sábado, 17 de dezembro de 2016

À espera de um Natal de Jesus...


Que saudades do Natal cristão que não vem, que vai desaparecendo, ano após ano... Que saudade de um mundo que acreditava, que era capaz de rejubilar-se, esperançoso, otimista, feliz, quase menino, - mesmo com todos os problemas – porque sabia com certeza certa da existência de um Deus de amor e bondade - Deus santo de Abraão, Isaac e Jacó – que na plenitude dos tempos, de modo admirável, surpreendente, terno, meigo, poético, de Maria Virgem enviou o Seu Filho amado a este mundo ferido e cansado.

Que saudade do presépio, do Menino envolto em faixas, do olhar terno da Virgem Mãe, dos joelhos dobrados do casto e humilde José, da admiração dos pastores, dos anjos envoltos em luz...

Que saudade do boi e do burrico que reconheceram o seu dono, o seu Senhor...

Que saudades de um mundo, de uma sociedade que sonhava e esperava porque acreditava!

Que natal frio, vazio, morto e escuro, esse vivido pela sociedade ocidental!

Natal mentiroso,

Sem Jesus,
Sem Deus,
Sem a ternura do Emanuel!

Natal de nada,
De Papai Noel,
De consumo,
De compras e superficialidades...

Natal de hipocrisia,
De alegria vazia,
Alegria por nada,
Alegria de nada,
Alegria mundana,
Tristeza maquiada, lipoaspirada, fugaz, artificial!

Natal pecaminoso,
De negação de Deus,
De esquecimento do Mistério,
De incapacidade de acolher o Senhor e a Ele adorar e a Ele obedecer!

Antinatal! Natal dos anticristos!

Que tristeza, as nossas cidades iluminadas por nada, preparando-se para nada, esperando uma noite de nada...

Como pôde o nosso Ocidente outrora cristão chegar a este ponto de vazio, de leviandade, de desumanidade?

Senhor Jesus, Santo Emanuel, Deus nascido da Virgem, Vem, por piedade!

Vem mais uma vez encher o coração da humanidade!

Faze que os cristãos se tornem novamente cristãos! 

Santa Olímpia


Olímpia nasceu no ano 361, na Capadócia. Pertencia a uma família muito ilustre e rica dessa localidade, mas ficou órfã logo cedo. Aos vinte anos de idade se casou com o governador de Constantinopla, ficando viúva alguns meses depois. Desejando ingressar para a vida religiosa afastou-se de todos os possíveis pretendentes. 

Esta atitude irritou o imperador Teodósio, que mandou confiscar-lhe os bens. Ao invés de reclamar, Olímpia agradeceu porque não precisaria mais perder tempo com a administração das propriedades. Entretanto o imperador, ao saber da generosidade de Olímpia, acabou restituindo-lhe os bens. Ela pôde então continuar suas obras de caridade com maior intensidade. 

Mas seu sofrimento não acabou. Contraiu doenças dolorosas. Conta a tradição que Olímpia jamais pronunciou qualquer reclamação. Desse modo de tornou um modelo perfeito aos cristãos de seu tempo. Era tão competente que aos trinta anos de idade se tornou diaconisa da Igreja, dignidade só concedida às viúvas com mais de sessenta anos. Olímpia morreu no ano 408. 

Olímpia significa aquela que é celestial. A vida desta santa era um motivo constante para dar glórias a Deus, amando seus perseguidores e aceitando fielmente os sofrimentos da vida. Em tudo soube colocar Deus em primeiro lugar, fazendo sempre a vontade daquele que o redimiu.

  

Pai de bondade e amor, abençoai nossa vida e dai-nos viver de acordo com o exemplo de santa Olímpia, que em tudo seguiu os caminhos de Cristo, vosso filho e senhor nosso. Inspirai-nos gestos concretos de solidariedade com os mais pobres e abandonados. Amém.

São Lázaro, amigo de Jesus


A Igreja, neste tempo do Advento, se prepara para celebrar o aniversário de Jesus e se renova no desejo ardente de que Cristo venha pela segunda vez e instaure aqui o Reino de Deus em plenitude. Sem dúvida estão garantidos para este reinado pleno, que acontecerá em breve, os amigos do Senhor.

