na Igreja, nem mesmo para saudar o Papa".


Já faz tempo que nossos leitores vinham nos cobrando a publicação de um post explicando se podemos ou não bater palmas na missa. Sempre tivemos a nossa opinião pessoal sobre o assunto, mas preferimos não divulgá-la, pois nos faltava maior embasamento. Até que encontramos um vídeo em que São João XXIII pede aos fiéis que não batam palmas dentro do templo de Deus.

No vídeo, muito simpático e acolhedor, o Papa se mostra grato pelo carinho que o povo lhe dá. A Igreja está cheia de jovens, que o aclamam ardorosamente, com muitas palmas. Mas, como bom pai, o santo não deixa de fazer a devida correção fraterna:

“Estou muito satisfeito por estar aqui. Mas eu devo exprimir-lhes um desejo: que na igreja não gritem e não batam palmas, nem mesmo para saudar o Papa, porque Templum Dei Templum Dei (o templo de Deus é o templo de Deus). Agora, se vocês estão felizes em encontrar-me nesta bela igreja, imagine como o Papa não está feliz em ver seus filhos! Mas assim que ele vê seus filhos, eles batem as mãos na frente de sua face. E esse que está diante de vocês é o sucessor de São Pedro!”

- São João XXIII; 1963, Ostia, IV Domingo da Quaresma (tradução O Catequista)


Está bem claro que São João XXIII considerava falta de respeito bater palmas dentro do templo de Deus. É bom notar que era um Papa considerado por muitos como progressista, pois foi aquele que convocou o Concílio Vaticano II.

A igreja é um local sagrado de culto, de adoração, de oração, de recolhimento, de meditação. É ali que o sacrifício de Cristo na cruz é reapresentado a cada missa, para a salvação do mundo. Não é o lugar, portanto, para demonstrações efusivas de contentamento. É claro, há momentos em que o povo de Deus pode, sim extravasar sua alegria de modo festivo: lembremos, por exemplo, a chegada de Jesus em Jerusalém. Muitos O saudavam em altos brados, dizendo: “Bendito é Aquele que vem em nome do Senhor!”; outros corriam para acompanhar os passos do burrinho; as crianças saltitavam. Mas tudo tem hora e lugar.

A liturgia da Igreja permite aplausos para acolher um neobatizado e para demonstrar alegria após o consentimento dos noivos, no Ritual do Matrimônio, bem como na criação de novos cardeais e na posse de párocos. Entretanto, está havendo um grande abuso em nossos templos do uso das palmas. Arruma-se qualquer pretexto para aplaudir. Palmas para o aniversário de fulaninho, palmas para a Bíblia, palmas para tudo!

O que está no centro de todos os templos católicos? O ALTAR. E o que é o altar? É o lugar do SACRIFÍCIO de Cristo, e equivale ao solo onde a cruz de Cristo foi fincada (saiba mais aqui). Tem sentido ficar gritando, saltitando ou batendo palmas diante do Calvário? Não, né… Da mesma forma, não devemos fazer tais coisas diante do santo altar.

O demônio odeia a Igreja


O Papa Pio XII ensina que o inimigo, “que se tornou cada vez mais concreto”, vociferou três gritos contra Deus. Ao destacar isso, ele lembra que, embora seja uma invenção angélica, o pecado também encontra seus servidores em meio aos homens. Muitos deles, com as suas ideias e atitudes, realmente se revestem de Satanás, semeando o erro e introduzindo a confusão entre as próprias ovelhas do redil de Cristo.

O primeiro grito de que fala o Papa – “Cristo sim, a Igreja não!” [1] – é uma rebeldia conhecida. Embora sua grande manifestação tenha acontecido no século XVI, com Martinho Lutero e os chamados “reformadores” protestantes, essa forma de pensar parece estar na moda hoje em dia. É frequente ler ou ouvir pessoas defendendo que se pregue “mais Jesus, menos religião”, como se Nosso Senhor não tivesse verdadeiramente fundado uma só Igreja: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” [2] e não se tivesse vinculado a ela como a cabeça se vincula ao corpo humano: “Cristo, salvador do Corpo, é a cabeça da Igreja” [3].

