quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Para CNBB, é "inadequado e abusivo" que reforma do Ensino Médio seja feita por MP


NOTA DA CNBB SOBRE A 
“REFORMA DO ENSINO MÉDIO” – MP 746/16

“A fim de que os estudantes tenham esperança!”
(Papa Francisco, 14 de março de 2015)

O Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília-DF, nos dias 22 e 23 de novembro de 2016, manifesta inquietação face a Medida Provisória 746/16 que trata da reforma do Ensino Médio, em tramitação no Congresso Nacional.

Segundo o poder executivo, a MP 746/16 é uma proposta para a superação das reconhecidas fragilidades do Ensino Médio brasileiro. Sabe-se que o modelo atual, não prepara os estudantes para os desafios da contemporaneidade. Assim, são louváveis iniciativas que busquem refletir, debater e aprimorar essa realidade. 

Contudo, assim como outras propostas recentes, também essa sofre os limites de uma busca apressada de solução. Questão tão nobre quanto a Educação não pode se limitar à reforma do Ensino Médio. Antes, requer amplo debate com a sociedade organizada, particularmente com o mundo da educação. É a melhor forma de legitimação para medidas tão fundamentais. 

Toda a vez que um processo dessa grandeza ignora a sociedade civil como interlocutora, ele se desqualifica. É inadequado e abusivo que esse assunto seja tratado através de uma Medida Provisória.

A educação deve formar integralmente o ser humano. O foco das escolas não pode estar apenas em um saber tecnológico e instrumental. Há que se contemplar igualmente as dimensões ética, estética, religiosa, política e social. A escola é um dos ambientes educativos no qual se cresce e se aprende a viver. Ela não amplia apenas a dimensão intelectual, mas todas as dimensões do ser humano, na busca do sentido da vida. Afinal, que tipo de homem e de mulher essa Medida Provisória vislumbra? 

Participação dos mártires na vitória de Cristo, cabeça da Igreja


Eu, Paulo, prisioneiro pelo nome de Cristo, quero falar-vos das tribulações que suporto cada dia, para que, inflamados no amor de Deus, comigo louveis o Senhor, porque é eterna a sua misericórdia. 

Este cárcere é realmente a imagem do inferno eterno: além de suplícios de todo o gênero, tais como algemas, grilhões, cadeias de ferro, tenho de suportar o ódio, as agressões, calúnias, palavras indecorosas, repreensões, maldades, juramentos falsos e, além disso, as angústias e a tristeza. Mas Deus, que outrora libertou os três jovens da fornalha ardente, está sempre comigo e libertou-me destas tribulações, convertendo-as em suave doçura, porque é eterna a sua misericórdia. 

Imerso nestes tormentos, que costumam aterrorizar os outros, pela graça de Deus sinto-me alegre e contente, porque não estou só, mas estou com Cristo. 

O nosso divino Mestre é quem leva todo o peso da cruz, impondo-me apenas uma pequena parcela. Ele não é apenas espectador do meu combate, mas também combatente e vencedor em toda esta luta. Por isso é sobre a sua cabeça que se impõe a coroa da vitória, e nela participam todos os seus membros. 

Como posso eu suportar este espetáculo, ao ver todos os dias os imperadores, mandarins e seus guardas blasfemar o vosso santo nome, Senhor, que estais sentado sobre os Querubins e os Serafins?Vede como a vossa cruz é calcada aos pés dos pagãos! Onde está a vossa glória? Ao ver tudo isto, sinto inflamar-se o meu coração no vosso amor e prefiro ser dilacerado e morrer em testemunho da vossa infinita bondade. 

Mostrai, Senhor, o vosso poder, salvai-me e amparai-me, para que na minha fraqueza se manifeste a vossa força e seja glorificada diante dos gentios, não aconteça que eu vacile pelo caminho e os inimigos se orgulhem na sua soberba. 

Ouvindo tudo isto, caríssimos irmãos, tende coragem e alegrai-vos, dai graças eternamente a Deus, de quem procedem todos os bens, bendizei comigo ao Senhor, porque é eterna a sua misericórdia. 

Louvai o Senhor, todas as nações, aclamai-O, todos os povos, porque Deus escolheu o que é fraco para confundir o forte, escolheu o que é insignificante e desprezível para confundir o que se julga nobre. Pela minha boca e inteligência confundiu os mestres deste mundo, porque é eterna a sua misericórdia. 

