terça-feira, 2 de setembro de 2014

Não fomos feitos apenas para ter casa própria, bom emprego, carro novo, muito dinheiro no banco.




"Feliz quem teme o Senhor e segue seus caminhos. Viverás do trabalho de tuas mãos, viverás feliz e satisfeito" (Sl 127, 1). Deus nos criou como participantes e responsáveis pela vida, a natureza e o mundo. Olhar em torno de nós é encontrar-nos em casa e nos dispormos a edificar com serenidade o lar comum, com as peças da fraternidade e da solidariedade. Segundo o plano do Senhor, temos as condições para realizar tal tarefa, ainda que, com inquietante frequência, nossas ações pareçam justamente destruir a obra de Deus e de tantas gerações. É que convivemos com o doloroso mistério do pecado, cuja presença já as primeiras páginas da Bíblia constataram. Desde o princípio, parece que apraz à humanidade fazer o jogo da violência, como crianças e adolescentes em brincadeiras eletrônicas, tantas delas montadas em plataformas de destruição recíproca. Incrível é ver quantos marmanjos de idade ou estatura avançada se dediquem a tais "retratos da vida"!

Ao formar seus discípulos, Jesus lhes propõe um jogo diferente (Cf. Mt 16, 21-27), cujas peças têm nomes que se tornam caminhos de realização e de salvação (Cf. Mt 16, 24-25). Primeira delas é "Se alguém quer", para dar o segundo passo que é "seguir". A terceira é "renuncie a si mesmo" e quarta é "tome a sua cruz". Regra do jogo é "quem perder a sua vida por causa de mim vai encontrá-la".

Deus nos ofereceu o precioso dom da liberdade, dando-nos a possibilidade de nos comprometer com o seu plano. Os objetivos escolhidos na vida estabelecem os rumos a serem percorridos. Quem começa mal, escolhendo metas limitadas, já compromete a corrida da existência. Não fomos feitos apenas para ter casa própria, bom emprego, carro novo, muito dinheiro no banco. Deixemos que o Senhor nos pergunte sobre o que queremos efetivamente! Ideal digno dos homens e mulheres que Deus criou e que somos nós, é justamente aquele que foi descrito nas primeiras páginas da Sagrada Escritura (Cf. Gn 1-2): Deus reconhecido como Criador e Pai de todos, homens e mulheres feitos à sua imagem, com inteligência e liberdade, a fraternidade e o senhorio em relação à criação. Poucas palavras que refletem o plano de Deus. Para entrar no jogo da vida, saber decidir!

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

No aniversário da I Guerra Mundial o Papa rezará por todas as vítimas de todas as guerras




Foi divulgado hoje o programa oficial da visita do Papa a Redipuglia, na província de Gorizia, que será realizada no próximo 13 de setembro, por ocasião do centenário do início da Primeira Guerra Mundial.



Às 7h30, o Papa viajará de carro do Vaticano para o aeroporto de Ciampino, de onde, às 8 horas, partirtà para o aeroporto de Ronchi dei Legionários. O desembarque está previsto 50 minutos após.



O primeiro compromisso será às 9h15, no cemitério Austro-Húngaro de Fogliano da Redipuglia: lá, o Papa vai parar na frente do monumento central para uma oração e uma homenagem floral. Às 10h o Santo Padre celebrará a Santa Missa no Memorial militar da Redipuglia, e depois recitará uma oração pelos caídos e as vítimas de todas as guerras.

Papa Francisco: "se o 666 é o diabo, o 99,9 é Jesus"




Nesta sexta-feira o Papa Francisco concedeu uma entrevista por telefone aos sacerdotes Joaquin Giangreco e Juan Ignacio Liébana, que foi transmitida ao vivo pela rádio local de Campo Gallo e Huachana, duas paróquias localizadas cerca de 200 quilômetros da capital de Santiago del Estero, na província de mesmo nome, uma das mais pobres da Argentina.

"Tenho vocês dentro do meu coração. O trabalho que vocês fazem, me faz feliz. Por isso começo com uma forte saudação e a minha benção”, disse-lhes o Santo Padre.

