quarta-feira, 8 de junho de 2016

Santo Efrém

 
Efrém nasceu no ano 306, na cidade de Nisibi, atual Turquia. Cresceu em meio a graves conflitos de ordem religiosa e heresias, que surgiam tentando abalar a unidade da Igreja. Mas todos eles só serviram de fermento para o fortalecimento de sua fé em Cristo e Maria. O pai de Efrém era sacerdote pagão e sua mãe cristã. Ele foi educado na infância entre a dualidade do paganismo do pai e do cristianismo da mãe, mas o patriarca da família jamais aceitou a fé professada pelo filho e expulsou-o de casa. Efrém foi batizado aos dezoito anos. No ano 338, Nisibi foi invadida pelos persas. Efrém, então diácono, se deslocou para a cidade de Edessa. Os poucos registros sobre sua vida nos contam que era muito austero. Ele dirigiu e lecionou uma escola que pregava e defendia os princípios cristãos, escrevendo várias obras sobre o tema. Seus sermões atraiam multidões e sua escola era muito concorrida, pelo conteúdo didático simples e exortativo, atingindo diretamente o povo mais humilde. Por sua linguagem poética recebeu o apelido carinhoso de "a Harpa do Espírito Santo". Somente à Nossa Senhora dedicou mais de vinte poemas transformados em hinos. Efrém morreu no dia 09 de junho de 373 e é venerado neste dia por sua santidade, tanto pelos católicos do Oriente como do Ocidente. 

Senhor e Mestre da minha vida, afasta de mim o espírito de preguiça, o espírito de dissipação, de domínio e de palavra vã. Concede a teu servo o espírito de temperança, de humildade, de paciência e de caridade. Sim, Senhor e Rei, concede-me que eu veja as minhas faltas e que não julgue a meu irmão, pois Tu és bendito pelos séculos dos séculos. Amém.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Ditadura: Fiéis são proibidos de participar de cerimônias de reparação ao Santíssimo Sacramento, na China.


Em Handan, China, a polícia e o Escritório de Assuntos Religiosos proibiram os fiéis da diocese a se reunirem para rezar em um dia de oração e jejum  convocado pelo bispo, como um gesto de reparação à profanação da Eucaristia. Forças de ordem da cidade declararam que a diocese não tem permissão para reunir os fiéis provenientes de diferentes distritos, de tal forma, qie cercaram o local da profanação, a fim de proibir que aqueles que vêm de outros lugares se reúnam para o momento de oração.

Alguns padres estão sob vigilância e foram intimidados a não deixar suas casas. O bispo, Mons. Stefano Yang Xiangtai foi forçado a cancelar a oração, considerada "ilegal" pelo Escritório de Assuntos Religiosos.

De acordo com a Asia News, tudo começou em 27 de maio, quando os fiéis de Xiao Di Ba, perceberam que o sacrário da igreja tinha sido destruído e roubado, e que as hóstias haviam sido jogadas ao chão em frente à igreja.  A polícia conseguiu pegar o ladrão, trata-se de um jovem de dezenove anos de idade chamado Chen Jing En.

Igreja Católica anuncia a excomunhão de polêmico grupo cismático


É a primeira vez que é feita oficialmente a excomunhão de um grupo cismático durante o Pontificado do Papa Francisco. Trata-se da autodenominada “Igreja Cristã Universal da Nova Jerusalém”, fundada na Itália pela suposta vidente Giuseppina Norcia e que atua em Galliano, uma pequena localidade de Val Comino, no sudeste de Roma.

Embora esta seita não estivesse em comunhão com a Igreja Católica e estivesse excomungada latae sententiae, ou seja, de maneira automática e sem necessidade de pronunciamento algum pela Santa Sé, a Congregação para a Doutrina da Fé decidiu comunicá-lo de maneira oficial.

A decisão foi divulgada ao Bispo da Diocese de Sora Cassino Aquino e Pontecorvo, Dom Gerardo Antonazzo, que difundiu uma nota em todas as igrejas da Diocese nas Missas de domingo.

O Vaticano colocou um fim aos 42 anos de engano e supostas visões de Giuseppina Norcia que conseguiu convencer dezenas de pessoas. “A posição doutrinal de tal grupo é claramente contrária à fé católica e sua constituição em uma nova organização, descaradamente cismática, impõe de quem tem a responsabilidade de guiar o povo de Deus uma clara escolha de posição, a fim de proteger o bem superior da Igreja e de seus fiéis”, diz a nota lida nas Missas.

