terça-feira, 24 de maio de 2016

São Vicente de Lérins


As notícias que temos sobre o religioso Vicente são poucas. Ele viveu no mosteiro de Lérins, onde foi ordenado sacerdote no século V. Vicente era um soldado do exército romano, que decidiu abandonar a vida desregrada e combativa do exército para "espantar a banalidade e a soberba de sua vida e dedicar-se somente à Deus na humildade cristã". Vicente, então, optou pela vida monástica e nesta se despontou como teólogo e escritor famoso, grande reformador do mosteiro de Lérins. Foi ordenado sacerdote e eleito abade, pela retidão de caráter e austeridade de vida religiosa. Transformou o local num florescente centro de cultura e de espiritualidade, verdadeiro celeiro de Bispos e Santos para a Igreja. Em 434, escreveu sua obra mais famosa, o "manual de advertência aos hereges", que estabelece alguns critérios básicos para viver integralmente a mensagem evangélica. Vicente de Lérins morreu no mosteiro no ano 450. 


Deus, nosso Pai, dai-nos a graça de vos conhecer mais profundamente e fazei-nos viver os apelos do Espírito Santo, como os apóstolos, os santos, os mártires de todos os tempos viveram. Ajudai-nos a fazer a experiência de uma vida inspirada na fé, no amor e na esperança, na luta pela justiça, na promoção da paz, no serviço aos semelhantes, na defesa dos fracos, dos pobres e oprimidos de corpo e alma. Senhor, que ouvis os pobres e os pequeninos, que o vosso Reino aconteça no meio de nós, e nós, vosso povo santo e pecador, sejamos testemunhas e sinal da vossa presença amorosa no mundo. Amém.

Nossa Senhora Auxiliadora


Esta invocação mariana encontra suas raízes no ano 1571, quando Selim I, imperador dos turcos, após conquistar várias ilhas do Mediterrâneo, lança seu olhar de cobiça sobre toda a Europa. O Papa Pio V, diante da inércia das nações cristãs, resolveu organizar uma poderosa esquadra para salvar os cristãos da escravidão muçulmana. Para tanto, invocou o auxílio da Virgem Maria para este combate católico.

A vitória aconteceu no dia 7 de outubro de 1571. Afastada a perseguição maometana, o Santo Padre demonstrou sua gratidão à Virgem acrescentando nas ladainhas loretanas a invocação: Auxiliadora dos Cristãos.

No entanto, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora só foi instituída em 1816, pelo Papa Pio VII, a fim de perpetuar mais um fato que atesta a intercessão da Santa Mãe de Deus: Napoleão I, empenhado em dominar os estados pontifícios, foi excomungado pelo Sumo Pontífice. Em resposta, o imperador francês seqüestrou o Vigário de Cristo, levando-o para a França. Movido por ardente fé na vitória, o Papa recorreu à intercessão de Maria Santíssima, prometendo coroar solenemente a imagem de Nossa Senhora de Savona logo que fosse liberto.

O Santo Padre ficou cativo por cinco anos, sofrendo toda espécie de humilhações. Uma vez fracassado, Napoleão cedeu à opinião pública e libertou o Papa, que voltou a Savona para cumprir sua promessa. No dia 24 de maio de 1814, Pio VII entrou solenemente em Roma, recuperando seu poder pastoral. Os bens eclesiásticos foram restituídos. Napoleão viu-se obrigado a assinar a abdicação no mesmo palácio onde aprisionara o velho pontífice.

Para marcar seu agradecimento à Santa Mãe de Deus, o Papa Pio VII criou a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, fixando-a no dia de sua entrada triunfal em Roma.

O grande apóstolo da juventude, Dom Bosco, adotou esta invocação para sua Congregação Salesiana porque ele viveu numa época de luta entre o poder civil e o eclesiástico. A fundação de sua família religiosa, que difunde pelo mundo o amor a Nossa Senhora Auxiliadora, deu-se sob o ministério do Conde Cavour, no auge dos ódios políticos e religiosos que culminaram na queda de Roma e destruição do poder temporal da Igreja. Nossa Senhora foi colocada à frente da obra educacional de Dom Bosco para defendê-la em todas as dificuldades.