Perguntado pelos sacerdotes sobre a religiosidade popular e a sua cultura disse:

“Tenho uma grande convicção de que o nosso povo nunca erra e só adora a Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. E junto com esta adoração a Deus, sabe que Jesus deixou nossa Mãe, a Virgem, para que cuidasse de nós. Nosso povo não a adora, a ama e a honra. Como todos nós que queremos e honramos nossa mãe, sabe que Ela cuida de nós e que está no céu. E nosso povo, adorando a Deus, que é o único que deve ser adorado, e Jesus Cristo, que é o único que deve ser adorado, também se deixa cuidar pela Mãe. Nosso povo não é órfão, tem mãe e é uma das coisas mais bonitas da devoção à Virgem, que não é adoração, mas sim carinho de um filho pela sua mãe. E este povo se reúne para adorar a Deus e para recordar a sua mãe. Este é o núcleo da piedade popular da américa latina. Um filho sem mãe tem a alma mutilada. Um povo sem mãe é um povo órfão, órfão de solidão, de secura, talvez de ideias, sem a ternura que só uma mãe dá. Por isso, seguimos sempre as duas coisas na piedade popular: a adoração a Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo, e a Ele somente se adora, e o carinho e o respeito e veneração que não é adoração à Nossa Mãe, porque nós não somos órfãos, temos mãe.

Síria: piores do que as armas são os pregadores da violência






O pior não é apenas a ocupação armada, mas o fato de que as milícias do Estado Islâmico levem os pregadores até as mesquitas e templos para pregar o ódio e envolver as mentes mais frágeis, afirmou ontem, terça-feira, em coletiva no Meeting de Rimini, o vigário apostólico de Aleppo, dom George Abou Khazen, acompanhado pelo seu antecessor, o bispo Giuseppe Nazzaro.

Respondendo a ZENIT sobre a impressão existente de que os muçulmanos desses países sejam todos extremistas, ele disse: “Na Síria, a população muçulmana é muito moderada e continua sendo”. Mas as milícias estrangeiras “não somente trouxeram as tropas, como também os ulemás e os sauditas que começaram a pregar um islã absolutamente diferente, tentando cooptar até as crianças”. Os extremistas instituíram tribunais islâmicos em que um sírio pode ser julgado por um radical checheno, por exemplo. Se um pai vir a filha sendo sequestrada por um islâmico, encontrará no tribunal outro miliciano igual ao agressor.

Para dar ideia de quem são esses radicais, dom Nazzaro lembrou que, no ano passado, o Grande Mufti da Arábia Saudita emitiu uma fatwa [decreto islâmico, ndr], divulgada nos jornais, em que declarava: “Quem acreditar que a terra gira em torno do sol é um infiel, porque assim o disse o meu predecessor dos anos 1970, e quem omite este fato não merece viver”.

Sobre a situação atual de Aleppo após três anos de guerra, dom Kazhen respondeu a ZENIT que há muitos problemas de abastecimento de água e luz e que a falta de segurança é crítica: mísseis continuam sendo lançados e há novos mortos todos os dias. A cidade está dividida, com bairros dominados pelos rebeldes e outros pelo governo. Os rebeldes tinham sitiado e dominado toda a cidade, mas o exército recuperou uma parte e hoje consegue abastecê-la. O aeroporto está fechado porque os combatentes “disparam também contra os voos civis”. Até hoje, recordou Kazhen, não se sabe nada sobre os dois bispos e sacerdotes sequestrados. Por outro lado, os mosteiros de religiosas residentes em Aleppo continuam em atividade.

Em nome de Deus, paz!




Mais de uma vez, o papa Francisco tem apelado às consciências e aos senhores das guerras feitas com supostas motivações religiosas: “não se pode justificar a guerra e a violência apelando para o nome de Deus!”. O conceito de “guerra santa” é preocupante e é repugnante a violência feita contra o próximo com justificação religiosa. Acontece em nossos dias em várias partes do mundo. Cristãos são os mais atingidos.

Existe uma guerra “santa”? A resposta é um decidido não! É absolutamente descabido aplicar à guerra o conceito de “santa”, que tem a ver com “sagrado”. E, fazer guerra “em nome de Deus”, parte de uma compreensão inadequada de Deus e da religião. A violência contra o próximo não presta glória a Deus, nem honra seu nome.

A religião pode ser usada como pretexto ideológico e político para alcançar objetivos nada religiosos, como o poder, as vaidades, a dominação e o dinheiro. Nesse caso, da mesma forma, ela é usada e manipulada indevidamente e desviada de sua verdadeira finalidade, que é a glória de Deus e a “salvação” do homem.

Não é raro que, atrás de tensões e manifestações de violência, ou até de guerras, haja motivos religiosos. Foi o caso da longa guerrilha dos católicos na Irlanda do Norte. Geralmente, porém, não é por questões de fé religiosa que se combate, mas por haver profundas injustiças e discriminação religiosa, às quais os cidadãos oprimidos reagem, para a sua superação. Quando algum grupo de “crentes” é vítima de discriminação e opressão, estão em jogo direitos humanos e direitos civis.