O Papa Paulo VI recorda que não é possível amar Cristo sem a Igreja, chamando tal dicotomia de absurda: “Como se poderia querer amar Cristo sem amar a Igreja, uma vez que o mais belo testemunho dado de Cristo é o que São Paulo exarou nestes termos: ‘Ele amou a Igreja e entregou-se a si mesmo por ela’ (Ef 5, 25)?” [4]. Também o Papa Francisco, em seus discursos e meditações na Casa Santa Marta, tem repetido esse ensinamento. E ainda Pio XII, ao destacar que Jesus podia distribuir as graças “diretamente por si mesmo a todo o gênero humano”, ensina que Ele:

“Quis, porém, comunicá-las por meio da Igreja visível, formada por homens, a fim de que por meio dela todos fossem, em certo modo, seus colaboradores na distribuição dos divinos frutos da Redenção. E assim como o Verbo de Deus, para remir os homens com suas dores e tormentos, quis servir-se da nossa natureza, assim, de modo semelhante, no decurso dos séculos se serve da Igreja para continuar perenemente a obra começada.” [5]

O grande escândalo que as pessoas experimentam em relação à necessidade da Igreja diz respeito especialmente ao fato de ela, ainda que indefectivelmente santa, possuir em seu seio membros pecadores, que não raras vezes maculam a sua imagem e ação no mundo. Sobre isso, Pio XII explica que, “se às vezes na Igreja se vê algo em que se manifesta a fraqueza humana, isso não deve atribuir-se (...) [senão] àquela lamentável inclinação do homem para o mal”. E remata dizendo que, “se alguns de seus membros estão espiritualmente enfermos, não é isso razão para diminuirmos nosso amor para com ela, mas antes para aumentarmos a nossa compaixão para com os seus membros” [6].

À luz disso, é possível entender o significado correto do adágio Ecclesia semper reformanda est. As reformas genuínas brotam dos corações que amam Nosso Senhor, dos espíritos apaixonados de homens e mulheres que não temem renunciar a seus desejos e suas ideias para se configurarem totalmente a Cristo, que é a cabeça da Igreja [7]. É por Ele que acontecem as verdadeiras reformas: se, pelos pecados dos homens, a Igreja está em constante renovação, é sempre por iniciativa divina que ela se renova; se, pelas faltas dos membros, o Corpo fica ferido, é sempre pela ação da graça que acontece a cura.

Teste Vocacional


Há um costume na Igreja Católica no Brasil de dedicar anualmente o mês de agosto à reflexão a respeito de uma das dimensões fundamentais da vida cristã, a vocação. São João Paulo II chamou a vocação de um olhar de amor vindo de Deus para cada pessoa. Tendo diante dos olhos, com a ajuda da Comunidade cristã, os vários estados de vida e possibilidades de serviço ao Reino de Deus, a Igreja quer oferecer, especialmente às crianças, adolescentes e jovens, o caminho seguro. Sabemos que Deus concede a todos os homens e mulheres uma imensa quantidade de dons e capacidades, com as quais podem realizar-se. Todos nós fomos feitos para dar certo e ninguém pode ser excluído.

Não é raro que em escolas e outros ambientes se ofereçam os chamados testes vocacionais, com os quais as habilidades são identificadas, contribuindo para as novas gerações encontrarem seu lugar na sociedade. Podem ajudar a descobrir os campos de atividade mais adequados às capacidades de cada um e facilitar o acesso aos cursos adequados e à posterior entrada no mercado de trabalho. Nem sempre as pessoas acertam na escolha do curso a fazer e são muitas aquelas que, em virtude de um concurso feito, dependentes dos salários que recebem, permanecem longos anos em ambientes inadequados aos seus próprios dons. Todos nós almejamos um mundo em que as pessoas se integrem bem e sejam felizes, no lugar certo, com sua dignidade reconhecida e possibilidades de desenvolvimento de todas as suas potencialidades. O sonho pode parecer distante, mas não podemos desejar menos do que uma sociedade livre e igualitária, com oportunidades oferecidas a todos. Daí a importância a ser dada a todos os instrumentos técnicos e pedagógicos que nos aproximem de tal ideal. Acrescente-se a isso o esforço a ser empreendido para multiplicar os postos de trabalho destinados às novas gerações.

No entanto, é outra a compreensão da ideia cristã de vocação. Os testes vocacionais e outros recursos podem conduzir à profissão e à realização das capacidades, mas vocação tem a ver com vida cristã e experiência religiosa, o que pode conduzir à escolha de um estado de vida e disponibilidade para o serviço do próximo por causa de uma realidade que supera as atividades cotidianas ou o trabalho a ser realizado. Vocação exige dois polos. De um lado, Deus que cria, chama e ama. A outra parte é de cada pessoa humana, que precisa aprender a discernir os sinais da vontade de Deus e responder com coragem.

