segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

De onde veio este papo de fundamentalismo?


Trata-se de uma ação coordenada e inteligente para bloquear a resistência religiosa à Nova Ordem Mundial pela via da estigmatização verbal: qualquer tipo de pretensão pública da religião ou das pessoas religiosas deve ser taxada implacavelmente como “fundamentalista”.

Quando você expõe um argumento racionalmente, com todo rigor metodológico, apresentando fontes primárias, documentação farta, e o seu interlocutor lhe fixa o rótulo de “fundamentalista”, inicialmente você tolera, mas depois começa a desconfiar que a recorrência da ideia não é casual…

De fato, hoje em dia, quanto mais uma pessoa repete chavões como quem pontifica infalivelmente, respaldado pelo chorum uníssimo da coletividade, mais é necessário averiguarmos qual a origem do bordão, essa sim, quase sempre infalivelmente ignorada pelo acusador.

O termo em questão foi uma invenção de teólogos conservadores presbiterianos e batistas que, por volta de 1910, para se distinguirem de teólogos “liberais”, acabaram por se autodenominarem “fundamentalistas”.

Contudo, a noção de “fundamentalismo” sofreu uma mutação, e esta sua nova acepção foi criada propositalmente para liquidar com a resistência religiosa ao secularismo-laicismo imposto pelos agentes globalistas com sua nova ética relativista.

Numa obra muito conhecida sobre o tema, Karen Armstrong afirma que o “fundamentalismo” é um fenômeno recente, característico do final do século passado.

“Um dos fatos mais alarmantes do século XX foi o surgimento de uma devoção militante, popularmente conhecida como ‘fundamentalismo’, dentro das grandes tradições religiosas. Suas manifestações são às vezes assustadoras. Os fundamentalistas não hesitam em fuzilar devotos no interior de uma mesquita, matar médicos e enfermeiras que trabalham em clínicas de aborto, assassinar seus presidentes e até derrubar um governo forte. Os que cometem tais horrores constituem uma pequena minoria, porém até os fundamentalistas mais pacatos e ordeiros são desconcertantes, pois parecem avessos a muitos dos valores mais positivos da sociedade moderna. Democracia, pluralismo, tolerância religiosa, paz internacional, liberdade de expressão, separação entre Igreja e Estado – nada disso lhe interessa” (Karen Armstrong, Em nome de Deus. O Fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo, Companhia das Letras, São Paulo, 2009, p. 9).

Pouco mais abaixo, a autora explicita ainda mais o motivo pelo qual seria necessário enquadrar os tais “fundamentalistas”: “Em meados do século XX acreditava-se que o secularismo era uma tendência irreversível e que nunca mais a fé desempenharia um papel importante nos acontecimentos mundiais. Acreditava-se que, tornando-se mais racionais, os homens já não teriam necessidade da religião ou a restringiriam ao âmbito pessoal e privado. Contudo, no final da década de 1970, os fundamentalistas começaram a rebelar-se contra essa hegemonia do secularismo e a esforçar-se para tirar a religião de sua posição secundária e recolocá-la no centro do palco” (Ibidem, p. 10).

Em outras palavras, a preocupação fundamental da autora é assegurar aos agentes secularistas que continuem expandindo-se vorazmente, corroendo as raízes religiosas do ocidente, confinando os “religiosos” em sua intimidade até que os mesmos sejam totalmente aniquilados, e o homem pós-moderno possa continuar sendo alvo de um projeto pseudo-civilizatório irreligioso. 

Papa: não confundir família com outro tipo de união


O Papa Francisco concluiu sua série de audiências nesta sexta-feira, 22, recebendo os membros do Tribunal da Rota Romana por ocasião da Inauguração do Ano Judiciário. Francisco reiterou a importância da família e sua concepção cristã.

Em seu discurso, o Papa recordou o objetivo do Tribunal da Rota Romana. O órgão auxilia o Santo Padre para que a Igreja, junto com a família, continue a proclamar o projeto de Deus sobre a sacralidade e beleza da instituição  familiar.

O Tribunal da Rota Romana é definido como “tribunal da família”, o tribunal da verdade e do vínculo sagrado. Neste sentido, a Igreja mostra o amor misericordioso de Deus às famílias, explicou o Papa, e deve indicar ao mundo que não pode haver confusão entre a família, querida por Deus, e qualquer outro tipo de união.