Santa Mônica e Santo Agostinho




Dois santos admiráveis celebramos nessa semana: Santa Mônica (dia 27) e Santo Agostinho (dia 28), do século IV. Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste, na Região de Cartago, na África, filho de Patrício, pagão, e Mônica, cristã fervorosa. Segundo narração dele próprio, Agostinho bebeu o amor de Jesus com o leite de sua mãe. Infelizmente, porém, como acontece muitas vezes, a influência do pai fez com que se retardasse o seu batismo, que ele acabou não recebendo na infância nem na juventude. Estudou literatura, filosofia, gramática e retórica, das quais foi professor. Afastou-se dos ensinamentos da mãe e, por causa de más companhias, entregou-se aos vícios. Cometeu maldades, viveu no pecado durante toda a juventude, teve uma amante e um filho, e, pior, caiu na heresia gnóstica dos maniqueus, para os quais trabalhou na tradução de livros.



Sua mãe, Santa Mônica, rezava e chorava por ele todos os dias. “Fica tranquila”, disse-lhe certa vez um bispo, “é impossível que pereça um filho de tantas lágrimas!” E foi sua oração e suas lágrimas que conseguiram a volta para Deus desse filho querido transviado.

Acordo para uma "trégua ilimitada" e festa nas ruas de Gaza




Após cerca de 50 dias de conflito, ontem, finalmente chegou-se a um acordo para um cessar-fogo em Gaza entre Israel e o Hamas. Uma verdadeira e real vitória diplomática do Egito, que sediou os diálogos na sua capital, o Cairo. O anúncio, que foi feito pelo presidente palestino, Abu Mazen, gerou grandíssimo entusiasmo pelas ruas da Faixa de Gaza: milhares de palestinos fizeram passeatas também com tiros de pistolas e fuzis Kalashnikov para saudar o evento.

Jerusalém confirmou as palavras de Abu Mazen, pouco depois, mantendo, porém, um perfil de cautela. "É um novo texto de trégua egípcia, aceitamo-lo como fizemos com os outros no passado”, comentam laconicamente fontes próximas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Cautela também no exterior: o Departamento de Estado dos EUA, por boca de Seu porta-voz Jen Psaki dá "as boas-vindas à esperança desejando o respeito aos termos, esperando que o cessar-fogo seja duradouro".

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Divisão entre cristãos é um dos pecados mais graves, diz Papa.



 CATEQUESE Praça São Pedro – Vaticano Quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia.

Toda vez que renovamos a nossa profissão de fé recitando o “Credo”, nós afirmamos que a Igreja é “una” e “santa”. É una porque tem a sua origem em Deus Trindade, mistério de unidade e de comunhão plena. Depois, a Igreja é santa, enquanto fundada sobre Jesus Cristo, animada pelo seu Espírito Santo, repleta do seu amor e da sua salvação. Ao mesmo tempo, porém, é santa e composta de pecadores, todos nós, pecadores, que fazemos experiência cada dia das nossas fragilidades e das nossas misérias. Então, esta fé que professamos nos impele à conversão, a ter a coragem de viver cotidianamente a unidade e a santidade, e se nós são somos unidos, se não somos santos, é porque não somos fiéis a Jesus. Mas ele, Jesus, não nos deixa sozinhos, não abandona a sua Igreja! Ele caminha conosco, Ele nos entende. Entende as nossas fraquezas, os nossos pecados, perdoa-nos, sempre que nós nos deixamos perdoar. Ele está sempre conosco, ajudando-nos a nos tornarmos menos pecadores, mais santos, mais unidos.

1.                  O primeiro conforto vem do fato de que Jesus rezou tanto pela unidade dos discípulos. É a oração da Última Ceia, Jesus pediu tanto: “Pai, que sejam uma só coisa”. Rezou pela unidade, e o fez propriamente na iminência da Paixão, quando estava para oferecer toda a sua vida por nós. É aquilo que somos convidados continuamente a reler e meditar, em uma das páginas mais intensas e comoventes do Evangelho de João, o capítulo dezessete (cfr vv. 11.21-23). Como é belo saber que o Senhor, pouco antes de morrer, não se preocupou consigo mesmo, mas pensou em nós! E no seu diálogo sincero com o Pai, rezou justamente para que pudéssemos ser uma só coisa com Ele e entre nós. Bem: com estas palavras, Jesus se fez nosso intercessor junto ao Pai, para que possamos entrar também nós na plena comunhão de amor com Ele; ao mesmo tempo, confia-lhe a nós como seu testamento espiritual, para que a unidade possa se tornar sempre mais a nota distintiva das nossas comunidades cristãs e a resposta mais bela a qualquer um que nos pergunte a razão da esperança que há em nós (cfr 1 Pe 3, 15).