O ponto de partida está na família, convidada, através do Sacramento que a constitui, o matrimônio, a criar um ambiente adequado ao trato pessoal com Deus. Tudo começa no ato gerador do amor conjugal, com o qual uma vida tem início, com a colaboração dos pais, conscientes de que, ao conceberem uma criança, Deus cria uma alma chamada a viver por toda a eternidade (Cf. Encíclica Humani Generis, do papa Pio XII, número 36). Há um relacionamento pessoal e direto de amor entre Deus e cada pessoa humana, no qual o Senhor mantém a plena liberdade com a qual fomos criados e ao mesmo tempo provoca positivamente uma resposta de cada homem e de cada mulher, em vista da felicidade a que somos destinados. Deus não é fruto de nossa imaginação ou criatividade, mas nos precede como Senhor e Criador. Ele vem na frente! Nós é que somos suas criaturas!

A vida de oração na família cria as condições para que as crianças, tendo recebido de presente a inserção no Corpo de Cristo, na graça do Batismo, venham a responder a uma pergunta fundamental: "O que Deus quer de mim?" Não é suficiente ensinar os filhos a desenvolverem suas capacidades e descobrirem como ser importantes ou ganhar dinheiro na sociedade. Uma pessoa não chegou à sua plena realização quando faltou a experiência de Deus e a resposta a este amor pessoal. O nome de Deus e o amor a Ele sejam sagrados em cada casa. A família evangeliza e lança as sementes das vocações cristãs autênticas quando dentro dela se respiram os valores evangélicos verdadeiros, traduzidos em gestos e palavras tão simples, como pedir um favor, agradecer, dar espaço aos outros, o perdão, a gentileza, a polidez no trato. Para cultivar este ambiente, a família seja o espaço da iniciação à vida paroquial. Criança que vai à Missa com os pais tem futuro na vida cristã! Participação familiar na Santa Missa é Pastoral Vocacional! Depois, a Igreja, seus Sacramentos, seus Ministros, sua história, tudo venha a ser valorizado e respeitado na família!

24 jovens explicam por que não usam anticoncepcionais


Em uma dos sites mais acessados do momento, o BuzzFeed, um mix de notícias e material produzido e compartilhado entre os usuários, 22 mulheres que trabalham no site postaram fotos delas mesmas com um cartaz na mão. No cartaz estava especificada a razão pela qual usam anticoncepcionais.


Em resposta ao post, 24 leitoras, com outras fotos e cartazes, expuseram o motivo pelo qual não usam anticoncepcionais. É possível ver as fotos aqui.

Traduzimos os cartazes sobre o “não usamos” anticoncepcionais(alguns uma resposta direta ao “sim”):


1) Porque posso evitar uma gravidez sem envenenar meu corpo


2) Porque apesar das cólicas e da possibilidade de aparecerem espinhas, isso faz parte do ser mulher


3) Porque vale totalmente a pena


4) Porque o meu corpo é um dom para o meu futuro marido, e este dom inclui a maternidade


5) Porque sou responsável e tomo decisões aceitando as consequências das minhas ações


6) Porque quero um corpo saudável e natural


7) Porque ser fértil não é uma condição à qual preciso remediar


8) Sexo = doação TOTAL de si #NFP (Natural Family Planning, ou seja, métodos naturais de regulação da fertilidade)


9) Porque não preciso renunciar minha maternidade para ser uma feminista


10) Porque consigo me controlar


11) Porque os anticoncepcionais permitem aos homens usar as mulheres SEM consequências 


12) Porque atingem os sintomas, NÃO o problema


13) Não quero colocar algo de artificial no meu corpo para impedir que aconteça algo natural


14) Porque o sexo é mais que diversão… gera a vida!

Por que as pessoas não estão mais rezando pelas almas do Purgatório?


O Concílio de Trento, em 1563, ensinou que o purgatório existe e que as almas aí retidas podem ser ajudadas pelos sufrágios dos fiéis e sobretudo pelo santo sacrifício do altar.

Entrar no céu e participar da glória de Deus é o anseio de cada cristão. No entanto, para que isso aconteça é preciso que a pessoa esteja totalmente purificada de seus pecados e pronta para amar a Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e com todo o seu entendimento.

