O cardeal húngaro recordou os diversos desafios que
as famílias enfrentam hoje, como o problema das injustiças sociais, migrações,
salários baixos e violência contra as mulheres. O relatório, porém, ressalta
aspectos positivos, como o matrimônio e a família que transmitem valores e
oferecem uma possibilidade de desenvolvimento à pessoa humana. “A família é o
local onde se aprende a experiência do bem comum”, destaca o documento.
A missão da família nos dias de hoje é o foco da
terceira parte do relatório apresentado nesta manhã. Reitera-se a importância
da colaboração das famílias cristãs com instituições públicas e na criação de
estruturas econômicas para apoiar os que vivem em situações de pobreza. “Toda a
comunidade eclesial deve tentar assistir as famílias vítimas de guerras e
perseguições”, lê-se no relatório.
Divórcio
Com relação às famílias feridas, referindo-se, em
especial, aos casos de separação, o documento destaca que o método de ação deve
ser o da misericórdia e acolhimento, sem deixar, porém, de apresentar a verdade
clara sobre o matrimônio. Nesse sentido, o documento encoraja, para os
divorciados que não se casaram novamente, a criação de centros de
aconselhamento diocesanos para ajudar os cônjuges nos momentos de crise,
apoiando os filhos, que são vítimas destas situações, e não esquecendo “o
caminho do perdão e da reconciliação, se possível”.
Já sobre os divorciados recasados, pede-se uma
aprofundada reflexão. “É imperativo um acompanhamento pastoral misericordioso
que, no entanto, não deixe dúvidas sobre a verdade da indissolubilidade do
matrimônio, como ensinado pelo próprio Jesus Cristo. A misericórdia de Deus
oferece ao pecador o perdão, mas exige a conversão”.
O relatório introdutório também menciona e
esclarece o chamado “caminho penitencial”, que se refere aos divorciados
recasados que praticam continência e que, portanto, poderão ter acesso aos
sacramentos da Penitência e da Eucaristia, evitando, porém, provocar escândalo.
Homossexualismo
Outro parágrafo é dedicado ao cuidado pastoral das
pessoas homossexuais. A orientação é que elas sejam acolhidas com respeito e
delicadeza, evitando qualquer sinal de discriminação. O relatório recorda,
porém, que não há fundamento algum para assimilar ou estabelecer analogias,
sequer remotas, entre as uniões homossexuais e o plano de Deus para o
matrimônio e a família.
“É totalmente inaceitável que os Pastores da Igreja
sofram pressões nesta matéria e que os organismos internacionais condicionem as
ajudas financeiras aos países pobres para a introdução de leis que estabeleçam
o ‘matrimônio’ entre pessoas do mesmo sexo”.