terça-feira, 26 de julho de 2016

Vós os conhecereis pelos seus frutos




Estava determinado que a Virgem Mãe de Deus iria nascer de Ana. Por isso, a natureza não ousou antecipar o germe da graça, mas permaneceu sem dar o próprio fruto até que a graça produzisse o seu. De fato, convinha que fosse primogênita aquela de quem nasceria o primogênito de toda a criação, no qual todas as coisas têm a sua consistência (cf. Cl 1,17).

Ó casal feliz, Joaquim e Ana! A vós toda a criação se sente devedora. Pois foi por vosso intermédio que a criatura ofereceu ao Criador o mais valioso de todos os dons, isto é, a mãe pura, a única que era digna do Criador.

Alegra-te, Ana estéril, que nunca foste mãe, exulta e regozija-te, tu que nunca deste à luz (Is 54,1). Rejubila-te, Joaquim, porque de tua filha nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; o nome que lhe foi dado é: Anjo do grande conselho, salvação do mundo inteiro, Deus forte (Cf. Is 9,5). Este menino é Deus.

Ó casal feliz, Joaquim e Ana, sem qualquer mancha! Sereis conhecidos pelo fruto de vossas entranhas, como disse o Senhor certa vez: Vós os conhecereis pelos seus frutos (Mt 7,16). Estabelecestes o vosso modo de viver da maneira mais agradável a Deus e digno daquela que de vós nasceu. Na vossa casta e santa convivência educastes a pérola da virgindade, aquela que havia de ser virgem antes do parto, virgem no parto e continuaria virgem depois do parto; aquela que, de maneira única, conservaria sempre a virgindade, tanto em seu corpo como em seu coração.

Ó castíssimo casal, Joaquim e Ana! Conservando a castidade prescrita pela lei natural, alcançastes de Deus aquilo que supera a natureza: gerastes para o mundo a mãe de Deus, que foi mãe sem a participação de homem algum. Levando, ao longo de vossa existência, uma vida santa e piedosa, gerastes uma filha que é superior aos anjos e agora é rainha dos anjos.

Ó formosíssima e dulcíssima jovem! Ó filha de Adão e Mãe de Deus! Felizes o pai e a mãe que te geraram! Felizes os braços que te carregaram e os lábios que te beijaram castamente, ou seja, unicamente os lábios de teus pais, para que sempre e em tudo conservasses a perfeita virgindade! Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos, exultai e cantai salmos (cf. Sl 97,4-5). Levantai vossa voz; clamai e não tenhais medo.


Dos Sermões de São João Damasceno, bispo
(Orat. 6, in Nativitatem B. Mariae V., 2.4.5.6:PG 96, 663.667.670)
(Séc.VIII)

Deus: aos pecadores, a misericórdia; aos "justos", o desprezo.




“Ide e aprendei o que significam as palavras: Quero misericórdia e não sacrifícios. Porque não vim para chamar os justos, mas os pecadores” (Mateus 9,14).

Estamos celebrando o Ano da Misericórdia iniciado pelo Papa Francisco. Este ano, disse o Papa, é a oportunidade de fazermos “o que mais agrada a Deus”. “E o que mais agrada a Deus?”, pergunta e logo responde: “Perdoar os seus filhos, ter misericórdia deles, a fim de que esses possam, por sua vez, perdoar os irmãos, brilhando como tochas da misericórdia de Deus no mundo”. O Papa diz ainda que “é necessário considerar que, na raiz da falta de misericórdia, há sempre o amor próprio. No mundo, isso toma a forma da busca exclusiva dos próprios interesses, dos prazeres e honras unidos à vontade de acumular riquezas, enquanto na vida dos cristãos se reveste muitas vezes de hipocrisia e de mundanidade. Todas essas coisas são contrárias à misericórdia”. Por isso, o Papa recorda ainda que é necessário reconhecer-se pecador: “Senhor, eu sou um pecador; Senhor, eu sou uma pecadora: venha com a tua misericórdia”.

