quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Parlamento Europeu pode qualificar como genocídio ações do Estado Islâmico


No próximo 4 de fevereiro o plenário do Parlamento Europeu votará uma resolução em que poderiam qualificar como “atos de genocídio”, os crimes e atrocidades que está cometendo o grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) na Síria e Iraque.

Segundo a organização internacional Ajuda á Igreja Que Sofre (AIS), esta resolução é o resultado do debate que teve lugar neste último 20 de janeiro, quando boa parte dos eurodeputados qualificaram como genocídio o extermínio de minorias religiosas, em particular cristãos e yazidis nestes países.

Nesse sentido, no dia 27 de janeiro, a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa adotou quase de maneira unânime a resolução “2091 (2016) Combatentes estrangeiros na Síria e Iraque” em que se reconhecia que “os indivíduos que atuem em nome da entidade terrorista que se chama a si mesma de Daesh” “perpetraram atos de genocídio e outros graves crimes puníveis sob o Direito Internacional”.

Além disso, a Assembleia também “recorda que sob o Direito internacional os estados têm uma obrigação positiva de prevenir o genocídio, e, portanto, deveriam fazer o máximo possível para evitar que seus próprios cidadãos tomem parte em tais atos”.

Neste sentido destaca-se as declarações do eurodeputado sueco Lars Adaktusson, que impulsionou esta resolução no Parlamento Europeu, quem afirmou: “sou responsável por uma resolução que pede aos estados membros da UE definir os abusos contra cristãos e yazidis como genocídio e deste modo atuar no marco de Nações Unidas para desenvolver as necessárias intervenções humanitárias e militares”.

Resoluções similares foram aprovadas em outros Parlamentos, como é o caso da Lituânia, onde se adotou a resolução sobre o genocídio dos cristãos e outras minorias religiosas no Oriente Médio e Norte da África. Iniciativas similares estão sendo impulsionadas no Congresso dos Estados Unidos. 

Homilética: 5º Domingo Comum - Ano C: "Três Vocações".


Deus tem um plano para cada um de nós! Ao longo da história, Deus sempre chama pessoas e as envia para realizar o seu plano de amor.

A Isaías, Deus se revelou quando ele estava em oração no templo (cf. Is 6, 1-8). Inicialmente, Isaias se sente pequeno e indigno. Deus então pergunta: “Quem vou enviar?” Isaías, sensível ao apelo de Deus, aceita: “Eis-me aqui, envia-me.”

Vemos aqui os passos da vocação: A iniciativa é sempre de Deus.

A primeira reação é sempre a mesma: “não sou capaz.” “Não sou digno.”

Mas, quando confiamos em Deus e nos colocamos numa atitude de disponibilidade, Deus nos purifica e fortalece, e acabamos, com a graça de Deus, dando conta do recado.

Outra vocação é a de São Paulo.

Em 1cor 15, 1-11, Paulo conta a sua vocação (seu chamado).

Ele se considera o “último” dos apóstolos… como um “abortivo.”

Mas no encontro com Cristo, a caminho de Damasco, responde: “Senhor, que queres que eu faça?”

No Evangelho (Lc 5, 1-11) temos o chamado dos primeiros apóstolos.

Jesus entra na barca de Pedro e fala ao povo.

Pedro se sente indigno… e Jesus: “Não tenhas medo!” Jesus convida: “De hoje em diante tu serás pescador de homens.”

Pedro, Tiago e João largam tudo e O seguem.

Pedro diz a Jesus que tinham trabalhado a noite inteira e não haviam pescado nada. “A resposta de Simão parece razoável. Costumam pescar a essas horas e, precisamente naquela ocasião, a noite tinha sido infrutífera. Para que haviam de pescar de dia? Mas Pedro tem fé: “Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes” (Lc 5,5). Resolve proceder como Cristo lhe sugeriu; compromete-se a trabalhar, fiado na Palavra do Senhor” (São Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, 261).

Apesar do cansaço, apesar de a ordem de pescar ter partido de quem não era homem do mar, e ter-se dirigido a uns pescadores que sabiam da inoportunidade da hora para essa tarefa e da ausência de peixes, tomam as redes nas mãos. Agora por pura confiança no Mestre, cuja, autoridade e poder Pedro já conhecia. Pedro confia e obedece!