No ano de 1862, as aparições de Maria Auxiliadora na cidade de Spoleto marcam um despertar mariano na piedade popular italiana. Nesse mesmo ano, São João Bosco iniciou a construção, em Turim, de um santuário, que foi dedicado a Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos.

A partir dessa data, Dom Bosco, que desde pequeno aprendeu com sua mãe Margarida, a confiar inteiramente em Nossa Senhora, ao falar da Mãe de Deus, lhe unirá sempre o título Auxiliadora dos Cristãos. Para perpetuar o seu amor e a sua gratidão para com Nossa Senhora e para que ficasse conhecido por todos e para sempre que foi “Ela (Maria) quem tudo fez”, quis Dom Bosco que as Filhas de Maria Auxiliadora, congregação por ele fundada juntamente com Santa Maria Domingas Mazzarello, fossem um monumento vivo dessa sua gratidão.

Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de Maria como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com Dom Bosco. Ficou tão conhecido o amor do Santo pela Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser conhecida também como a “Virgem de Dom Bosco”.

Escreveu Dom Bosco: “A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso”.



Santíssima Virgem Maria a quem Deus constituiu Auxiliadora dos Cristãos, nós vos escolhemos como Senhora e Protetora desta casa. Dignai-vos mostrar aqui Vosso auxílio poderoso. Preservai esta casa de todo perigo: do incêndio, da inundação, do raio, das tempestades, dos ladrões, dos malfeitores, da guerra e de todas as outras calamidades que conheceis. Abençoai, protegei, defendei, guardai como coisa vossa as pessoas que vivem nesta casa. Sobretudo concedei-lhes a graça mais importante, a de viverem sempre na amizade de Deus, evitando o pecado. Dai-lhes a fé que tivestes na Palavra de Deus, e o amor que nutristes para com Vosso Filho Jesus e para com todos aqueles pelos quais Ele morreu na cruz. Maria, Auxílio dos Cristãos, rogai por todos que moram nesta casa que Vos foi consagrada. Amém.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Orientações litúrgicas para a Celebração de Corpus Christi*



Grande Mistério, a Eucaristia! Mistério que deve antes de tudo, ser bem celebrado. É preciso que a Santa Missa seja posta no centro da vida cristã e que em cada comunidade se faça de tudo para celebrá-la com decoro (...) com uma séria atenção também aos aspectos da sacralidade que deve caracterizar o canto e a música litúrgica. É preciso, em particular, cultivar, quer na celebração da missa, quer no culto eucarístico fora da missa, a viva consciência da presença real de Cristo, tendo o cuidado de testemunhá-la com o tom da voz, gestos, movimentos e com todo o conjunto do comportamento. (...) o destaque que deve ser dado aos momentos de silêncio, seja na celebração, seja na adoração eucarística. É necessário que todo modo de tratar a Eucaristia por parte dos ministros seja marcado por um extremo respeito (...). 

A adoração eucarística fora da missa se torne, durante este ano, um empenho especial para cada comunidade paroquial e religiosa. Permaneçamos longamente prostrados diante de Jesus presente na Eucaristia, reparando com nossa Fé e nosso amor os descuidos, os esquecimentos e até os ultrajes que nosso Salvador deve sofrer em tantas partes do mundo (...).[1]  
 
A Solenidade do Corpo e do Sangue do Senhor

Na Quinta-feira após a Solenidade da Santíssima Trindade, a Igreja celebra a Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor. A Festa, estendida em 1264 pelo Papa Urbano IV a toda a Igreja latina, por um lado, foi uma reposta de Fé e de culto a doutrinas hereges sobre a presença real de Cristo na Eucaristia; por outro foi a coroação de um movimento de ardente devoção para com o augusto Sacramento do Altar.

A piedade popular, portanto, favoreceu o processo de instituição da festa de Corpus Christi; por sua vez esta festa foi a causa e o motivo do surgimento de novas formas de piedade eucarística no povo de Deus.

