quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Advento; tempo de fazer o caminho para Belém


O tempo do Advento inaugura um novo Ano Litúrgico. A Igreja recomeça seu caminho de fé e convida seus filhos e filhas a retomarem o projeto da vida cristã. Somos chamados a olhar para a realidade humana com uma visão realista. Há sinais de Deus na história da vida humana, mas estes sinais podem estar encobertos. É preciso soprar as cinzas, retirar a poeira e deixar a vida transparente. No Advento abre-se novamente um caminho rumo à Belém. Este caminho conduz ao encontro da pobreza de um casal que tocado pelo mistério divino presenteou a humanidade com o que de mais belo se pode oferecer. O casal pobre e humilde chegou à Belém portando a gravidez sonhada pelos que ansiavam a salvação. Aquela gravidez era presente de Deus para a humanidade.

Nas casas de Belém o casal em romaria não fora acolhido. Naquela cidade dores de parto foram sentidas por Maria. Aconteceu o nascimento de uma criança pobre e humilde. Anjos cantaram glórias, pastores demonstraram solidariedade visitando o recém nascido, e houve perseguição de Herodes. Belém não foi e não é uma realidade fácil de ser encarada.

Muitos caminhos parecem conduzir para a glória, mas não se chega a ela sem passar por Belém e pelo Calvário. Assim o tempo do Advento relembra novamente a caminhada de um povo que busca a libertação e vai fazendo o seu caminho, em meio a angústia do existir humano, percebendo que a salvação está chegando. Belém está dentro do projeto do crescimento e do amadurecimento da pessoa.

Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz 2015


MENSAGEM
Mensagem do Papa Francisco para o 48º Dia Mundial da Paz (2015)
Quarta-feira, 10 de dezembro de 2014


Já não escravos, mas irmãos

1. No início dum novo ano, que acolhemos como uma graça e um dom de Deus para a humanidade, desejo dirigir, a cada homem e mulher, bem como a todos os povos e nações do mundo, aos chefes de Estado e de Governo e aos responsáveis das várias religiões, os meus ardentes votos de paz, que acompanho com a minha oração a fim de que cessem as guerras, os conflitos e os inúmeros sofrimentos provocados quer pela mão do homem quer por velhas e novas epidemias e pelos efeitos devastadores das calamidades naturais. Rezo de modo particular para que, respondendo à nossa vocação comum de colaborar com Deus e com todas as pessoas de boa vontade para a promoção da concórdia e da paz no mundo, saibamos resistir à tentação de nos comportarmos de forma não digna da nossa humanidade.

Já, na minha mensagem para o 1º de Janeiro passado, fazia notar que «o anseio duma vida plena (…) contém uma aspiração irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros, em quem não encontramos inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar».1 Sendo o homem um ser relacional, destinado a realizar-se no contexto de relações interpessoais inspiradas pela justiça e a caridade, é fundamental para o seu desenvolvimento que sejam reconhecidas e respeitadas a sua dignidade, liberdade e autonomia. Infelizmente, o flagelo generalizado da exploração do homem pelo homem fere gravemente a vida de comunhão e a vocação a tecer relações interpessoais marcadas pelo respeito, a justiça e a caridade. Tal fenómeno abominável, que leva a espezinhar os direitos fundamentais do outro e a aniquilar a sua liberdade e dignidade, assume múltiplas formas sobre as quais desejo deter-me, brevemente, para que, à luz da Palavra de Deus, possamos considerar todos os homens, «já não escravos, mas irmãos».

Angelus com o Papa Francisco no dia da Imaculada Conceição


ANGELUS
Solenidade da Imaculada Conceição
Segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia! Boa Festa!

A mensagem da festa de hoje da Imaculada Conceição da Virgem Maria pode se resumir com estas palavras: tudo é dom gratuito de Deus, tudo é graça, tudo é dom do seu amor por nós. O Anjo Gabriel chama Maria “cheia de graça” (Lc 1, 28): nela não há espaço para o pecado, porque Deus a escolheu desde sempre mãe de Jesus e a preservou da culpa original. E Maria corresponde à graça e se abandona dizendo ao Anjo: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (v. 38). Não diz: “Eu farei segundo a tua palavra”: não! Mas: “Faça-se em mim…”. E o Verbo se fez carne em seu ventre. Também a nós é pedido escutar Deus que nos fala e acolher a sua vontade; segundo a lógica evangélica, nada é mais eficaz e fecundo que escutar e acolher a Palavra do Senhor, que vem do Evangelho, da Bíblia. O Senhor nos fala sempre!

