terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Eu não me interessava muito pelo Menino Jesus de Praga. Até que um dia…


Como católico que escreve com frequência sobre arte, estou muito familiarizado com imagens sagradas que se transformaram em objetos de devoção popular. Um exemplo famoso é o muito querido Menino Jesus de Praga, que chegou da Espanha à região da Boêmia no século XVI.

Sempre conheci bem essa imagem, mas foi só num momento de crise na minha vida que consegui apreciar de verdade o Menino de Praga como algo muito maior que um objeto de devoção religiosa.

Faz alguns anos, um grande amigo meu foi até a República Tcheca de férias e me trouxe uma pequena estátua do Menino de Praga. Ela veio da igreja carmelita de Santa Maria da Vitória, onde a imagem original é conservada.

A reprodução tem apenas 8 centímetros de altura e é feita de porcelana vidrada e dourada. Representa o Menino Jesus com vestes verde-azuladas e uma coroa que recorda uma tiara papal.

Coloquei a imagenzinha na minha mesa de trabalho, mais por um sentimento de apreço pelo presente de um bom amigo do que por devoção. Mas, durante um momento de crise, tudo isso mudou em um dia.

Eu trabalhava, na época, em um local cujo ambiente estava bem deteriorado. Já tinha começado a procurar um novo emprego quando soube, na manhã de um sexta-feira, que o chefão queria uma reunião comigo. Lembro de mim mesmo olhando para a diminuta figura do Menino Jesus de Praga sobre a minha mesa e fazendo uma breve oração: “Bom, Menino Jesus. Se houver algum jeito de me ajudar com uma ‘aterrissagem suave’, eu agradeceria muito”.

Uma hora depois eu estava sem trabalho.

Enquanto almoçava com um amigo naquele mesmo dia, fiquei surpreso por me sentir estranhamente calmo e despreocupado. Acabava de perder o trabalho e não tinha ideia do que ia acontecer depois. Mesmo assim, por alguma razão, estava incrivelmente contente com o que tinha ocorrido, na certeza de que tudo ia ficar bem.

Algumas horas mais tarde, recebi um e-mail de uma empresa que tinha ficado sabendo da minha disponibilidade. Eles me perguntavam se eu estava interessado em participar de uma entrevista de trabalho na segunda-feira. Eu fui – e eles me contrataram imediatamente. É difícil imaginar uma “aterrissagem” mais suave do que essa.

Desde então, dou sempre uma olhada em busca do Menino Jesus de Praga em toda igreja onde entro. 

Santa Luzia


O nome de Santa Luzia deriva do latim e significa: Portadora da luz. Ela é invocada pelos fiéis como a protetora dos olhos, que são a “janela da alma”, canal de luz.

A devoção a Santa Luzia faz parte da tradição católica, mas somente em 1894 descobriu-se uma inscrição escrita em grego sobre um sepulcro em Nápolis, confirmando a existência da mártir de Siracusa. 

Ela nasceu em Siracusa (Itália) no fim do śeculo III. Conta-se que pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, a ponto de ter feito um voto de viver a virgindade perpétua. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe, chamada Eutícia, a queria casada com um jovem de distinta família, porém, pagão.

Ao pedir um tempo para o discernimento e tendo a mãe gravemente enferma, Santa Luzia inspiradamente propôs à mãe que fossem em romaria ao túmulo da mártir Santa Águeda, em Catânia, e que a cura da grave doença seria a confirmação do “não” para o casamento. Milagrosamente, foi o que ocorreu logo com a chegada das romeiras e, assim, Santa Luzia voltou para Siracusa com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto aos sofrimentos pelos quais passaria, assim como Santa Águeda.

Santa Luzia vendeu tudo, deu aos pobres, e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa. Não querendo oferecer sacrifício aos falsos deuses nem quebrar o seu santo voto, ela teve que enfrentar as autoridades perseguidoras. Quis o prefeito da cidade, Pascásio, levar à desonra a virgem cristã, mas não houve força humana que a pudesse arrastar. Firme como um monte de granito, várias juntas de bois não foram capazes de a levar (Santa Luzia é muitas vezes representada com os sobreditos bois). As chamas do fogo também se mostravam impotentes diante dela, até que por fim a espada acabou com vida tão preciosa. A decapitação de Santa Luzia se deu no ano de 303.

Conta-se que antes de sua morte teriam arrancado os seus olhos, fato ou não, Santa Luzia é reconhecida pela vida que levou Jesus – Luz do Mundo – até as últimas consequências, pois assim testemunhou diante dos acusadores: “Adoro a um só Deus verdadeiro, e a Ele prometi amor e fidelidade”.