Nos evangelhos, Jesus critica duramente os religiosos da época e dirige palavras de compaixão e amor aos pecadores. Mas o que há nos religiosos que Cristo tanto despreza? A hipocrisia! Usar a religião para ocultar más ações é um pecado gravíssimo! Excluir as pessoas só porque não pertencem ao seu grupo religioso é um pecado muito grave, assim agiam os fariseus que excluíam socialmente os ditos “pecadores”, mas tinham uma vida totalmente contrária ao projeto de Deus. No evangelho de Mateus, Jesus os chama de “hipócritas, guias cegos, sepulcros caiados e serpentes” (Cf. Mt 23,13-36) pois “fecham o reino dos céus aos outros! Não entram e nem permitem que entrem os que desejam” (v. 13). É a respeito destes que gostam de parecer justos diante dos homens mas são injustos diante de Deus, que Jesus diz: “Façam e observem tudo o que vos disserem, mas não os imiteis nas ações, porque eles dizem e não fazem” (v.3).

Santos Joaquim e Ana, pais de Nossa Senhora




Segundo antiquíssima tradição da Igreja, hoje comemoramos a festa de São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria, mãe de Jesus. O casal já estava com idade avançada e ainda não tinha filhos e a esterilidade causava sofrimento e vergonha, pois para o judeu não ter filhos era sinal da maldição divina. 

Mas Ana e Joaquim não desistiram. Rezaram por muito e muito tempo até que, quando já estavam quase perdendo a esperança, Ana engravidou.

Do amor e sacrífícios do casal nasceu Maria, que iria gerar o Filho de Deus. A santidade de Maria atesta para nós a santidade de seus pais, pois pelos frutos conhecemos as árvores. Maria, ao nascer ,não só tirou dos ombros dos pais o peso de uma vida estéril, mas ainda recompensou-os pela fé, ao ser escolhida no futuro para ser a Mãe do Filho de Deus.

Santa Maria recebeu no lar formado por seus pais todo o tesouro das tradições da Casa de Davi que passavam de uma geração para outra; foi nele que aprendeu a dirigir-se ao seu Pai-Deus com imensa piedade; foi nele que conheceu as profecias relativas à chegada do Messias.

São Joaquim e Santa Ana, pais de Santa Maria, foram, no seu tempo e nas circunstâncias históricas concretas, um elo precioso do projeto da salvação da humanidade.


Senhora Sant'Ana, fostes chamada por Deus a colaborar na salvação do mundo. Seguindo os caminhos da Providência Divina, recebeste São Joaquim por Esposo. Deste vosso matrimônio, vivido em santidade, nasceu Maria Santíssima, que seria a Mãe de Jesus Cristo. Alcançai-nos a alegria de viver fielmente na Igreja de Cristo, guiados sempre pelo Espírito Santo, para que um dia, após as alegrias e sofrimentos desta vida, mereçamos também nós chegar à casa do Pai. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Instituto Educacional da Igreja Católica foi saqueado na Venezuela


A assessoria de imprensa da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) informou que na madrugada de quinta-feira um grupo de desconhecidos entrou na sede do Instituto Venezuelano de Capacitação Profissional da Igreja (INVECAPI), que depende do episcopado, e roubou uma grande quantidade de equipamentos e materiais, para em seguida destruir tudo o que encontraram em seu caminho.

O comunicado de imprensa da CEV assinala que os ladrões levaram os aparelhos de ar condicionado, um fogão, um micro-ondas, computadores, imóveis, utensílios de escritório e materiais de trabalho dos estudantes.

Além disso, quebraram portas, janelas, cercas, paredes, cadeiras, móveis e outros bens.


 
Quando os guardas avisaram às autoridades, obtiveram como resposta que “não tinha unidades para poder se aproximar e corroborar o fato”, e quando foi possível fazer a respectiva denúncia, disseram-lhes que “para proceder a denúncia, deveriam apresentar as faturas ou inventário”.

Não é a primeira vez que sofrem esse tipo de inconvenientes. Há pouco menos de um mês, roubaram mais de 30 equipamentos de capacitação na área de estética, assinala o comunicado de imprensa.

