sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Conversa com a Virgem de Nazaré: "Viver do Jeito de Nazaré".


Viver segundo o Espírito! Espiritualidade! Vida cristã! Espiritualidade! São expressões usuais na Igreja que nos atraem, suscitando o desejo profundo de uma vida cristã autêntica. Há pessoas que se espelham nos santos, outras se encantam com a belíssima influência da vida religiosa. Todos devemos acolher como norma de vida o Evangelho de Jesus Cristo. E os passos percorridos por Jesus são fecundos de graça para vivermos integralmente segundo a vontade de Deus. O que almejamos é que todos nos nossos pensamentos, palavras e obras expressem o seguimento de Jesus Cristo, deixando-nos evangelizar sempre mais e de modo profundo.

Queremos visitar um espaço privilegiado do Evangelho, chamado Nazaré, para aprender ali, conduzidos justamente pelas mãos de Nossa Senhora de Nazaré, aquela que no Círio de 2016 chamamos “Mãe de Misericórdia”, a Espiritualidade de Nazaré. Nosso sonho é que todas as pessoas que acorrem a Belém ou nos acompanham no Círio abracem esta forma de vida, carregada de grandes alegrias, ainda que exigente e comprometedora. Fomos buscar a palavra de um sábio de nosso tempo, o Beato Papa Paulo VI, na visita a Nazaré da Galileia, em janeiro de 1964: “Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho. Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa manifestação tão simples, tão humilde e tão bela, do Filho de Deus. Talvez se aprenda até, insensivelmente, a imitá-lo. Aqui se aprende o método que nos permitirá compreender quem é o Cristo. Aqui se descobre a necessidade de observar o quadro de sua permanência entre nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo de que Jesus se serviu para revelar-se ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem um sentido. Aqui, nesta escola, compreende-se a necessidade de uma disciplina espiritual para quem quer seguir o ensinamento do Evangelho e ser discípulo do Cristo. Ó como gostaríamos de voltar à infância e seguir essa humilde e sublime escola de Nazaré! Como gostaríamos, junto a Maria, de recomeçar a adquirir a verdadeira ciência e a elevada sabedoria das verdades divinas”. Agora podemos conversar com Maria de Nazaré!

Maria de Nazaré, Mãe de Deus e nossa Mãe, Mãe de Misericórdia. Pedimos licença para entrar em tua Casa de Nazaré, onde te dedicaste, junto com São José, a cuidar de Jesus, o Verbo de Deus feito Carne. Sabemos que a vida espiritual envolve tudo o que fazemos, não somente as orações. Queremos aprender contigo a viver! 

Encontram morto sacerdote que denunciou narcotraficantes na Argentina


Padre Juan Heraldo Viroche, que nos últimos anos denunciou em suas homilias gangues de narcotraficantes, foi encontrado enforcado hoje na casa da Paróquia ‘Nuestra Señora del Valle’, em Tucumán, Argentina.

A polícia informou que o sacerdote de 46 anos foi encontrado sem vida em seu quarto, onde acharam seus pertences espalhados pelo chão e, segundo as investigações, sem sinais de violência.

A justiça ordenou que o corpo do sacerdote seja submetido a uma autopsia para estabelecer a causa de sua morte.

Os paroquianos disseram que o sacerdote havia expressado dias atrás sua preocupação pelas ameaças recebidas por causa de suas denúncias contra gangues envolvidas com a venda de drogas.

Uma das ações do Pe. Viroche foi celebrar uma Missa ao ar livre, em novembro de 2015, para pedir por um povo sem drogas nem roubo, na localidade e comuna rural de Delfín Gallo, localizado a 10 quilômetros da capital provincial.

Além disso, por causa dos reiterados roubos que sofreu no ano passado, o sacerdote decidiu colocar grades na Igreja e responsabilizou pelos delitos o avanço do narcotráfico que “corrompe” adolescentes e jovens da região.

Sobre esses fatos lamentáveis, a Arquidiocese de Tucumán publicou um comunicado, no qual lamenta a morte do pároco de ‘Nuestra Señora del Valle de La Florida’. 

Arquidiocese defende Cardeal Cañizares: ''Detenham distorções de suas palavras".


A Arquidiocese de Valência (Espanha) enviou uma carta na qual pede “respeito e reciprocidade” para com o Cardeal Antonio Cañizares ante os reiterados ataques que sofreu. Indicam que “já chegou a hora de deter a distorção de suas palavras” e desmentem as acusações que foram feitas ao Purpurado.

Na última segunda-feira, o Cardeal Antonio Cañizares foi novamente repreendido e insultado por um grupo de pessoas que o esperavam na Colegiata de Gandía, onde celebrou a festa de São Francisco de Borja, Padroeiro da localidade.