Santa Luzia, Virgem e Mártir, que tanto agradastes ao Senhor, preferindo sacrificar a vida a lhe ser infiel, vinde em nosso auxílio e por meio de vossa intercessão livrai-nos de toda a enfermidade dos olhos e do perigo de perdê-los. Possamos por vossa intercessão passar a vida na paz do Senhor chegando um dia a vê-lo com os olhos transfigurados na eterna pátria dos céus. Amém!

Santa Luzia, rogai por nós! 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Papa Francisco: em 2017, comprometer-se com a não-violência!


MENSAGEM DO SANTO PADRE
FRANCISCO
PARA A CELEBRAÇÃO DO
50º DIA MUNDIAL DA PAZ

1° DE JANEIRO DE 2017
A não-violência: estilo de uma política para a paz

1. No início deste novo ano, formulo sinceros votos de paz aos povos e nações do mundo inteiro, aos chefes de Estado e de governo, bem como aos responsáveis das Comunidades Religiosas e das várias expressões da sociedade civil. Almejo paz a todo o homem, mulher, menino e menina, e rezo para que a imagem e semelhança de Deus em cada pessoa nos permitam reconhecer-nos mutuamente como dons sagrados com uma dignidade imensa. Sobretudo nas situações de conflito, respeitemos esta «dignidade mais profunda»[1] e façamos da não-violência ativa o nosso estilo de vida.

Esta é a Mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz. Na primeira, o Beato Papa Paulo VI dirigiu-se a todos os povos – e não só aos católicos – com palavras inequívocas: «Finalmente resulta, de forma claríssima, que a paz é a única e verdadeira linha do progresso humano (não as tensões de nacionalismos ambiciosos, nem as conquistas violentas, nem as repressões geradoras duma falsa ordem civil)». Advertia contra o «perigo de crer que as controvérsias internacionais não se possam resolver pelas vias da razão, isto é, das negociações baseadas no direito, na justiça, na equidade, mas apenas pelas vias dissuasivas e devastadoras». Ao contrário, citando a Pacem in terris do seu antecessor São João XXIII, exaltava «o sentido e o amor da paz baseada na verdade, na justiça, na liberdade, no amor».[2] É impressionante a atualidade destas palavras, não menos importantes e prementes hoje do que há cinquenta anos.

Nesta ocasião, desejo deter-me na não-violência como estilo duma política de paz, e peço a Deus que nos ajude, a todos nós, a inspirar na não-violência as profundezas dos nossos sentimentos e valores pessoais. Sejam a caridade e a não-violência a guiar o modo como nos tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais. Quando sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem ser os protagonistas mais credíveis de processos não-violentos de construção da paz. Desde o nível local e diário até ao nível da ordem mundial, possa a não-violência tornar-se o estilo caraterístico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações, da política em todas as suas formas.

Um mundo dilacerado

2. Enquanto o século passado foi arrasado por duas guerras mundiais devastadoras, conheceu a ameaça da guerra nuclear e um grande número de outros conflitos, hoje, infelizmente, encontramo-nos a braços com uma terrível guerra mundial aos pedaços. Não é fácil saber se o mundo de hoje seja mais ou menos violento que o de ontem, nem se os meios modernos de comunicação e a mobilidade que caracteriza a nossa época nos tornem mais conscientes da violência ou mais rendidos a ela.

Seja como for, esta violência que se exerce «aos pedaços», de maneiras diferentes e a variados níveis, provoca enormes sofrimentos de que estamos bem cientes: guerras em diferentes países e continentes; terrorismo, criminalidade e ataques armados imprevisíveis; os abusos sofridos pelos migrantes e as vítimas de tráfico humano; a devastação ambiental. E para quê? Porventura a violência permite alcançar objetivos de valor duradouro? Tudo aquilo que obtém não é, antes, desencadear represálias e espirais de conflitos letais que beneficiam apenas a poucos «senhores da guerra»?

A violência não é o remédio para o nosso mundo dilacerado. Responder à violência com a violência leva, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e a atrozes sofrimentos, porque grandes quantidades de recursos são destinadas a fins militares e subtraídas às exigências do dia-a-dia dos jovens, das famílias em dificuldade, dos idosos, dos doentes, da grande maioria dos habitantes da terra. No pior dos casos, pode levar à morte física e espiritual de muitos, se não mesmo de todos.

