segunda-feira, 4 de julho de 2016

Bem-aventurados os pacíficos


Diz o Evangelista: Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. Com razão florescem as virtudes cristãs naquele que possui a harmonia da paz cristã, porque não merecem o nome de filhos de Deus senão os que trabalham pela paz.

É a paz, caríssimos, que liberta o homem da sua condição de escravo e lhe dá o título de livre, que muda a sua condição perante Deus, transformando-o de servo em filho, de escravo em homem livre. A paz entre os irmãos é a realização da vontade de Deus, a alegria de Cristo, a perfeição da santidade, a norma da justiça, a mestra da doutrina, a guarda dos bons costumes e a justa ordem em todas as coisas. A paz é a recomendação das nossas orações, o caminho mais fácil e eficaz para as nossas súplicas, a realização perfeita de todos os nossos desejos. A paz é a mãe do amor, o vínculo da concórdia e o claro indício da pureza da alma, capaz de exigir de Deus tudo o que quer: pede tudo o que quer e recebe tudo o que pede. A paz deve conservar-se a todo o custo, segundo os mandamentos do nosso Rei. É o que diz Cristo nosso Senhor: Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. O que equivale a dizer: «Deixo-vos em paz, em paz vos quero encontrar». Ele quis dar, ao partir, aquilo que deseja encontrar em todos no seu regresso.

É mandamento do Céu conservarmos a paz que nos foi dada; uma só palavra resume o que desejou Cristo na despedida: voltar a encontrar o que nos deixou. Plantar e enraizar a paz é obra de Deus; arrancá-la de raiz é obra do Inimigo. Porque, assim como o amor fraterno provém de Deus, assim o ódio vem do demónio. Por isso devemos apartar de nós toda a espécie de ódio, pois está escrito: Quem odeia o seu irmão é homicida.  

Vedes portanto, amados irmãos, a razão por que devemos amar a paz e estimar a concórdia: são elas que geram e alimentam a caridade. Sabeis, como diz o Apóstolo, que a caridade vem de Deus. Está, portanto, longe de Deus quem não tem caridade.


Por conseguinte, irmãos, guardemos estes mandamentos que são fonte de vida. Procuremos  conservar-nos  sempre unidos no amor fraterno pelos laços duma paz profunda e fortalecer o amor recíproco mediante o salutar vínculo da paz, que cobre a multidão dos pecados. Seja a maior aspiração da nossa alma este amor fraterno, que traz consigo todo o bem e todo o prémio. A paz é virtude que devemos conservar com grande empenho, porque onde há paz aí habita Deus.


Amai a paz e em tudo encontrareis tranquilidade de espírito. Deste modo assegurareis o nosso prémio e a vossa alegria, e a Igreja de Deus, fundada na unidade da paz, manter-se-á fiel aos ensinamentos de Cristo.




De um Sermão atribuído a São Pedro Crisólogo, bispo(Sobre a paz: PL 52, 347-348)   (Sec. V)

 

É possível comemorar a Reforma Protestante?


Entrevistas de prelados da Igreja, vaticanistas e comentadores nos canais católicos de notícias - ACI Prensa, Zenit, Aleteia, A12 e o site News.va, do próprio Vaticano - dão conta de que a Igreja Católica se juntará aos Luteranos para comemorar, de alguma forma, a Reforma Protestante do século XVI prestes a completar 500 anos. Ainda que soe completamente absurda a proposta, ela encontra adeptos e aplausos entre os bem-intencionados, e os não, que impulsionam o diálogo ecumênico. Fico pasmo já com a ideia de comemorar um pecado, celebrar uma ruptura na unidade do Corpo Místico, enaltecer a quebra da comunhão de fé, liturgia, moral, lei, dogmas e costumes. Celebrar a dilapidação de Catedrais, mosteiros, capelas e Igrejas. A morte de padres, freiras, monges e fiéis leigos. Pôr em relevo a crítica acerba luterana e calvinista e seu ódio por tudo o que é Católico. Dos filhos de Lutero e Calvino nada se espera de bom. Ei-los todos os dias nos seus programas de Tv falando mal da Igreja de Cristo, como os soldados que cuspiam no rosto do Salvador, humilhando-o. "Profetiza e dize quem te bateu" (Mt 26,66). Em geral, o argumento que se usa para defender esta novidade é a recomposição da unidade perdida com a Reforma. Olhando retrospectivamente a coisa parece muito bizarra.

Santa Isabel de Portugal


Isabel nasceu na Espanha em 1271. Foi criada pelo avô e recebeu uma formação perfeita e digna no seguimento de Cristo. Tinha apenas doze anos quando foi pedida em casamento. Seu pai escolheu o herdeiro do trono de Portugal, Dom Dinis.

Isabel é tida como uma das rainhas mais belas da corte espanhola e portuguesa, além disto possuía uma forte e doce personalidade. Era muito inteligente, culta e diplomata. Ela gerou dois filhos com o rei: Constância e Afonso, herdeiro do trono de Portugal. Mas eram incontáveis as aventuras extraconjugais do rei, tão conhecidas e comentadas, que humilhavam profundamente a bondosa rainha, perante o mundo inteiro.

Criou os filhos, inclusive os do rei fora do casamento, dentro dos preceitos cristãos. Isabel foi vítima das desavenças políticas, foi caluniada e humilhada por um cortesão. Mesmo assim ocupava o seu tempo ajudando a amenizar a desgraças do povo pobre e as dores dos enfermos abandonados, com a caridade da sua esmola e sua piedade cristã.

