O tempo do Advento inaugura um novo Ano Litúrgico.
A Igreja recomeça seu caminho de fé e convida seus filhos e filhas a retomarem
o projeto da vida cristã. Somos chamados a olhar para a realidade humana com
uma visão realista. Há sinais de Deus na história da vida humana, mas estes
sinais podem estar encobertos. É preciso soprar as cinzas, retirar a poeira e
deixar a vida transparente. No Advento abre-se novamente um caminho rumo à
Belém. Este caminho conduz ao encontro da pobreza de um casal que tocado pelo
mistério divino presenteou a humanidade com o que de mais belo se pode
oferecer. O casal pobre e humilde chegou à Belém portando a gravidez sonhada
pelos que ansiavam a salvação. Aquela gravidez era presente de Deus para a
humanidade.
Nas casas de Belém o casal em romaria não fora
acolhido. Naquela cidade dores de parto foram sentidas por Maria. Aconteceu o
nascimento de uma criança pobre e humilde. Anjos cantaram glórias, pastores
demonstraram solidariedade visitando o recém nascido, e houve perseguição de
Herodes. Belém não foi e não é uma realidade fácil de ser encarada.
Muitos caminhos parecem conduzir para a glória, mas
não se chega a ela sem passar por Belém e pelo Calvário. Assim o tempo do
Advento relembra novamente a caminhada de um povo que busca a libertação e vai
fazendo o seu caminho, em meio a angústia do existir humano, percebendo que a
salvação está chegando. Belém está dentro do projeto do crescimento e do
amadurecimento da pessoa.