“A família, fundada no matrimônio indissolúvel, unitivo e procriador, pertence ao sonho de Deus e da sua Igreja para a salvação da humanidade. A Igreja é e deve ser a família de Deus. Com renovado sentido de responsabilidade, ela continua a propor o matrimônio nos seus elementos essenciais: descendência, bem dos cônjuges, unidade, indissolubilidade e sentido sacramental”. 

Celibato: por que o padre não pode casar?


Vários textos na Sagrada Escritura ajudam entender o sentido de muitas coisas, no caso, sobre o Celibato ou a Virgindade. Esse citado abaixo parece ser de melhor clareza, até mesmo em relação ao matrimônio, porque são sacramentos que cultivam valores semelhantes. Por isso começaremos a reflexão com ele.

No Evangelho de São Mateus vamos encontrar: “Alguns fariseus se aproximaram de Jesus, e querendo pô-lo à prova perguntaram: É lícito repudiar a própria mulher por qualquer motivo que seja? Jesus respondeu: Não lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher? E que disse: por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne? De modo que os eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar”.

Os discípulos ficam indignados com tudo o que Jesus afirma e dizem que se é assim a condição do homem e da mulher não vale a pena casar-se. Jesus acrescentou: “Nem todos são capazes de compreender essa palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. Com efeito, há eunucos que nasceram assim, desde o seio materno. E há eunucos que foram feito eunucos pelos homens. E há eunucos que se fizeram eunucos por causa do Reino dos Céus. Quem tiver a capacidade para compreender que compreenda”. (Mt 19)

Por que o padre não pode casar? Paralelo a isso pode ser feito outra pergunta: Por que o casal não pode se separar?

Se a primeira pergunta for respondida que o padre pode casar, pode ser respondida a Segunda dizendo que o casal pode se separar. No entanto, “desde o princípio não era assim”. Onde está o valor da opção fundamental na liberdade e fidelidade ao Celibato? E onde está o valor da opção fundamental na liberdade e fidelidade ao Sacramento do Matrimônio (prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te na alegria e tristeza, saúde e doença todos os dias de nossa vida)?

O Celibato, assim como qualquer opção consagrada, ou até mesmo de estar a serviço do outro, deve ser irrigado e sustentado pela Sabedoria divina. Caso contrário, tudo isso não passa de uma "loucura". Mesmo porque isso é um Dom de Deus para seus filhos. Ainda mais para uma mentalidade hedonista que se respira nos tempos hodiernos. O Celibato ou Virgindade têm um valor que extrapola os raciocínios humanos, justamente por ser um Dom de Deus; assim como é um Dom de Deus a fidelidade no Matrimônio para a União e a Procriação.

Para assumir o Celibato como Dom, assim como qualquer outra opção de liberdade pessoal, necessariamente deve haver renúncias, as mais "duras" são aquelas que partem do interior, ou seja, renunciar a si mesmo. “Quem não renunciar a tudo que possui e até a própria vida, não pode ser meu discípulo”. Tudo isso, humanamente é impossível. 

Conversão de São Paulo


A pessoa de Paulo é tão importante para a Igreja, por causa de seu apostolado, que celebramos o dia de sua conversão. Para nós brasileiros, esta data também marca a fundação da maior cidade do país, em 1554.

Saulo, nome do apóstolo antes da conversão, nasceu na cidade de Tarso. Esta cidade era um pólo de desenvolvimento financeiro e comercial, um centro cultural da antiguidade. Seu pai era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim. Por causa da fidelidade ao imperador, a família de Saulo tinha recebido a cidadania romana.

Portanto, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem situado financeiramente, religioso, inteligente, estudioso e culto. Aos quinze anos foi para Jerusalém dar continuidade aos estudos de latim, grego e hebraico, na conhecida Escola de Gamaliel. Seus pais sonhavam que o filho seria um famoso Rabi.

Saulo era um perseguidor dos cristãos. Tinha raiva dos seguidores de Cristo. Mas Deus tinha reservado para ele um outro caminho. A Escritura nos conta que Saulo foi surpreendido por Jesus, que em forma de luz, fez o jovem fariseu mudar completamente de vida. De perseguidor, Saulo tornou-se o maior propagador da fé. Era agora chamado de Paulo.

