sábado, 17 de setembro de 2016

México: Ladrões roubam e profanam Eucaristia em templo de Ciudad Juarez



Um grupo de ladrões ingressou na manhã do dia 14 de setembro no templo paroquial do Santíssimo Sacramento, em Ciudad Juarez, e roubou, entre outros bens, os vasos sagrados e profanaram a Eucaristia.

Em um comunicado publicado em 14 de setembro, o Bispo de Ciudad Juarez, Dom José Guadalupe Torres Campos, expressou sua “indignação e profunda tristeza pela gravidade destes acontecimentos” e assegurou que isto “afeta a fé profunda do Povo crente desta fronteira”.

“Denuncio publicamente este acontecimento e assinalo que cometeram um pecado grave de sacrilégio, pois profanaram o Sacrário e as Hóstias Consagradas que estavam dentro dele”, assinalou em sua mensagem.


O Bispo mexicano sublinhou que “a Eucaristia é um tesouro inestimável”, pois “nos dá a possibilidade de chegar ao manancial da graça”.

Oferece a medicina da consolação


Diz a Escritura: O Senhor castiga aquele que reconhece como filho. E tu dizes: «Talvez para mim haja uma excepção»? Recorda, porém, que se és excluído do castigo, és excluído do número dos filhos. «Então – dirás tu – Ele castiga absolutamente todos os filhos?». Sem dúvida, castiga todos os seus filhos, como castigou também o seu Filho Unigénito. Aquele Filho Unigénito, igual ao Pai pela sua condição divina, o Verbo pelo qual todas as coisas foram feitas, não tinha possibilidade de ser provado ou castigado. E no entanto, para não ficar sem castigo, revestiu‑Se de um corpo. 

Ora se Deus não poupou o seu Filho Unigênito, que não conhecera o pecado, pensas que deixará sem castigo o filho adoptivo e pecador? O Apóstolo diz que fomos chamados à adopção. E de fato recebemos a adopção filial, para sermos herdeiros com o Filho Unigénito, para sermos sua herança, como diz o salmo: Pede‑Me e dar‑te‑ei as nações como herança. Deus no‑l’O dá como exemplo nos seus sofrimentos. Mas, evidentemente, para que o débil não caia nas tentações futuras, nem deve ser iludido com falsas esperanças, nem aterrorizado com excessivos temores. Deves dizer‑lhe: Prepara a tua alma para a tentação. E se ao ouvir estas palavras, ele começa a vacilar, a estremecer e a retroceder, deves recordar‑lhe também: Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados acima das vossas forças

Anunciar e predizer os sofrimentos futuros é dar força a quem é débil; prometer a misericórdia de Deus, que assegura a vitória sobre todas as tentações, é curar as feridas daquele que está excessivamente atemorizado. Há de fato alguns que, ao ouvirem falar das provações que hão‑de suportar, preparam com maior empenho as suas armas e até têm sede de beber este cálice. Parece‑lhes insuficiente a medicina comum dos fiéis e fortalecem‑se para a glória do martírio. 

Há outros, porém, que ao ouvirem falar das provações futuras que necessariamente os cristãos têm de suportar, e das quais só estão isentos os que não querem ser verdadeiramente cristãos, perdem a coragem e vacilam. A estes oferece‑lhes o conforto medicinal, cura a ovelha ferida. Diz: «Não temas, não te abandonará nas tentações Aquele em quem acreditaste. Deus é fiel, não deixará que sejas tentado acima das tuas forças». Não é uma afirmação minha; é o Apóstolo que o diz, e acrescenta: Quereis uma prova de que Cristo fala em mim? 

Portanto, quando ouves estas palavras, ouves o próprio Cristo, ouves aquele Pastor que apascenta Israel, em nome do qual foi dito: Destes‑nos a beber copioso pranto, com medida. O que diz o Apóstolo: Não permite que sejais tentados acima das vossas forças, di‑lo também o Profeta ao falar de um pranto com medida. Não abandones, portanto, Aquele que te corrige e exorta, atemoriza e consola, fere e cura a ferida.



Do Sermão de Santo Agostinho, bispo, sobre os Pastores
(Sermo 46, 11-12: CCL 41, 538-539) (Sec. V)

O que significa o número da besta do Apocalipse?