A atitude de Maria de Nazaré nos mostra que “ser” vem antes do “fazer” e que é preciso “deixar fazer” a Deus para “ser” verdadeiramente como Ele nos quer. É Ele que faz em nós tantas maravilhas. Maria é receptiva, mas não passiva. Como, a nível físico, recebe o poder do Espírito Santo mas depois doa carne e sangue ao Filho de Deus que se forma nela, assim, no plano espiritual, acolhe a graça e corresponde a essa com a fé. Por isso Santo Agostinho afirma que a Virgem “concebeu antes no coração que no ventre” (Discurso, 215, 4). Concebeu primeiro a fé e depois o Senhor. Este mistério do acolhimento da graça, que em Maria, por um privilégio único, era sem obstáculo do pecado, é uma possibilidade para todos. São Paulo, de fato, abre a sua Carta aos Efésios com estas palavras de louvor: “Bendito Deus, Pai do Senhor nosso Jesus Cristo, que nos abençoou com toda benção espiritual nos céus em Cristo” (1, 3). Como Maria é saudada por santa Isabel como “bendita entre as mulheres” (Lc 1, 42), assim também nós sempre fomos “benditos”, isso é, amados e por isso “escolhidos antes da criação do mundo para sermos santos e imaculados” (Ef 1, 4). Maria foi preservada, enquanto nós fomos salvos graças ao Batismo e à fé. Todos, porém, seja ela sejamos nós, por meio de Cristo, “em louvor do esplendor da sua graça” (v. 6), aquela graça de que a Imaculada foi preenchida em plenitude. 

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Calendário com falsos padres ortodoxos nus foi divulgado para difamar a fé cristã.


Muita gente ficou bege após ler a notícia de que padres da Igreja Ortodoxa posaram nus para um calendário que defende as práticas homossexuais. Alguns incautos, ao lerem isso, saíram até dizendo que os ortodoxos passaram a defender o casamento gay. Mais uma vez, a imprensa brasileira trata seus leitores como palhaços: ao contrário do que divulgaram os sites dos jornais O Globo, Extra, Terra e Folha F5, não há NENHUM SACERDOTE envolvido nessa infâmia.

Um dos organizadores do tal calendário assumiu para o jornal The Huffington Post que nenhuma das fotos do calendário apresenta sacerdotes de verdade. São apenas modelos bibas fazendo o papel de padres para zombar da fé cristã, em especial da Igreja Ortodoxa que condena as práticas homossexuais (a Igreja Ortodoxa é cismática e possui comunhão apenas parcial com a Igreja Católica; para saber mais, clique aqui).

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Imaculada Conceição


A solenidade da Imaculada Conceição de Maria está colocada liturgicamente em um lugar privilegiado, ou seja, no tempo litúrgico do Advento, e ajuda-nos a ver a Nossa Senhora no cumprimento da sua missão na história da salvação. Já celebrada no século XI, esta solenidade insere no contexto do Advento-Natal, unindo a expectativa messiânica e o retorno glorioso de Cristo com a admirável memória da Mãe. Neste sentido, este período litúrgico deve ser considerado como tempo particularmente adequado para o culto da Mãe do Senhor. Maria é toda santa, imune de qualquer mancha de pecado, como que plasmada pelo Espírito Santo e feita nova criatura. Profeticamente vislumbrada na promessa da vitória sobre a serpente feita no livro do Genesis, Maria é a Virgem que conceberá e dará à luz um filho cujo nome será Emanuel. O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado por Pio IX em 1854.

O Dogma da “Imaculada Conceição” foi definido e declarado pelo Papa Pio IX à 08/12/1854, com a seguinte fórmula “... Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina, de que a beatíssima Virgem Maria no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente e em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original, é revelada por Deus e por isso, deve ser crida firme e constantemente por todos os fiéis” (Bula, Ineffabilis Deus).

Nessa fórmula podemos observar que o sujeito da Imaculada Conceição é a sua pessoa. A declaração de Pio IX se refere à imunidade do pecado original e afirma a dependência essencial em relação ao seu Filho.  A teologia insere a Imaculada Conceição na visão geral do mistério cristão, o harmoniza com o conjunto da vida de Maria e com os vários elementos da história da salvação e sobretudo com o centro vivo, Jesus Cristo. 

domingo, 7 de dezembro de 2014

Papa acende luzes da maior árvore de Natal do Mundo


O Papa Francisco acendeu hoje, a partir de um tablet, as luzes da maior árvore de Natal do mundo, na encosta do Monte Ingino, na localidade de Gubbio, 200 quilómetros a norte de Roma.

“Queremos que a luz de Cristo esteja em nós”, declarou, na videomensagem que acompanhou o gesto, às 18h30 locais.

O Papa sublinhou que um “Natal sem luz não é Natal”, pedindo que essa convicção ilumine “a alma, o coração”, no “perdão aos outros”.

