terça-feira, 9 de agosto de 2016

Para os que creem no Crucificado abre-se a porta da vida




Cristo tomou sobre Si o jugo da Lei, cumprindo plenamente a Lei e morrendo pela Lei e através da Lei. Assim libertou da Lei aqueles que querem receber d’Ele a vida. Mas eles sabem que só poderão recebê-la se oferecerem a sua própria vida. Porque os que foram baptizados em Cristo foram baptizados na sua morte. Submergiram-se na vida de Cristo, para se tornarem membros do seu Corpo, destinados a sofrer e morrer com Ele, mas também a ressuscitar com Ele para a vida eterna, a vida divina.

Para nós, evidentemente, esta vida atingirá a sua plenitude no Dia do Senhor. Contudo, já desde agora – «na carne» – participamos da sua vida se acreditamos; se acreditamos que Cristo morreu por nós para nos dar a sua vida. É esta fé que nos permite ser uma só realidade com Ele, como os membros com a cabeça, e nos abre a torrente da sua vida. Assim, esta fé no Crucificado – a fé viva, que está associada ao vínculo do amor – constitui para nós a entrada na vida e o princípio da futura glorificação. Por isso a cruz é o nosso único título de glória: Longe de mim gloriar-me, senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.

Quem decidiu aderir a Cristo morreu para o mundo e o mundo para ele. Leva no seu corpo os estigmas do Senhor. É débil e desprezado perante os homens; mas por isso mesmo é forte, porque na fraqueza se manifesta o poder de Deus.

Tendo consciência disto, o discípulo de Jesus aceita não somente a cruz que lhe é imposta, mas crucifica-se a si mesmo: Os que são de Cristo crucificaram a sua carne com as suas paixões e concupiscências. Suportaram um combate implacável contra a sua natureza, a fim de que morra neles a vida do pecado e dê lugar à vida do espírito. Porque é esta que importa.

Contudo a cruz não é um fim em si mesma: ela eleva-nos para as alturas e revela-nos as realidades superiores. Por isso ela não é somente um símbolo; ela é a arma poderosa de Cristo; é o cajado de pastor com que o divino David sai ao encontro do Golias infernal e com o qual bate fortemente à porta do Céu e a abre. Então brotam as torrentes da luz divina que envolvem todos aqueles que seguem o Crucificado.



Do livro «A ciência da cruz» de Santa Teresa benedita da Cruz
(Edith Steins Werke, ed. L. Gelber - R. Leuven, T. I, Freiburg 1983, pp. 15-16)

Infalibilidade do Sumo Pontífice



Muitos, por desconhecimento dessa doutrina ou por má fé, questionam aos Católicos como pode o PAPA ser isento de erro se ele peca. Para isso é necessário elucidar que infalibilidade é diferente de impecabilidade.

A doutrina da Infalibilidade do PAPA diz que o Sumo Pontífice é infalível quando fala nas condições "ex cathedra", isto é:

1. Quando, na qualidade de Pastor Supremo e Doutor de todos os fiéis, se dirige a toda a Igreja;

2. Quando o objeto de seu ensinamento é a moral, fé ou os costumes;

3. Quando manifesta a vontade de dar decisão dogmática e não simples advertência, instrução de ordem geral.

Em suma, o PAPA é infalível quando se dirige, como tal, a toda a Igreja; quando o objeto de seu pronunciamento é moral, fé ou os costumes e quando pronuncia que dará decisão dogmática, ou seja, ele define, manifesta tal decisão.

Em outras palavras, o PAPA está passível de falha fora dessas três condições. É necessário elucidar, no entanto, que quando dizemos que o Santo Padre faz um pronunciamento passível de falha, não significa necessariamente que ele falhou, apenas que tal ensinamento ou pronunciamento não foi emitido nas condições "ex-catedra".

Santa Edith Stein (Teresa Benedita da Cruz)

 

Edith Stein (Edit Stain) nasceu na Alemanha, no dia 12 de outubro de 1891, em uma próspera família de judeus. Desde menina, Edith era brilhante nos estudos. Na adolescência viveu uma crise, abandonou a escola, as práticas religiosas e a crença em Deus. Depois, terminou os estudos, recebendo o título de doutora.

