terça-feira, 18 de outubro de 2016

São Lucas, evangelista


Lucas nasceu na Antioquia. Era médico, pintor e possuidor de uma vasta cultura. Foi convertido e batizado por São Paulo. No ano 43 já viajava ao lado do apóstolo Paulo, sendo considerado seu filho espiritual. Assim, através de seus escritos, Lucas tornou-se o relator do nascimento de Jesus e o principal biógrafo da Virgem. 

Lucas é um dos quatro evangelistas. O seu evangelho é reconhecido como o do amor e da misericórdia. Além do Evangelho, escreveu os Atos dos Apóstolos, onde registrou o desenvolvimento da Igreja na comunidade primitiva. 

Lucas não conviveu pessoalmente com Jesus e por isso a sua narrativa é baseada em depoimentos de pessoas que testemunharam a vida e a morte de Jesus. Parece que Lucas recebeu de Maria muitas informações sobre a infância de Jesus. Possuindo maior cultura que os outros evangelistas, seu evangelho utiliza uma linguagem mais aprimorada que a dos outros evangelistas, o que revela seu perfeito domínio do idioma grego. 

Quando das prisões de São Paulo, Lucas acompanhou o mestre, tanto no cárcere como nas audiências. A tradição cristã nos diz que depois do martírio de São Paulo, Lucas continuou a pregação. Ele teria seguido pela Itália, Gália, Dalmácia e Macedônia. 

Lucas é o evangelista que mais pintou a fisionomia humana do Redentor, a sua mansidão, as suas atenções para com os pobres, para com os desprezados, para com as mulheres, e para com os pecadores arrependidos. É o biógrafo de Nossa Senhora e da infância de Jesus. O Evangelho de São Lucas se dirige a todos os homens, mostrando-nos que Jesus de Nazaré veio trazer a salvação universal. 


Glorioso são Lucas, que tivestes a graça de ser inspirado por Deus Altíssimo para escrever seu santo Evangelho, rogai por todos nós, para que sejamos sempre fiéis estudiosos das sagradas escrituras e confiantes seguidores de Cristo. Que vive e reina para sempre. Amém. 

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Sou trigo de Deus e serei moído pelos dentes das feras


Escrevo a todas as Igrejas e asseguro a todas elas que estou disposto a morrer de bom grado por Deus, se vós não o impedirdes. Peço‑vos que não manifesteis por mim uma benevolência inoportuna. Deixai‑me ser pasto das feras, pelas quais poderei chegar à posse de Deus. Sou trigo de Deus e devo ser moído pelos dentes das feras, para me transformar em pão limpo de Cristo. Rezai por mim a Cristo, para que, por meio desses instrumentos, eu seja sacrifício para Deus. Para nada me serviriam os prazeres do mundo ou os reinos deste século. Prefiro morrer em Cristo Jesus a reinar sobre todos os confins da terra. Procuro Aquele que morreu por nós; quero Aquele que ressuscitou por nossa causa. Estou prestes a nascer. Tende piedade de mim, irmãos. Não me impeçais de viver, não queirais que eu morra. Não me entregueis ao mundo, a mim que desejo ser de Deus, nem penseis seduzir‑me com coisas terrenas. 

Deixai‑me alcançar a luz pura. Quando lá chegar serei verdadeiramente um homem. Deixai‑me ser imitador da paixão do meu Deus. Se alguém O possuir, compreenderá o que quero e terá compaixão de mim, por conhecer a ânsia que me atormenta. O príncipe deste mundo quer arrebatar‑me e corromper a disposição da minha vontade para com Deus. Nenhum de vós o ajude; tornai‑vos antes partidários meus, isto é, de Deus. Não queirais ter ao mesmo tempo o nome de Jesus Cristo na boca e desejos mundanos no coração. Não me queirais mal. Mesmo que eu vo‑lo pedisse na vossa presença, não me devíeis acreditar. Acreditai antes nisto que vos escrevo. Estou a escrever‑vos enquanto ainda vivo, mas desejando morrer. 