Portanto, “aqueles que aderirem a tal associação incorrem na excomunhão latae sententiae pelo delito de cisma”.

Homilética: 11º Domingo Comum - Ano C: "O perdão dos pecados: vida nova".



Puxa vida! Como essa mulher chorava! “As suas lágrimas banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume” (Lc 7,38). Isso sim que é arrependimento. Jesus disse que os “seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor” (Lc 7,47). A esse tipo de arrependimento a Igreja chama contrição porque está movido pelo amor, diferente da atrição, arrependimento movido pelo temor. A contrição limpa totalmente a alma, purifica-a e faz com que fluam os propósitos de uma vida nova.

Geralmente, os convertidos mostram ser pessoas fervorosas. Às vezes são pessoas que conheceram os abismos do pecado e do demônio, que desceram até aos abismos da morte espiritual e, por tanto, ao serem libertadas do diabo e do pecado, sabem valorizar a graça de Deus que lhes alcançou: ser cristão, ser católico; poder confessar-se com freqüência; participar do Sacrifício de Cristo Salvador em cada Santa Missa; conversar com Deus na oração; viver uma vida limpa, honesta, livre das cadeias do mal e do pecado.

A contrição que os conversos manifestam me ajuda a pensar na sinceridade do meu amor para com Deus. Eu acho que nós católicos “de sempre” deveríamos aprender algo do fervor dos conversos. Sem dúvida, quando a vida de fé vai madurando se vê mais e melhor; não obstante, nunca podemos afastar-nos do nosso primeiro amor, dessa visão das coisas que nos foi concedida e que mudou o rumo da nossa vida. Não nos esqueçamos daquelas palavras do Espírito Santo: “trabalhai na vossa salvação com temor e tremor” (Fl 2,12).

Aquela mulher percebeu algo do amor de Deus para com ela, viu também que tinha ofendido a esse Deus tão bom e amável e, diante dessa evidência, não pode fazer outra coisa que derramar abundantes lágrimas. O ato de contrição nos leva a perceber que “Deus é amor” (1 Jo 4,8.16) e que nós ofendemos a alguém que só quer o nosso bem e a nossa felicidade; em segundo lugar, que não podemos fazer nada a não ser pedir perdão, chorar e implorar misericórdia no sacramento da confissão.

Peçamos a Deus que nos livre da atitude do fariseu que, além de ter sido pouco educado– não ofereceu água a Jesus para lavar os pés, não lhe deu o ósculo, não ungiu a cabeça de Cristo –, começou a julgar aquela pobre mulher. Infelizmente, às vezes, em lugar de alegrarmo-nos por um irmão que se converte, começamos a julgá-lo; essa atitude não é cristã. Precisamos ser mais acolhedores e alegrar-nos mais com os outros, celebrar festivamente o fato de que uma pessoa se aproxima do Senhor. Ele é o nosso Deus e quer sempre o nosso bem.

Inoportuno manifesto do Conselho Nacional do Laicato sobre o "momento político atual".


O Conselho Nacional do Laicato (CNL), em 1.º de junho de 2016, publicou na Internet um manifesto sobre o “momento político atual”.

O texto finda com a seguinte afirmação:

“Como representantes dos Cristãos Leigos e Leigas do Brasil, irmanados ao povo brasileiro que trabalha, luta e dignifica este país, alicerçados pelo Papa Francisco e seu testemunho profético, nos colocamos em estado permanente de atuação para que as ameaças ora apresentadas, não encontrem espaços para a sua efetivação em nosso meio.”

Representantes dos leigos? Por acaso os milhões de leigos das inúmeras dioceses deste país elegeram esse “conselho”? Outorgaram-lhe alguma procuração? É claro que não! Desta feita, a associação em apreço, embora referendada pela conferência episcopal, não goza de legitimidade para falar em nome dos leigos.