Hoje vamos lembrar um destes amigos de Cristo: São Lázaro. Sua residência ficava perto de Jerusalém, numa aldeia da Judéia chamada Bethânia. Era irmão de Marta e de Maria. Sabemos pelo Evangelho que Lázaro era tão amigo de Jesus que sua casa serviu muitas vezes de hospedaria para o Mestre e para os apóstolos.

Lázaro foi quem tirou lágrimas do Cristo, quando morreu, ao ponto de falarem: “Vejam como o amava!”. Assim aconteceu que, por amor do amigo e para a Glória do Pai, Jesus garantiu à irmã de Lázaro o milagre da ressurreição: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morto, viverá: e quem vive e crê em mim, não morrerá, Crês isto?” (Jo 11,26).

O resultado de tudo foi a ressurreição de São Lázaro, pelo poder do Senhor da vida e vencedor da morte. Lázaro reviveu e este fato bíblico acabou levando muitos à fé em Jesus Cristo e outros começaram a pensar na morte do Messias, como na de Lázaro. Antigas tradições relatam que a casa de Lázaro permaneceu acolhedora para os cristãos e o próprio Lázaro teria sido Bispo e Mártir.

A devoção a São Lázaro era muito comum na Igreja antiga. São Lázaro começou a ser venerado já no início do cristianismo, como diz São Jerônimo, e as peregrinações eram feitas á sua casa, em Betânia, e ao túmulo de onde Jesus o ressuscitara.

São Lázaro teve o privilégio de ter dois túmulos, pois morreu duas vezes. Muitas vezes pensou-se que São Lázaro fosse o pobre, miserável e cheio de feridas da parábola contada por Jesus. Por isso, na Idade Média, foi tido como o padroeiro dos leprosos. Mas esta  associação é errada e hoje não é mais usada.


Jesus, Tu és a ressurreição e a vida. Faze-nos compreender o grande mistério de Tua paixão, morte e ressurreição. Que entendamos que a morte é apenas uma preparação para a vida em plenitude. Como a Lázaro, liberta-nos de todas as amarras em nossa vida. Amém.


São Lázaro, rogai por nós!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

O que aconteceu com os reis magos depois de visitarem Jesus?


Os magos têm uma curta mas memorável participação nos Evangelhos. Depois que Jesus nasceu, os Magos do Oriente seguiram uma estrela até a Belém, ofereceram ao Rei nascido três presentes, e depois voltaram para casa sem revelar a Herodes onde encontraram Jesus (Mt 2).

Eles desistem da história e os evangelhos não narram o que os sucedeu. Mas onde o Evangelho termina, a tradição da Igreja assume.

As tradições dizem que eram três magos e que seus nomes eram Melchior, Gaspar e Baltasar. Uma tradição diz que eles vieram representando os três continentes do Velho Mundo: Europa, Ásia e África.

Eles foram profundamente afetados pelo encontro com Jesus, e logo aderiram ao cristianismo; foram tão fortes na fé que todos os três deram um feliz testemunho ao serem martirizados. Hoje são considerados santos da Igreja. Mas isso não é o fim da história! 

3ª Pregação do Advento 2016: “A sóbria embriaguez do Espírito”.


A SÓBRIA EMBRIAGUEZ DO ESPÍRITO

1. Dois tipos de embriaguez

Na segunda-feira depois de Pentecostes de 1975, no encerramento do Primeiro Congresso Mundial da Renovação Carismática Católica, o Beato Paulo VI dirigiu, aos dez mil participantes reunidos na Basílica de São Pedro, umas palavras, na quais definiu a Renovação Carismática como "uma oportunidade para a Igreja". Após ter lido o seu discurso oficial, o Papa acrescentou, improvisando, estas palavras:

"No hino que lemos esta manhã no breviário e que remonta a Santo Ambrosio, no século IV, há esta frase difícil de traduzir, embora muito simples: Laeti, que significa com alegria; bibamus, que significa bebamos; sobriam, que significa bem definida e moderada; profusionem Spiritus, ou seja a abundância do Espírito. ‘Laeti bibamus sobriam profusionem Spiritus’. Poderia ser o lema impresso em seu movimento: um programa e um reconhecimento do próprio movimento".