“Que não haja inimizades, que são trevas. Que haja a luz de Jesus, tão bela, é o que desejo para vós”, declarou, deixando votos de “paz e felicidade”.

Segundo Francisco, o Natal é uma oportunidade para “limpar a alma” e recorrer à misericórdia de Deus, que “perdoa tudo”.

“Que a luz esteja nos vossos corações, nas vossas famílias, nas vossas cidades. E agora, com este desejo, acendamos as luzes”, concluiu.

No Angelus, Papa pede testemunhos da misericórdia de Deus

ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 7 de dezembro de 2014


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Este domingo marca a segunda etapa do Tempo do Advento, um tempo maravilhoso que desperta em nós a espera pelo retorno de Cristo e a memória da sua vinda histórica. A Liturgia de hoje nos apresenta uma mensagem cheia de esperança. É o convite do Senhor expresso pela boca do profeta Isaías: “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus” (40, 1). Com estas palavras se abre o Livro da consolação, no qual o profeta dirige ao povo no exílio o anúncio alegre da libertação. O tempo da tribulação terminou; o povo de Israel pode olhar com confiança para o futuro: espera-o finalmente o retorno à pátria. Por isso o convite é a deixar-se consolar pelo Senhor.

Isaías se dirige a pessoas que atravessaram um período obscuro, que foram submetidas a uma prova muito dura; mas agora veio o tempo da consolação. A tristeza e o medo podem dar lugar à alegria, porque o próprio Senhor guiará o seu povo no caminho da libertação e da salvação. De que modo fará tudo isso? Com a solicitude e a ternura de um pastor que cuida do seu rebanho. Ele, de fato, dará unidade e segurança ao rebanho, o fará pastar, reunirá no seu seguro redil as ovelhas perdidas, reservará particular atenção àquelas mais frágeis (v.11). Esta é a atitude de Deus para conosco, suas criaturas. Por isso o profeta convida quem o escuta – incluindo nós, hoje – a difundir entre o povo esta mensagem de esperança: que o Senhor nos consola. E dar lugar à consolação que vem do Senhor.

Advento: Memória, Vigília e Mística


“Eis que a virgem conceberá, e dará a luz a um filho, e lhe chamará Emanuel” (Is 7, 14)
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade”(Jo 1,14)

01. O Natal aproxima-se. Os cristãos, bem como todos os homens de boa vontade, sentem que algo diferente ocorre nestes dias: multiplicam-se as luzes nas cidades, tornam-se comuns os votos de felicidade e prosperidade, os sorrisos abrem-se de forma mais espontânea em tantas faces, os presépios encantam as pessoas de todas as idades… Enfim, mergulha-se em uma atmosfera diferente. Não se pode, entretanto, permitir que o Natal torne-se, como para muitos se tem tornado, mera ocasião para troca de presentes e cumprimentos. O Natal e o Advento guardam uma mensagem própria e bastante peculiar para a Igreja: trata-se de um período de profunda riqueza em nosso ano litúrgico.

02. Sabe-se que o ano civil destina-se a organizar as relações humanas, possibilitando que as pessoas tenham um mesmo referencial de tempo. O ano litúrgico, por sua vez, permite que o Povo de Deus medite e celebre, em uma mesma época, as verdades relacionadas à encarnação, vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Leituras, orações, cores, ícones e canções típicas: tudo se destina a fazer com que os cristãos de todo o mundo possam melhor compreender e usufruir os frutos da redenção operada, na plenitude dos tempos, por Jesus Cristo, Filho de Deus vivo. Na alegria e no conforto que a comunhão dos santos nos oferta, também contemplamos, no decorrer do ano litúrgico, os méritos dos Santos, isto é, aqueles que, em sua vida, souberam ser dóceis à graça de Deus e, sob o influxo dela, assemelharam-se ao seu Senhor e Salvador.

03. É necessário, sobretudo em razão do Ano Santo que vivemos – justamente o Jubileu dos 2000 anos da Encarnação de Cristo –, que sejamos levados a meditar sobre o sentido e significado do tempo do Advento, que antecede e prepara o Natal do Senhor. A Igreja tem ensinado que este período litúrgico apresenta um caráter dúplice: ao mesmo tempo que somos levados a fazer memória do nascimento de Jesus, também devemos, em júbilo e esperança, aguardar, a exemplo da comunidade cristã em seus primórdios, a Sua volta. Ora, na contemplação destas duas verdades, acabamos por entender que, de forma toda especial, no período do Advento, renova-se o convite para aprofundarmos nossa relação de amizade com o Mestre, crescendo nas virtudes, com destaque para a fé e para a caridade, e renunciando firmemente a todo o vício que nos impede de vivermos conforme o Seu desígnio de amor.