sábado, 3 de setembro de 2016

"Toda Autoridade é constituída por Deus" (Rm 13,1-2).


São Paulo deixa claro que toda autoridade é um dom de Deus, é uma função confiada por Deus. Deus estabelece assim a liderança necessária para que as pessoas vivam bem. Todos nós precisamos de liderança, todo sistema precisa de líderes capazes de proporcionar uma vida mais digna às pessoas e o bom funcionamento da sociedade, assim Deus estabeleceu. Assim, Deus também procedeu com seu povo, ao suscitar profetas e líderes, como Moisés, Josué,Salomão, Davi,etc. Mas então você poderia perguntar: Se toda autoridade é constituída por Deus, como afirma São Paulo, por que surgiu o Nazismo, o Comunismo, as formas de governo totalitários e governantes por todo o mundo que promoveram a guerra, a destruição, a fome, a descriminação e a morte? Por isso precisamos bem interpretar as palavras de Paulo, para não atribuirmos a Deus, as escolhas erradas que os governantes fizeram ou farão.

Deus quis que a autoridade existisse, como estrutura, mas a forma de governar é de responsabilidade do governante que faz escolhas livremente; logo as palavras de São Paulo não podem servir a qualquer tipo de interesse. Seria covarde demais atribuir a Deus as escolhas erradas de todos os governantes da história. Ou seria justo atribuir a Deus os feitos de  Adolf Hitler que matou 21 milhões de pessoas!? Ou de Joseph Stalin que matou 43 milhões!? Ou ainda de Mao Tsé-tung que matou 77 milhões de pessoas!?     

Por amor de Cristo, ao serviço da sua palavra nem a mim mesmo perdoo


Filho do homem, coloquei-te como sentinela na casa de Israel. Deve notar-se que o Senhor chama sentinela àquele que envia a pregar. De facto, a sentinela está sempre num lugar alto, a fim de perscrutar tudo o que possa vir ao longe. Todo aquele que é colocado como sentinela do povo, deve, portanto, pela sua vida, situar-se bem alto, para ser útil com a sua previdência.
 
Oh como são duras para mim estas palavras que digo! Ao falar assim, estou a ferir-me a mim próprio, porque nem a minha pregação nem a minha vida estão à altura da missão que desempenho.
 
Reconheço-me culpado, confesso a minha tibieza e negligência. Talvez o próprio reconhecimento da culpa me alcance o perdão do piedoso Juiz.

Quando vivia no mosteiro, eu conseguia guardar a minha língua de conversas inúteis e manter quase continuamente o meu espírito em atitude de oração. Mas depois que tomei sobre meus ombros a responsabilidade pastoral, o espírito não consegue recolher-se tão assiduamente como queria, porque se encontra solicitado por muitas preocupações.

Vejo-me obrigado a ocupar-me ora dos problemas das igrejas ora dos mosteiros e analisar muitas vezes a vida e atuação de cada pessoa em particular; ora a ocupar-me de assuntos de ordem civil, ora a lamentar os estragos dos exércitos invasores dos bárbaros e a temer os lobos que ameaçam o rebanho que me foi confiado; ora a zelar pelos interesses daqueles que vivem submetidos a uma disciplina regular, ora a suportar com paciência certos assaltantes, ora a sair-lhes ao encontro para salvaguarda da caridade.

Estando assim dividido e subjugado por tão numerosas e tão grandes preocupações, como poderá o meu espírito recolher-se e concentrar-se para se poder dedicar plenamente à pregação e não se afastar do ministério da palavra? Além disso, obrigado por dever de ofício, tenho de tratar muitas vezes com os homens do mundo, o que me leva por vezes a afrouxar o domínio da língua. Na verdade, se mantenho nesta matéria uma disciplina rigorosa, sei que isso afastará de mim os mais fracos e assim nunca poderei atraí-los ao que pretendo. Por isso acontece muitas vezes que também ouço pacientemente as suas conversas inúteis. Mas porque também eu próprio sou fraco, deixo-me atrair um pouco para essas palavras ociosas e começo a falar de bom grado sobre aquilo que principiara a ouvir contrariado; e acabo por ficar com gosto, onde antes me repugnava cair.
 