A Boa Nova

3. O próprio Jesus viveu em tempos de violência. Ensinou que o verdadeiro campo de batalha, onde se defrontam a violência e a paz, é o coração humano: «Porque é do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos» (Marcos 7, 21). Mas, perante esta realidade, a resposta que oferece a mensagem de Cristo é radicalmente positiva: Ele pregou incansavelmente o amor incondicional de Deus, que acolhe e perdoa, e ensinou os seus discípulos a amar os inimigos (cf. Mateus 5, 44) e a oferecer a outra face (cf. Mateus 5, 39). Quando impediu, aqueles que acusavam a adúltera, de a lapidar (cf. João 8, 1-11) e na noite antes de morrer, quando disse a Pedro para repor a espada na bainha (cf. Mateus 26, 52), Jesus traçou o caminho da não-violência que Ele percorreu até ao fim, até à cruz, tendo assim estabelecido a paz e destruído a hostilidade (cf. Efésios 2, 14-16). Por isso, quem acolhe a Boa Nova de Jesus, sabe reconhecer a violência que carrega dentro de si e deixa-se curar pela misericórdia de Deus, tornando-se assim, por sua vez, instrumento de reconciliação, como exortava São Francisco de Assis: «A paz que anunciais com os lábios, conservai-a ainda mais abundante nos vossos corações».[3]

Hoje, ser verdadeiro discípulo de Jesus significa aderir também à sua proposta de não-violência. Esta, como afirmou o meu predecessor Bento XVI, «é realista pois considera que no mundo existe demasiada violência, demasiada injustiça e, portanto, não se pode superar esta situação, exceto se lhe contrapuser algo mais de amor, algo mais de bondade. Este “algo mais” vem de Deus».[4]E acrescentava sem hesitação: «a não-violência para os cristãos não é um mero comportamento tático, mas um modo de ser da pessoa, uma atitude de quem está tão convicto do amor de Deus e do seu poder que não tem medo de enfrentar o mal somente com as armas do amor e da verdade. O amor ao inimigo constitui o núcleo da “revolução cristã”».[5] A página evangélica – amai os vossos inimigos (cf. Lucas 6, 27) – é, justamente, considerada «a magna carta da não-violência cristã»: esta não consiste «em render-se ao mal (...), mas em responder ao mal com o bem (cf. Romanos 12, 17-21), quebrando dessa forma a corrente da injustiça».[6] 

Deus amou­-nos primeiro


Vós sois verdadeiramente o único Senhor; o domínio que exerceis sobre nós constitui a nossa salvação; e o serviço que Vos prestamos outra coisa não é que ser salvos por Vós.

De Vós, Senhor, vem a salvação e a bênção sobre o vosso povo; mas que é a vossa salvação senão a graça que nos concedeis, de Vos amarmos e de sermos amados por Vós?

Por isso quisestes que o Filho que está à vossa direita, o homem que confirmastes para Vós, fosse chamado Jesus, isto é, Salvador, porque Ele salvará o povo dos seus pecados, e em nenhum outro podemos ser salvos. Ele nos ensinou a amá-l’O, amando-nos primeiro até à morte de cruz; suscitou em nós o amor para com Ele, amando-nos primeiro até ao fim.

Assim é, com efeito. Amastes-nos primeiro para que nós Vos pudéssemos amar, não por precisardes do nosso amor, mas porque não poderíamos alcançar o fim para que fomos criados, se não Vos amássemos.

Por isso, tendo falado outrora muitas vezes e de muitos modos a nossos pais pelos Profetas, nestes últimos dias falas­ tes­nos por meio do Filho, o vosso Verbo, que criou os céus e com o sopro da sua boca os adornou.

Para Vós, falar por meio de vosso Filho outra coisa não foi que pôr à luz do sol, isto é, manifestar claramente quanto e como nos amastes, Vós que não poupastes o próprio Filho, mas O entregastes por todos nós; e Ele também nos amou e Se entregou por nós.

Esta é a Palavra que nos enviastes, Senhor, o Verbo todo-poderoso, que no meio do silêncio profundo que envolvia todaa terra, quer dizer, quando estava submersa no abismo do erro, desceu do seu trono real, para combater energicamente todos os erros e fazer triunfar suavemente o amor.

E tudo o que fez, tudo o que disse sobre a terra, tudo o que sofreu — os opróbrios, as cuspidelas e as bofetadas, a cruz e o sepulcro — foi o modo de nos falardes por meio do vosso Filho, para suscitar o nosso amor por Vós, atraindo-nos com o vosso amor.

Deus, Criador dos homens, Vós sabíeis que este amor não pode ser imposto, mas que é necessário estimulá-lo no coração humano. Porque onde há coacção não há liberdade, e onde não há liberdade não há justiça.