Ante os ataques que o Cardeal sofreu nos últimos meses, enviaram uma carta da Arquidiocese de Valência através da qual explicam que esse tipo de manifestações e insultos vai contra “os princípios de liberdade, tolerância e conciliação, com os quais o Arcebispo rege esta Diocese”.

Além disso, sublinham que esta “ofensa reiterada ao Arcebispo Cañizares só pode ser realizada por aqueles que não o conhecem ou não querem conhecê-lo”, por isso asseguram que a melhor maneira de desmentir os acontecimentos é “dando testemunho, do que transmite constantemente à Cúria”.

“Se esta ignorância da verdade procede de representantes públicos, deveria haver elementos democráticos que limitassem ações claramente reprováveis, para evitar o desemparo de quem é vítima de suas acusações”.

Por isso, “em consonância com a Arquidiocese de Valência, que advoga constantemente pelos princípios de reconciliação e de unidade, simplesmente solicitamos prudência e esperamos reciprocidade”. 

Meditemos nos mistérios da salvação


O Santo que nascerá de ti será chamado Filho de Deus. O Verbo do Pai dos Céus é fonte de sabedoria. Por meio de ti, Virgem santa, o Verbo Se fará carne, de modo que quem diz: Eu estou no Pai e o Pai em Mim, dirá também: Eu saí de Deus e vim ao mundo.

No princípio, diz João, era o Verbo. Já brotava a fonte, mas ainda só em si mesma, porque ao princípio o Verbo estava junto de Deus, habitando a luz inacessível. O Senhor dizia desde o início: Eu tenho pensamentos de paz e não de aflição. Mas o vosso pensamento está em Vós, Senhor, e nós ignoramos o que pensais. Com efeito, quem conheceu a mente do Senhor ou quem foi o seu conselheiro?

O pensamento de paz desceu do Céu para realizar a sua obra de paz: O Verbo fez Se homem e habita já no meio de nós. Na verdade, habita pela fé nos nossos corações, na nossa memória, no nosso pensamento, e desceu até à própria imaginação. Que primeiro pensamento teria o homem acerca de Deus, a não ser talvez um ídolo fabricado pelo seu coração? Deus era incompreensível, inacessível, invisível e para além de todo o nosso pensamento; agora, porém, quis ser compreendido, quis ser visto, quis ser pensado.

De que modo? Sem dúvida recostado no presépio, deitado no regaço da Virgem, pregando na montanha, passando a noite em oração; ou então, suspenso da cruz, lívido na morte, livre entre os mortos e dominando sobre o poder do inferno; ou também ressurgindo ao terceiro dia e mostrando aos Apóstolos os lugares dos cravos, sinais de vitória, e finalmente subindo, na presença deles, ao mais alto do Céu.

Quem não meditará na verdade, na piedade e na santidade destes factos? Quando medito em qualquer deles, o meu pensamento encontra a Deus, e em tudo é o meu Deus. É verdadeira sabedoria meditar nestes mistérios, é verdadeira prudência evocar a doce memória destes frutos excelentes que Maria recebeu do Céu e tão copiosamente derramou sobre nós.


Dos Sermões de São Bernardo, abade
(Sermo de aquaeductu: Opera omnia, Ed. Cisterc. 5 [1968], 282-283) (Sec. XII)

O Jesus da Bíblia e o Jesus dos pastores evangélicos


A maior parte dos pregadores evangélicos costuma dizer de si mesmo ser um fiel seguidor da Bíblia, muito embora cada evangélico seja uma igreja, pois nenhum deles é integralmente igual ao outro em matéria de fé e doutrina, razão pela qual se dividem constantemente.

Outra máxima comum entre pregadores evangélicos é a tal de “aceitar” Jesus, como condição fundamental para que alguém seja salvo. MAS... a Bíblia ensina exatamente o contrário:

"Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vô-lo conceda." João 15,16

Em nossa modesta opinião, seguir a Bíblia é aceitar tudo que as escrituras afirmam e não somente o que gostamos ou aquilo que nos é conveniente.

Aceitar Jesus deveria ser de fato assumir tudo que Jesus ensinou e não apenas aquilo que nos é interessante.

Dizer que “aceitou” Jesus e que ama ou segue a Bíblia, ignorando o contexto das Escrituras, é apenas um modo de enganar a si próprio e de impor doutrina, de modo cruel e tirânico sobre seus oponentes, senão vejamos:

1 - “Aceitou” Jesus, mas não aceita tudo que Jesus disse e fez que não se encontra na Bíblia:

“Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém.” João 21, 25

2 - “Ama” a Bíblia, mas não aceita o que as Escrituras falam acerca da mãe de Jesus Cristo:

“...pois atentou para a humildade da sua serva. De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada...” Lucas 1,48

3 - “Ama” a Bíblia, mas não aceita a intercessão de Maria demonstrada na Bíblia:

“Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser. ”João 2,4,5

4 - “Aceitou” Jesus, mas não aceita o que Jesus fez em seu momento final de agonia ainda na Cruz:

“Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.” João 19,26-27

E mesmo “gostando” da Bíblia, tampouco fizeram como João, que levou Maria para sua casa.