O jovem foi batizado por Ananias, um cristão de Damasco. Desta cidade saiu a pregar a palavra de Deus, como lhe ordenara Jesus, tornando-se Seu grande apóstolo. Paulo passou a viajar pelo mundo, evangelizando e realizando centenas de conversões. Perseguido incansavelmente, foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma.

ORAÇÃO


Ó grande apóstolo São Paulo, mestre dos gentios, corajoso, seguidor de Cristo, destemido evangelizador, fundador de comunidades, dai-nos este espírito de apóstolo de vosso Mestre Jesus, a fim de que possamos dizer a todos - "Já não sou eu quem vivo, mas é o Cristo que vive em mim". Amém.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Missão da Igreja é evangelizar os pobres, afirma o Papa


ANGELUS

Praça de São Pedro
Domingo, 24 de janeiro de 2016


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

No Evangelho de hoje, o evangelista Lucas antes de apresentar o discurso programático de Jesus em Nazaré, resume sua atividade evangelizadora. É uma atividade que Ele cumpre com a força do Espírito Santo: a sua palavra é original, porque revela o sentido das Escrituras; é uma palavra que tem autoridade, porque manda até mesmo nos espíritos impuros e eles obedecem (cf. Mc 1,27). Jesus é diferente dos mestres de seu tempo. Não abriu uma escola para o estudo da Lei, mas pregava e ensinava em todo lugar: nas sinagogas, pelas ruas e nas casas. Jesus é diferente também de João Batista que proclama o juízo iminente de Deus, enquanto Jesus anuncia o seu perdão de Pai.

E agora imaginemo-nos entrando na sinagoga de Nazaré, cidade onde Jesus cresceu até os trinta anos. O que acontece é um fato importante que delineia a missão de Jesus. Ele se levanta para ler a Sagrada Escritura. Abre o livro do profeta Isaías e encontra a passagem onde está escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim; porque ele me consagrou com unção e me enviou para anunciar a Boa Nova aos pobres “(Lc 4,18). Depois de um momento de silêncio cheio de expectativa por parte de todos, diz, diante da perplexidade geral: “Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabaram de ouvir” (v. 21).

Evangelizar os pobres: esta é a missão de Jesus; esta é também a missão da Igreja, e de todo batizado na Igreja. Ser cristão e ser missionário é a mesma coisa. Anunciar o Evangelho com a palavra e, primeiramente, com a vida, é a finalidade principal da comunidade cristã e de todo seu membro. Observa-se que Jesus dirige a Boa Nova a todos, sem excluir ninguém, aliás, privilegia os que estão distantes, os sofredores, os doentes, os descartados pela sociedade.

Perguntemo-nos: o que significa para evangelizar os pobres? Significa se aproximar deles, ter alegria em servi-los, libertá-los de sua opressão e tudo isso no nome e com o Espírito de Cristo, porque é Ele o Evangelho de Deus, é Ele a Misericórdia de Deus, é Ele a libertação de Deus, é Ele que se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza. O texto de Isaías, reforçado por pequenas adaptações introduzidas por Jesus, indica que o anúncio messiânico do Reino de Deus que veio ao nosso meio, se dirige de forma preferencial aos marginalizados, prisioneiros e oprimidos.

Provavelmente no tempo de Jesus estas pessoas não estavam no centro da comunidade de fé. E nos perguntamos: hoje, em nossas comunidades paroquiais, nas associações e nos movimentos, somos fieis ao programa de Jesus? A evangelização dos pobres, levar-lhes a Boa Nova, é a prioridade? Atenção: não se trata de prestar assistência social e muito menos de atividade política. Trata-se de oferecer a força do Evangelho de Deus que converte os corações, cura novamente as feridas, transforma as relações humanas e sociais segundo a lógica do amor. Os pobres, de fato, estão no centro do Evangelho.

A Virgem Maria, Mãe dos evangelizadores, nos ajude a sentir com vigor a fome e a sede do Evangelho que existem no mundo, especialmente no coração e na carne dos pobres. Que ela ajude cada um de nós e toda comunidade cristã a testemunhar concretamente a misericórdia, a grande misericórdia, que Cristo nos doou.