Quem sou eu, portanto, ou que espécie de sentinela sou eu, que, em lugar de permanecer firme sobre a alta montanha, me encontro prostrado, pelo meu modo de proceder, no vale da fraqueza? Mas o Criador e Redentor do género humano é assás poderoso para me conceder a mim, embora indigno, a altitude da vida e a eficácia da linguagem: é por seu amor que, ao serviço da sua palavra, nem a mim mesmo perdoo.



Das Homilias de São Gregório Magno, papa, sobre o profeta Ezequiel
(L. 1, 11, 4-6: CCL 142, 170-172) (Sec. VI)

O Anticristo se sentará no trono do templo de Deus

 

Entretanto, irmãos, vos suplicamos, pelo advento de Nosso Senhor Jesus Cristo, e de nossa união à Ele. Que não abandoneis rapidamente vossos sentimentos, nem os assusteis com supostas revelações, com certos discursos, ou com cartas que se suponham enviadas por nós, como se o dia do Senhor estivesse muito próximo. Não deixai-vos seduzir por nada e de nenhum modo, porque não virá este dia sem que primeiro haja acontecido a apostasia geral dos fiéis, e aparecido o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se oporá à Deus e se levantará contra tudo o que se diz Deus, ou se adora, até chegar a por seu assento no templo de Deus, dando-se a entender que é Deus. Não vos recordais que, quando estava entre vós, vos dizia estas coisas?- 2 Tessalonicenses 2,1-5

 

Prediz em segundo lugar ao Anticristo, quanto a sua culpa e pena, que toca implicitamente e em comum, e seguidamente explica, e quanto ao seu poder.


Disse pois:
primeiro virá a apostasia e então se deixará ver.


E chama-se “o homem do pecado, o filho da perdição”, segundo a Glosa, porque assim como em Cristo abundou a plenitude da virtude, assim também no Anticristo a multidão de todos os pecados; e assim como Cristo é melhor que todos os santos, assim o Anticristo pior que todos os maus.


Por isto se chama o homem do pecado, porque ele todo, dos pés a cabeça, será um puro pecado.
Mas isto não quer dizer que não pudesse ser pior, porque o mal jamais corrompe totalmente o bem, conquanto ao ato não poderá ser pior; contudo melhor que Cristo nenhum homem.

 

Disse-se “o filho da perdição”, isto é, destinado à perdição final (Jó 21). O filho da perdição, isto é, do diabo, não por natureza, senão pela malícia acabada, que nele se acumulará.
E disse: “se fará manifesto”; porque assim como todos os bens e virtudes dos santos, que precederam à Cristo, foram figura de Cristo; da mesma maneira em todas as perseguições da Igreja os tiranos foram como figura do Anticristo no que ele estava latente; e assim toda aquela malícia, que estava escondida neles, se fará patente a seu tempo.

São Gregório Magno


Gregório Magno, assim chamado pela sua grande sabedoria e caridade em cuidar da Igreja, nasceu em 540 na corte romana. Sua vocação surgiu na tenra infância, sendo educado num ambiente muito religioso. Quando seu pai morreu, Gregório era muito jovem, mas já ingressara na vida pública, sendo o prefeito de Roma. 

Nessa época buscava refúgio na capital um grupo de monges beneditinos. Gregório então lhes deu um palácio, onde eles fundaram um Convento. Este contato constante com eles fez explodir de vez sua vocação monástica. Assim, renunciou a tudo e foi para o convento, onde vestiu o hábito beneditino. 

Sendo um grande diplomata, foi enviado para Constantinopla como legado papal. Também nesta época escreveu muitas de suas obras. Após a morte do Papa Pelágio, ele foi eleito seu sucessor. Gregório relutou em aceitar o cargo, mas acabou assumindo o papado. 