5 - “Aceitou” Jesus, mas não aceita a Igreja que ele fundou:

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” Mateus 16, 18

6 - “Aceitou” Jesus, mas não aceita que Jesus defenderia sua Igreja, de modo que não precisamos de “reformadores”:

“...e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;" Mateus 16,18

7 - “Aceitou” Jesus, mas não aceita a escolha de Jesus para que Pedro liderasse os apóstolos:

“E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.” João 21,15-17

8 - “Aceitou” Jesus, mas não aceita a infalibilidade de Pedro definida por Jesus:

“Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.” Lucas, 22, 32

Outorgando a Pedro sua autoridade divina: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus”. Mateus 16,18

9 - “Aceitou” Jesus, mas não aceita que o próprio Jesus purificaria sua Igreja, de modo que não precisaríamos de reformas ininterruptas:

“E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem! Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequenos.” Lucas 17,1,2

10 – “Aceitou” Jesus, mas não aceita os poderes que Jesus conferiu à Igreja para reter e perdoar pecados:

“E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos.” João 20,22,23 

Nossa Senhora do Rosário


Diz uma tradição que Nossa Senhora apareceu a São Domingos de Gusmão, fundador da ordem dominicana, e lhe ensinou a rezar o Rosário como potente arma para a conversão: “Quero que saiba que, a principal peça de combate, tem sido sempre o Saltério Angélico (Rosário) que é a pedra fundamental do Novo Testamento. Assim quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com a oração do meu Saltério”. Foi aí que nasceu a prática desta oração como devoção a Maria, por sua participação nos mistérios da vinda do Filho de Deus. 

Esta festa foi instituída pelo Papa Pio V em 1571, quando celebrou-se a vitória dos cristãos na batalha naval de Lepanto. Nesta batalha os cristãos católicos, em meio a recitação do Rosário, resistiram aos ataques dos turcos otomanos vencendo-os em combate.

De acordo com alguns testemunhos o objeto que chamamos de terço já existia muito antes da devoção do rosário. O costume de usar pedrinhas juntadas umas as outras para manter a concentração nas orações já era ensinado pelo venerável são Beda. 

O Rosário tem o significado de uma guirlanda de rosas oferecida a Nossa Senhora. O costume de oferecer flores para as pessoas queridas remonta à Idade Média. Desde então Maria recebe muitas rosas em forma de orações. 

Foram os frades dominicanos que tiveram o mérito de disseminar a devoção ao Rosário, que passou a ser a forma de oração mais popular entre as famílias religiosas, à noite, em casa. Ele é formado pelas duas orações básicas do catolicismo: o "Pai Nosso", ensinado pelo próprio Jesus Cristo, e a "Ave Maria", nascida da Anunciação feita pelo Anjo Gabriel a Virgem Maria e das palavras de sua prima Santa Isabel. 

Enquanto se reza, ele nos leva à meditar sobre os mistérios da vinda do Filho de Deus entre nós, isto é: anunciação, nascimento, vida, paixão e morte e ressurreição de Jesus Cristo. 

Com a reforma do calendário litúrgico de 1960 a "Festa do Santíssimo Rosário" como era chamada, passou a ser o dia da comemoração de "Nossa Senhora do Rosário" e, o mês de outubro dedicado ao Rosário e a todas as missões apostólicas. 

Rezemos hoje, nas festa de Nossa Senhora do Rosário: 


Nossa Senhora do Rosário, dai a todos os cristãos a graça de compreender a grandiosidade da devoção do santo rosário, na qual, à recitação da Ave Maria se junta a profunda meditação dos santos mistérios da vida, morte e ressurreição de Jesus, vosso Filho e nosso Redentor. São Domingos, apóstolo do rosário, acompanhai-nos com a vossa bênção, na recitação do terço, para que, por meio desta devoção a Maria, cheguemos mais depressa a Jesus, e como na batalha de Lepanto, Nossa Senhora do Rosário nos leve a vitória em todas as lutas da vida; por seu Filho, Jesus Cristo, na unidade do Pai e do Espírito Santo. Amém.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Por que a Colômbia disse 'não' ao acordo de paz com as Farc?


Como é possível que um país recuse um acordo que colocaria fim a um conflito armado que se arrasta a mais de meio século e já custou as vidas de mais de 200 mil pessoas?

Esse é o sentimento que tiveram muitos observadores do referendo colombiano sobre o acordo de paz com a guerrilha, realizado no domingo.

O acordo requereu quatro anos de difíceis negociações entre o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o líder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Rodrigo Lodoño, também conhecido como Timoleón Jimenez ou Timochenko.