Depois do Angelus 

São Francisco de Sales


Francisco, primogênito dos treze filhos, nasceu no castelo de Sales, em 21 de agosto de 1567. Na juventude Francisco mudou-se para Paris, onde fez estudos universitários. O menino estudou retórica, filosofia e teologia. Recebeu também lições de esgrima, dança e equitação. Mas no fundo sentia chamado para servir inteiramente a Deus, por isso fez voto de castidade e se colocou sob a proteção da Virgem Maria. 

Aos 24 anos, Francisco voltou para junto da família e recusou a vida que seu pai havia planejado para ele. Queria ser padre. Com ajuda de um tio sacerdote, o jovem conseguiu ocupar o posto de capelão da catedral da cidade.

Durante os cinco primeiros anos de sua ordenação, o então padre Francisco se ocupou com a evangelização entre os protestantes. O nome do padre Francisco começava a emergir como grande confessor e diretor espiritual.

Em 1599, foi nomeado Bispo auxiliar de Genebra. Dom Francisco de Sales fundou escolas, ensinou catecismo às crianças e adultos, dirigiu e conduziu à santidade grandes almas da nobreza. Todos queriam ouvir a palavra do Bispo, que era convidado a pregar em toda parte.

Francisco de Sales faleceu no dia 28 de dezembro de 1622, em Lion, França. Mas tarde, Dom Bosco, um admirador deste santo deu o nome de Congregação Salesiana à Obra que fundou para a educação dos jovens.

ORAÇÃO


Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de São Francisco de Sales, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Como acontecerá a ressurreição da carne?


A realidade de quem vive no céu é totalmente diferente da nossa, primeiro porque o conceito de vida eterna é um conceito de a-temporalidade, algo que nossos sentidos não captam, segundo porque no céu estão as almas dos justos, dos que contemplam Deus face a face.

O tema da escatologia está ligado ao juizo final onde as almas dos justos serão reunidas aos seus corpos e isto confessamos no Credo Apostólico como ressurreição da carne, nós seremos reunidos de novo, não ao nosso velho corpo abrigo da nossa alma , mas no que S.Paulo chama de "corpo glorioso" :

«Nós porém somos cidadãos do Céu e de lá esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará o nosso corpo miserável, tornando-o conforme ao Seu corpo glorioso com o mesmo poder que Lhe permite sujeitar ao Seu domínio todas as coisas» (Fl 3, 20-21).

Note bem que Paulo fala " e de lá esperamos o Salvador ", de lá do céu.

Este corpo glorioso será nossa finalidade, nossa associação com Deus , nosso galardão, São Paulo continua:

"E se o espírito d’Aquele que ressuscitou a Jesus dos mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou a Jesus Cristo dos mortos, há de dar igualmente a vida aos vossos corpos mortais por meio do Seu Espírito, que habita em vós" (Rm 8, 11).

Portanto se já somos templo do Espírito Santo por meio deste mesmo Espírito nossa realidade material será transformada .

sábado, 23 de janeiro de 2016

As correntes e a consagração a Nossa Senhora


A popularização da consagração, ou escravidão de amor, a Jesus Cristo e a Nossa Senhora tem causado curiosidade, dúvida e, às vezes, espanto, especialmente pelo uso das “correntes” ou “cadeias”, por parte de numerosos consagrados. Algumas dessas cadeias passam até despercebidas, pois são discretas, simples, sem brilho. Mas, outras chamam a atenção, pois são de ferro, mais grossas. Algumas lembram realmente escravidão e isso, pode causar reações não muito positivas. Tendo em vista que muitas pessoas tem uma visão errada, ou desconhecem o verdadeiro significado, da consagração e do uso das cadeiazinhas, nos colocamos à disposição para responder algumas perguntas. Neste artigo, para tirar dúvidas sobre a consagração, especialmente a respeito do uso das correntes, respondemos algumas perguntas, enviadas por Deniele Simões, do Jornal Santuário de Aparecida:

1) Muitos jovens estão usando correntes como sinal de consagração a Maria. Muitos desses jovens se denominam “escravos” de Nossa Senhora. O que é preciso para ser escravo de Nossa Senhora?