Por isso quisestes que Vos amássemos, já que não podíamos ser salvos pela justiça, mas apenas pelo amor que Vos consagrássemos; nem Vos poderíamos amar sem que o nosso amor procedesse de Vós. E assim, como diz o discípulo amado e nós também já recordámos, Vós nos amastes primeiro e Vos ante- cipais no amor a todos os que Vos amam.

Também nós Vos amamos com os sentimentos do amor que derramastes em nossos corações. Mas o vosso amor é a vossa própria bondade, ó sumo bem e bem sumo; é o Espírito Santo que procede do Pai e do Filho e que no princípio da criação pairava sobre as águas, quer dizer, sobre as mentes flutuantes dos homens, oferecendo-Se a todos e atraindo tudo a Si, inspirando e promovendo, afastando o pernicioso e favorecendo o benéfico, unindo Deus a nós e nós a Deus.


Do Tratado de Guilherme, abade do mosteiro de Saint-Thierry, 
sobre a contemplação de Deus (Nn. 9-11: SC 61, 90-96) (sec. XII)

É possível ler o horóscopo “só por diversão”?


A leitura do horóscopo do dia parece coisa que pode ser feita por simples diversão. Basta abrir o jornal local e encontrar as “previsões diárias” ali pela vizinhança das tirinhas cômicas ou das palavras cruzadas. Se preferir, você vai encontrá-las também numa vasta quantidade de páginas, internet afora.

Acontece que a Igreja não considera que a astrologia seja “simples diversão”: ela ensina que existem riscos muito mais sinistrosenvolvidos nas “artes da adivinhação do futuro” – riscos capazes de colocar em contato com a presença do mal.

Antes de mais, o que é astrologia?

Trata-se, basicamente, de considerar as posições das estrelas e os movimentos dos planetas e interpretar qual é a sua suposta influência em acontecimentos diversos, inclusive na vida e no comportamento das pessoas. A astrologia é uma prática antiga, com raízes bem anteriores ao nascimento de Cristo e presente em várias religiões pagãs. Seu objetivo principal é a predição do futuro com base nas dinâmicas dos corpos celestes.

Tudo isso coloca a astrologia na categoria da “adivinhação“, com a esperança subjacente de que, se uma pessoa puder saber como se desenrolará um determinado dia, ela terá uma espécie de “poder” sobre o tempo. É neste sentido que a leitura dos horóscopos se presta às estratégias do diabo.

Somente Deus conhece o futuro, já que Ele não vive dentro dos limites do tempo e sim na eternidade, no eterno “agora”. Tudo o que é, foi e será está sempre diante dos olhos de Deus. Satanás e seus asseclas não conhecem o futuro; no entanto, por serem espíritos dotados de alto intelecto e observarem o que ocorre no tempo, eles podem oferecer aos indivíduos certas especulações do que viria a acontecer. O recurso a entidades espirituais que não são Deus a fim de adivinhar o futuro é algo que se manifesta em práticas como a “leitura da mão” ou a consulta com “médiuns”, que procuram o auxílio de algum espírito (ou demônio) para prever algo da vida de alguém.

Quem participa da criação de horóscopos pode ou não ter relação aberta com o mal, mas, em algum nível, está se abrindo à influência de espíritos nefastos. Satanás, desde o Jardim do Éden, está constantemente nos oferecendo a “maçã do conhecimento” na esperança de nos levar para longe da filial confiança em Deus Pai. A “lógica” por trás disso é uma tentação antiquíssima: se “soubermos” mais do que Deus, teremos poder. 

Nossa Senhora de Guadalupe


Num sábado, no ano de 1531, a Virgem Santíssima apareceu a um indígena que, de seu lugarejo, caminhava para a cidade do México a fim de participar da catequese e da Santa Missa enquanto estava na colina de Tepeyac, perto da capital. Este índio convertido chamava-se Juan Diego (canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002).

Nossa Senhora disse então a Juan Diego que fosse até o bispo e lhe pedisse que naquele lugar fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus.

O bispo local, usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena que, somente na terceira aparição, foi concedido. Isso ocorreu quando Juan Diego buscava um sacerdote para o tio doente: “Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa. Acaso não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais do que isto? Não permita que nada o aflija e o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo, porque ele já está curado. Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao Bispo. Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é meu embaixador e merece a minha confiança. Quando chegar diante dele, desdobre a sua “tilma” (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém, só em sua presença. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omita…”

O prelado viu não somente as rosas, mas o milagre da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, pintada prodigiosamente no manto do humilde indígena. Ele levou o manto com a imagem da Santíssima Virgem para a capela, e ali, em meio às lágrimas, pediu perdão a Nossa Senhora. Era o dia 12 de dezembro de 1531.