Escrevo todas estas coisas, para que estejam unidas a vossa e a minha fé. No meio desta tempestade, lanço a âncora que me permitirá subir até ao trono de Deus: a esperança viva que está no meu coração. 

Caríssimos irmãos, correi de modo que alcanceis a coroa da vitória, revesti-vos com a couraça da fé, tomai as armas de Cristo e combatei à direita e à esquerda, como ensina São Paulo, meu patrono. É melhor para vós entrar na vida sem os olhos ou debilitados, do que, com todos os membros, serdes lançados fora. 

Ajudai-me com as vossas orações, a fim de que possa combater segundo as regras, combater o bom combate, combater até ao fim, de modo que termine felizmente a minha carreira. Se já não nos virmos nesta vida, encontrar-nos-emos na felicidade da vida futura, quando, na presença do Cordeiro imaculado, num só coração e numa só alma, cantarmos eternamente a alegria da vitória. Amém.


Das Cartas de São Paulo Le-bao-Tinh aos alunos do Seminário de Ke-Vinh, escritas no ano 1843 (Launay, A.: Le clergé tonquinois et ses prêtres martyrs, MEP, Paris 1925, pp. 80-83)

Santo André Dung-Lac e companheiros


Hoje homenageamos um grupo de cento e dezessete mártires vietnamitas. A maioria viveu e pregou entre os anos 1830 e 1870. Dentre eles muito se destacou o padre dominicano André Dung-Lac, tomado como exemplo maior dessas sementes da Igreja católica vietnamita. 

Filho de pais muito pobres, que o confiaram desde pequeno à guarda de um catequista, ordenou-se sacerdote em 1823. Durante seu apostolado foi vigário e missionário em diversas partes do país. Seu apostolado rendeu a ele muitas prisões durante a vida, mas geralmente seus companheiros o resgatavam a preço de pagamentos em dinheiro. 

Mas André não gostava desses resgates. Ele sabia que era necessário dar a Vida pelo Cristo para recebê-la de volta em plenitude. Dizia ao seus companheiros: "Aqueles que morrem pela fé sobem ao céu. Ao contrário, nós que nos escondemos continuamente gastamos dinheiro para fugir dos perseguidores. Seria melhor deixar-nos prender e morrer". 

Finalmente, foi decapitado em 24 de novembro de 1839, em Hanói, Vietnã.



Deus de misericórdia, que na sua bondade escolhestes Santo André e tantos outros homens e mulheres vietnamitas para propagar vosso evangelho em terras hostis, dai-nos a disposição necessária para realizar o mesmo apostolado em nossas comunidades. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Dar bons conselhos e ensinar valores também é Misericórdia, diz Papa


CATEQUESE
Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Terminado o Jubileu, hoje voltamos ao normal, mas permanecem ainda algumas reflexões sobre obras de misericórdia, e assim continuamos sobre isso.

A reflexão sobre obras de misericórdia espirituais diz respeito hoje a duas ações fortemente ligadas entre si: aconselhar os que estão em dúvida e ensinar os ignorantes, isso é, aqueles que não sabem. A palavra ignorante é muito forte, mas quer dizer aqueles que não sabem algo e a quem se deve ensinar. São obras que podem ser vividas seja em uma dimensão simples, familiar, a todos, seja – especialmente a segunda, aquela de ensinar – em um plano mais institucional, organizado. Pensemos, por exemplo, em quantas crianças sofrem ainda de analfabetismo. Não se pode entender isso: em um mundo onde o progresso técnico-científico tenha chegado tão alto, há crianças analfabetas! É uma injustiça. Quantas crianças sofrem de falta de instrução. É uma condição de grande injustiça que afeta a dignidade da pessoa. Sem instrução, depois, torna-se fácil presa da exploração e de várias formas de mal-estar social.

