A leitura do horóscopo do dia parece coisa que pode ser feita
por simples diversão. Basta abrir o jornal local e encontrar as “previsões
diárias” ali pela vizinhança das tirinhas cômicas ou das palavras cruzadas. Se
preferir, você vai encontrá-las também numa vasta quantidade de páginas,
internet afora.
Acontece que
a Igreja não considera que a astrologia seja “simples diversão”: ela ensina que
existem riscos muito mais sinistrosenvolvidos
nas “artes da adivinhação do futuro” – riscos capazes de colocar em contato com
a presença do mal.
Antes de mais, o que é astrologia?
Trata-se,
basicamente, de considerar as posições das estrelas e os movimentos dos
planetas e interpretar qual é a sua suposta influência em acontecimentos
diversos, inclusive na vida e no comportamento das pessoas. A astrologia é uma
prática antiga, com raízes bem anteriores ao nascimento de Cristo e presente em
várias religiões pagãs. Seu objetivo principal é a predição do futuro com base
nas dinâmicas dos corpos celestes.
Tudo isso
coloca a astrologia na categoria da “adivinhação“, com a
esperança subjacente de que, se uma pessoa puder saber como se desenrolará um
determinado dia, ela terá uma espécie de “poder” sobre o tempo. É neste sentido
que a leitura dos horóscopos se presta às estratégias do diabo.
Somente Deus conhece o futuro, já que Ele
não vive dentro dos limites do tempo e sim na eternidade, no eterno “agora”.
Tudo o que é, foi e será está sempre diante dos olhos de Deus. Satanás e seus
asseclas não conhecem o futuro; no entanto, por serem espíritos dotados de alto
intelecto e observarem o que ocorre no tempo, eles podem oferecer aos
indivíduos certas especulações do que viria a acontecer. O recurso a entidades
espirituais que não são Deus a fim de adivinhar o futuro é algo que se
manifesta em práticas como a “leitura da mão” ou a consulta com “médiuns”, que
procuram o auxílio de algum espírito (ou demônio) para prever algo da vida de
alguém.
Quem
participa da criação de horóscopos pode ou não ter relação aberta com o mal,
mas, em algum nível, está se
abrindo à influência de espíritos nefastos. Satanás, desde o
Jardim do Éden, está constantemente nos oferecendo a “maçã do conhecimento” na
esperança de nos levar para longe da filial confiança em Deus Pai. A “lógica”
por trás disso é uma tentação antiquíssima: se “soubermos” mais do que Deus,
teremos poder.
A Igreja sempre se opôs firmemente às práticas da astrologia e à
leitura de horóscopos, conforme deixa claro o Catecismo da Igreja
Católica. Em seu número 2116, ele afirma que todas as formas de adivinhação
devem ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, invocação dos mortos e
quaisquer outras práticas supostamente voltadas a “desvendar” o futuro.
Horóscopos, astrologia, leitura da mão, interpretação de presságios, fenômenos
de clarividência, recurso a médiuns, tudo isso esconde um desejo de poder sobre
o tempo e a história e, em última análise, sobre os outros seres humanos, além
de um desejo de acesso a poderes ocultos. São práticas que contradizem o
respeito, a honra e o amor que devemos a Deus exclusivamente.
Há vários
anos, o então bispo de Stockton, na Califórnia, dom Donald W. Montrose,
escreveu uma carta pastoral condenando fortemente a leitura de horóscopos.
Afirma ele:
“Por
mais que milhões de pessoas acompanhem os horóscopos com maior ou menor
interesse, ainda se trata de um tipo de adivinhação. Por mais que se alegue não
acreditar em horóscopos e ler o próprio apenas por diversão, essa prática deve
ser abandonada. O horóscopo diário pode facilmente nos influenciar de vez em
quando. É uma forma de nos abrir para o ocultismo”.
Os exorcistas também atestam a influência demoníaca dos horóscopos: das pessoas que
chegaram a ser possuídas ou influenciadas pelo diabo, várias começaram a se
expor a ele mediante a leitura do horóscopo.
Demos
ouvidos às palavras de Jeremias: “Assim diz o Senhor: Não aprendais os
caminhos dos gentios e não tenhais medo dos sinais nos céus, ainda que os
gentios os temam” (cf. Jr 10, 2 ).
O horóscopo
até pode aparecer nas seções de “entretenimento” dos jornais, mas está longe de
ser mera “diversão”. Ele está ligado a pressupostos capazes de perturbar
gravemente a alma de uma pessoa.
Philip Kosloski
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Aleteia
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