Durante séculos, a celebração de Corpus Christi foi o principal ponto de convergência da piedade popular em relação à Eucaristia. Nos séculos XVI-XVII, a Fé, reavivada pela necessidade de reagir às negações do movimento protestante, e a cultura (...) concorreram para tornar vivas e significativas muitas expressões da piedade popular para com o Mistério da Eucaristia.

A devoção eucarística, assim enraizada no povo cristão deve, contudo, ser educada a perceber duas realidades fundamentais:

1.    que o supremo ponto de referência da piedade eucarística é a Páscoa do Senhor; de fato, a Páscoa, segundo a visão dos santos Padres, é a Festa da Eucaristia e , por outro lado, a Eucaristia é antes de tudo Celebração da Páscoa, isto é, da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus;

2.    que toda forma de devoção cristã tem uma intrínseca referência ao Sacrifício eucarístico, seja porque dispõe à celebração, seja porque prolonga as orientações cultuais e existenciais por ela suscitadas.

Por isso, o Ritual Romano adverte: “Os fiéis, ao cultuarem o Cristo presente no Sacramento, lembrem-se de que esta presença decorre do Sacrifício e tende à Comunhão sacramental e espiritual”.[2]

A procissão da Solenidade de Corpus Christi é, por assim dizer, a “forma tipo” das procissões eucarísticas. De fato, ela prolonga a Celebração da Eucaristia: logo após a Missa, a Hóstia, que nela foi consagrada, é levada para fora do recinto eclesial a fim de que o povo cristão “dê testemunho público de Fé e de Veneração para com o Santíssimo Sacramento”.[3]

Os fiéis compreendem e amam os valores presentes na procissão de Corpus Christi: eles se sentem “povo de Deus” que caminha com o seu Senhor, proclamando a fé nele, que se tornou verdadeiramente o “Deus conosco”.

É preciso, porém, que nas procissões eucarísticas se observem as normas que regulam o seu desenrolar,[4] principalmente aqueles que garantem a sua dignidade e a reverência devida ao Santíssimo Sacramento;[5] e é também necessário que os elementos característicos da piedade popular, como o enfeite das ruas e das janelas, a homenagem das flores, os altares onde será colocado o Santíssimo nas paradas dos percursos, os cantos e as orações, “todos levem a manifestar a própria Fé em Cristo, unicamente voltados para o louvor do Senhor”,[6] e isentos de qualquer forma de competição.

As procissões eucarísticas geralmente se encerram com a Bênção do Santíssimo Sacramento. No caso específico da procissão de Corpus Christi , a Bênção é a conclusão Solene de toda a Celebração: no lugar da costumeira Bênção sacerdotal é dada a Bênção com o Santíssimo Sacramento.

É importante que os fiéis entendam que a bênção com o Santíssimo Sacramento não é uma forma de piedade eucarística por si só, mas é o momento conclusivo de um encontro cultual suficientemente prolongado. Por isso, a norma litúrgica evita “a exposição feita unicamente para dar a Bênção”. [7] 

Os 15 benefícios prometidos por Nossa Senhora a quem rezar o terço


As 15 promessas de Nossa Senhora a quem rezar o terço foram feitas ao monge dominicano Alan de la Roche, que morreu em 1945 e é considerado o apóstolo da devoção ao rosário em vários países, especialmente europeus.

Em suas memórias, Alan narra que recebeu diretamente da Virgem 15 promessas válidas para todos os devotos do santo terço, e todas elas ainda são de grande atualidade, manifestando a intensidade do amor que Nossa Senhora sente por todos nós.

Estas são as promessas feitas por Maria a todos nós:

1. A todos os que rezarem meu Rosário com devoção, prometo minha proteção especial e grandíssimas graças.

2. Aquele que perseverar na oração de meu Rosário receberá uma graça insigne.

3. O Rosário será uma defesa poderosíssima contra o inferno; destruirá os vícios, libertará do pecado, dissipará as heresias.

4. O Rosário fará florescerem as virtudes e as boas obras, e obterá para as almas a mais abundante misericórdia divina; fará que nos corações o amor ao mundo seja substituído pelo amor a Deus, elevando-os ao desejo dos bens celestes e eternos. Quantas almas se santificarão com esse meio!