Isabel fundou vários mosteiros e obras sociais. Com suas posses sustentava asilos e creches, hospitais para velhos e doentes, tratando pessoalmente dos leprosos. Sem dúvida foi um perfeito símbolo de paz, do seu tempo.

Quando o marido morreu, Isabel se recolheu no mosteiro das clarissas de Coimbra. Abdicou de seu título de nobreza, indo depositar a coroa real no altar de São Tiago de Compostela. Doou toda a sua imensa fortuna pessoal para as suas obras de caridade. Viveu o resto da vida em pobreza voluntária, na oração, piedade e mortificação, atendendo os pobres e doentes, marginalizados.

A rainha Isabel de Portugal morreu no dia 04 de julho de 1336. Foi declarada padroeira dos portugueses como "a rainha santa da concórdia e da paz".


Guardai-nos, Senhor, sob a vossa proteção e pela intercessão de Santa Isabel fazei-nos verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, vosso Filho e senhor Nosso. Amém.

domingo, 3 de julho de 2016

Meu Senhor e meu Deus!


Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio (Jo 20,24). Era o único discípulo que estava ausente. Ao voltar, ouviu o que acontecera, mas negou-se a acreditar. Veio de novo o Senhor, e mostrou seu lado ao discípulo incrédulo para que o pudesse apalpar; mostrou-lhe as mãos e, mostrando-lhe também a cicatriz de suas chagas, curou a chaga daquela falta de fé. Que pensais, irmãos caríssimos, de tudo isto? Pensais ter acontecido por acaso que aquele discípulo estivesse ausente naquela ocasião, que, ao voltar, ouvisse contar, que, ao ouvir, duvidasse, que, ao duvidar, apalpasse, e que, ao apalpar, acreditasse?

Nada disso aconteceu por acaso, mas por disposição da providência divina. A clemência do alto agiu de modo admirável a fim de que, ao apalpar as chagas do corpo de seu mestre, aquele discípulo que duvidara curasse as chagas da nossa falta de fé. A incredulidade de Tomé foi mais proveitosa para a nossa fé do que a fé dos discípulos que acreditaram logo. Pois, enquanto ele é reconduzido à fé porque pôde apalpar, o nosso espírito, pondo de lado toda dúvida, confirma-se na fé. Deste modo, o discípulo que duvidou e apalpou tornou-se testemunha da verdade da ressurreição.

Tomé apalpou e exclamou: Meu Senhor e meu Deus! Jesus lhe disse: Acreditaste, porque me viste? (Jo 20,28-29). Ora, como diz o apóstolo Paulo: A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se vêem (Hb 11,1). Logo, está claro que a fé é a prova daquelas realidades que não podem ser vistas. De fato, as coisas que podemos ver não são objeto de fé, e sim de conhecimento direto. Então, se Tomé viu e apalpou, por qual razão o Senhor lhe disse: Acreditaste, porque me viste? É que ele viu uma coisa e acreditou noutra. A divindade não podia ser vista por um mortal. Ele viu a humanidade de Jesus e proclamou a fé na sua divindade, exclamando: Meu Senhor e meu Deus! Por conseguinte, tendo visto, acreditou. Vendo um verdadeiro homem, proclamou que ele era Deus, a quem não podia ver.

Alegra-nos imensamente o que vem a seguir: Bem-aventurados os que creram sem ter visto (Jo 20,29). Não resta dúvida de que esta frase se refere especialmente a nós. Pois não vimos o Senhor em sua humanidade, mas o possuímos em nosso espírito. É a nós que ela se refere, desde que as obras acompanhem nossa fé. Com efeito, quem crê verdadeiramente, realiza por suas ações a fé que professa. Mas, pelo contrário, a respeito daqueles que têm fé apenas de boca, eis o que diz São Paulo: Fazem profissão de conhecer a Deus, mas negam-no com a sua prática (Tt 1,16). É o que leva também São Tiago a afirmar: A fé, sem obras, é morta (Tg 2,26).


Das Homilias sobre os Evangelhos, de São Gregório Magno, papa.
(Hom. 25,7-9:PL76,1201-1202)            (Séc.VI)

Foto com Tatá Werneck e Bruna Marquezine provoca polêmica por brincadeira com a Eucaristia: "Falta de respeito".



 
A ideia era fazer uma brincadeira mas uma foto publicada na página do Instagram do fotógrafo André Nicolau acabou irritando seus seguidores e atingindo as duas atrizes que participam do clique, Tatá Werneck e Bruna Marquezine. Em um restaurante na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, Tatá dá na boca de André um biscoito redondo que lembra uma hóstia. Na legenda, ele escreveu: “Minha primeira comunhão”. Mas alguns religiosos, porém, não encararam com bom humor a postagem, e consideraram o ato uma falta de respeito.

"Isso é sagrado, não é brinquedinho olofótico para artistas. Respeito acima de tudo, principalmente com Jesus sacramentado"; "você vai para o inferno, depois não diz que eu não avisei"; "que brincadeira ridícula"; "falta de respeito", foram alguns dos comentários deixados pelos seguidores.

O próprio fotógrafo, depois de tanta controvérsia, resolveu editar a legenda da foto. “Comendo um doce, povo chato”, escreveu.