Em toda a ação apostólica, há dois requisitos indispensáveis: a fé e a obediência. De nada serviriam o esforço, os meios humanos, as noites em claro, se estivessem desligados do querer divino… Sem obediência, tudo é inútil diante de Deus. De nada serviria entregarmo-nos com brio e garra a um empreendimento apostólico se não contássemos com o Senhor. Até aquilo que é mais valioso nas nossas obras se tornaria estéril se prescindíssemos do desejo de cumprir a vontade de Deus. “Deus não necessita do nosso trabalho, mas da nossa obediência”, ensina São João Crisóstomo.

Pedro fez o que o Senhor lhe tinha mandado e recolheram tal quantidade de peixes que a rede se rompia. O fruto da tarefa que tem por norte a fé é abundantíssimo. E ,só quando se reconhece a inutilidade própria e se confia em Deus, sem deixar de empregar, ao mesmo tempo, todos os meios humanos disponíveis, é que o apostolado se torna eficaz e os frutos abundantes, pois “toda a fecundidade no apostolado depende da união vital com Cristo” (Concílio Vat. II, AA, 4).

Rezemos muito pelos sacerdotes, esses homens valiosos que deixaram tudo e seguiram o Senhor. Eles não se decidiram pelo sacerdócio porque não tinham outra coisa a fazer. Ao contrário, muitos antes de serem padres já tinham inclusive uma profissão, outros tinham as suas namoradas, outros viam um futuro intelectual brilhante diante de si, outros eram de família humilde… homens preciosos e entregues ao Amor de Deus! Os sacerdotes são conscientes de que a felicidade só se encontra no serviço de Deus e pedem insistentemente ao Senhor a graça de serem cada vez mais fiéis, já que o segredo da felicidade é a fidelidade. Os sacerdotes sabem que podem dar às pessoas de hoje o que tanto procuram: o fundamento, o centro e o fim da felicidade humana, que é Jesus Cristo.

A vocação sacerdotal pode parecer uma loucura e algumas moças talvez até diriam que é um desperdício de rapazes. Verdadeiramente, a vocação sacerdotal é uma “loucura de amor”. Não se trata de deixar de amar, mas de ser um aristocrata do amor. O coração do sacerdote é grande demais para ser entregue a uma só mulher, daí a necessidade que ele tem de entregar-se a todos num serviço sacrificado e alegre, todos encontram lugar no coração do sacerdote: mulheres, homens, crianças, velhos e velhas, jovens, pobres e ricos. Todos, ao passar pelo coração do padre, chegam ao coração de Deus. Que durante esse ano de graça amemos mais o sacerdócio de Jesus Cristo e que muitos jovens se deixem contagiar com essa loucura do amor e se decidam a “amar o Amor”. Deus continua chamando operários para a Messe: Uns são chamados para serem profetas como Isaías, e pescadores de homens como Pedro. Qual é a nossa resposta? Peçamos ao Senhor a graça de acolhermos com a generosidade…

-de Isaías: “Eis-me aqui… envia-me…”

-de Paulo: “Senhor, que queres que eu faça?”

-dos primeiros Apóstolos: “Largaram tudo e O seguiram.”

Cristo, hoje, pode contar com você?

Há ou não há um lobby para ampliar a legalização do aborto com o pretexto do Zika Vírus?


No Brasil, já são 3.448 casos investigados de microcefalia, além dos 270 comprovados. Neste cenário, um grupo de ativistas indicou que apresentará ao Supremo Tribunal Federal (STF) ação para pedir o direito ao aborto em gestações de bebês com tal síndrome. Em resposta, o presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, Prof. Hermes Rodrigues Nery, denuncia que “o governo brasileiro e fundações internacionais usam o Zika vírus para alargar a agenda do aborto no país”.

Segundo entrevista concedida à BBC Brasil pela antropóloga Debora Diniz, do Instituto de Bioética Anis, o mesmo grupo de advogados e acadêmicos que apresentou em 2004 o pedido de aprovação do aborto em casos de anencefalia (aprovado em 2012) entrará agora com uma ação em relação à microcefalia.