Depois de ler a autobiografia de Santa Teresa d'Ávila, a jovem judia foi tocada pela luz da fé e converteu-se ao catolicismo. Sua mãe e os irmãos nunca compreenderam ou aceitaram sua adesão ao Cristo.

Em 1933, chegavam ao poder o partido nazista. Todos os professores que não eram alemães foram demitidos. Para não ter que abandonar o país, Edith fez-se noviça da Ordem do Carmelo. Com o hábito Carmelita passou a ser chamada de Teresa Benedita da Cruz.

Quatro anos depois, a perseguição nazista aos judeus alemães se intensificou e Edith foi transferida para a Holanda. Em julho de 1942, publicamente, os Bispos holandeses emitiram sua posição formal contra os nazistas e em favor dos judeus. Hitler considerou uma agressão da Igreja Católica local e revidou.

Em agosto, oficiais nazistas levaram Edith do Carmelo. Neste dia, outros duzentos e quarenta e dois judeus católicos foram deportados para os campos de concentração. Edith Stein procurava consolar os mais aflitos, levantar o ânimo dos abatidos e cuidar do melhor modo possível das crianças. Assim ela viveu alguns dias, suportando com doçura, paciência e conformidade a Vontade de Deus.

No dia 07 de agosto de 1942, Edith Stein e centenas de homens, mulheres e crianças foram de trem para o campo de extermínio de Auschwitz (auschuits). Dois dias depois foram mortas na câmara de gás e tiveram seus corpos queimados.  


Deus Pai de bondade, dai-nos ser abençoados pela intercessão de santa Edith Stein e concedei-nos a graça da conversão cotidiana. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Falava com Deus ou de Deus


Era tão admirável na vida de Domingos a santidade de costumes e o fervor do espírito que todos viam nele um instrumento escolhido da graça divina. A sua tranquilidade e firmeza de ânimo apenas se alterava pelos sentimentos de compaixão e de misericórdia. A alegria de coração transparecia na jovialidade do seu rosto, revelando a paz e harmonia da sua vida interior.

Em toda a parte se mostrava, nas palavras e nas obras, como um homem do Evangelho. Durante o dia, no trato com os irmãos e companheiros, ninguém era mais simples e agradável. Durante as horas da noite, ninguém era mais assíduo em vigílias e orações. Raramente falava, a não ser de Deus, ou com Deus na oração, e exortava os seus irmãos a fazerem o mesmo.

Uma coisa pedia a Deus com especial insistência: que Se dignasse conceder-lhe uma verdadeira caridade, que o levasse a trabalhar eficazmente para a salvação dos homens, consciente de que só seria verdadeiramente membro de Cristo, quando se dedicasse com todas as suas forças à salvação das almas, como o Salvador de todos nós, o Senhor Jesus, que totalmente Se ofereceu para nossa salvação. Com esta finalidade, fundou a Ordem dos Pregadores, que era um projecto em que meditava profundamente já há muito tempo.

Com frequência exortava de palavra e por cartas os irmãos desta Ordem para que sempre se aplicassem ao estudo do Novo e do Antigo Testamento. Trazia sempre consigo o Evangelho de São Mateus e as Epístolas de São Paulo, e tanto as estudava que quase as sabia de cor.

Por duas ou três vezes foi eleito bispo, mas sempre recusou, preferindo viver em pobreza com os seus irmãos, a governar uma diocese. Conservou intacta até ao fim a glória da sua pureza. Desejava ser flagelado e despedaçado e martirizado pela fé de Cristo. A seu respeito afirmou Gregório IX: «Conheci um homem tão fiel cumpridor das regras apostólicas que não duvido estar agora no Céu, associado à glória dos mesmos Apóstolos».


De escritos diversos da História da Ordem dos Pregadores
(Libellus de principiis O.P.: Acta Canonizationis S. Dominici: Monum. O. P. Mist. 16, Romae, 1935; pp. 30 ss., 146-147) (Sec. XIII)

Quem eram os fariseus?