5. Quem se confia a mim por meio do Rosário não perecerá.

6. Quem rezar meu Rosário com devoção, meditando seus mistérios, não será oprimido pela desgraça. Pecador, se converterá; justo, crescerá em graças e se tornará digno da vida eterna.

7. Os verdadeiros devotos de meu Rosário não morrerão sem os Sacramentos da Igreja.

8. Aqueles que rezam meu Rosário encontrarão durante sua vida e em sua morte a luz de Deus e a plenitude de suas graças, e participarão dos méritos dos bem-aventurados.

Homilética: Solenidade de Corpus Christi - Ano C: "O Corpo de Cristo, vida para o mundo".



Uma das inteligências mais privilegiadas da história do pensamento humano foi, sem dúvida, Santo Tomás de Aquino; já em vida, teve um enorme prestígio. A sua obra filosófica e teológica continua sendo uma referência obrigatória. Quando o Papa Urbano IV lhe propôs ser cardeal, Fr. Tomás não quis aceitar tal dignidade. O Papa perguntou-lhe se recusava o título por razões de humildade, ao que Tomás de Aquino respondeu: “Não, Santo Padre. Na verdade, eu desejo algo maior”. O Papa surpreendido disse: “Você quer ser Papa?”. Então Santo Tomás manifestou o seu desejo: “O que eu quero é que a festa de Corpus Christi se estenda a toda a Igreja”. O Papa, antes de responder, ficou um pouco meditativo; depois lhe disse: “Pedis muito, Tomás, mas o farei se me prometerdes encarregar-vos da composição da liturgia da festa”. E assim foi! A festa de Corpus Christi começou a celebrar-se em toda a Igreja Católica por meio da Bula Transiturus, de Urbano IV, do dia 8 de setembro de 1264, e os belíssimos textos que a liturgia da Igreja tem para essa solenidade, tanto na Missa como na Liturgia das Horas, foram escritos por esse grande Santo.

A partir do século XIV, as procissões foram sendo incorporadas à celebração desta festa. O Concílio de Trento reconhece que, pela piedade popular, foi sendo introduzido na Igreja de Deus o costume de celebrar anualmente, em dia festivo, o excelso sacramento e declara que, com honra e reverência, seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos. Com essa manifestação pública de fé, os cristãos e cristãs testemunham a sua gratidão pelo dom da eucaristia, pelo qual se torna presente a vitória sobre a morte e a ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo.

No dia de hoje, ao participarmos da Santa Missa e sairmos às ruas em Procissão, façamo-lo com fé, com amor, com devoção, com dignidade, em espírito de adoração. Sejamos esmeradamente cuidadosos com o Corpo e o Sangue de Deus. Somente se soubermos cuidar o Corpo Eucarístico do Senhor, cuidaremos da maneira que convém do Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja, e dos nossos irmãos numa verdadeira fraternidade e solidariedade. Dediquemos ao culto eucarístico os nossos melhores esforços, os melhores ornamentos, os melhores cálices, os melhores cantos. Tudo para Deus!

Diante da presença de Jesus Cristo, sejamos educados, corteses, elegantes. Ao entrar na igreja, não nos esqueçamos de usar um pouco da água benta disposta nas paróquias para esse fim, a água benta nos lembra o nosso batismo e nos livra das ciladas do demônio. Em seguida, procuremos onde está o Sacrário e façamos uma genuflexão pausada diante do nosso Deus; que seja uma genuflexão bem feita, isto é, dobrando joelho direito até o chão (não é jeitoso benzer-se ao mesmo tempo, primeiro se faz a genuflexão e depois se benze, ou ao contrário). Não conversemos dentro da Igreja, caso seja necessário falar algo com alguém, façamo-lo em voz baixa. É de boa educação chegar uns minutinhos antes na Missa, dessa maneira manifestamos que nós esperamos a Jesus. Escutemos com atenção as leituras. Às palavras da consagração, está previsto que nos ajoelhemos e não que fiquemos de pé (a não ser que haja alguma causa justa; neste caso, pelo menos façamos uma “inclinação profunda enquanto o sacerdote faz genuflexão após a consagração”); caso se receba a comunhão de pé, é bom fazer alguma reverência antes de recebê-la. Depois da comunhão, não nos esqueçamos de dar graças a Deus, normalmente se recomenda pelo menos uns 10 minutinhos em oração depois de comungar. Também seria muito bom se nos acostumássemos a fazer visitas a Jesus no Sacrário, pois frequentemente o Senhor está muito sozinho nos Sacrários das nossas igrejas e, além do mais, ele está aí por você e por mim. Enfim, tenho certeza que o amor a Deus que está em nossos corações nos sugerirá outros detalhes de carinho para com Jesus na Santíssima Eucaristia. Quem ama é criativo!