A campanha pelo "Sim" tinha o apoio de Santos e de uma série de políticos dentro e fora da Colômbia, incluindo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Os partidários do "Não" eram liderados pelo ex-presidente colombiano Álvaro Uribe.

Mas esbarrou na opinião pública, depois que a opção por não ratificá-lo foi escolhida por 50,2% dos votos válidos. A diferença entre o "não" e o "sim" foi de menos de 60 mil votos.

Líderes defensores da vida e da família explicaram que a vitória do “Não” no plebiscito do Acordo de Paz assinado entre o governo da Colômbia e a guerrilha das FARC também foi devido à inclusão da ideologia de gênero e do aborto nos documentos.

Abstenção nas alturas

Mas o acordo de paz parecia contar com mais entusiasmo internacional do que entre os próprios colombianos. A taxa de abstenção na consulta foi a mais alta em décadas: 63%.

Eleitores ouvidos pela BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, indicaram que as feridas abertas pelo conflito com as Farc continuam latentes. Durante todo o processo de paz falou-se muito de perdão, mas perdoar 50 anos de agressões e violência não é fácil, afirmaram.

A contadora Mercedes Castañeda, que mora em Bogotá, é uma das que acreditam que "não" significou "a vitória da Justiça".

"A verdade triunfou, porque havia manipulação nos acordos. Nós não queremos que as Farc tenham um espaço político que não merecem", disse Castañeda.

Para Castañeda, a guerrilha forjou seu caminho "com sequestros, assassinatos e narcotráfico". "A Colômbia não se esqueceu".

Já para a professora universítária e jornalista Ana Cristina Restrepo, a oposição ao acordo é fruto do medo - "o grande eleitor na Colômbia".

"Não fomos capazes de dar esse passo. Voltamos ao mesmo ponto de 1982, quando se começou a negociar com as Farc", disse ela. 

Cardeal Sarah adverte risco de reduzir a Missa “a bons sentimentos”.


“Corremos o risco de reduzir o sagrado mistério a bons sentimentos”, advertiu o Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Robert Sarah, em uma entrevista na qual recordou a importância do “silêncio” dentro da liturgia como caminho para chegar a Deus, destacado pelo Concílio Vaticano II.

“O silêncio não é uma ideia; é o caminho que permite os seres humanos chegar a Deus”, afirmou o Purpurado em declarações ao jornal francês “La Nef” por ocasião da publicação do seu livro “A força do silêncio: Contra a ditadura do ruído”.

O Cardeal africano não hesitou “em declarar que o silêncio sagrado é uma lei fundamental em toda a celebração litúrgica” que permite aos fiéis ingressar no mistério celebrado. “O Concílio Vaticano II enfatiza que o silêncio é um meio privilegiado para promover a participação do povo de Deus na liturgia”, afirmou durante a entrevista divulgada em inglês pelo “The Catholic World Report”.

Entretanto, advertiu que “sob o pretexto de tornar mais fácil o acesso a Deus, alguns quiseram que tudo na liturgia seja imediatamente inteligível, racional, horizontal e humano. Mas, atuando desse modo, corremos o risco de reduzir o mistério sagrado a bons sentimentos”.

“Sob o pretexto da pedagogia, alguns sacerdotes permitem inúmeros comentários que são insípidos e mundanos. Esses pastores temem que o silêncio na presença do Altíssimo possa desconcertar os fiéis? Acreditam que o Espírito Santo é incapaz de abrir os corações aos divinos Mistérios derramando sobre eles a luz da graça espiritual?”, questionou.

“Deus é silêncio e o demônio é barulhento. Desde o princípio, Satanás procurou esconder as suas mentiras sob uma agitação falaciosa, ressonante”, assinalou a autoridade vaticana.

Nesse sentido, advertiu que nesta época “o ruído chegou a ser como uma droga da qual nossos contemporâneos são dependentes. Com sua festiva aparência, o ruído é um redemoinho que evita que cada pessoa se olhe cara a cara e enfrente o vazio interior. É uma mentira diabólica. O despertar pode ser somente brutal”.

Diante disso, o Cardeal Sarah afirmou que recuperar o sentido do silêncio é uma prioridade e uma “necessidade urgente. A verdadeira revolução vem do silêncio, esta nos dirige a Deus e aos outros e assim podemos nos colocar humildemente a seu serviço”.

Além disso, “assinalou que o silêncio é o tecido do qual nossas liturgias devem ser cortadas. Nada nelas deveria interromper a atmosfera silenciosa, que é o seu clima natural”. “Não há uma espécie de paradoxo que indica a necessidade de silêncio na liturgia, enquanto admite que nas liturgias orientais não têm momentos de silêncio, enquanto elas são particularmente belas, sagradas e orantes?”.