Para a expiação dos pecados existe o Purgatório. O Concílio de Trento, em sessão datada de 3 e 4 de dezembro de 1563, emitiu o seguinte decreto:

a)                  Já que a Igreja católica, instruída pelo Espírito Santo, a partir das sagradas Escrituras e da antiga tradição dos Padres, nos sagrados concílios e mais recentemente neste Sínodo ecumênico, ensinou que o purgatório existe e que as almas aí retidas podem ser ajudadas pelos sufrágios dos fiéis e sobretudo pelo santo sacrifício do altar, o santo Sínodo prescreve aos bispos que se empenhem diligentemente para que a sã doutrina sobre o purgatório, transmitida pelos santos Padres e pelos sagrados Concílios, seja acreditada, mantida , ensinada e pregada por toda parte.[1]

Para rezar pelas almas do Purgatório, o fiel deve exercitar três virtudes: a fé, a caridade e a justiça. Quanto a fé é preciso crer naquilo que a Igreja ensina. Como vemos acima, o Purgatório existe e ela afirma que, para ele “vão as almas das pessoas que morreram em estado de graça, mas ainda não satisfizeram completamente por seus pecados e penas temporais”.[2]

Ora, a maior parte das pessoas vai para o Purgatório, isso é inegável, pois são pouquíssimas as que chegam a tão alto grau de santidade ainda nesta vida ou aquelas que, na hora da morte, receberam indulgência plenária.

Contudo, é possível ajudar as almas que, embora salvas, devem padecer suas penas. Isso pode se dar através da oração, penitência e obras de caridade, já que essas almas nada podem fazer por si mesmas e contam exclusivamente com a ajuda dos que estão ainda nesta vida. E o maior auxílio que se pode prestar a elas é a Santa Missa. O mesmo Concílio de Trento afirma em seu Cânon 3:

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Tragédia humanitária


Uma crise humanitária de grandes proporções está atingindo o norte do Iraque, sem que a comunidade internacional dê a ela a devida atenção. Desde que o grupo Estado Islâmico (EI) proclamou um califado na área que está sob seu controle, e que cobre não apenas partes do Iraque, mas também o leste da Síria, os sunitas que integram o EI vêm sistematicamente perseguindo e eliminando membros de outras minorias religiosas – inclusive outros muçulmanos, como os xiitas. Os cristãos têm sido a comunidade mais atingida.

Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, registrava a presença de cristãos desde o século 1.º d.C. e foi tomada pelo Estado Islâmico em 10 de junho. Logo após a invasão dos militantes islâmicos, os cristãos receberam comunicados informando que eles deviam se converter ao Islamismo ou pagar a jizya, uma espécie de “imposto de infiéis” que supostamente garantiria sua proteção. A outra opção seria a “morte pela espada”. As casas dos cristãos foram marcadas com a letra árabe “nun”, o equivalente ao “n” latino – e inicial da palavra “nazarenos”. Depois disso, não apenas dezenas de milhares de cristãos, mas também muitos muçulmanos xiitas, deixaram a cidade, e ainda assim os bens que conseguiam carregar eram roubados pelo EI durante a fuga. Um professor muçulmano da Universidade de Mossul, que se manifestou contrário à perseguição religiosa, foi morto pelos extremistas. Mosteiros e igrejas que datavam dos primeiros séculos da era cristã foram destruídos.

O destino dos fugitivos vem sendo o Curdistão ou aldeias na região da antiga Assíria, mas a resistência curda não tem sido suficiente para deter o avanço do Estado Islâmico. Na quarta-feira, Qaraqosh (a maior cidade cristã do Iraque), Qaramless, Bartala, Tell Keff e Ba’ashika foram tomadas pelo EI, provocando outra fuga em massa de cristãos e demais minorias religiosas, desta vez na direção de Erbil – cidade que já registra batalhas entre jihadistas e a defesa curda. Outros fugitivos estão cercados, sem água nem mantimentos. Segundo relatos, os extremistas executaram 1,5 mil homens diante das famílias, violentaram e sequestraram mulheres e garotas – o desrespeito às mulheres também é característico dos jihadistas; a mutilação genital é regra nas áreas governadas pelo Estado Islâmico – e estariam inclusive decapitando crianças, segundo um líder cristão local.

Iraque: Estados Unidos bombardeiam posições do Estado Islâmico


Os Estados Unidos bombardearam posições de artilharia do Estado Islâmico no Iraque, que ameaçavam o pessoal norte-americano na Base de Erbil, no Curdistão iraquiano, anunciou hoje (8) o Pentágono.

