Catequese
do Papa Francisco
18 de maio de 2015 Parábola do Rico e Lázaro (Lc 16, 10-31)
18 de maio de 2015 Parábola do Rico e Lázaro (Lc 16, 10-31)
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Eu gostaria de refletir com vocês hoje sobre a
parábola do homem rico e do pobre Lázaro. A vida dessas duas pessoas parece se
desenrolar em vias paralelas: as suas condições de vida são opostas e
totalmente sem comunicação. A porta da casa do rico está sempre fechada aos
pobres, que está lá fora tentando comer alguma sobra da mesa do rico. Esse
veste roupas de luxo, enquanto Lázaro estava coberto de feridas; o rico todos
os dias tem um banquete luxuoso, enquanto Lázaro está morrendo de fome.
Somente os cachorros cuidavam dele e vinham lamber-lhe as feridas. Esta cena
lembra a repreensão dura do Filho no juízo final: “Tive fome e não me destes de
comer, tive sede e não me destes de beber, eu estava […] nu e não me vestistes”
(Mt. 25,42 a 43). Lázaro representa bem o grito silencioso dos pobres de todos
os tempos e a contradição de um mundo onde imensa riqueza e recursos estão nas
mãos de poucos.
Jesus diz que um dia aquele homem rico morreu: os
pobres e os ricos morrem, têm o mesmo destino, como todos nós, não há exceções
a esta regra. E então aquele homem se volta a Abraão, pedindo-lhe com o título
de “pai” (vv. 24,27). Portanto, ele afirma ser seu filho, pertencente ao povo
de Deus. Mas na vida não mostrou nenhuma consideração por Deus, mas tornou-se o
centro de tudo, trancado em seu próprio mundo de luxo e desperdício. Excluindo
Lázaro, não teve qualquer consideração nem ao Senhor nem à sua lei. Ignorar o
pobre é ignorar Deus! Isto devemos aprender bem: ignorar o pobre é desprezar
Deus. Há uma particularidade que deve ser observada nessa parábola: o rico não
tem nome, apenas o adjetivo: “o rico”; enquanto o nome do pobre é repetido
cinco vezes e “Lázaro” significa “Deus ajuda”. Lázaro, encontrando-se na frente
da porta, é um chamado vivo para que o rico se lembre de Deus, mas o rico não
acolhe esse chamado. Será condenado, portanto, não por sua riqueza, mas por ser
incapaz de sentir compaixão de Lázaro e socorrê-lo.