O grupo argumentará que o Estado é “responsável pela epidemia de Zika”, uma vez que não erradicou o mosquito transmissor, o Aedes Aegypti, e que as mulheres não podem ser “penalizadas pelas consequências de políticas públicas falhas”. Além disso, alegará que a ilegalidade do aborto e a falta de políticas públicas de erradicação do mosquito ferem a Constituição Federal no que diz respeito ao direito à saúde e à seguridade social.

Entretanto, não citam o direito à vida, também expresso na Constituição, conforme explica à ACI Digital o Prof. Nery. “O direito à vida é o primeiro e o principal de todos os direitos humanos e a pessoa humana deve ser protegida, amada, defendida, desde o primeiro instante, na concepção” disse ele, ao ressaltar que “não há embasamento jurídico sólido para esse que é o pior de todos os atentados contra a vida humana”.

Confira a seguir a entrevista completa com o Prof. Nery:

Você está cansado de ouvir acusações de que os católicos adoram imagens?


“Por que nós, católicos, temos imagens de quem adoramos, ou seja, de Deus? De onde nasceu essa ideia?” (Noemí F.Q., via Facebook)


O uso de imagens e quadros religiosos em igrejas e dentro de casa é muito difundido desde tempos imemoriais. A questão das imagens sagradas costuma ser bastante polêmica; e na relação entre a Igreja e as pessoas que pretendem seguir a Cristo fora dela, a polêmica se acirra mais ainda, porque essas pessoas, entre muitos outros erros, acham que a Igreja católica adora imagens, o que não é verdade. 
 
Para esclarecermos o assunto, vamos repassar a história sagrada. Comecemos observando que, no Antigo Testamento, era severamente proibido o culto a todo tipo de imagens ou representações plásticas da divindade.
 
O primeiro mandamento do decálogo afirma com palavras contundentes: “Não farás para ti outros deuses diante de mim. Não farás escultura nem imagem alguma… Não te prostrarás perante elas nem lhes darás culto, porque eu, Javé, teu Deus, sou um Deus cioso…”. (Ex 20, 3-5). Fica proibido, portanto, todo tipo de imagens apresentadas como divindade.
 
Esse mandamento começa dizendo: “Não farás para ti outros deuses diante de mim”. Ou, dito de outra maneira: “Não faças nenhum ídolo”. Apesar desta proibição tão clara, porém, e imediatamente depois de prometer que iria cumprir a lei, o povo fabrica um bezerro de ouro e o adora como se fosse um deus: “Este é o teu Deus, Israel, aquele que te tirou do Egito” (Ex 32,8). Era justamente contra isso que Deus tinha advertido o seu povo. E é por causa deste pecado de idolatria que Deus decide destruir o povo. Só a intercessão de Moisés consegue a piedade e o perdão de Deus (Ex 32, 1-14).  E Deus dá um alerta aos israelitas também quanto às imagens que eles venham a encontrar entre os povos pagãos: “Queimareis as esculturas dos seus deuses e não cobiçareis o ouro nem a prata que as recobrem” (Dt 7,25).
 
Naturalmente, esta proibição permanece de pé no Novo Testamento com a mesma intenção e com o mesmo objetivo. A Bíblia mostra que os cristãos também evitaram o uso de imagens que pudessem ser objeto de adoração. São Paulo diz, em seu discurso em Atenas: “Se somos estirpe de Deus, não podemos pensar que a divindade se pareça com imagens de ouro ou de prata ou de pedra, esculpidas pela destreza e pela fantasia de um homem” (At 17, 29). O apóstolo São João também declara: “Filhos meus, guardai-vos dos ídolos” (1 Jo 5,21). Para a Igreja nascente, é bem claro que a adoração deve ser tributada somente a Deus. Por isso, no Império Romano, muitos cristãos foram martirizados: por se recusarem a adorar os ídolos.
 