- “O que significa o número da besta do Apocalipse (13,18)?” 
(Nivaldo - Brasília-DF).

Esta questão tem ocupado calorosamente leitores e comentadores do Apocalipse desde o séc. II da nossa Era. Com efeito, Santo Ireneu (140-202) refere que já em seu tempo os códices do Apocalipse exibiam duas variantes do dito número ("666" e "616"), sem que se soubesse qual o seu significado exato (Adv. haer. 5,30,2).

Contudo, será preciso reconhecer que o enigma devia ter sentido evidente para os leitores imediatos do Apocalipse, ou seja, para os cristãos da Ásia Menor aos quais no fim do século I d.C. São João se dirigia; era justamente com o intuito de os orientar que o Apóstolo escrevia o texto de Apocalipse 13,18; não lhes queria propor um «quebra-cabeça», mas algo de que pudessem tirar proveito, porque sabia que tinham os meios para o decifrar; infelizmente, porém, desde cedo se apagou nos cristãos a reminiscência dos elementos necessários à elucidação (perdeu-se a chave do enigma).

Vejamos o que hoje, coligindo alguns dados seguros, se pode dizer de mais provável sobre o assunto.

1) O misterioso número deve designar algum homem, pois o hagiógrafo adverte que é «número de homem» (13,18). E como o designa?

Os gregos e hebreus atribuíam valor numérico a cada uma das letras do seu alfabeto (os romanos, ao contrário, só a algumas o atribuíam); baseados nisto, compraziam-se em contar o valor numérico de determinado nome e, em consequência, de determinada pessoa. Este proceder, que constituía a arte chamada «gematria», era muito usual entre os povos do Mediterrâneo (em Pompeia, por exemplo, no Sul da Itália, foi encontrada a seguinte inscrição: «Amo aquela cujo número é 545» (cf. Sogliano, "Rendiconti della Reale Accademia dei Lincei, 1901, pp.256-259).

2) São João, em Apocalipse 13,18, usou de modo de falar obscuro, provavelmente porque entendia proferir um juízo sinistro sobre algum dos dignitários (ou monarcas) do Império Romano; não queria incorrer no crime de lesa-autoridade ou de lesa-majestade nem tornar os seus leitores suspeitos disto; o livro do Apocalipse podia cair em mãos de pagãos que, se compreendessem a alusão à autoridade, se vingariam dos cristãos (as primeiras perseguições já tinham sido desencadeadas por Nero em 64), Por isto, se referia a Roma mencionando Babilônia (cf. cap.16), à semelhança do que fizera São Pedro em 1Pedro 5,13. Disto se segue que se deve procurar o personagem designado pelo número 666 entre os chefes do Império contemporâneos ou anteriores a São João. Sim; se os leitores do Apocalipse não tivessem de antemão certo conhecimento do varão mencionado, jamais poderiam decifrar o enigma proposto.

3) Consequentemente vê-se que será no vocabulário grego ou no hebraico (com os quais estavam familiarizados os destinatários do Apocalipse) que se deverá buscar a solução. Não entra em questão o latim, pois este, no século I da nossa Era, não passava de dialeto confinado ao Lácio (península itálica), dialeto que ficava alheio às cogitações dos leitores imediatos da obra de São João.

4) Feitas estas aproximações, só restam três soluções mais ou menos plausíveis para o nosso enigma: os nomes

- GAIOS KAISAR (Gaio César, designação de Calígula Imperador); ou

- KAISAR THEÓS (César é Deus). Estas são duas expressões gregas cujas letras somadas dão o total de 616; ou então

- QESAR NERON (César Nero), termos gregos que, escritos em caracteres hebraicos, perfazem a soma de 666: Q = 100; S = 60; R = 200; N = 50; R = 200; O - 6; N = 50 (as vogais "e" e "a" não se contavam em hebraico).

Destas três interpretações, a mais plausível é a última. Proposta pela primeira vez entre 1830 e 1840 por Fritzsche, Bénary, Hitzig, tem aliciado grande número de exegetas. Oferece, entre outras vantagens, a de explicar as variantes "666" e "616" dos antigos códices: alguns copistas influenciados pela forma latina Nero terão omitido o "n" final que figura no nome grego "Neron", diminuindo assim de 50 unidades a soma total das letras. Note-se que, das duas variantes do número, a que parece originária e merece a clara preferência, tanto de Santo Ireneu (séc. II) como dos melhores códices, é 666. Teríamos, pois, em Apocalipse 13,18, uma alusão ao famoso Imperador Nero.

Verdade é que este soberano já morrera quando São João escrevia o Apocalipse; o Apóstolo, porém, tomava-o como personificação do poder imperial hostil aos cristãos, pois Nero fora o iniciador das perseguições e ficava marcado, na reminiscência dos pósteros, como o tipo do perseguidor cruel e vicioso ou como a figura do Anticristo.

São Roberto Bellarmino


Roberto Francisco Rômulo Belarmino veio ao mundo no dia 04 de outubro de 1542, em Montepulciano, Itália. Era filho de pais humildes e católicos de muita fé. O menino Roberto nasceu franzino e doente. Mesmo doente, Roberto soube ter uma vida de profundo amor a Igreja. Sua inteligência prodigiosa levou-o ao magistério. Foi professor em inúmeras instituições de ensino da Itália. 

Em 1571, tendo concluído todos os estudos, recebeu a ordenação sacerdotal e entrou para a Companhia de Jesus. Unindo a sabedoria das ciências terrenas, o conhecimento espiritual e a fé, escreveu os três volumes de uma das obras teológicas mais consultadas de todos os tempos: "As Controvérsias Cristãs sobre a Fé", um tratado sobre todas as heresias. 

Mais tarde, em 1592 Belarmino foi nomeado diretor do Colégio Romano. Nesta função ficou apenas por dois anos, pois o Papa Clemente VIII reclamava sua presença em Roma, para auxiliá-lo como consultor no seu pontificado. Nesse período produziu outra obra famosa: o "Catecismo", que teve dezenas de edições e foi traduzido para mais de cinquenta idiomas. 

Trabalhou durante muitos anos como assessor dos pontífices romanos. Morreu aos setenta e nove anos de idade, apresentando graves problemas físicos e de surdez. Foi proclamado santo e doutor da Igreja. 

“Verdadeiramente grande é a recompensa pela observância dos vossos mandamentos. E não é somente aquele primeiro e maior mandamento que é mais útil ao homem que obedece, do que a Deus que manda; todos os outros mandamentos de Deus aperfeiçoam, honram, instruem, iluminam e tornam bom e feliz aquele que os cumpre. Portanto, se tens alguma sabedoria, compreenderás que foste criado para a glória de Deus e para a tua salvação eterna. Se alcançares este fim, serás feliz; se dele te afastares, serás infeliz”. 



Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de São Roberto Belarmino, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. 

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Morre aos 91 anos o famoso exorcista da diocese de Roma, Frei Gabrielle Amorth


O padre Gabrielle Amorth, exorcista da diocese de Roma, morreu aos 91 anos de idade nesta sexta-feira, 16 de setembro, por volta das 15h de Brasília.

Padre Amorth é conhecido por ter realizado milhares de exorcismos durante sua vida. Em 2013, afirmou ter realizado aproximadamente 160 mil, muitos deles foram realizados na mesma pessoa.

Nasceu no ano de 1925 em uma pequena cidade da Itália e foi ordenado sacerdote em 1945. Tornou-se exorcista oficial da diocese de Roma em 1986, e em 1990 ajudou a fundar a Associação Internacional de Exorcistas, que possui centenas de membros.

Direito Canônico: Francisco aproxima códigos da Igreja Latina e das Igrejas Orientais


O Papa Francisco aprovou ontem um ‘Motu Proprio’ que estabelece maior concordância entre os Códigos de Direito Canónico (Igreja Latina) e o Código dos Cânones das Igrejas Orientais.

A constituição apostólica ‘De concordia inter Codices’ pretende aproximar “alguns pontos que não estavam em perfeita harmonia”, afirma o documento.

Os Códigos, que regulam a Igreja de rito latino e de rito oriental, comportam normas comuns, mas também algumas que refletem a peculiaridade destas tradições.

Com este documento o Papa Francisco quer reforçar a concordância entre ambas, particularmente “nos casos em que devem ser reguladas as relações entre membros pertencentes, respetivamente à Igreja Latina e a uma Igreja Oriental”.

Francisco justifica esta aproximação com o aumento da mobilidade da população, que determinou a presença de um “número notável” de fiéis orientais em territórios latinos.