Uma linda confirmação deu-se quando Juan Diego fora visitar o seu tio, que sadio narrou: “Eu também a vi. Ela veio a esta casa e falou a mim. Disse-me também que desejava a construção de um templo na colina de Tepeyac e que sua imagem seria chamada de ‘Santa Maria de Guadalupe’, embora não tenha explicado o porquê”. Diante de tudo isso muitos se converteram e o santuário foi construído.

O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto, não dura mais de 20 anos e este já existe há mais de quatro séculos e meio. Durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e até hoje os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de corrupção.

No ano de 1971, alguns peritos inadvertidamente deixaram cair ácido nítrico sobre toda a pintura. E nem a força de um ácido tão corrosivo estragou ou manchou a imagem. Com a invenção e ampliação da fotografia descobriu-se que, assim como a figura das pessoas com as quais falamos se reflete em nossos olhos, da mesma forma a figura de Juan Diego, do referido bispo e do intérprete se refletiu e ficou gravada nos olhos do quadro de Nossa Senhora. Cientistas americanos chegaram à conclusão de que estas três figuras estampadas nos olhos de Nossa Senhora não são pintura, mas imagens gravadas nos olhos de uma pessoa viva.

Declarou o Papa Bento XIV, em 1754: “Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros… uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja… Deus não agiu assim com nenhuma outra nação”.

Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada “Padroeira de toda a América” pelo Papa Pio XII no dia 12 de outubro de 1945.

No dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e consagrou a Mãe Santíssima toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira.

Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!



Mãe Maria, Senhora de Guadalupe, abençoai nosso continente e conduzi-nos sempre ao encontro de Jesus Cristo. Olhai as populações pobres da América latina e ajudai-as a manter a fé e a fidelidade ao evangelho. Amém.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Explosão em igreja copta deixa ao menos 25 mortos no Egito


Um novo massacre de fiéis coptas voltou a ensanguentar o Egito. Uma bomba foi deflagrada na manhã deste domingo na Capela dos Santos Pedro e Paulo, adjacente à Catedral de São Marcos, no Cairo, deixando ao menos 25 mortos e dezenas feridos, sobretudo mulheres e crianças.

Segundo a emissora por satélite CBC extra, a explosão teria ocorrido na seção feminina da igreja. A adjacente Catedral de São Marcos é a residência do Patriarca copta Papa Tawadros II, a quem o Papa Francisco se dirigiu expressando sua proximidade durante a oração do Angelus, este domingo, na Praça São Pedro.

Segundo a agência missionária AsiaNews, o ministro dos assuntos internos do Egito Magdi Abdel-Ghaffar visitou a igreja, cuja explosão deixou vitrais e janelas destruídas e marcas de sangue espalhadas no templo. Até o momento não houve nenhuma reivindicação.

O atentado da manhã deste domingo é um dos mais graves sofridos pela comunidade cristã copta. Na celebração do Natal copta, em 1º de janeiro de 2011, em Alexandria, um ataque terrorista causou a morte de 21 pessoas e o ferimento de mais de 70. 

Alegra-te, Filha de Sião!


“Exulta de alegria, ó filha de Sião,
porque Eu, o Senhor, vou morar em teu meio!” (Liturgia do Advento).

Quem é esta “filha de Sião”? Por que deve se alegrar?

A Filha de Sião é primeiramente o povo de Israel, simbolizado pela própria cidade de Jerusalém, situada no Monte Sião.

Israel, o da Antiga Aliança, pode ainda hoje escutar este convite à alegria, presente em tantos profetas: o Senhor não abandonou o Seu povo; vem a ele para salvá-lo nos apertos da história. O Senhor vem!

E Israel, o antigo povo, continua a esperar o Messias prometido, como sinal da proximidade e da salvação abençoada do Senhor Deus. E, um dia, no Dia de Cristo, Dia da Aparição do Senhor nosso em Sua Glória, o Israel segundo a carne verá o seu Salvador!

Mas, a Filha de Sião é também a Virgem Maria, que em si sintetiza e personifica o povo da Antiga Aliança.

Isto aparece bem claro na Escritura se compararmos a profecia de Sofonias 3,14-17 e Lc 1,26-31.

No Novo Testamento a Virgem santíssima é declarada Filha de Sião, personificação do antigo povo.

Veja só, comparando os textos sagrados segundo Lucas e Sofonias: