terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Santa Apolônia


A história de Apolônia nos chegou pela narrativa de Dionísio, bispo de Alexandria, escrita em 249. Assim ele se expressa:

"No dia 9 de fevereiro, um charlatão alexandrino provocou uma terrível revolta entre os pagãos. As casas dos cristãos foram invadidas e jóias e objetos preciosos foram roubados.
  
Os cristãos, mesmo os velhos e as crianças, foram arrastados pelas ruas, espancados, escorraçados e, condenados a morte, caso não renegassem a fé em voz alta.

Os pagãos prenderam também a bondosa virgem Apolônia, que tinha idade avançada. Foi espancada violentamente e teve os dentes arrancados. Além disso, foi arrastada até a grande fogueira, que ardia no centro da cidade, onde seria queimada viva se não repetisse, em voz alta, uma declaração pagã renunciando a fé em Cristo. Neste instante, ela pediu para ser solta por um momento, sendo atendida ela saltou rapidamente na fogueira, sendo consumida pelo fogo."

O martírio da virgem Apolônia, que terminou aparentemente em suicídio, causou, exatamente por isto, um grande questionamento dentro da Igreja, que passou a avaliar se era correto e lícito, se entregar voluntariamente à morte para não renegar a fé.

Contudo, o gesto da mártir Apolônia, a sua vida reclusa dedicada à caridade cristã, provocou grande emoção e devoção na província africana inteira, onde ela consumou o seu sacrifício. Passou a ser venerada, porque foi justamente o seu apostolado desenvolvido entre os pobres da comunidade que a colocou na mira do ódio e da perseguição dos pagãos.

ORAÇÃO


Ó gloriosa Santa Apolônia, por aquela dor que padecestes, quando, por ordem do tirano, vos foram arrancados os dentes que tanto decoro ajuntavam ao vosso angélico rosto, obtende do Senhor a graça de estarmos sempre livres de qualquer moléstia relativa a este sentido ou pelo menos de sofrê-la constantemente com imperturbável resignação. Amém.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Governo chinês removeu 18 cruzes na província de Zhejiang


As autoridades da província de Zhejiang começaram mais uma vez a retirar cruzes das igrejas, 18 só neste ano. Pelo menos 13 cruzes foram removidas na semana passada, informou Zhang Kai, um advogado cristão que ajuda as igrejas a combater as campanhas governamentais.

Os cristãos em Zhejiang, disse o advogado a Ucanews, continuam sem saber se a retirada “era só de cruzes que não tinham sido retiradas como estava no programado no ano passado ou se é uma nova onda de perseguições”.

Depois de retirar mais de 1.500 cruzes católicas de igrejas católicas e protestantes em Zhejiang desde o final de 2013, a campanha parecia ter abrandado em setembro do ano passado. No seu auge, as autoridades chegaram a enviar funcionários do Estado para tentar que as pessoas não falassem da retirada de cruzes, quando se reunia por ocasião das missas.

Entre os líderes cristãos mais críticos estava Joseph Gu, pastor principal da Igreja de Chongyi em Hangzhou, a maior templo na província de Zhejiang. Depois de condenar a campanha no mês de Julho, foi oficialmente preso em meados de janeiro e, pelo que parece, encontra-se em uma “prisão negra”, um edifício secreto, destaco a organização chinesa Aid.

O pastor Gu está sendo investigado atualmente por desvio de fundos, segundo reconheceu o Conselho Cristão apoiado pelo Estado de Zhejiang em um comunicado no dia último dia 29 de janeiro. “A sua prisão aumenta a crescente campanha contra todos aqueles que se oponham às demolições forçosas de cruzes”, manifestou o presidente de China Aid, Bob Fu. “Ele tinha o cargo mais alto dos líderes cristãos presos desde a Revolução Cultural”, disse. 

Quarta-feira de Cinzas: "A Caminho da Páscoa".


Começamos na Quarta-feira de Cinzas uma solene e generosa caminhada que nos vai conduzir à Páscoa da Ressurreição do Senhor. Como poderemos vivê-la de acordo com a vontade do Senhor, manifestada na Liturgia da Igreja?

Trata-se de responder com seriedade, com honradez humana e sobrenatural, ao apelo à conversão (= libertação) que o Senhor nos dirige. Algumas sugestões poderão ajudar a nossa generosidade pessoal.

No que se refere à vivência da Quaresma, o Concílio Vaticano II, na Constituição sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, recomenda o seguinte:

«Ponham-se em maior realce, tanto na Liturgia como na catequese litúrgica, os dois aspectos característicos do tempo quaresmal, que pretende, sobretudo através da recordação ou preparação do Baptismo e pela Penitência, preparar os fiéis, que devem ouvir com mais frequência a Palavra de Deus e dar-se à oração com mais insistência, para a celebração do mistério pascal. Por isso:

a) utilizem-se com mais abundância os elementos batismais próprios da liturgia quaresmal e retomem-se, se parecer oportuno, elementos da antiga tradição;

b) o mesmo se diga dos elementos penitenciais. Quanto à catequese, inculque-se nos espíritos, de par com as consequências sociais do pecado, a natureza própria da penitência, que é detestação do pecado por ser ofensa de Deus; nem se deve esquecer a parte da Igreja na prática da penitência, nem deixar de recomendar a oração pelos pecadores.

A penitência quaresmal deve ser também externa e social, que não só interna e individual. Estimule-se a prática da penitência, adaptada ao nosso tempo, às possibilidades das diversas regiões e à condição de cada um dos fiéis. Recomendem-na as autoridades a que se refere o art. 22.

Mantenha-se religiosamente o jejum pascal, que se deve observar em toda a parte na Sexta-feira da Paixão e Morte do Senhor e, se oportuno, estender-se também ao Sábado santo, para que os fiéis possam chegar à alegria da Ressurreição do Senhor com elevação e largueza de espírito. (110).[1] »

Guiados por esta indicação, apresentamos as seguintes sugestões, em ordem a viver o melhor possível o tempo da Quaresma, a caminho da Páscoa da Ressurreição do Senhor. 

Quando a religião desfila pelos sambódromos…


A escola de samba paulista Águia de Ouro apresentou o enredo “Ave Maria Cheia de Faces“, cuja proposta era “homenagear o sentimento da feminilidade e da maternidade” a partir de figuras religiosas femininas. Embora o título do enredo desse a entender que Nossa Senhora seria a protagonista, o que se viu foi um confuso sincretismo que fez sambar de Maria a deusas pagãs, passando por sacerdotisas e elementos tribais diversificados. Aliás, já no início do desfile, as sacerdotisas realizavam um ritual em torno a um caldeirão, de dentro do qual surgia… Nossa Senhora.

Um dos carros alegóricos representava um templo egípcio e se propunha a traçar um paralelo entre os deuses Ísis e Osíris e a Sagrada Família de Nazaré. De que tipo de paralelo se tratava não ficou claro. Divindades pagãs da mitologia greco-romana também se uniram à mistura, enfatizando “a força matriarcal”.

Em meio à “licença poética” da escola paulista ao apresentar as “faces” da mulher na história das religiões, houve, de fato, um destaque ao menos “quantitativo” para Maria, com menções à Imaculada Conceição, à Anunciação e à Paixão de Cristo, representadas em alas diversas. Não faltaram a Pietà e Nossa Senhora Aparecida, que encerrou o desfile precedida pela ala das baianas.


A pedido da Igreja, a escola não apresentou componentes nus. 

Quaresma e Campanha da Fraternidade 2016


Estimados Diocesanos! Dia 10, quarta-feira de cinzas, iniciaremos o tempo da Quaresma, a caminhada anual de preparação da Páscoa. Neste período de interiorização, de penitência e conversão, marcado pela misericórdia de Deus, a Igreja no Brasil, há mais de cinquenta anos, através da Campanha da Fraternidade, convida seus filhos e filhas a tomarem consciência das realidades que afligem milhões de irmãos deste imenso País.

Neste ano, a Campanha da Fraternidade será ecumênica, como já aconteceu em outras três vezes, em 2000, em 2005 e 2010. Estão envolvidas na Campanha todas as Igrejas cristãs que fazem parte do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, o CONIC e outras instituições ecumênicas. Esse trabalho em conjunto tem marcado positivamente a vida das Igrejas que nelas se envolveram pelo bem comum do povo de Deus. 

A Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016 apresenta o tema: “Casa Comum, nossa responsabilidade”e tem como lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”(Am 5,24). Seu objetivo principal é assegurar aos milhões de brasileiros que vivem à margem da sociedade, nas periferias, favelas e cortiços, o direito ao saneamento básico, tão necessário para terem condições de vida digna, pois a falta de saneamento básico e de moradias dignas têm incidência direta sobre a saúde da população. 

Do conhecimento de Jesus Cristo emana a compreensão de toda a Sagrada Escritura


A fonte da Sagrada Escritura não está na investigação humana, mas na divina revelação que brota do Pai das luzes, de quem toda paternidade no céu e na terra recebe o nome. Desse Pai, por seu Filho Jesus Cristo, vem a nós o Espírito Santo e por este Espírito Santo, que reparte e distribui os dons a quem quer, é-nos dada a fé: pela fé Cristo habita em nossos corações. Ela é o conhecimento de Jesus Cristo, donde se origina a firmeza e a compreensão de toda a Sagrada Escritura.

Por conseguinte, é impossível a alguém propor-se conhecer a Sagrada Escritura antes de receber a fé em Cristo em si, infundida como lâmpada, porta e mesmo fundamento de toda ela. Enquanto estamos peregrinando longe do Senhor, a fé é o fundamento que sustenta, a lâmpada que orienta, a porta que introduz a todas as iluminações espirituais. Além do que nos é necessário medir pela medida da fé até mesmo a sabedoria que nos é dada por Deus, a fim de não saber mais do que convém, mas com sobriedade e cada um conforme a medida da fé a ele concedida por Deus.

Não é um resultado ou um fruto qualquer o benefício da Sagrada Escritura, em que estão as palavras de vida eterna. Ela foi escrita não apenas para que crêssemos, mas para que possuíssemos a vida eterna, onde veremos, amaremos e teremos satisfeitos todos os nossos desejos.

Sendo assim, aprenderemos verdadeiramente a incomparável ciência da caridade e seremos repletos de toda a plenitude de Deus. Nesta plenitude, esforça-se a Sagrada Escritura por introduzir-nos segundo a verdade da citada afirmação apostólica. Com este fim e nesta intenção deve-se perscrutar, ensinar e também ouvir a Sagrada Escritura.

Para alcançarmos esse fruto e meta, avançando pelo reto caminho das Escrituras, cumpre começar do princípio. É necessário que nos aproximemos do Pai das luzes com fé pura, dobrando os joelhos do coração para que, por seu Filho, no Espírito Santo, nos conceda o verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo e, com o conhecimento, também o seu amor. Conhecendo-o, então, e amando-o, firmes na fé e arraigados na caridade, poderemos entender a largura, a extensão, a altura e a profundidade da Sagrada Escritura e por esta ciência chegar àquele intensíssimo conhecimento e desmedido amor da Santíssima Trindade. A ela atendem os desejos dos santos e nela se encontra a plenitude de toda a verdade e de todo o bem.


Do Brevilóquio de São Boaventura, bispo
(Prologus: Opera omnia5,201-202)              (Séc.XIII)

São Jerônimo Emiliani


Jerônimo Emiliani, de nobre família, nasceu em Veneza, Itália, em 1486. Sua juventude foi bastante tumultuada, com comportamentos mundanos e desregrados. Desde os quinze anos serviu como soldado e durante muito tempo foi mantido como prisioneiro pelo exército imperial de Treviso. Neste período, ele foi envolvido numa forte experiência de conversão. Atormentado pela memória de seus pecados, reconheceu em Cristo Crucificado o amor misericordioso do Pai.

Quando saiu em liberdade, se desfez de toda a fortuna e se consagrou a uma missão muito especial, baseada na revelação da paternidade divina: compartilhar e viver em comunidade com os órfãos, os pobres e os doentes. Assim, em 1531 fundou um instituto de religiosos na cidade de Somasca, Itália. Logo foram chamados de 'padres Somascos'. Jerônimo Emiliani permaneceu leigo e dedicou sua existência a Deus e à caridade. Seus trabalhos solidários se estendiam aos doentes e miseráveis como também às crianças órfãs e às prostitutas.

A motivação da sua vida espiritual foi o desejo de devolver a Igreja ao estado de santidade das primeiras comunidades cristãs. Este mesmo ideal determinou o modo de organizar a vida das casas que acolhiam os órfãos. O grupo religioso se destacou por proporcionar educação gratuita aos menores abandonados e órfãos. Dos muitos colaboradores que se aproximaram dele, alguns tomaram a decisão de seguir o seu estilo de vida. Assim nascia a Companhia dos Servos dos Pobres.

Prestes a morrer, Jerônimo Emiliani transmitiu a seus discípulos um testamento que sintetizava sua experiência espiritual e representava, ao mesmo tempo, um itinerário de vida cristã: 'Segui o caminho do Crucificado, desprezai a iniquidade, amai-vos uns aos outros e servi aos pobres'.

Jerônimo Emiliani faleceu na cidade de Somasca, Itália, no dia 8 de fevereiro de 1537, vitimado pela peste que contraiu servindo aos doentes durante uma epidemia que se alastrou na cidade. Apesar disso cuidou dos enfermos até os últimos momentos de sua vida.


O papa São Pio V, em 1568 oficializou a Ordem dos Religiosos de Somasca. Jerônimo Emiliani foi canonizado em 1767 e o dia 8 de fevereiro escolhido para a sua homenagem. Em 1928, o Papa Pio XI o declarou Padroeiro dos órfãos e das crianças abandonadas.

Maçonaria nas igrejas protestantes


Ela costuma causar nos crentes um misto de espanto e rejeição. Pudera – com origens que se perdem nos séculos e um conjunto de ritos que misturam elementos ocultos, boa dose de mistério e uma espécie de panaceia religiosa que faz da figura de Deus um mero arquiteto do universo, a maçonaria é normalmente repudiada pelos evangélicos.

Contudo, é impossível negar que a história maçônica caminha de mãos dadas com a do protestantismo. Os redatores do primeiro estatuto da entidade foram o pastor presbiteriano James Anderson, em Londres, na Inglaterra, em 1723, e Jean Desaguliers, um cristão francês.

Devido às suas crenças, eles naturalmente introduziram princípios religiosos na nova organização, principalmente devido ao fim a que ela se destinava: a filantropia. O movimento rapidamente encontrou espaço para crescer em nações de tradição protestante, como o Reino Unido e a Alemanha, e mais tarde nos Estados Unidos, com a colonização britânica. Essa relação, contudo, jamais foi escancarada. Muito pelo contrário – para a maior parte dos evangélicos, a maçonaria é vista como uma entidade esotérica, idólatra e carregada de simbologias pagãs.

Isso tem mudado nos últimos tempos. Devido a um movimento de abertura que atinge a maçonaria em todo o mundo, a instituição tem se tornado mais conhecida e perde, pouco a pouco, seu aspecto enigmático. Não-iniciados podem participar de suas reuniões e cada vez mais membros da irmandade assumem a filiação, deixando para trás antigos temores – nunca suficientemente comprovados, diga-se – que garantiam que os desertores pagavam a ousadia com a vida. A abertura traz à tona a uma antiga discussão: afinal, pode um crente ser maçom? Na intenção de manter fidelidade à irmandade que abraçaram, missionários, diáconos e até pastores ligados à maçonaria normalmente optam pelo silêncio. Só que crentes maçons estão fazendo questão de dar as caras, o que tem provocado rebuliço.

A Primeira Igreja Batista de Niterói, uma das mais antigas do Estado do Rio de Janeiro, vive uma crise interna por conta da presença de maçons em sua liderança. A congregação já estuda até uma mudança em seus estatutos, proibindo que membros da sociedade ocupem qualquer cargo eclesiástico.

Procurada por CRISTIANISMO HOJE, a Direção da congregação preferiu não comentar o assunto, alegando questões internas. Contudo, vários dos oficiais da igreja são maçons há décadas: “Sou diácono desta igreja há 28 anos e maçom há mais de trinta. Não vejo nenhuma contradição nisso”, diz o policial rodoviário aposentado Adilair Lopes da Silveira, de 58 anos, mestre da Loja Maçônica Silva Jardim, no município de mesmo nome, a 180 quilômetros da capital fluminense.

Adilair afirma que há maçons nas igrejas evangélicas de todo Brasil, dezenas deles entre os membros de sua própria congregação e dezesseis entre os 54 membros da loja que frequenta: “Por tradição, a maioria deles é ligada às igrejas Batista ou Presbiteriana. Essas são as duas denominações em que há mais a presença histórica maçônica”, informa.

Um dos poucos crentes maçons que se dispuseram a ser identificados entre os 17 procurados pela reportagem, o ex-policial acredita que a sociedade em geral, e os religiosos em particular, nada têm a perder se deixarem “imagens distorcidas” acerca da instituição de lado. “Há preconceito por que há desconhecimento. Alguns maçons, que queriam criar uma aura de ocultismo sobre eles no passado, acabaram forjando essa coisa de mistério”, avalia. “Já ouvi até histórias de que lidamos com bodes ou imagens de animais.

Isso não acontece”, garante. Segundo Adilair, o único mistério que existe de fato diz respeito a determinados toques de mão, palavras e sinais com os quais os maçons se identificam entre si – mas, segundo ele, tudo não passa de zelo pelas ricas tradições do movimento, que, segundo determinadas correntes maçônicas, remontam aos tempos do rei hebreu, Salomão. E, também, para relembrar tempos difíceis. “São práticas que remontam ao passado, já que nós, maçons, fomos muito perseguidos ao longo da história”.

Adilair adianta que não aceitaria uma mudança nos estatutos da igreja para banir maçons da sua liderança. Tanto, que ele e seus colegas de diaconato que pertencem ao grupo preparam-se para, se for o caso, ingressar na Justiça, o que poderia desencadear uma disputa que tende a expor as duas partes em demanda. Eles decidiram encaminhar uma cópia da proposta do regimento ao presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador Luiz Zveiter. “Haverá uma enxurrada de ações na Justiça se isso for adiante, não tenho dúvidas”, afirma o diácono. A polêmica em torno da adesão de evangélicos à maçonaria já provocou até racha numa das maiores denominações do país, a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), no início do século passado (ver abaixo).

O pastor presbiteriano Wilson Ferreira de Souza Neto, de 43 anos, revela que já fez várias entrevistas com o intuito de ser aceito numa loja maçônica do município de Santo André, região metropolitana de São Paulo. O processo está em andamento e ele apenas aguarda reunir recursos para custear a taxa de adesão, importância que é usada na manutenção da loja e nas obras de filantropia: “Ainda não pude disponibilizar uma verba para a cerimônia de iniciação, que pode variar de R$ 1 mil a cinco mil reais e para a mensalidade. No meu caso, o que ainda impede o ingresso na maçonaria é uma questão financeira, e não ideológica” diz Wilson, que é mestre em ciências da religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e estuda o tema há mais de uma década.

“Pessoas próximas sabem que sou maçom e isso inclui vários membros de minha igreja”, continua o religioso. “Alguns já me questionaram sobre isso, mas após várias conversas nas quais eu os esclareci, tudo foi resolvido”. Na mesma linha vai outro colega de ministério que prefere não revelar o nome e que está na maçonaria há sete anos. “Tenho 26 anos de igreja, seis de pastorado e posso garantir que não há nenhuma incompatibilidade de ser maçom e professar a fé salvadora em Cristo Jesus nosso Senhor e Salvador”, afirma. Ele ocupa o posto de mestre em processo dos graus filosóficos e diz que foi indicado por um pastor amigo. “Só se pode entrar na maçonaria por indicação e, não raro, os pastores se indicam”. Para o pastor, boa parte da intolerância dos crentes em relação à maçonaria provém de informações equivocadas transmitidas por quem não conhece suficientemente o grupo.