Participantes da paixão de Cristo




Os filhos de Zebedeu pedem a Cristo: Deixa-nos sentar um à tua direita e outro, à tua esquerda (Mc 10,37). Que resposta lhes dá o Senhor? Para mostrar que no seu pedido nada havia de espiritual, e se soubessem o que pediam não teriam ousado fazê-lo, diz: Não sabeis o que estais pedindo (Mt 20,22), isto é, não sabeis como é grande, admirável e superior aos próprios poderes celestes aquilo que pedis. Depois acrescenta: Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? (Mt 20,22). É como se lhes dissesse: “Vós me falais de honras e de coroas; eu, porém, de combates e de suores. Não é este o tempo das recompensas, nem é agora que minha glória há de se manifestar. Mas a vida presente é de morte violenta, de guerra e de perigos”.

Reparai como o Senhor os atrai e exorta, pelo modo de interrogar. Não perguntou: “Podeis suportar os suplícios? podeis derramar vosso sangue? Mas indagou: Por acaso podeis beber o cálice? E para os estimular, ainda acrescentou: que eu vou beber? Assim falava para que, em união com ele, se tornassem mais decididos. Chama sua paixão de batismo, para dar a entender que os sofrimentos haviam de trazer uma grande purificação para o mundo inteiro. Então os dois discípulos lhe disseram: Podemos (Mt 20,22). Prometem imediatamente, cheios de fervor, sem perceber o alcance do que dizem, mas com a esperança de obter o que pediam.

Que afirma o Senhor? De fato, vós bebereis do meu cálice (Mt 20,23), e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado (Mc 10,39). Grandes são os bens que lhes anuncia, a saber: “Sereis dignos de receber o martírio e sofrereis comigo; terminareis a vida com morte violenta e assim participareis da minha paixão”. Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou (Mt 20,23). Somente depois de lhes ter levantado os ânimos e de tê-los tornado capazes de superar a tristeza é que corrigiu o pedido que fizeram.

Então os outros dez discípulos ficaram irritados contra os dois irmãos (Mt 20,24). Vedes como todos eles eram imperfeitos, tanto os que tentavam ficar acima dos outros, como os dez que tinham inveja dos dois? Mas, como já tive ocasião de dizer, observai-os mais tarde e vereis como estão livres de todos esses sentimentos. Prestai atenção como o mesmo apóstolo João, que se adianta agora por este motivo, cederá sempre o primeiro lugar a Pedro, quer para usar da palavra, quer para fazer milagres, conforme se lê nos Atos dos Apóstolos. Tiago, porém, não viveu muito mais tempo. Desde o princípio, pondo de parte toda aspiração humana, elevou-se a tão grande santidade que bem depressa recebeu a coroa do martírio.


Das Homilias sobre Mateus, de São João Crisóstomo, bispo
(Hom. 65,2-4:PG58,619-622)            (Séc.IV)

5 chaves para entender por que ioga é incompatível com o Cristianismo


A ioga está baseada em uma filosofia e em uma visão que não são compatíveis com a fé cristã. As seguintes chaves resumem as publicações dos especialistas Joel S. Peters e Pe. James Manjackal a respeito do tema.

1. A ioga é uma disciplina espiritual hindu e não só posturas ou exercícios físicos

A palavra ioga deriva da raiz sânscrita “yuj” que significa “união”. O objetivo da ioga é unir o eu transitório (temporal), ou “jiva”, com o (eu eterno) infinito, ou “Brahman”, o conceito hindu de Deus.

Este deus não é um deus pessoal, mas uma substância impessoal espiritual que é “um só com a natureza e o cosmos”. Brahman é uma substância impessoal e divina que “impregna, envolve e subjaz em tudo”.

A ioga não é apenas um conjunto de posturas e exercícios físicos, mas uma disciplina espiritual que busca levar a alma ao “samadhi”, ou seja, aquele estado no qual o natural e o divino se transformam em um, o homem e Deus chegam a ser um sem nenhuma diferença.