Seu pontificado destacou-se por muitas novidades: instituiu a observância do celibato, a introdução do Pai-Nosso na missa e o famoso "canto gregoriano". Foi muito amado pelo povo simples, por causa de sua extrema humildade, caridade e piedade. 

Papa Gregório levou uma vida de monge, exercendo um apostolado de muito trabalho, disciplina, moralidade e respeito às tradições da doutrina cristã. No comando da Igreja, orientou a conversão dos ingleses, protegeu os judeus da Itália contra a perseguição dos hereges e tomou todas as atitudes necessárias para que o Cristianismo fosse respeitado. 

Morreu em 604, sendo sepultado na Basílica de São Pedro.  



Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que São Gregório Magno governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Palavra de Vida: “Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus” (1Cor 3,22-23).


Estamos na comunidade dos cristãos de Corinto, muito viva, cheia de iniciativas, animada internamente por grupos ligados a diversos líderes carismáticos. Daí também a existência de tensões entre pessoas e grupos, divisões, culto de personalidade, vontade de aparecer. Paulo intervém com decisão, lembrando a todos que, em meio à riqueza e variedade de dons e lideranças da comunidade, algo de muito mais profundo liga seus membros em unidade: o fato de pertencerem a Deus.

Ressoa, mais uma vez, o grande anúncio cristão: Deus está conosco. Não estamos desnorteados, órfãos, abandonados a nós mesmos. Mas, sendo filhos Dele, pertencemos a Ele. Como verdadeiro pai, Ele cuida de cada um, sem deixar-nos faltar nada daquilo que precisamos para o nosso bem. Mais ainda, Ele é superabundante no amor e nas dádivas: “Tudo vos pertence – como afirma Paulo: o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro, tudo é vosso!”. Ele nos deu até mesmo o seu Filho, Jesus.

Como é imensa a confiança da parte de Deus ao colocar tudo em nossas mãos! Por outro lado, quantas vezes abusamos dos seus dons: arrogamo-nos a donos da criação até o ponto de saqueá-la e degradá-la; donos dos nossos irmãos e irmãs até o ponto de escravizá-los e massacrá- los; donos das nossas vidas até o ponto de arruiná-las no narcisismo e na degeneração.

O imenso dom de Deus – “Tudo é vosso” – exige gratidão. Muitas vezes nos lamentamos por aquilo que nos falta, ou nos dirigimos a Deus somente para pedir. Por que não olhamos ao nosso redor e descobrimos as coisas boas e bonitas que nos rodeiam? Por que não mostramos a Deus a nossa gratidão por tudo o que Ele nos doa, dia após dia?

“Tudo é vosso” é também uma responsabilidade. Ela exige de nós solicitude, ternura, zelo por aquilo que nos foi confiado: o mundo inteiro e cada ser humano; o mesmo zelo que Jesus tem por nós (“vós sois de Cristo”), o mesmo zelo que o Pai tem por Jesus (“Cristo é de Deus”).

Deveríamos saber alegrar-nos com quem está na alegria e chorar com quem chora, prontos a recolher cada gemido, divisão, dor, violência, como algo que nos pertence. E compartilhar tudo até que seja transformado em amor. Tudo nos é dado para que possamos levá- lo a Cristo, ou seja, até a plenitude de vida, e a Deus, ou seja, até a sua meta final, restabelecendo assim em cada coisa e em cada pessoa sua dignidade e seu significado mais profundo.

Pedagogia Litúrgica - Setembro de 2016: "Função da Palavra na Liturgia".


Neste mês temático dedicado à Bíblia sempre é importante refletir sobre a presença da Bíblia na Liturgia. Desta vez, a reflexão ilumina-se na função da Palavra na Liturgia, a partir das celebrações que celebraremos neste setembro de 2016. Trata-se de uma função essencial, considerando que é a Palavra que dinamiza cada celebração de modo diferenciado. Assim, se a Palavra proclama o chamamento ao discipulado (23DTC-C), toda a celebração será iluminada com a luz da proposta do discipulado. É a Palavra que irá propor as condições para se ingressar no discipulado, assumindo o projeto de Jesus, isto é, tomando a Cruz de Jesus Cristo para se colocar no seu seguimento.