O mais importante, que deve ser notado de imediato, é que essas palavras do hino certamente não foram escritas originalmente para a Renovação Carismática. Elas sempre fizeram parte, sempre, da Liturgia das Horas da Igreja universal; são, portanto, uma exortação dirigida a todos os cristãos e, como tal, eu gostaria de apresentá-las de novo, nestas meditações dedicadas à presença do Espírito Santo na vida da Igreja.

De fato, no texto original de Santo Ambrósio, no lugar de "profusionem Spiritus", abundância do Espírito, há "ebrietatem Spiritus, ou seja, a embriaguez do Espírito[1]. A tradição, mais tarde, tinha considerado esta última expressão demasiado ousada e a havia substituído por uma mais branda e aceitável. No entanto, desta forma, perdia-se o sentido de uma metáfora tão antiga quanto o próprio cristianismo. Precisamente por isso, na tradução italiana do Breviário, retomou-se o texto original do verso Ambrosiano. Uma estrofe do hino das Laudes da Quarta Semana do saltério, em língua italiana, de fato, diz:

Seja Cristo o nosso alimento,
seja Cristo a água viva:
nele provamos sóbrios
a embriaguez do Espírito.

O que levou os padres a retomar o tema da “sóbria embriaguez”, já desenvolvido por Filon de Alexandria[2], foi o texto no qual o Apóstolo exorta os cristãos de Éfeso, dizendo:

"E não vos embriagueis com vinho, que é porta para a devassidão, mas buscai a plenitude do Espírito. Falai uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor em vosso coração” (Ef 5,18-19).

A partir de Orígenes, são incontáveis os textos dos Padres que ilustram este tema, ora utilizando a analogia, ora o contraste entre embriaguez material e embriaguez espiritual. A analogia consiste no fato de que os dois tipos de embriaguez infundem alegria, fazem esquecer as preocupações e fazem sair de si mesmos. O contraste consiste no fato de que enquanto a embriaguez material (de álcool, de drogas, de sexo, de sucesso) causa instabilidade e insegurança, aquela espiritual causa estabilidade no bem; a primeira faz sair de si mesmos para viver além do próprio nível racional, a segunda faz sair de si mesmos, mas para viver além da própria razão. Para ambas usa-se a palavra “êxtase” (o nome dado recentemente a uma droga mortal!), Mas um é um êxtase para baixo, o outro um êxtase para o alto.

Aqueles que pensaram no dia de Pentecostes que os Apóstolos estavam embriagados tinham razão, escreve São Cirilo de Jerusalém; o único erro deles foi atribuir a causa da embriaguez ao vinho ordinário, enquanto que nesse caso se tratava do “vinho novo”, espremido da “videira verdadeira” que é Cristo; os apóstolos estavam, sim, embriagados, mas daquela embriaguez que mata o pecado e dá vida ao coração[3].

Aproveitando a deixa do episódio da água que jorrou da rocha no deserto (Ex 17, 1-7), e do comentário sobre isso que faz São Paulo na sua Carta aos Coríntios ("Todos beberam da mesma bebida espiritual... Todos nós bebemos de um só Espírito") (1 Cor 10,4; 12,13), o próprio Santo Ambrósio escrevia:

"O Senhor Jesus fez derramar água da rocha e todos beberam dela. Aqueles que dessa água beberam na figura, foram saciados; aqueles que beberam dela na verdade, ficaram até mesmo embriagados. Boa é a embriaguez que infunde alegria. Boa é a embriaguez que fortalece os passos da mente sóbria... Beba Cristo que é a videira; beba Cristo que é a rocha da qual jorrou a água; beba Cristo para beber o seu discurso... A Escritura divina se bebe, a Escritura divina se devora quando o suco da palavra eterna desce para as veias da mente e para a energia da alma[4]”. 

Hereges atacam o Papado dividindo os fiéis de Cristo


Pode ser que alguém não tenha grande empatia com o Papa Francisco, pode ser que alguém não aprecie o seu estilo e até mesmo o interprete além do que ele pretenda por seus gestos, contudo respeitar a autoridade máxima da Igreja enquanto símbolo da unidade e da nossa comunhão é imprescindível para quem for católico de fato. O que é isso que vemos?