Qual é o papel do leigo na sociedade? Segundo o cânon 225, §2.º, compete ao leigo animar e aperfeiçoar a ordem temporal com o espírito do evangelho. O Documento n.º 105, publicado em 2016, fruto da 54.ª assembleia ordinária da CNBB, resgatou o que caracteriza a missão laical, consoante o ensinamento do Concílio: a secularidade. Trata-se de uma análise que, sobre valorizar as atividades intraeclesiais exercidas pelo leigo, enfatiza o aspecto secular e extraeclesial da vocação para a qual Deus chama o leigo, isto é, o elemento mais importante do quefazer salvífico do leigo consiste na ação transformadora do mundo à luz da Doutrina Social da Igreja.

No que tange ao conteúdo do indigitado manifesto, nota-se certa aversão ao debate democrático, porque os que não concordam com as ideias ali expendidas são imediatamente tachados de ultraconservadores e fundamentalistas religiosos. Observo, contudo, que um bom católico, leigo ou clérigo, é um conservador por excelência, porquanto preserva ou conserva o ensinamento de Jesus Cristo em meio às vicissitudes históricas. Foi conservando a doutrina de nosso Senhor que, por exemplo, a Rerum Novarum de Leão XIII e outras encíclicas conceituaram a função social da propriedade. A propósito, o pensamento de esquerda não é progressista; é revolucionário, vez que anela solapar o edifício social vigente e erguer outra realidade, sem Deus.

O meu amor está crucificado




Para nada me serviriam os prazeres do mundo ou os reinos deste século. Prefiro morrer em Cristo Jesus a reinar sobre todos os confins da terra. Procuro Aquele que morreu por nós; quero Aquele que ressuscitou por causa de nós. Estou prestes a nascer. Tende piedade de mim, irmãos. Não me impeçais de viver, não queirais que eu morra. Não me entregueis ao mundo, a mim que desejo ser de Deus, nem penseis seduzir-me com coisas terrenas. Deixai-me alcançar a luz pura; quando lá chegar, serei verdadeiramente um homem. Deixai-me ser imitador da paixão do meu Deus. Se alguém O possuir em si mesmo, compreenderá o que quero e terá compaixão de mim por conhecer a ânsia que me atormenta.


O príncipe deste mundo quer arrebatar-me e corromper a disposição da minha vontade para com Deus. Nenhum de vós o ajude; tornai-vos antes partidários meus, isto é, de Deus. Não queirais ter ao mesmo tempo o nome de Jesus Cristo na boca e desejos mundanos no coração. Não me queirais mal. Mesmo que eu vos pedisse outra coisa na vossa presença, não me devíeis acreditar. Acreditai antes nisto que vos escrevo. Estou a escrever-vos enquanto ainda vivo, mas desejando morrer. O meu amor está crucificado e não há em mim qualquer fogo que se alimente da matéria. Mas há uma água viva, que murmura dentro de mim e me diz interiormente: «Vem para o Pai». Não me satisfazem os alimentos corruptíveis nem os prazeres deste mundo. Quero o pão de Deus que é a Carne de Jesus Cristo, que nasceu da descendência de David; e por bebida quero o seu Sangue que é a caridade incorruptível.



Já não quero viver mais segundo os homens; e isto acontecerá, se vós quiserdes. Peço-vos que o queirais, para que também vós alcanceis benevolência. Peço-vos em poucas palavras: acreditai-me. Jesus Cristo vos fará compreender que digo a verdade. Ele é a boca da verdade, no qual o Pai falou verdadeiramente. Rogai por mim, para que O consiga. Não vos escrevi segundo a carne mas segundo o espírito de Deus. Se padecer o martírio, ter-me-eis amado; se for rejeitado, ter-me-eis querido mal.


Nas vossas orações lembrai-vos da Igreja da Síria, que na minha ausência só tem a Deus por pastor. Só Jesus Cristo será o seu bispo, juntamente com a vossa caridade. Na verdade, envergonho-me de ser contado no número dos seus membros; não sou digno, porque sou o último de todos e como abortivo. Mas alcancei misericórdia, e serei alguém, se alcançar a Deus.


Saúda-vos o meu espírito e a caridade das Igrejas que me receberam em nome de Jesus Cristo e não como um simples peregrino. Saúdam-vos também as Igrejas que, embora não confiadas ao meu cuidado, ao longo do itinerário que tenho percorrido corporalmente, de cidade em cidade, acorriam para me verem e saudarem.