É a Palavra que movimenta os diversos momentos da celebração, propondo sentimentos divinos para divinizar cada um dos celebrantes. Assim, neste Ano Santo da Misericórdia, a Palavra mostra o coração misericordioso de Deus (24DTC-C) incentivando-nos a ter um coração semelhante, capaz de acolher até mesmo quem partiu de nossa família, mas volta arrependido, como narrado na bela parábola do Pai Misericordioso (E do 24DTC-C). É a Palavra que demonstra que Deus ama de modo misericordioso, propondo amar do mesmo modo.

Brasil muda a cor do mapa político da América Latina


A batalha pelo impeachment de Dilma Rousseff não só põe fim a 13 anos de governo do PT, como também representa um grande retrocesso para a “maré vermelha” da esquerda na América Latina.

Passaram quase duas décadas desde que a esquerda avançou e tomou o poder na América Latina com a promessa de uma nova política para um novo século.

A chamada “maré rosa” – por ser mais moderada do que os vermelhos comunistas revolucionários da Guerra Fria – alcançou 15 países, a começar pela Venezuela com a eleição do falecido Hugo Chávez, em 1998.

Mas foi o Brasil que verdadeiramente tingiu de vermelho o contingente com o carismático e popular Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, sua afilhada política, quando o PT chegou ao poder em 2010.

Lula – um metalúrgico e ex-líder sindical – e Dilma – uma ex-guerrilheira que foi presa e torturada durante o regime militar (1964-1985) – mudaram e revitalizaram a imagem da velha esquerda latino-americana e seu modelo foi admirado em boa parte do planeta.

Combinando políticas ortodoxas e amigáveis ao mercado com programas sociais revolucionários, Lula sonhou com um Brasil de classe média impulsionado pelo consumo. Este sonho, no entanto, foi frustrado.

‘Boom’Lula teve a sorte de chegar ao poder com o ‘boom’ dos mercados emergentes nos anos 2000, quando a demanda voraz da China impulsionou os preços das matérias-primas, cortando a dependência do crédito externo.

Quando passou o poder a Dilma após dois mandatos, o Brasil registrava um crescimento de 7,5% e mais de 40 milhões de brasileiros haviam saído da pobreza.

Na América Latina, os que superaram a linha da pobreza somaram 75 milhões em uma década.

“Havia essa sensação de que a América Latina finalmente estava emergindo”, disse à AFP William LeoGrande, cientista político da American University de Washington.

Mas tudo desmoronou, não só para o Brasil, mas para toda a região, que amarga seu segundo ano de recessão.

“A ilusão era que seria fácil”, disse LeoGrande à AFP. “Mas claramente a dependência das matérias-primas é maior do que alguns pensavam”.

Fiéis rezarão por 40 dias em frente a hospital que realiza abortos em SP


A iniciativa 40 dias pela vida, uma campanha internacional de quarenta dias de oração, jejum e vigília pacífica contra o aborto, acontecerá pela primeira vez no Brasil neste ano. Serão doze horas diárias de vigília, oração e informação, em frente ao Hospital Pérola Byington, um hospital de referência para o aborto pós-estupro e de anencéfalos, em São Paulo.

Em 2016, a campanha acontecerá em 636 cidades de 36 países. Desde o seu início, já foram salvas 11.796 crianças do aborto; mais de 700.000 pessoas já participaram da campanha; 73 clínicas de aborto foram fechadas; e 133 pessoas envolvidas no negócio do aborto deixaram seus postos para buscar outro trabalho.

A campanha baseia-se numa ação pacífica que visa chamar a atenção da comunidade para as consequências do aborto. Os participantes são convidados a portar faixas e cartazes e a dialogar com as pessoas, incentivando-as a desistirem do aborto ou a colaborar com ele.