Não há nada o que justifique o ataque, ofensa, agressões verbais e ameaças feitas ao Santo Padre. Nem Jesus que tinha todo o direito de julgar a Pedro e sentenciá-lo por sua negação o tratou como alguns católicos ousam tratar o Romano Pontífice publicamente, ele que sequer negou o Senhor à semelhança de Pedro.

Tenham vergonha e pudor, parem de agir feito uma “Assembléia de Satanás”. Insisto: não há justificativa. Não nos venham com “mas”! O mal e o pecado não tem parte com Cristo em nenhuma circunstância.

O que pretendem esses católicos cismáticos? Querem a autoridade da Igreja para si? Pois o Espírito Santo não lhes deu. 

Cardeal Cordes respalda pedido de esclarecimento ao Papa sobre Amoris Laetitia


O Presidente Emérito do Pontifício Conselho Cor Unum, Cardeal Paul Josef Cordes, expressou seu respaldo à consulta apresentada por quatro cardeais ao Papa Francisco a respeito de cinco pontos da exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, em um documento conhecido como “dubbia” (dúvidas).

A “dubbia” foi assinada pelos cardeais alemães Walter Brandmüller e Joachim Meisner, o italiano Carlo Caffarra e o norte-americano Raymond Burke. Foi remetida ao Santo Padre em setembro deste ano. Ao não receber resposta, os quatro cardeais decidiram publicar o seu documento em 14 de novembro.

As cinco perguntas dos cardeais estão focadas na possibilidade de que os divorciados em nova união pudessem ter acesso aos sacramentos da penitência e da Eucaristia.

Os cardeais foram apresentados por diversos meios de comunicação como “rebeldes” e inclusive “hereges”, confrontados com o Papa Francisco.

Entrevistado pelo site austríaco ‘Kath.net’, o Cardeal Cordes assinalou que os quatro cardeais apresentaram as suas inquietações ao Papa “de forma objetiva” e lamentou que “fossem recebidos com um protesto desproporcionado. Não consigo entender esta indignação”.

“Também tenho dúvidas se o motivo dessa indignação era o desejo de procurar a verdade”, assinalou.

O Cardeal Cordes mencionou que “esclarecer discussões, tensões e inclusive dolorosos conflitos faz parte da história da Igreja”.

“Houve o Primeiro Concílio em Niceia, o qual reagiu contra a heresia de Ário, que negou que Jesus Cristo era igual a Deus Pai”. “Antes do Concílio, os hereges tinham ganhado quase toda a Igreja para o seu lado”, disse e assinalou que havia “confusão e caos na maioria das dioceses”.

Em defesa da Igreja, recordou o Cardeal Cordes, apareceu nessa época Santo Atanásio: “um lutador da divindade de Cristo, o santo bispo Atanásio de Alexandria” que “sobreviveu a vinte exílios” que “não foram peregrinações”. 

Portugal: Bispo convida católicos a contrariar «moda» que apresenta Cristianismo como «religião triste».


O bispo de Beja desafiou os católicos da diocese a contrariar a ideia de uma religião triste, através do anúncio da “grande alegria do mistério do Natal”.

“Celebrar o Natal é lutar contra a tristeza e o desânimo, contra o fatalismo e contra a degradação dentro de cada um de nós e à nossa volta, é celebrar a esperança e a alegria, é acolher o Único que tem poder para nos libertar do pessimismo e iluminar a nossa vida com a sua sabedoria”, escreve D. João Marcos, na sua mensagem para o Natal de 2016.

No documento enviado à Agência ECCLESIA, o prelado assinala que Jesus “vem para transformar as vidas”, por isso, pede que as comunidades católicas vão ao encontro de quem sofre “momentos difíceis” pela doença, pela morte e pela solidão”.

A mensagem dirige-se também aos que se sentem “perdidos na vida, esmagados com problemas familiares, sem amor e carinho de ninguém”, a quem a vida parece “reduzir-se a uma coleção de desilusões e de fracassos”.

“Abri-Lhe, dai-Lhe espaço em vossos corações, celebrai e vivei o Natal com alegria”, refere o bispo de Beja, afirmando que a Igreja é o lugar “da grande alegria” para todo o povo que acredita em Jesus – “pobres e ricos, doutores e analfabetos, doentes e sãos”.