Se da mão de Deus recebemos os bens, por que não suportaremos os males?




Paulo, considerando em seu íntimo as riquezas da sabedoria e vendo-se externamente um corpo corruptível, exclama: Temos este tesouro em vasos de barro! No santo Jó, o vaso de barro sofre no exterior as rupturas das úlceras. Por dentro, porém, continua íntegro o tesouro. Por fora é ferido de chagas. Por dentro, a perene nascente do tesouro da sabedoria derrama-se em palavras santas: Se da mão de Deus recebemos os bens, por que não suportaremos os males? Para ele, os bens são os dons de Deus, tanto os temporais quanto os eternos, enquanto que os males são os flagelos do momento. Diz o Senhor pelo Profeta: Eu, o Senhor, e não há outro, faço a luz e crio as trevas, produzo a paz e crio os males.

Faço a luz e crio as trevas: quando, pelos flagelos, são criadas exteriormente as trevas do sofrimento, no íntimo, pela correção, acende-se a luz do espírito. Produzo a paz e crio os males. Voltamos à paz com Deus quando os bens criados, porém, mal desejados, por serem males para nós, se transformam em flagelos. Pela culpa, estamos em discórdia com Deus. Portanto, é justo que, pelos flagelos, retornemos à paz com ele. Quando os bens criados começam a causar-nos sofrimento, o espírito assim castigado procura humildemente a paz com o Criador.

É preciso considerar com muita atenção, nas palavras de Jó, contra a opinião de sua mulher, a justeza do seu raciocínio. Se recebemos da mão do Senhor os bens, por que não suportaremos os males?Grande conforto na tribulação é, em meio às contrariedades, lembrarmo-nos dos dons concedidos por nosso Criador. E não nos abatemos, em face da dor, se logo nos ocorrer à mente o dom que a reanima. Sobre isto está escrito: Nos dias bons, não te esqueças dos maus, e nos dias maus lembra-te dos bons.

Quem recebe os bens da vida, mas durante os bons tempos deixa inteiramente de temer os flagelos, cai na soberba através da alegria. Quem é atormentado pelos flagelos e nestes dias maus não se consola com os dons recebidos, perde, com o mais profundo desespero, o equilíbrio do espírito.

Assim sendo, é necessário unir os dois, de modo que um sempre se apoie no outro: que a lembrança dos bens modere o sofrimento dos flagelos e que a suspeita e o medo dos flagelos estejam a mordiscar a alegria dos bens.

O santo homem com suas chagas, para aliviar o espírito oprimido em meio às dores dos flagelos, pensa na doçura dos dons: Se recebemos da mão do Senhor os bens, por que não haveremos de suportar os males?



Dos Livros “Moralia” sobre Jó, de São Gregório Magno, papa
 (Lib. 3,15-16: PL75,606-608)              (Séc.VI)

A Reunião de Satanás


Satanás convocou uma Convenção Mundial de demônios. Em seu discurso de abertura, ele disse: "Não podemos impedir os cristãos de irem à igreja."

"Não podemos impedi-los de lerem as suas Bíblias e conhecerem a Verdade."

"Nem mesmo podemos impedi-los de formarem um relacionamento íntimo com o seu Salvador."