Da Carta de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir, aos Romanos(6, 1 – 9, 3: Funk 1, 219-223) (Sec. I)

A água benta é uma superstição?


Para quem não conhece a teologia católica, a água benta pode parecer, com certa razoabilidade, uma espécie de superstição. Afinal, qual o sentido de que uma pessoa fique se aspergindo com um punhado de água? Não existe outra forma de ser abençoado por Deus, ao invés de ficar "atribuindo poderes mágicos" a seres inanimados?

A resposta católica para essa questão encontra-se no sadio equilíbrio da "economia sacramental". A Santa Igreja, no decorrer dos séculos, sempre ensinou aos seus filhos o apreço das coisas sensíveis, sob o risco de que se obscurecessem os próprios mistérios de nossa redenção. O Verbo, para descer ao mundo, não rejeitou "vir na carne" e tomar uma forma verdadeiramente humana (cf. 1 Jo 4, 2); não desprezou o matrimônio (cf. Mt 19, 3-9; Jo 2, 1-11), nem se furtou de tomar alimentos para conservação de seu corpo físico (cf. Mt 11, 19; Jo 21, 9-14); ao instituir os sacramentos, foi além e transformou realidades visíveis, como a água, o pão e o vinho, em verdadeiros instrumentos de salvação, de onde Ele dizer, por exemplo, que "se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus" (Jo 3, 5), ou mesmo: "Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós" (Jo 6, 51. 53). O respeito dos católicos pelas coisas materiais, portanto, foi aprendido do próprio Jesus, o qual, para salvar o ser humano inteiro – corpo e alma –, quis sabiamente distribuir a Sua graça invisível através de instrumentos tangíveis e perceptíveis aos olhos humanos. "Oportet nos per aliqua sensibilia signa in spiritualia devenire – Convém que por sinais sensíveis cheguemos às realidades espirituais" (S. Th., III, q. 61, a. 4, ad 1), diz Santo Tomás de Aquino.

Para investigar como a água benta se insere nessa economia, é preciso entender como os sacramentos atuam na vida dos cristãos. Embora estes realizem o seu efeito, que é a graça, ex opere operato (ou seja, automaticamente), os fiéis colhem frutos na medida em que se dispõem interiormente para recebê-los. Assim, por exemplo, quem se arrepende de seus pecados e é absolvido pelo sacerdote na Confissão, certamente recebe a graça santificante; mas aquele que teve uma contrição maior receberá uma porção de graça também maior. Quem se aproxima dignamente da Eucaristia, do mesmo modo, certamente recebe a graça do Cristo, mas, quanto mais devotamente comungar, tanto maior será o seu grau de comunhão com Deus. 

Santo Antonio Maria Gianelli




Antônio Maria Gianelli nasceu em Cereta, na Itália, no dia 12 de abril de 1789, ano da Revolução Francesa. Sua família era de camponeses pobres e neste ambiente humilde aprendeu a caridade, o espírito de sacrifício, a capacidade de dividir com o próximo. Desde pequeno era muito assíduo à sua paróquia e foi educado no Seminário de Gênova. Aos vinte e três anos estava formado e ordenado sacerdote. Lecionou letras e retórica e sua primeira obra a impressionar o clero foi um recital, no qual defendia a nova postura na formação de futuros sacerdotes. Em 1827 criou uma pequena congregação missionária para sacerdotes, que colocou sob a proteção de Santo Afonso Maria de Ligório, destinada à aprimorar o apostolado da pregação ao povo e à organização do clero. Depois fundou uma congregação feminina, destinada a educação gratuita das meninas carentes. Era na verdade o embrião da Congregação religiosa que seria fundada em 1829, as "Filhas de Maria Santíssima do Horto". Em 1838 foi nomeado Bispo, reorganizando sua diocese. Punia os padres pouco zelosos e até mesmo expulsava os indignos. Morreu no dia 07 de junho de 1846, aos cinqüenta e sete anos. Na obra escrita que deixou expõem seu pensamento: a moralidade do clero na vida simples e reta de trabalho no seguimento de Cristo. 

Santo Antonio Maria Gianelli, fundador de duas congregações religiosas, intercedei junto a Deus para que dê aos nosso sacerdotes essa mesma fidelidade desde as mais pequeninas coisas para serem agradáveis a Deus e verdadeiros testemunhos para todos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.