Agora, levemos em conta que os ídolos não são necessariamente esculturas ou imagens. Também há ídolos imateriais, sutis e muito capazes de nos absorver, nos quais nos refugiamos e colocamos a nossa vã segurança. São ídolos que conservamos bem escondidos em nosso íntimo: a ambição material, o desejo de celebridade, o afã de poder, a sexualidade desordenada, a ilusão de ser os únicos amos da nossa vida, algum pecado ao qual estamos especialmente apegados e muitos outros ídolos afins. Em todos os casos, qualquer ídolo nos afasta de Deus e nos distrai do nosso autêntico objetivo de vida: a salvação.
 
Qual é o motivo da proibição do Antigo Testamento?
 
A verdadeira razão dessa proibição é que Deus é o único Deus. Ele não se resigna a ser, por exemplo, o primeiro entre os deuses. Ele é o único. Por conseguinte, os deuses ou ídolos não são nada. Isaías ridiculariza os ídolos e aqueles que os adoram (Is 44, 9-20).
 
Era proibido representar a Deus com imagens para que as pessoas não achassem que Deus tivesse a forma de uma criatura ou fosse um objeto. No fundo, o mandamento zela pelo bem do povo, para que o próprio povo não se condene adorando um erro. O que não se aceita, portanto, é recorrer a objetos materiais e depositar neles a plena confiança que devemos ao Deus único, vivo e verdadeiro. Deus não é um ser material, mas uma realidade espiritual. Por isso é que o povo não pode adorar sequer representações materiais do verdadeiro Deus, porque corre o perigo de confundir o Deus verdadeiro com a imagem que o representa, chegando a crer que se trata de um Deus material.
 

São Brás


Brás nasceu na Armênia, era médico, sacerdote e muito benevolente com os pobres e cristãos perseguidos. Foi nomeado bispo de Sebaste no século três. Perseguido pelos romanos, Brás abandonou o bispado e se protegeu na caverna de uma montanha isolada e mesmo assim, depois de descoberto e capturado, morreu em testemunho de sua fé sob as ordens do imperador Licínio, em 316.

São Brás foi um Pastor muito querido pelos fiéis de sua grei. Durante o seu cativeiro, na escuridão do calabouço, obteve de presente de algum de seus amigos um par de velas, com as quais recebia luz e calor. Por isso, na representação iconográfica, o santo aparece portando duas candelas.

A tradição da "Bênção de São Brás", ou "Bênção das gargantas", que se faz cruzando duas velas sobre as gargantas, se atribui a um milagre que o santo fez em vida, quando curou uma criança que morria engasgada com um osso na garganta.

Muitas tradições envolvem seus prodígios, graças e seu suplício. O bispo Brás teria sido terrivelmente flagelado e torturado, sendo por fim pendurado em um andaime para morrer. Como isso não acontecia, primeiro lhe descarnaram os ossos com pentes de ferro. Depois tentaram afogá-lo duas vezes e, frustrados, o degolaram para ter certeza de sua morte.

ORAÇÃO


Senhor, pelos méritos de São Brás, peço-Vos por minha saúde e, especialmente, que me liberteis dos males da garganta. Rogo-Vos, também, por minha vida espiritual. Liberta-me da preguiça na oração, pois é a única maneira de manter-me sempre unido a Deus. São Brás, rogai por nós. Amém.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Milhões de fiéis nas Filipinas se reúnem na maior procissão eucarística da história


Durante uma semana, entre os dias 24 e 31 de janeiro, católicos do mundo inteiro participaram do 51º. Congresso Eucarístico Internacional realizado nas Filipinas.

Peregrinos de mais de 70 países chegaram à ilha de Cebu, localizada ao sudeste de Manila, onde participarem de conferências, momentos de adoração eucarística e missas multitudinárias.


Cerca de cinco mil crianças receberam a Primeira Comunhão em uma emocionante cerimônia ao ar livre.


O Papa Francisco enviou um vídeo-mensagem no encerramento do Congresso Eucarístico Internacional, através do qual recordou que a Santa Missa também “transforma os corações” e “nos permite ser solícitos, proteger os pobres e vulneráveis, ser sensíveis ao grito de nossos irmãos e irmãs que estão passando por alguma necessidade”.

Papa Francisco não atuará em novo filme para crianças


A Santa Sé desmentiu hoje que o Papa Francisco vá atuar em um filme destinado a crianças, interpretando ele mesmo, como afirmaram alguns meios de comunicação ontem. O que poderia acontecer é que o Santo Padre apareça em uma vídeo-mensagem ao final da obra.

O novo subdiretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Greg Burke, assegurou esta manhã aos jornalistas que a informação publicada ontem não se ajusta à realidade e pediu tomar cuidado ante este tipo de mal-entendidos. “O Papa não é um ator”, precisou.

A mesma informação foi reiterada pelo prefeito da Secretaria para a Comunicação do Vaticano que admitiu que algumas imagens do Papa poderiam aparecer no filme, como já ocorreu anteriormente, mas explicou que as mesmas não foram gravadas “propositadamente” para esse fim.

A notícia divulgada na segunda-feira assinalava de que o Pontífice atuaria no filme “Beyond the Sun” (Além do Sol) interpretando a si mesmo. 

Homilia do Papa na Missa de encerramento do Ano da Vida Consagrada


FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR
XX JORNADA MUNDIAL DA VIDA CONSAGRADA

JUBILEU DA VIDA CONSAGRADA
ENCERRAMENTO DO ANO DA VIDA CONSAGRADA

HOMILIA DO SANTO PADRE FRANCISCO

Basílica Vaticana
Terça-feira, 2 de fevereiro de 2016


Hoje, diante do nosso olhar, há um fato simples, humilde e grande: Jesus é levado por Maria e José ao templo de Jerusalém. É um menino como muitos, como todos, mas é único: é o Unigênito vindo para todos. Este Menino nos trouxe a misericórdia e a ternura de Deus: Jesus é a face da Misericórdia do Pai. Este é o ícone que o Evangelho nos oferece no final do Ano da Vida Consagrada, um ano vivido com tanto entusiasmo. Este, como um rio, agora conflui no mar da misericórdia, neste imenso mistério de amor que estamos vivendo com o Jubileu extraordinário.

A festa de hoje, sobretudo no Oriente, é chamada festa do encontro. Com efeito, no Evangelho que foi proclamado, vemos vários encontros (cfr Lc 2,22-40). No templo, Jesus vem a nosso encontro e nós vamos a seu encontro. Contemplamos o encontro com o velho Simeão, que representa a espera fiel de Israel e a exultação do coração para a realização das antigas promessas. Admiramos também o encontro com idosa profetisa Ana, que, ao ver o Menino, exulta de alegria e louva a Deus. Simeão e Ana são a espera e a profecia, Jesus é a novidade e a realização: Ele se apresenta a nós como a perene surpresa de Deus; neste Menino nascido para todos se encontram o passado, feito de memória e de promessa, e o futuro, repleto de esperança.

Podemos ver nisso o início da vida consagrada. Os consagrados e as consagradas são chamados, antes de tudo, a serem homens e mulheres do encontro. A vocação, de fato, não se inspira num nosso projeto pensado de “maneira estratégica”, mas numa graça do Senhor que nos alcança, através de um encontro que transforma a vida. Quem realmente encontra Jesus não pode permanecer como antes. Ele é a novidade que faz novas todas as coisas. Quem vive este encontro se torna testemunha e torna possível o encontro para os outros; e se faz também promotor da cultura do encontro, evitando a autorreferencialidade que nos faz permanecer fechados em nós mesmos.

O trecho da Carta aos Hebreus, que ouvimos, nos recorda que o próprio Jesus, para vir ao nosso encontro, não hesitou em compartilhar a nossa condição humana: «Visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição» (v. 14). Jesus não nos salvou “de fora”, não permaneceu fora do nosso drama, mas quis compartilhar a nossa vida. Os consagrados e as consagradas são chamados a serem sinal concreto e profético desta proximidade de Deus, desta compartilha com a condição de fragilidade, de pecado e de feridas do homem do nosso tempo. Todas as formas de vida consagrada, cada uma segundo as suas características, são chamadas a estarem em estado permanente de missão, compartilhando «as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, dos pobres, sobretudo, e de todos os que sofrem» (Gaudium et spes, 1).