"E, uma vez que eles ganham esse Elo com Jesus, o nosso poder sobre eles está quebrado."

"Então, vamos deixá-los ir para as suas igrejas e capelas; vamos deixá-los com os almoços, jantares e festividades que nelas organizam, vamos deixá-los ir para os seus encontros e reuniões espirituais. MAS, vamos roubar-lhes o tempo que têm, de maneira a que não sobre tempo algum para desenvolver um relacionamento com Jesus Cristo. Temos que quebrar esse Elo."

"O que quero que vocês façam é o seguinte." disse Satanás.

"Distraia-os ao ponto de que não consigam aproximar-se do seu Salvador, para manterem essa conexão vital durante o dia todo! "

"Como vamos fazer isto?" gritaram os seus demônios. "Mantenha-os ocupados nas coisas não essenciais da vida, e inventem inumeráveis assuntos e situações que ocupem as suas mentes." respondeu-lhes ele.

"Tentem-os a gastarem, gastarem, gastarem, e tomar emprestado, tomar emprestado, tomar emprestado. "Persuadam as suas esposas a irem trabalhar durante longas horas, e os maridos a trabalharem de 6 a 7 dias por semana, durante 10 a 12 horas por dia, a fim de que eles tenham capacidade financeira para manter os seus estilos de vida fúteis e vazios."

"Criem situações que os impeçam de passar algum tempo com os filhos, talvez até se esqueçam dos filhos."

"Façam que os filhos também se esqueçam de seus pais e avós."

"À medida em que suas famílias se forem fragmentando, muito em breve seus lares já não mais oferecerão um lugar de paz para se refugiarem das pressões do trabalho. È necessário que haja sempre conflitos e descontentamentos em cada lar."

"Estimulem suas mentes com tanta intensidade, que eles não possam mais escutar aquela voz suave e tranqüila que orienta seus espíritos."

"Induzam todos a ligarem o rádio  sempre que estiverem dirigindo. Que a TV, o Vídeo, os CDs e os PCs estejam sempre ligados, (uns ou outros...) constantemente em seus lares, e providenciem que todas as lojas e todos os restaurantes do mundo toquem constantemente música que não seja religiosa ou bíblica."

"Bombardeiem as suas mentes com notícias, 24 horas por dia. Com filmes violentos e pornográficos. Com novelas dramáticas que também contenham cenas de conflitos familiares, violência urbana, rebeldia de jovens e muito erotismo."

"Isto entupirá as suas mentes e quebrará aquela união com Cristo." 

São João Batista de Rossi


João Batista de Rossi nasceu no dia 22 de fevereiro de 1698 na Itália. Aos dez anos foi trabalhar para uma família muito rica em Gênova para poder estudar. Três anos depois, se transferiu definitivamente para Roma, morando na casa de um primo que já era sacerdote e estudando no Colégio Romano dos jesuítas. Lá se doutorou em Filosofia e Teologia. João Batista tinha uma excessiva carga de atividade evangelizadora junto aos jovens e às pessoas abandonadas e pobres. Com isso, teve um esgotamento físico e psicológico que desencadearam os ataques epiléticos e uma grave doença nos olhos. Recebeu a unção sacerdotal em 1721. O seu rebanho eram os mais pobres, doentes, encarcerados e pecadores. Tinha o dom do conselho, era atencioso e paciente com todos os fiéis, que formavam filas para se confessarem com ele. O tom de consolação, exortação e orientação com que tratava seus penitentes atraía cristãos de toda a cidade e de outras vizinhanças. Aos sessenta e seis anos de idade, a doença finalmente o venceu e ele morreu no dia 23 de maio de 1764, tão pobre que seu enterro foi custeado pela caridade dos devotos. 


São João Batista de Rossi que fostes chamado a tão sublime missão do sacerdócio e que tivestes a graça de servir a Deus nos irmãos mais abandonados, obtende de Deus a nosso favor, esse amor, essa fortaleza de espírito, esta perseverança principalmente aos futuros sacerdotes e a todo o clero para que apenas a presença de cada um deles possa ser o primeiro passo para a conversão dos povos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.