O meu Amor está crucificado e não há em mim fogo que se alimente da matéria. Mas há uma água viva que murmura dentro de mim e me diz interiormente: «Vem para o Pai». Não me satisfazem os alimentos corruptíveis nem os prazeres deste mundo. Quero o pão de Deus, que é a Carne de Jesus Cristo, nascido da linhagem de David, e por bebida quero o seu Sangue que é a caridade incorruptível. Já não quero viver mais segundo os homens; e isto acontecerá, se vós quiserdes. Peço‑vos que o queirais, para que também vós alcanceis benevolência. Peço‑vos em poucas palavras: acreditai‑me. Jesus Cristo vos fará compreender que digo a verdade. Ele é a boca da verdade, no qual o Pai falou verdadeiramente. Pedi por mim para que o consiga. Não vos escrevi segundo a carne, mas segundo o espírito de Deus. Se padecer o martírio, ter‑me‑eis amado; se me rejeitarem, ter‑me‑eis querido mal.


Da Carta de Santo Inácio, bispo e mártir, aos Romanos
(Cap. 4, 1-2; 6, 1 – 8, 3: Funk 1, 217-223) (Sec. I)

Podemos Julgar as ações de um irmão ou não?


Quando se fala em “JULGAR”, talvez na cabeça de muitos por ai venha o versículo "Não julguem, e vocês não serão julgados” (Mt 7,1), lembrando do princípio básico da leitura bíblica para não se chegar uma interpretação pessoal (2°Pedro 1,20) ou errônea (Jo 5,39) não podemos pegar um “trecho fora do contexto para fazer pretexto”, como acontece com muitos que só leem, ouvem e escutam o que -lhes interessam ou gostam e não os convém com a Verdade em si (Palavra de Deus_ interpretada pelo Magistério)... “Não seja feito a minha vontade, mas a Tua.” (Lc 22,21) e por isso “Os homens desprezam o conhecimento de Deus; por isso, Deus os abandonou ao sabor de uma mente INCAPAZ DE JULGAR” (Rm 1,28), portanto “não podemos nós amoldar as estruturas desse mundo... mas distinguir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que é agradável a ele, o que é perfeito.” (Rm 12,2).

Voltando ao “Não Julgueis...” (Mt 7,1)  entendo que devemos ler todo o capítulo para interpretar o versículo e que devemos sempre consultar a Igreja (Magistério) para ver se nossa “interpretação acerca daquele versículo” está correta ou não. Portanto, devemos Ler e Compreender todo o capítulo 7 de Mateus para entendermos que Julgar não é proibido ou errado, somente se:

-For errôneo! 

Julgarmos e medirmos como Deus (único que tem o poder de “sentenciar”) ou fazermos como os “HIPÓCRITAS” que julgam sem analisar a si próprios “... a trave que está no próprio olho” e ficam "olhando o cisco que está no olho do seu irmão...” (Mt 7,3). 

Observe bem no final do v.5 de Mt 7 que Jesus deixa claro e resumido que “primeiro tire a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem para tirar o cisco do olho de teu irmão”. Veja que a expressão “cisco” é a mesma coisa que “pecado” ou um “ato errado”, não resta dúvidas que ‘Deus não proibiu definitivamente julgar o erro ou pecado de seu irmão’.

“Deus ama o pecador, mas odeia o pecado.” (Jo 3,16; Rm 5,8) 

Santo Inácio de Antioquia


Inácio nasceu por volta do ano 35 da era cristã. Ao que parece era um pagão que foi convertido ao cristianismo. Sua educação cristã aconteceu sob o acompanhamento dos próprios apóstolos. Sucedeu Pedro no posto de bispo de Antioquia, Viveu toda vida sendo um portador da vontade de Deus. 

Antioquia era a terceira cidade mais importante do Império Romano. Foi aí que o bispo Inácio exerceu seu apostolado até ser conduzido para Roma, onde morreu mártir no Coliseu, entre os dentes das feras. Foi o imperador Trajano que decretou sua prisão. 