2. É panteísta e, portanto, incompatível com o cristianismo

O panteísmo é aquela visão na qual deus e o mundo são um só. No hinduísmo existe uma realidade única e todo o resto é uma ilusão (ou Maya), ou seja, o universo é entendido como uma energia eterna, divina e espiritual, onde todos os indivíduos que existem – inclusive os humanos – são suas extensões.

A ioga é o caminho que conduz o praticante (varão=yogi, mulher=yogini) com esta energia cósmica.

Por outro lado, no cristianismo, através da revelação contida na Tradição e nas Sagradas Escrituras, conhecemos a verdadeira natureza do homem como criação única de Deus, criado a sua imagem e semelhança; onde nem o homem nem o universo criado são divinos.

No hinduísmo, o bem e o mal são ilusórios (Maya) e, portanto, inexistentes; enquanto no cristianismo, o pecado é uma transgressão da lei de Deus e o rechaço de nosso verdadeiro bem. Além disso, é inseparável para nossa fé porque é a razão pela qual necessitamos um Salvador. A Encarnação, a Vida, a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus são meios de salvação para os cristãos, ou seja, para nos libertar do pecado e de suas consequências.

3. Não é possível separar a espiritualidade hindu da prática da ioga

É um erro acreditar que praticando ioga só conseguirão benefícios corporais sem ser afetado pelo seu fundamento espiritual.

Isto acontece porque a ioga não trata essencialmente do relaxamento ou da flexibilidade, mas de utilizar os meios físicos para um fim espiritual.

Como explica o apologista Michael Gleghorn, há especialistas em ioga, como Georg Feuerstein e Jeanine Miller, que ao falar sobre as posturas desta prática (asana) e dos exercícios de respiração (pranayama) assinalam-nas como algo mais que simplesmente outra forma de exercício: são “exercícios psicossomáticos”, isto é, que o processo de origem psíquica também influencia no corpo.

O reconhecido investigador sobre ioga, Dave Fetcho, também assinala que a filosofia oriental é interdependente com a prática da ioga:

“A ioga física, segundo sua definição clássica, é intrínseca e funcionalmente incapaz de ser separada da metafísica das religiões orientais. O praticante ocidental que tentar fazer isto está fazendo com ignorância e em perigo, tanto do ponto de vista do iogue como do ponto de vista cristão. (Ioga; 725:2)

São Tiago Apóstolo




Tiago Maior nasceu doze anos antes de Cristo na Galiléia e era filho de Zebedeu e Salomé, segundo as sagradas escrituras. Era, portanto, irmão de João Evangelista. É sempre citado como um dos três primeiros apóstolos, além de figurar entre os prediletos de Jesus, juntamente com Pedro e André. È chamado de "maior" por causa do apóstolo homônimo, Tiago filho de Alfeu, conhecido como "menor". 

Nas várias passagens bíblicas, podemos perceber que Jesus possuía apóstolos escolhidos para testemunharem acontecimentos especiais na vida do Redentor. Um era Tiago, o Maior, que constatamos ao Seu lado na cura da sogra de Pedro, na ressurreição da filha de Jairo, na transfiguração do Senhor e na Sua agonia no Horto das Oliveiras.

Consta que, depois da ressurreição de Cristo, Tiago rumou para a Espanha, percorrendo-a de norte a sul, fazendo sua evangelização, sendo por isto declarado seu padroeiro. Mais tarde voltou a Jerusalém, onde converteu centenas de pessoas. Por causa de falso testemunho foi preso e acusado de levar o povo a ir contra as ordens do imperador. A pena para esse crime era a morte.

A sentença foi executada durante as festas pascais no ano 42. Assim, Tiago, o Maior, se tornou o primeiro dos apóstolos a derramar seu sangue pela fé em Jesus Cristo.


Ó Deus, que a vossa Igreja exulte sempre no constante louvor do Apóstolo São Tiago, Maior, para que, sustentada por sua doutrina e intercessão, seja fiel a seus ensinamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.