A Igreja, ao longo dos séculos, sentiu a necessidade de se empenhar no âmbito da instrução, porque a sua missão de evangelizar comporta o empenho de restituir dignidade aos mais pobres. Do primeiro exemplo de uma “escola” fundada justamente aqui em Roma por São Justino, no segundo século, para que os cristãos conhecessem melhor a Sagrada Escritura, até São José Calasnanzio, que abriu as primeiras escolas populares gratuitas da Europa, temos um longo elenco de santos e santas que em várias épocas levaram instrução aos mais desfavorecidos, sabendo que através deste caminho poderiam superar a miséria e as discriminações. Quantos cristãos, leigos, irmãos e irmãs consagradas, sacerdotes, deram a própria vida na instrução, na educação das crianças e dos jovens. Isso é grande: eu vos convido a fazer uma homenagem a eles com um belo aplauso! [aplauso dos fiéis] Estes pioneiros da instrução tinham compreendido a fundo a obra de misericórdia e tinham feito um estilo de vida tal a transformar a mesma sociedade. Através de um trabalho simples e poucas estruturas, souberam restituir dignidade a tantas pessoas! E a instrução que davam era muitas vezes orientada também ao trabalho. Mas pensemos em São João Bosco, que preparava ao trabalho jovens de rua, com o oratório e depois com as escolas, os escritórios. Foi assim que surgiram muitas e diversas escolas profissionais, que habilitavam ao trabalho enquanto educavam aos valores humanos e cristãos. A instrução, portanto, é realmente uma peculiar forma de evangelização.

Mais cresce a instrução e mais as pessoas conquistam certezas e consciência de que todos temos necessidades na vida. Uma boa instrução nos ensina o método crítico, que compreende também um certo tipo de dúvida, útil a propor perguntas e verificar os resultados alcançados, em vista de um conhecimento maior. Mas a obra de misericórdia de aconselhar pessoas em dúvida não diz respeito a esse tipo de dúvida. Exprimir a misericórdia para os que estão em dúvida equivale, em vez disso, a aliviar aquele sofrimento que provém do medo e da angústia que são consequências da dúvida. É, portanto, um ato de verdadeiro amor com o qual se pretende apoiar uma pessoa na fraqueza provocada pela incerteza. 

BH: Freira morre em incêndio no Convento São Francisco das Irmãs Clarissas Franciscanas


Uma freira de 82 anos morreu queimada nesta quarta-feira (23) após um incêndio atingir um convento, na Avenida Presidente Carlos Luz, no bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo atingiu vários quartos do Convento São Francisco, onde moram cerca de 50 irmãs Clarissas Franciscanas.

Ainda segundo a corporação, as chamas começaram por volta das 5h e atingiram a ala do convento onde dormiam cerca de 15 freiras. Algumas delas ficaram intoxicadas com a fumaça e foram atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Conforme os militares, três tiveram que ser levadas para o hospital.

Os bombeiros informaram que, durante o incêndio, cerca de 50 pessoas foram retiradas do local. Por volta de 8h, o incêndio já havia sido controlado. Uma perícia deve indicar como o fogo começou.

O trânsito chegou a ficar lento na Avenida Presidente Carlos Luz, sentido Centro.

A Arquidiocese de Belo Horizonte publicou uma nota em solidariedade às Irmãs Clarissas Franciscanas:

Ai da alma em que não habita Cristo!


Assim como outrora Deus, irritado contra os judeus, entregou Jerusalém à afronta dos seus inimigos e ela foi dominada por aqueles que a odiavam, ficando sem poder celebrar festas nem sacrifícios, assim também agora Deus, irado contra a alma que transgride os seus mandamentos, a entrega ao poder dos mesmos inimigos que a seduziram e que a desfiguram completamente. 

E assim como uma casa que não é habitada pelo dono, fica abandonada às trevas, à infâmia e ao desprezo, e se enche de lixo e imundície, assim também a alma, privada do seu Senhor que antes habitava nela com os seus Anjos, se enche das trevas do pecado, de paixões iníquas e de toda a ignomínia. 

Ai do caminho que ninguém percorre, em que não se ouve uma voz humana, porque depressa se converte em asilo de animais! Ai da alma por onde o Senhor não passa, fazendo ouvir a sua voz para afugentar as feras espirituais da maldade! Ai da terra que não tem agricultor para a trabalhar! Ai do barco sem timoneiro: batido pelas ondas e tempestades do mar, acaba por naufragar! Ai da alma que não leva consigo o verdadeiro timoneiro que é Cristo: envolvida num violento mar de trevas, batida pelas ondas das suas paixões, impelida pela tempestade invernal dos espíritos malignos, caminha miseravelmente para o naufrágio! 