A viagem de Inácio, acorrentado de Antioquia até Roma, foi o apogeu de sua vida e de sua fé. Feliz por poder ser imolado em nome do Salvador da humanidade, pregou por todos os lugares onde passou, até o local do martírio. 


“Onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica”,escreveu Santo Inácio de Antioquia, atribuindo pela primeira vez o adjetivo Católica (Universal) à Igreja. 

Durante esta viagem final escreveu sete cartas (Epístola a Policarpo de Esmirna, Epístola aos Efésios, Epístola aos Esmirniotas, Epístola aos Filadélfos, Epístola aos Magnésios, Epístola aos Romanos, Epístola aos Tralianos) que figuram entre os escritos mais notáveis da Igreja, concorrendo em importância com as do apóstolo Paulo. Em todas faz profissão de sua fé e contém ensinamentos e orientações, até hoje adotados e seguidos pelos católicos. Chamado Teóforo – portador de Deus – Inácio, ao ser transportado para Roma, sabia que cristãos de influência na corte imperial poderiam impedi-lo de alcançar Cristo pelo martírio, por isso, dentre tantas cartas que enviara para as comunidades cristãs, a fim de edificar, escreveu em especial à Igreja Católica em Roma: "Deixai-me ser alimento das feras. Sou trigo de Deus. É necessário que eu seja triturado pelos dentes dos leões para me tornar um pão digno de Cristo". 

Numa de suas cartas Inácio escreveu: “Mantém-te firme como bigorna sob os golpes. É próprio de um grande atleta receber pancadas e vencer. Não tenhas nenhuma dúvida, temos que suportar tudo pela causa de Deus, para que também Ele nos suporte. Torna-te ainda mais zeloso do que és; aprende a conhecer os tempos. Aguarda o que está acima do oportunismo, o atemporal, o invisível que por nossa causa se fez visível, o impalpável, o impassível que por nós se fez passível, o que de todos os modos por nós sofreu!”. 

Santo Inácio foi, de fato, atirado às feras no Coliseu em Roma no ano 107, e hoje intercede para que comecemos a ter a têmpera dos mártires a fim de nos doarmos por amor.


Deus, nosso Pai, que as palavras de Santo Inácio de Antioquia sirvam hoje para nossa meditação. Animados pelo seu exemplo de fé e de confiança em vós, sejamos fortalecidos pela vossa graça. Por Cristo Nosso Senhor. Amém. 

domingo, 16 de outubro de 2016

As portas santas das Basílicas papais fecham-se no dia 13 de novembro.


Em vista do encerramento oficial do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, no próximo dia 20 de novembro, o Papa Francisco nomeou os cardeais-arciprestes de três Basílicas papais para presidir o rito de fechamento da Porta Santa:

O Card. Agostino Vallini presidirá o rito na Basílica Papal de São João de Latrão. O Card. Santos Abril y Castelló fará o mesmo na Basílica de Santa Maria Maior. E o Card. James Michael Harvey fechará a Porta Santa da Basílica de São Paulo Fora dos Muros.

A cerimônia nas três Basílicas Papais foi marcada para o domingo que antecede o encerramento do Jubileu, em 13 de novembro. 

Microcefalia é usada como estratégia para legalização total do aborto no Brasil


Frente à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5581, que poderia ampliar a despenalização do aborto para grávidas cujos bebês apresentem diagnóstico de microcefalia, a plataforma CitizenGo lançou uma petição na qual denuncia “a estratégia utilizada pelos propagadores da cultura da morte”, que querem “a legalização total e irrestrita do aborto” no Brasil.

A petição é direcionada à ministra Cármem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade 5581.

Segundo CitizenGo, “o objetivo dos abortista é pedir ao STF a legalização do aborto para mulheres que foram diagnosticadas com zika”. A medida é apontada como uma “estratégia utilizada pelos propagadores da cultura da morte”, que “recorre à ainda frágil e questionável relação entre o vírus da zika e a microcefalia”.