“Aviões militares americanos lançaram ataques contra a artilharia do Estado Islâmico. A artilharia foi utilizada contra as forças curdas que defendem Erbil”, declarou, no Twitter, o porta-voz do Pentágono, almirante John Kirrby.

Ele informou que dois caças F/A 18 lançaram bombas de 250 quilos, guiadas por laser, sobre uma peça de artilharia móvel perto de Erbil.


Segundo o representante do Pentágono, a peça de artilharia destinava-se a bombardear as forças curdas em Erbil, no Curdistão iraquiano, e ameaçava o pessoal militar e civil norte-americano na cidade.


“A decisão de atacar foi tomada no centro de comando americano, com a autorização do comandante em chefe, Barack Obama", acrescentou.


Nessa quinta-feira, os combatentes do Estado Islâmico tomaram Qaraqosh, a maior cidade cristã do Iraque, e ainda a maior barragem do país, em Mossul, cidade que controlam desde 10 de junho.

Vaticano pede mais moderação no sinal da paz na missa


A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, em uma recente carta circular, anunciou que a localização do sinal da paz dentro da missa não mudará, mas sugeriu várias formas nas quais o rito poderia ser realizado com maior dignidade.

Em um comunicado difundido em 28 de julho, o secretário geral da Conferência Episcopal Espanhola, Pe. José María Gil Tamayo, indicou aos bispos locais que “a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos se pronunciou a favor de manter o ‘rito’ e o ‘sinal’ da paz no lugar onde se encontra hoje no Ordinário da Missa”.


O Pe. Gil Tamayo anotou que isso foi feito porque o rito da paz é “característico do rito romano” e “por não crer que seja conveniente para os fiéis introduzir mudanças estruturais na Celebração Eucarística, no momento”.


O sinal da paz é realizado depois da consagração e justo antes da recepção da Comunhão. Foi sugerido que mudasse para antes da apresentação dos dons.


O comunicado do Pe. Gil Tamayo foi enviado aos bispos espanhóis, e serve de prefácio à carta circular da Congregação para o Culto Divino, que foi assinada em 8 de junho deste ano pelo Cardeal Antonio Cañizares Llovera, seu prefeito, e seu secretário, Dom Arthur Roche.


A carta circular tinha sido aprovada e confirmada no dia anterior pelo Papa Francisco.


A carta fez quatro sugestões concretas sobre como a dignidade do sinal da paz deve ser mantida contra os abusos.


O Pe. Gil Tamayo explicou que a carta circular é um fruto do sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, em 2005, no qual se discutiu a possibilidade de mover o rito.


“Durante o Sínodo dos bispos se viu a conveniência de moderar este gesto, que pode adquirir expressões exageradas, provocando certa confusão na assembleia precisamente antes da Comunhão”, escreveu Bento XVI em sua exortação apostólica pós-sinodal “Sacramentum caritatis”.


Bento XVI acrescentou que “pedi aos dicastérios competentes que estudem a possibilidade de mover o sinal da paz a outro lugar, tal como antes da apresentação dos dons no altar… levando em consideração os antigos e veneráveis costumes e os desejos expressos pelos Padres Sinodais”.


Uma inspiração para a mudança sugerida foi a exortação de Cristo em Mateus 5,23, que “se lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão”. Também teria levado o rito à conformidade, nesse aspecto, com o rito ambrosiano, celebrado em Milão (Itália).


O Caminho Neocatecumenal, um movimento leigo na Igreja, já moveu o sinal da paz em suas celebrações do rito romano, para antes da apresentação dos dons.


A decisão da congregação vaticana de manter o lugar do sinal da paz foi o fruto do diálogo com os bispos do mundo, que começou em 2008, e em consulta tanto com Bento XVI como com o Papa Francisco.


A Congregação para o Culto Divino disse que “oferecem-se algumas disposições práticas para expressar melhor o conteúdo do sinal da paz e para moderar os excessos, que suscitam confusão nas assembleias litúrgica antes da Comunhão”.


“Se os fiéis não compreendem e não demonstram viver, em seus gestos rituais, o significado correto do rito da paz, debilita-se o conceito cristão da paz e se vê afetada negativamente sua própria frutuosa participação na Eucaristia”.


Sobre esta base, a congregação ofereceu quatro sugestões que procuram formar o “núcleo” de catequese sobre o sinal da paz.