Esta nova situação, afirma o Papa, gera múltiplas questões pastorais e jurídicas, as quais requerem normas apropriadas.

Cardeal alerta ante possível “conquista islâmica da Europa”


O Arcebispo de Viena (Áustria), Cardeal Christoph Schönborn, alertou sobre uma possível “conquista islâmica da Europa”, no último dia 11 de setembro, enquanto celebrava uma Missa junto a um grupo de fiéis na Catedral local.

O Purpurado disse aos presentes que esse dia se celebrava uma vitória decisiva de uma coalizão cristã sobre o Império turco na Batalha de Viena de 1683.

“Há exatamente 333 anos Viena se salvou. Haverá agora uma terceira tentativa de uma conquista islâmica da Europa? Muitos muçulmanos pensam nisso e o esperam”, disse o Cardeal.

Estes muçulmanos, indicou o Cardeal, “dizem: ‘a Europa está no seu fim’. Mas acredito que o que devemos nos perguntar sobre a Europa é o que Moisés faz nesta leitura de hoje e o que Deus misericordioso faz pelo filho mais novo: Senhor, dá-nos outra oportunidade! Não esqueças que somos o teu povo como Moisés. Eles são teu povo, tu os salvaste, os santificaste, eles são teu povo”.

O Cardeal Schonborn disse também que a Europa “esbanjou e desperdiçou” a sua herança cristã, como o filho pródigo da parábola que Jesus relata nas Escrituras.

“O que será da Europa? ”, questionou o Cardeal antes de concluir a sua homilia com uma oração.

“Senhor, não nos abandone! Não abandone esta Europa, que gerou tantos Santos. Não nos abandone, porque nos convertemos em mornos com relação à fé. Tem misericórdia do teu povo, tem misericórdia da Europa, que está quase perdendo a sua herança cristã! ”

Fé generosa e firme


Cipriano a Cornélio, seu irmão. Tive notícias, irmão caríssimo, dos gloriosos testemunhos de vossa fé e fortaleza. Recebemos com tanta exultação a honra de vossa confissão que também nos julgamos participantes e companheiros de vossos merecidos louvores. Pois se em nós e na Igreja só há um modo de pensar e indivisa concórdia, qual o sacerdote que não se rejubilaria como próprios com os louvores dados a seu irmão no sacerdócio? Ou que fraternidade não se alegraria com o júbilo de todos os irmãos?

Impossível expressar como foi grande esta exultação e alegria, quando fui informado de vossas vitórias e atos de coragem. Nisto foste o primeiro, durante o interrogatório dos irmãos. O testemunho do chefe ainda foi acrescido pela confissão dos irmãos. Enquanto vais à frente na glória, fazes muitos companheiros nesta glória e estimulas o povo a dar testemunho por estares preparado, primeiro que todos, a confessar em nome de todos. Não sabemos o que primeiro elogiar em vós: se vossa fé decidida e estável, se o indefectível amor fraterno. Aí se provou de público a virtude do bispo indo à frente, e se revelou a união da fraternidade que o seguia. Já que em vós só há um coração e uma só voz, foi toda a Igreja Romana que testemunhou.

Tornou-se evidente, irmão caríssimo, a fé que o Apóstolo já tinha louvado em vós. Já então ele previa a virtude louvável e a firmeza da coragem, atestando com isso vossos méritos futuros. O elogio aos pais era estímulo aos filhos. Por serdes assim unânimes, assim fortes, destes exemplo de unanimidade e de fortaleza aos outros irmãos. Sinais da providência do Senhor nos avisam, e palavras salutares da divina misericórdia nos advertem de que já se aproxima o dia de nossa grande luta.  

Por isto, como podemos irmão caríssimo, pela mútua caridade que nos une, nós vos exortamos a não esmorecer. Nos jejuns, nas vigílias e orações com todo o povo. São estas armas celestes que fazem ficar de pé e perseverar com denodo; são estas as defesas espirituais, as lanças, que protegem.  

Lembremo-nos um do outro, concordes e unânimes, mutuamente oremos sempre por nós, suavizando as tribulações e angústias pela caridade recíproca.



Das Cartas de São Cipriano, bispo e mártir

(Epist. 60,1-2.5:CSEL3,691-692.694-695)           (Séc.III)