Para indicar como a relação entre a má-formação dos bebês e a zika ainda é algo questionável, citam um recente estudo do New England Complex Systems Institute. A pesquisa mostrou que das 12 mil colombianas grávidas diagnosticada com zika, nenhuma teve filho com microcefalia.

A petição esclarece que, “para a Associação Nacional pela VIDA (ADIRA), a descriminalização do aborto para grávidas com zika pode abrir perigoso precedente para a legalização do aborto em outros casos de deficiência”.

Além disso, alerta, “tal medida favorecerá ainda mais a consecução do objetivo final dos abortistas: a legalização total e irrestrita do aborto em nosso país”.

"Nem batizado sou!" Que glória, que liberdade, que iluminado e maduro...


Quero muito... Quero tudo... 
Faz uns quatro anos... 

Assistia a um debate na TV. Era uma conversa de gente esperta e experta, sobre temas técnicos, complexos do mundo atual.

Lá para as tantas, perguntou-se a um dos integrantes do debate: "Você é cristão?" E aquele lá, rindo, gozoso, triunfante, satisfeito, respondeu, ligeiro: "Nem batizado sou!" Que glória, que liberdade, que iluminado e maduro...

Fiquei pensando... Como será a vida, o coração (ou seja, o núcleo mais profundo do eu, com sua consciência, seus anseios, seus projetos, seu amores, seus medos, seus limites, sua perspectiva de que um dia morrerá) de alguém assim?

Nunca deixarei de "admirar" (isto é, de olhar, com respeito, curiosidade e total incompreensão) como alguém pode viver sem crer! É demais!

Como suporta a vida?

Como se suporta?

Como suporta a existência, se ela é fechada "nisto aqui", se ela não é um todo com sentido, mas somente um amontoado de vivências, emoções e projetos que, quando muito, têm alguma duração para frente, mas não decolam para o Infinito, para o Definitivo?

Como se suportar, como suportar, desse jeito?

Não somos nós uma sede?

Não é o nosso coração uma espera e, mais ainda, uma esperança? 

Não somos nós eternos peregrinos, constantes insatisfeitos?

Não temos uma saudade louca de Algo que pressentimos no mais íntimo de nós?

"Os 7 santos alcançaram a meta e um coração fiel graças à oração", disse o Papa Francisco.




SANTA MISSA E CANONIZAÇÃO DOS BEATOS
Salomão Leclercq, José Sanchez del Río, Manuel González García, Ludovico Pavoni
Afonso Maria Fusco, José Gabriel del Rosario Brochero, Elisabete da Santíssima Trindade

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro
Domingo, 16 de outubro de 2016


Ao princípio da celebração de hoje, dirigimos esta oração ao Senhor: «Criai em nós um coração generoso e fiel, para podermos servir-Vos, sem cessar, com lealdade e pureza de espírito» (Oração Coleta).

Sozinhos, não somos capazes de formar em nós um coração assim; só Deus pode fazê-lo e, por isso, Lho pedimos na oração, Lho suplicamos como um dom, como uma «criação» d’Ele. Desta forma, fomos introduzidos no tema da oração, que aparece no centro das leituras bíblicas deste domingo e nos interpela também a nós aqui reunidos para a canonização de alguns Santos e Santas novos. Estes alcançaram a meta, tiveram um coração generoso e fiel, graças à oração: rezaram com todas as forças, lutaram e venceram.

Rezaram… como Moisés, que foi sobretudo homem de Deus, homem de oração. Hoje, no episódio da batalha contra Amalec, vemo-lo de pé no cimo da colina com os braços erguidos; mas de vez em quando, com o peso, caíam-lhe os braços e, nesses momentos, o povo perdia; então Aarão e Hur fizeram Moisés sentar-se numa pedra e sustentavam os seus braços erguidos, até à vitória final.

Este é o estilo de vida espiritual que a Igreja nos pede: não para vencer a guerra, mas para vencer a paz!