Ai da alma privada de Cristo, o único que a pode cultivar diligentemente para a fazer produzir os bons frutos do Espírito: assim abandonada, cheia de espinhos e abrolhos, em vez de dar frutos, acaba na fogueira! Ai da alma em que não habita Cristo, o seu Senhor: assim abandonada, começa a emanar fétidas paixões e acaba por se converter num antro de vícios! Assim como o agricultor que quer trabalhar a terra escolhe os instrumentos mais apropriados e veste a roupa mais aconselhável para esse trabalho, também Cristo, o rei celeste e verdadeiro agricultor, vindo ao encontro da humanidade devastada pelo pecado, assumiu um corpo humano e, tomando a cruz como instrumento de trabalho, cultivou a alma abandonada, libertou-a dos espinhos e abrolhos dos maus espíritos, arrancou dela o joio do mal e lançou ao fogo toda a palha dos seus pecados; e tendo-a assim trabalhado com o madeiro da cruz, plantou nela o ameníssimo jardim do Espírito, que produz toda a espécie de frutos saborosos e agradáveis para Deus, que é o seu Senhor.



Das Homilias atribuídas a São Macário, bispo

(Hom. 28: PG 34, 710-711) (Sec. IV)

Importância do Jovem Católico conhecer a Bíblia


A Bíblia Sagrada é o mais importante livro da Igreja Católica e, no entanto, nem todas as pessoas o conhecem profundamente, principalmente os mais jovens. Tem uma razão de ser já que muitos a consideram hermética, de difícil compreensão, que traz ensinamentos que necessitam de maturidade suficiente para entender com clareza todos os significados expressos no Velho e Novo Testamentos. Cheio de parábolas e histórias, a Bíblia que traz mais de 1.600 anos de diferentes estágios da humanidade. Para aqueles que têm o desejo de conhecer o livro sagrado, mas não sabem como iniciar a leitura, vamos ajudá-lo a ler de forma que haja um maior entendimento de toda a Bíblia.

Como Jovem Católico, a pergunta é por que devo conhecer melhor a Bíblia? Por várias razões, mas a principal delas é que a leitura leva o jovem a conhecer a história da fé da humanidade e aprender com os desafios e ações que foram necessários para o fortalecimento da crença em Deus. E não só isso, mas a Bíblia também traz inúmeros ensinamentos que, apesar dos séculos, ainda se mantêm firmes porque foram calcados na moral e ética do amor em Deus.

Conhecer a bíblia  terá maior discernimento para fazer suas escolhas, porque o maior guia serão as ações de pessoas que tiveram provas duras e, no entanto, não ficaram enfraquecidas na fé. Mesmo com a evolução da humanidade e as inúmeras descobertas tecnológicas, a essência do homem não mudou no decorrer dos últimos milênios. O católico que lê a bíblia sabe que muitas das atribulações e provas de fé fizeram parte de outras vidas, cujas histórias estão expressas ao ler a Bíblia. E nada melhor do que ter essas experiências para tomar decisões acertadas e coerentes com a de um cristão. 

São Clemente I


Clemente foi o quarto Papa da Igreja de Roma, ainda no primeiro século. Vivia em Roma e foi contemporâneo de São João Evangelista, São Felipe e São Paulo. A antiga tradição cristã o apresenta como filho do senador Faustino da família Flavia, parente do imperador Domiciano. 

Governou a Igreja por longo período, do ano 88 ao 97, no qual levou avante a evangelização com firmemente centrada nos princípios da doutrina. Foi considerado o autor da célebre Carta aos coríntios. Através da Carta, Clemente I os animou a perseverarem na fé, na caridade ensinada por Cristo e participarem da união com a Igreja. 

Restabeleceu o uso da Crisma, seguindo a tradição de São Pedro e instituiu o uso da expressão "Amém" nos ritos religiosos. Com sua atuação séria e exemplar converteu até Domitila, irmã do imperador Domiciano, fato que ajudou muito para amenizar a sangrenta perseguição aos cristãos. 

Por causa de suas ações o papa Clemente I acabou exilado na Criméia, onde encontrou milhares de cristãos abandonados. Passou a encorajá-los a perseverarem na fé e converteu muitos outros pagãos. Novamente suas atitudes desagradaram as lideranças pagãs. O imperador mandou jogá-lo no mar Negro com uma âncora amarrada no pescoço. Tudo aconteceu no dia 23 de novembro do ano 101.



Senhor Jesus, vós que confiastes a Pedro o cuidado de vossas ovelhas, infundi vosso Espírito em vosso sucessor, o Papa. Que ele se alimente de vossa vontade e guie a Igreja segundo os desígnios do Pai que Vós mesmo revelastes. Amém.