Para entender perfeitamente o Evangelho, é preciso que em primeiro lugar conheçamos o ambiente histórico que rodeia a pessoa do Salvador, antes de tudo, as tendências religiosas e políticas que agitavam aquela época. Havia então entre os judeus, além de algumas seitas de menor importância, dois partidos, nos quais se materializavam, como em dois polos, tanto as energias nacionais do povo judeu como sua mentalidade religiosa: os fariseus e os saduceus.

Prescindamos dos saduceus que mais tarde nos vão ocupar, assim como vamos passar em silêncio a classe dos escribas, mencionados amiúde juntamente com os fariseus; não constituindo um partido político, mas um grupo profissional, os escribas eram os que sabiam escrever e ler e explicavam a Lei de Moisés, como o expressa seu nome e ainda seu título de “rabino”. O que não exclui que a maioria deles politicamente se declarassem a favor dos fariseus.

Já o nome de “fariseus”, que significa os segregados, marca o rumo do partido. Segregando-se da massa que vivia em ignorância religiosa e política, os fariseus aspiravam à realização da Lei de Moisés e das “tradições dos maiores”, as quais desgraçadamente às vezes não eram mais que uma deformação da Lei.

Pela primeira vez aparece o nome dos fariseus em meados do segundo século na época do Macabeu Jônatas (160-143). É o famoso historiador judeu Flavius Josefus quem os reduz a esse tempo (Ant. XIII 5, 9), sendo provavelmente os predecessores deles os chamados “assideus” (piedosos), que eram homens dos mais valentes de Israel e zelosos todos da Lei (I Mac. II, 42), mas que foram perseguidos por Alcimo (I Mac. VII, 16).

São Domingos de Gusmão




Domingos nasceu em 24 de junho de 1170, na Espanha. Pertencia a uma ilustre e nobre família, muito católica e rica. O jovem espanhol dedicou-se aos estudos, tornando-se uma pessoa muito culta. Mas nunca deixou a caridade de lado. Ainda durante os estudos vendia seus pertences para ter um pequeno "fundo" e com ele alimentar os pobres e doentes. Aos vinte e quatro anos recebeu a ordenação sacerdotal.

Durante a Idade Média, período em que viveu, havia a heresia dos cátaros, surgida no sul da França. Eles pregavam a reencarnação e a relação direta entre os homens e Deus. Domingos teve de enfrentar esta missão com muita eficiência, usando apenas o seu exemplo de vida e a pregação da verdadeira Palavra de Deus.

Em 1215 Domingos fundou o primeiro mosteiro do irmãos pregadores. Nesta época Domingos começou a propagar a devoção ao rosário mariano. Por isto, os dominicanos são tidos como os guardiões do rosário, cujo culto difundem no mundo cristão através dos tempos. Eles passaram a ser conhecidos como homens sábios, pobres e austeros, tendo como características essenciais a ciência, a piedade e a pregação.

No dia 08 de agosto de 1221, com apenas cinquenta e um anos de idade, ele morreu.  


Ó Pai, pela vossa misericórdia, São Domingos de Gusmão anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no vosso conhecimento e viver na vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

domingo, 7 de agosto de 2016

Governo chinês proíbe enterrar o bispo com sua Mitra: os fieis lhe fabricam uma com flores.

 
O Bispo de Mindong, China, Mons. Vincent Huang Shoucheng, que não foi reconhecido pelas autoridades civis, morreu no último 30 de julho.

Para comemorar seu funeral, as autoridades restringiram o acesso dos fiéis, a incapacidade de enterrá-lo na Catedral e a proibição de que o mesmo portasse a Mitra.

No entanto, poderia usar sua cruz peitoral e anel episcopal e os fieis poderiam decorar seu corpo com flores. Apesar de vários policiais serem postos nas estradas de acesso, milhares de fiéis fizeram o seu caminho para à Catedral local para prestar uma última homenagem ao seu Pastor. O templo comporta cerca de três mil fieis, mas fontes locais estimaram haver mais de dez mil pessoas que estavam localizadas fora do templo à espera de uma oportunidade para se despedir do falecido bispo.